Vitalidade fetal Flashcards
A propedêutica usada para avaliação da vitalidade fetal inclui o que?
Métodos clínicos (movimentação fetal), cardiotocografia, perfil biofísico fetal e Doppler.
Avaliação da vitalidade é indicada para quem?
Apenas para gestações de alto risco e após a 25ª semana de IG (quando há viabilidade fetal e maturidade do SNA do feto).
*Não há benefício em gestações de baixo risco!
Dê exemplos de gestação de alto risco.
DHEG, DMG, tireoidopatias, cardiopatias, pneumopatias, LES, AR, nefropatias, anemias, trombofilias, desnutrição materna, neoplasias, CIUR, pós-datismo, antecedentes obstétricos desfavoráveis, RPMO, oligo/polidrâmnio, gemelaridade, placenta prévia/DPP, doenças fetais, anemiais fetais (Iso-Rh), cardiopatias fetais, malformações e infecções fetais.
CTG: definição? Deve ser realizada por quanto tempo?
- É um traçado registrado da atividade cardíaca fetal (estuda os efeitos da hipoxemia no SNC e, consequentemente, na FCF).
- Tempo: 20 minutos.
Observações:
- Cada quadrado do traçado do CTG corresponde a 1 minuto. Temos 1 cm/min.
- Em cima tem a FCF e embaixo a atividade uterina (contrações).
CTG: porque não realizamos de rotina, para gestações de baixo risco?
Pois CTG tem alta sensibilidade (e alto VPN), mas baixa especificidade, ou seja, CTG normal (“negativo”) é fidedigno (pois tem pouco falso negativo), já CTG alterada (“positivo”) pode ser falso positivo (tem muito falso positivo).
CTG se baseia nas respostas fisiológicas fetais, que são mediadas pelo sistema nervoso autônomo. Veremos como está a alternância entre o SNS e SNP. Qual o neurotransmissor de cada um e sua ação na FCF?
- SNS: o neurotransmissor é a noradrenalina. Logo, aumento do tônus simpático aumenta a noradrenalina, com consequente aumento da FCF.
- SNP: o neurotransmissor é a acetilcolina. Logo, aumento do tônus parassimpático aumenta a acetilcolina, com consequente redução da FCF.
Cite os parâmetros da CTG.
1) Frequência cardíaca fetal.
2) Variabilidade.
3) Acelerações transitórias.
4) Desacelerações intra-parto (DIP).
CTG - Frequência Cardíaca Fetal: qual o valor normal?
110 a 160 bpm.
- Consideramos a FC basal (onde está a linha) como a FCF no CTG.
CTG - Frequência Cardíaca Fetal: quando definimos taquicardia? Causas?
> 160 bpm.
- Causas: corioamnionite (quando o conteúdo uterino tem infecção, a 1ª alteração que veremos no feto é a taquicardia, sempre que ver taquicardia pergunte a gestante se ela perdeu líquido – RPMO), febre materna, tireotoxicose, uso de beta-miméticos (tocolítico, por exemplo, pois taquicardia é um efeito adverso), evento hipóxico inicial.
CTG - Frequência Cardíaca Fetal: quando definimos bradicardia? Causas?
< 110 bpm (péssimo).
- Causas: hipóxia fetal, uso de medicações (betabloqueadores), pós-datismo, BAV fetal.
CTG - Variabilidade: definição? Qual é a alternância considerada normal?
- É a variação da linha de base (alternância entre simpático e parassimpático).
- Linha de base: 6 a 25 batimentos é a alternância normal da linha de base (varia de 6 a 25 batimentos a cada batida).
CTG: quando consideramos a variabilidade diminuída e ausente?
Variabilidade diminuída (< 6) e variabilidade ausente (lisa ou silente): a linha fica reta praticamente.
CTG: causas de variabilidade diminuída ou ausente? Prognóstico?
- Causas: hipóxia fetal, prematuridade, sono fisiológico fetal (lembrar de fazer estímulo vibroacústico), drogas (barbitúrico, opiáceos e tranquilizantes).
