Vitalidade fetal Flashcards
A propedêutica usada para avaliação da vitalidade fetal inclui o que?
Métodos clínicos (movimentação fetal), cardiotocografia, perfil biofísico fetal e Doppler.
Avaliação da vitalidade é indicada para quem?
Apenas para gestações de alto risco e após a 25ª semana de IG (quando há viabilidade fetal e maturidade do SNA do feto).
*Não há benefício em gestações de baixo risco!
Dê exemplos de gestação de alto risco.
DHEG, DMG, tireoidopatias, cardiopatias, pneumopatias, LES, AR, nefropatias, anemias, trombofilias, desnutrição materna, neoplasias, CIUR, pós-datismo, antecedentes obstétricos desfavoráveis, RPMO, oligo/polidrâmnio, gemelaridade, placenta prévia/DPP, doenças fetais, anemiais fetais (Iso-Rh), cardiopatias fetais, malformações e infecções fetais.
CTG: definição? Deve ser realizada por quanto tempo?
- É um traçado registrado da atividade cardíaca fetal (estuda os efeitos da hipoxemia no SNC e, consequentemente, na FCF).
- Tempo: 20 minutos.
Observações:
- Cada quadrado do traçado do CTG corresponde a 1 minuto. Temos 1 cm/min.
- Em cima tem a FCF e embaixo a atividade uterina (contrações).
CTG: porque não realizamos de rotina, para gestações de baixo risco?
Pois CTG tem alta sensibilidade (e alto VPN), mas baixa especificidade, ou seja, CTG normal (“negativo”) é fidedigno (pois tem pouco falso negativo), já CTG alterada (“positivo”) pode ser falso positivo (tem muito falso positivo).
CTG se baseia nas respostas fisiológicas fetais, que são mediadas pelo sistema nervoso autônomo. Veremos como está a alternância entre o SNS e SNP. Qual o neurotransmissor de cada um e sua ação na FCF?
- SNS: o neurotransmissor é a noradrenalina. Logo, aumento do tônus simpático aumenta a noradrenalina, com consequente aumento da FCF.
- SNP: o neurotransmissor é a acetilcolina. Logo, aumento do tônus parassimpático aumenta a acetilcolina, com consequente redução da FCF.
Cite os parâmetros da CTG.
1) Frequência cardíaca fetal.
2) Variabilidade.
3) Acelerações transitórias.
4) Desacelerações intra-parto (DIP).
CTG - Frequência Cardíaca Fetal: qual o valor normal?
110 a 160 bpm.
- Consideramos a FC basal (onde está a linha) como a FCF no CTG.
CTG - Frequência Cardíaca Fetal: quando definimos taquicardia? Causas?
> 160 bpm.
- Causas: corioamnionite (quando o conteúdo uterino tem infecção, a 1ª alteração que veremos no feto é a taquicardia, sempre que ver taquicardia pergunte a gestante se ela perdeu líquido – RPMO), febre materna, tireotoxicose, uso de beta-miméticos (tocolítico, por exemplo, pois taquicardia é um efeito adverso), evento hipóxico inicial.
CTG - Frequência Cardíaca Fetal: quando definimos bradicardia? Causas?
< 110 bpm (péssimo).
- Causas: hipóxia fetal, uso de medicações (betabloqueadores), pós-datismo, BAV fetal.
CTG - Variabilidade: definição? Qual é a alternância considerada normal?
- É a variação da linha de base (alternância entre simpático e parassimpático).
- Linha de base: 6 a 25 batimentos é a alternância normal da linha de base (varia de 6 a 25 batimentos a cada batida).
CTG: quando consideramos a variabilidade diminuída e ausente?
Variabilidade diminuída (< 6) e variabilidade ausente (lisa ou silente): a linha fica reta praticamente.
CTG: causas de variabilidade diminuída ou ausente? Prognóstico?
- Causas: hipóxia fetal, prematuridade, sono fisiológico fetal (lembrar de fazer estímulo vibroacústico), drogas (barbitúrico, opiáceos e tranquilizantes).
- Ambas são de prognóstico ruim.
CTG: quando consideramos a variabilidade aumentada? Causa principal?
>
- Geralmente ocorre por movimentação fetal intensa.
CTG: o que é o padrão sinusoidal e o que indica?
- Ondas em forma de sino, com amplitudes de 5 a 15 bpm.
- Está associado a risco elevado de morte fetal, como fetos com anemia grave (Iso-Rh, parvovírus B-19), além do uso materno de narcóticos.
Quais são os principais preditores de hipóxia fetal na CTG, constituindo-se como marcadores de óbito fetal iminente?
Bradicardia fetal e variabilidade ausente.
CTG - ATs: definição p/ fetos com IG de ≥ 32 semanas? E < 32s?
1) ≥ 32 semanas: elevações da FCF de 15 batimentos por pelo menos 15 segundos e duração máxima de até 2 minutos.
2) < 32 semanas: elevações da FCF de 10 batimentos por pelo menos 10 segundos.
CTG - ATs: o que é aceleração prolongada?
Duração ≥ 2 minutos e inferior a 10 minutos (é normal). Quando superior a 10 minutos = mudança da linha de base.
CTG - qual o prognóstico na:
1) Presença de ATs?
2) Ausência de ATs?
1) Presença de ATs: é excelente, indica que o feto está vigoroso, se movimentando.
2) Ausência de ATs: pode sugerir hipóxia fetal. Porém, pode indicar também sono fetal. Para diferenciar, temos que fazer um estímulo vibroacústico.
CTG - DIPs: definição?
São quedas da FCF.
CTG - DIPs: cite os tipos.
Lembre em ordem alfabética “P/T/V” = I, II, III.
- DIP I – Precoce.
- DIP II – Tardia.
- DIP III – Variável.
CTG - DIP I ou desaceleração precoce: porque ocorre?
Ocorre por compressão do polo cefálico.
- Se tem bastante líquido amniótico, na hora da contração isso amortece o polo cefálico e não comprime tanto, mas se tem oligodrâmnio ou está no período expulsivo já sem muito LA, toda vez que o útero contrai ele comprime o polo cefálico e isso estimula os barorreceptores de pressão do feto que respondem fazendo resposta vagal (parassimpática) = libera acetilcolina = gerando bradicardia fetal durante a contração uterina.
CTG - DIP I ou desaceleração precoce: como é o traçado?
O pico da contração coincide com o nadir da desaceleração ou, caso apresente decalagem (intervalo entre o pico da contração uterina e o nadir da desaceleração), está será inferior a 15 segundos. E logo que a contração passa a FCF começa a elevar novamente.
CTG - DIP I ou desaceleração precoce: prognóstico e conduta?
- Não é patológico. É normal de ocorrer na final da fase ativa do trabalho de parto e também com aqueles que estão com bolsa rota ou tem pouco LA, e mesmo quando tem LA adequado pode ocorrer DIP I.
- Conduta: não precisa fazer nada, é absolutamente normal.