- Ambas são de prognóstico ruim.
CTG: quando consideramos a variabilidade aumentada? Causa principal?
>
- Geralmente ocorre por movimentação fetal intensa.
CTG: o que é o padrão sinusoidal e o que indica?
- Ondas em forma de sino, com amplitudes de 5 a 15 bpm.
- Está associado a risco elevado de morte fetal, como fetos com anemia grave (Iso-Rh, parvovírus B-19), além do uso materno de narcóticos.
Quais são os principais preditores de hipóxia fetal na CTG, constituindo-se como marcadores de óbito fetal iminente?
Bradicardia fetal e variabilidade ausente.
CTG - ATs: definição p/ fetos com IG de ≥ 32 semanas? E < 32s?
1) ≥ 32 semanas: elevações da FCF de 15 batimentos por pelo menos 15 segundos e duração máxima de até 2 minutos.
2) < 32 semanas: elevações da FCF de 10 batimentos por pelo menos 10 segundos.
CTG - ATs: o que é aceleração prolongada?
Duração ≥ 2 minutos e inferior a 10 minutos (é normal). Quando superior a 10 minutos = mudança da linha de base.
CTG - qual o prognóstico na:
1) Presença de ATs?
2) Ausência de ATs?
1) Presença de ATs: é excelente, indica que o feto está vigoroso, se movimentando.
2) Ausência de ATs: pode sugerir hipóxia fetal. Porém, pode indicar também sono fetal. Para diferenciar, temos que fazer um estímulo vibroacústico.
CTG - DIPs: definição?
São quedas da FCF.
CTG - DIPs: cite os tipos.
Lembre em ordem alfabética “P/T/V” = I, II, III.
- DIP I – Precoce.
- DIP II – Tardia.
- DIP III – Variável.
CTG - DIP I ou desaceleração precoce: porque ocorre?
Ocorre por compressão do polo cefálico.
- Se tem bastante líquido amniótico, na hora da contração isso amortece o polo cefálico e não comprime tanto, mas se tem oligodrâmnio ou está no período expulsivo já sem muito LA, toda vez que o útero contrai ele comprime o polo cefálico e isso estimula os barorreceptores de pressão do feto que respondem fazendo resposta vagal (parassimpática) = libera acetilcolina = gerando bradicardia fetal durante a contração uterina.
CTG - DIP I ou desaceleração precoce: como é o traçado?
O pico da contração coincide com o nadir da desaceleração ou, caso apresente decalagem (intervalo entre o pico da contração uterina e o nadir da desaceleração), está será inferior a 15 segundos. E logo que a contração passa a FCF começa a elevar novamente.
CTG - DIP I ou desaceleração precoce: prognóstico e conduta?
- Não é patológico. É normal de ocorrer na final da fase ativa do trabalho de parto e também com aqueles que estão com bolsa rota ou tem pouco LA, e mesmo quando tem LA adequado pode ocorrer DIP I.
- Conduta: não precisa fazer nada, é absolutamente normal.
CTG - DIP II ou desacelerações tardias: porque ocorrem?
- Feto tem baixa reserva de oxigênio (ex.: RCIU) e cada vez que tem uma contração há redução do aporte de oxigênio para o feto (que no feto normal não causará nada, pois ele tem reserva de oxigênio) o que gera redução da pO2, elevação da pCO2 e ACIDOSE FETAL!
- Essa acidose é sentida pelos quimiorreceptores que respondem com vasoconstrição periférica (gera hipertensão arterial fetal), com isso, os barorreceptores entendem que se tem vasoconstrição está tendo dificuldade do sangue perfundir o feto e respondem fazendo descarga parassimpática = libera acetilcolina = gerando bradicardia fetal.
CTG - DIP II ou desacelerações tardias: como é o traçado?
São simétricas e recorrentes, têm início após o período de decalagem de 20 a 30 segundos.
- A resposta parassimpática que leva à bradicardia demora um tempo para ocorrer, logo, no CTG, a desaceleração (DIP II) irá aparecer APÓS a contração, sendo tardia (o nadir da desaceleração vem depois do pico da contração).
CTG - DIP II ou desacelerações tardias: prognóstico? É patognômico de que?
Prognóstico ruim, indica:
- Hipóxia fetal aguda (sofrimento fetal).
- Típico de insuficiência placentária.
- Apesar de DIP II ser patognomônica de sofrimento fetal, não indica, por si só, parto imediato.
CTG - DIP III ou desacelerações variáveis: porque ocorrem?
Ocorrem desacelerações variáveis por compressão do cordão umbilical (o funículo).
- Compressão do cordão = sangue não flui adequadamente e há aumento da pressão no feto = isso desencadeia resposta dos barorreceptores que fazem descarga parassimpática = libera acetilcolina = gerando bradicardia fetal.
CTG - DIP III ou desacelerações variáveis: causas? Tem relação com contração? Como é o traçado?
Oligodrâmnio, posição da gestante, nó de cordão umbilical, etc. Mas, não tem nada a ver com a contração. Ou seja, no traçado, a desaceleração ocorre independente da contração.
CTG - DIP III ou desacelerações variáveis: prognóstico?
Prognóstico ruim, indica hipóxia fetal.
Quais sinais sugerem hipóxia fetal aguda na CTG?
Variabilidade ausente, DIP II, DIP III, bradicardia fetal persistente, padrão sinusoidal.
Padrões da CTG intraparto (ACOG): cite-os.
- Padrão tipo I: normal ou tranquilizador.
- Padrão tipo II: suspeito ou não tranquilizador (indeterminado).
- Padrão tipo III: patológico.
Padrões da CTG intraparto (ACOG) - Padrão tipo I: como estão os parâmetros?
- É o padrão normal ou tranquilizador.
- FCF entre 110-160, variabilidade entre 6 e 25, presença ou ausência de ATs (pois por estar em trabalho de parto, o feto pode não conseguir se mexer tanto) e sem desacelerações ou presença de DIP I.
Padrões da CTG intraparto (ACOG) - Padrão tipo I: conduta?
Expectante, assistência normal ao trabalho de parto, não precisa fazer nada.
Padrões da CTG intraparto (ACOG) - Padrão tipo III: como estão os parâmetros?
Padrão patológico. Presença de achados que sugerem hipóxia fetal aguda:
- Variabilidade ausente acompanhada de DIP II, DIP III OU bradicardia.
- Padrão sinusoidal.
Padrões da CTG intraparto (ACOG) - Padrão tipo III: conduta?
Identificar a causa, mudança de decúbito, descontinuar ocitocina, O2 cateter nasal. Se CTG não melhorar = parto pela via mais rápida (geralmente cesárea, mas, se está com 10cm e feto coroando, pode tentar parto instrumentalizado = fórcipes).
Padrões da CTG intraparto (ACOG) - Padrão tipo II: como estão os parâmetros?
Padrão suspeito ou não tranquilizador (indeterminado):
- Tudo que não entra no tipo I ou III.
Padrões da CTG intraparto (ACOG) - Padrão tipo II: conduta?
Identificar a causa, mudança de decúbito, descontinuar ocitocina, O2 cateter nasal E manter o registro da CTG = ou o traçado vai virar tipo I ou III após as medidas.
Índice cardiotocométrico de Zugaib-Behle: como é a pontuação de cada parâmetro?
1) Linha de base de 110-160: 1 ponto.
2) Variabilidade de 10-25: 1 ponto.
3) Aceleração transitória = 1: 2 pontos.
4) Desacelerações = nenhuma: 1 ponto.
Índice cardiotocométrico de Zugaib-Behle: como é a interpretação da pontuação?
- Ativo (normal): índices 4 e 5.
- Hipoativo (suspeito): índices 2 e 3.
- Inativo (alterado): índices 0 e 1.
Qual o objetivo da CTG estimulada?
Objetiva alterar o estado de sono fetal para o de vigília, é um complemento da cardiotocografia de repouso quando esta apresenta-se suspeita (feto hipoativo).
CTG estimulada: quais os estímulos usados?
Estímulo pode ser sonoro, mecânico (movimentação do polo cefálico) ou vibratório.
CTG estimulada: coloca-se buzina por, pelo menos, 3 segundos. E as respostas podem ser… cite-as.
1) Feto reativo,
2) Feto hiporreativo.
3) Feto não reativo.
CTG estimulada: o que caracteriza feto reativo?
FCF aumenta > 20 bpm, com duração > 180 segundos (considera-se o término da resposta quando há retorno para a linha de base por 30 segundos ou mais).
CTG estimulada: o que é
- “Feto reativo com resposta bifásica”?
- “Feto reativo com resposta monofásica”?
- Quando há, após essa resposta inicial, presença de aceleração transitória, a resposta é chamada de bifásica.
- A ausência de aceleração transitória é chamada de resposta monofásica.
CTG estimulada: o que caracteriza feto hiporreativo?
Quando amplitude < 20 bpm e/ou duração < 3 minutos.
CTG estimulada: o que caracteriza feto não reativo?
Quando não se verifica resposta cardíaca fetal.
PBF: o que é?
É um método de avaliação do bem-estar fetal que inclui atividades biofísicas e a estimativa do volume de líquido amniótico.
PBF: indicações?
- Cardiotocografia suspeita (auxiliam a diminuir falso positivos).
- Pacientes com patologias (para reduzir prematuridade iatrogênica).
PBF: fundamenta-se em que?
Na hipótese de que as variáveis biofísicas fetais (movimentos respiratórios, movimentos corpóreos, tônus fetal e resultados da cardiotocografia) refletem a integridade funcional do sistema nervoso central e, como tal, espelham o estado de oxigenação
PBF: quais os parâmetros vistos na PBF?
- FCF (pela cardiotocografia basal).
- Movimentos corpóreos, movimentos respiratórios, tônus fetal, ILA – índice de líquido amniótico (todos esses vemos pelo USG). Devemos observar essas variáveis por no máximo 30 minutos.
O que é a teoria da hipóxia aguda?
Diz que a sensibilidade dos centros que coordenam os parâmetros no SNC fetal tem desenvolvimento completado em diferentes idades gestacionais, de tal forma que sua sensibilidade à hipoxemia, respeita a ordem INVERSA a sua formação.
Teoria da hipóxia aguda: indique ordem cronológica da formação das atividades biofísicas fetais.
1) Tônus: 7,5-8,5s.
2) Movimentos corporais fetais: 8-9s.
3) Movimentos respiratórios fetais: 11s.
4) Cardiotocografia de repouso (AT): 20s.
PBF: as alterações fetais diante a hipoxemia ocorrem em que ordem?
- 1º = CTG (FCF).
- 2º = Movimentos respiratórios fetais.
- 3º = Movimentos corporais fetais.
- 4º = Tônus.
O que é o PBF simplificado?
No PBF simplificado fazemos a CTG e ILA: pois se temos CTG normal, os demais parâmetros estarão normais (teoria da hipóxia aguda) e precisamos fazer apenas o ILA, uma vez que podemos estar diante à oligodrâmnio mesmo com CTG categoria I (normal).
Cite os marcadores agudos e crônicos do PBF.
1) CTG (FCF).
2) Movimentos respiratórios (ou torácicos) fetais.
3) Movimentos corpóreos fetais.
4) Tônus fetal.
5) ILA: único crônico! Os 4 acima são agudos.
PBF: qual é o 1 parâmetro a se alterar da vitalidade fetal?
FCF na CTG.
PBF - Movimentos respiratórios fetais: quando é considerado normal?
Um ou mais episódios de movimentos respiratórios/torácicos, rítmicos com 30 segundos de duração.
*MRF no USG = afastamento e aproximação de arcos costais ou movimentos em gangorra do diafragma.
PBF - Movimentos respiratórios fetais: quando podem estar ausentes? E exacerbados?
Podem estar ausentes em hipóxia, infecção ovular e hipoglicemia; e exacerbados em hiperglicemia e consumo excessivo de cafeína.
PBF - Movimentos corpóreos fetais: quando é considerado normal?
Presença de 1 movimento rápido e amplo OU presença de 3 movimentos corporais lentos vistos na USG.
PBF - Movimentos corpóreos fetais: quando podem estar ausentes? E estimulados?
Podem estar diminuídos/ausentes em sono fetal, drogas sedativas, curare, cigarro e hipóxia fetal; ou estimulados pela contração uterina e estímulos externos (sonoro, motor).
PBF - Tônus fetal: é verificado pelo que?
- É verificado pela atitude fetal em flexão ou pela presença de movimentação fetal satisfatória.
- Se o feto estiver muito parado, iremos avaliar o tônus pelos movimentos de abertura e fechamento das mãos/pálpebras e movimentos de sucção.
PBF - Líquido amniótico: é produzido por quais órgãos? Qnd ocorre sua redução?
O LA é produzido pelos rins e pulmões fetais.
- O feto que está em hipoxemia crônica começa a pegar o sangue que está recebendo e priorizar em outros órgãos (centralização), reduzindo assim a perfusão renal e levando a menor diurese, o que reduz a produção de líquido amniótico.
PBF: como avaliaremos o líquido amniótico?
- Maior bolsão.
- Índice de líquido amniótico (ILA): é o mais usado.
PBF - Líquido amniótico: qnd está indicada a avaliação pelo maior bolsão? Qual o valor normal?
- Indicações: em gestações precoces (< 28s, que temos dificuldade de avaliar o ILA), gemelaridade (pois não conseguimos determinar os quadrantes).
- Normal: maior bolsão > 2 cm.
PBF - ILA: indicado a partir de qual IG?
> 28s.
PBF - ILA: classificação?
- ILA < 5: oligoâmnio.
- ILA 5,1 – 8,0: reduzido.
- ILA 8,1 – 18: normal.
- ILA 18 – 24,9: aumentado.
- ILA > 25: polidrâmnio.
PBF - ILA: em que situação iremos considerar ILA alterado?
Só irá perder ponto no PBF se tiver oligoâmnio (≤ 5)!
- Se tiver ILA > 5 (“reduzido”), NÃO perde ponto e ser for polidrâmnio também NÃO perde ponto!! Feto não está em hipóxia crônica nessas condições.
Interpretação do PBF: como pontuar? Qual a nota mínima/máxima?
Pontuação = nota 0 se ausente; nota 2 se presente.
- Nota mínima: 0.
- Nota máxima: 10.
- Resultado será sempre em números pares, PBF não dá resultado em números ímpares.
*FOTO.
Qual a conduta obstétrica de acordo com o resultado do PBF – MS?
FOTO.
- Perfil de 8: ou estará alterada a CTG (que é o 1º a alterar) ou o ILA. Então a pergunta será: quanto está o ILA? Estando adequado, o problema é na CTG.
- L/E = lecitina/esfingomielina,
Qual a conduta de acordo com o resultado do PBF – USP?
FOTO.
Dopplervelocimetria obstétrico: o que é?
É o estudo da velocidade do fluxo sanguíneo nos vasos do corpo humano (vemos o movimento do sangue no sistema cardiovascular).
Dopplervelocimetria obstétrico: qual o objetivo?
Visa à avaliação indireta da função placentária (insuficiência placentária) e da resposta fetal a hipoxemia. Estuda a hemodinâmica fetal em resposta ao déficit de oxigenação.
Dopplervelocimetria obstétrico: quais vasos iremos analisar?
- Circulação materna: aa uterinas.
- Circulação fetoplacentária: aa umbilicais.
- Circulação fetal: aa cerebral média, ducto venoso, veia umbilical.
Dopplervelocimetria obstétrico: como avaliamos a onda?
- Avaliação qualitativa (forma da onda).
- Avaliação quantitativa (utilização de índices).
Dopplervelocimetria obstétrico: cite os índices.
1) Índice de pulsatilidade: sístole-diástole/velocidade média.
a) Índice de pulsatilidade para veias: sístole – contração atrial/velocidade média.
2) Relação sístole/diástole (relação A/B).
3) Índice de resistência (sístole – diástole/sístole).
Qual é o índice com melhor desempenho na avaliação da vitalidade fetal no Doppler?
Índice de pulsatilidade: sístole-diástole/velocidade média.
Indicações e aplicabilidade do Doppler obstétrico?
É realizado para estudo da função placentário (detectar insuficiência placentária).
- Logo, faremos para gestantes com chance de alteração placentária ou de fluxo placentário. Ex.: trombofilia, hipertensão, DM 1 e 2, cardiopatas, doenças do colágeno, pneumopatias restritivas, tabagista, etc.
O que nos mostra o fluxo pelas:
- Aa. uterinas?
- Aa. umbilicais?
- Aa. Uterinas: nos mostra como ocorreu a placentação, medem o fluxo de sangue materno para a placenta.
- Aa. Umbilicais: para ver o quanto de sangue placenta está enviando para o feto (medem o fluxo de sangue fetal que vai para a placenta). *Iremos pegar preferencialmente próximo à inserção do cordão umbilical para investigar (quanto mais próximo à placenta, menor a resistência).
*Avaliam função placentária.
Dopplervelocimetria das aa. Uterinas: o que ocorre quando há invasão trofoblástica inadequada?
Há manutenção da alta resistência vascular nas artérias uterinas.
Dopplervelocimetria das aa. Uterinas: qual é o achado clássico que indica aumento da resistência vascular? O que isso indica?
Presença da incisura protodiastólica bilateral (são as corcovas após a onda arterial, tem que ser bilateral para indicar alteração) após 24 a 26 semanas de gestação (quando já ocorreu 2ª onda de invasão placentária) ou índice de pulsatilidade > p95 p/ IG.
*Essa alteração me indica que tem maior chance de fazer DHEG e CIUR, pois placentação foi inadequada e há alta resistência no vaso.
*FOTO.
Dopplervelocimetria das aa. Umbilicais: é realizado em que IG?
20 a 26s.
Dopplervelocimetria das aa. Umbilicais: reflete o que?
Reflete a resistência placentária, que pode estar aumentada (IP > p95) por:
- Placentação inadequada.
- Infartos placentários (diminuição do fluxo que está chegando ao feto).
- Tromboses no leito placentário.
Qual é o melhor vaso para avaliar o bem-estar fetal nos casos de CIUR e insuficiência placentária?
Aa. umbilicais. Vemos as alterações pelo índice de pulsatilidade ou relação sístole-diástole.
Dopplervelocimetria das aa. Umbilicais: qnd começa a alterar?
Quando 30% da área placentária está comprometida. Será diástole zero e reversa quando 70% estiver alterada.
Dopplervelocimetria das aa. Umbilicais: veja fotos do “normal, resistência aumentada, diástole zero e reversa”.
- Doppler normal: tem fluxo de sangue na sístole e depois na diástole o vaso continua com sangue (onda no Doppler permanece cheia), é o normal.
- Doppler com resistência aumentada: sístole continua adequada, com o pico, mas na diástole o vaso não continua cheio, pois há aumento da resistência.
- Diástole zero: passa sangue na sístole e na diástole não fica sangue nenhum, já tem > 70% de comprometimento placentário.
- Diástole reversa: é pior ainda, na sístole ejeta sangue, mas a resistência está tão alterada que o sangue regurgita um pouco na diástole, não chegando no feto = anóxia crônica!
Dopplervelocimetria das aa. Umbilicais: qnd consideramos insuficiência placentária?
Já consideramos insuficiência placentária desde a o aumento da resistência, depois temos insuficiência placentária com diástole zero e insuficiência placentária com diástole reversa.
*A partir de diástole zero temos mau prognóstico.
Com a diástole zero/reversa, diante a existência de aporte menor de nutrientes e oxigênio (hipoxemia), qual será a resposta hemodinâmica fetal?
Centralização.
O que é a centralização fetal e como avaliamos??
- Feto prioriza áreas nobres = cérebro, coração e suprarrenais.
- Avaliamos a centralização pela aa. Cerebral média.
Centralização fetal se relaciona com prognóstico de RN?
Feto com centralização NÃO se relaciona com prognóstico de recém-nascido, é um mecanismo de defesa fetal, mostra que já tem aí diástole zero ou reversa.
Dopplervelocimetria da aa. Cerebral média: quando iremos partir pra esse passo da investigação?
Iremos avaliar ACM apenas quando há insuficiência placentária (doppler das aa. Umbilicais alteradas). Ela mede o grau de oxigenação do cérebro fetal indiretamente.
Dopplervelocimetria da aa. Cerebral média: o que vemos na centralização?
Por estar chegando menos sangue aqui, o organismo fetal faz uma vasodilatação no território cerebral (vemos o aumento da diástole no Doppler) para manter o sangue ali por mais tempo.
- Com o aumento da resistência da aa umbilical há aumento do fluxo sanguíneo na diástole da artéria cerebral média (vasodilatação) e consequente redução de seus índices de pulsatilidade.
Dopplervelocimetria do ducto venoso: qnd realizar?
É o próximo passo da investigação, após doppler da ACM alterada (centralização), pois é o ducto venoso que irá ditar nossa conduta. Ele mede o gradiente de pressão venosa central.
O que ocorre após a centralização que interfere no ducto venoso? Quais os achados no Doppler?
Por ter vasodilatação nos locais de órgãos nobres, há vasoconstricção dos demais territórios e isso gera aumento da pressão nas câmaras cardíacas, com alterações no território venoso fetal (há redução no fluxo sanguíneo no ducto venoso). Dessa forma,há aumento do índice de pulsatilidade e com a progressão da alteração e comprometimento miocárdico teremos onda A ausente (indicando asfixia, acidose fetal e falência da bomba cardíaca) e depois onda A reversa (sangue retorna ao DV).
*Onda A = sístole atrial.
O ducto venoso tem relação com o que?
Com acidose no nascimento. Quanto maior o IP, menor será o pH de nascimento.
- Ele determina momento do parto!
Dopplervelocimetria do ducto venoso: conduta de acordo com IP?
- Índice de pulsatilidade (IP) < 1,0: conduta conservadora.
- Índice de pulsatilidade (IP) entre 1,0 e 1,5: indica acidose, mas é importante fazer medidas para prematuridade e parto = corticoide, ATB, neuroproteção e parto!
- Índice de pulsatilidade (IP) > 1,5: parto imediato.
Doppler de veia umbilical: qnd fazer ? o que indica anormalidade?
- Anormalidade no fluxo do ducto venoso, com a onda ‘a’ ausente ou reversa, podemos olhar a veia umbilical.
- Pulsações bifásicas ou trifásicas na veia umbilical são sinais indicativos de anormalidade.
*Em fetos hidrópicos, as pulsações na veia umbilical são indicativas de grave comprometimento do concepto, evoluindo para óbito em mais de 70% dos casos.
O que é o índice de Wladimiroff?
É a relação da a. cerebral/a. umbilical, sendo normais valores > 1. Se < 1, representa Centralização Hemodinâmica Fetal (CHF).
Qual o principal parâmetro dopplervelocimétrico fetal que indica resolução da gestação?
O principal parâmetro dopplervelocimétrico fetal que indica resolução da gestação é a alteração no índice de pulsatilidade do ducto venoso (IP > 1 a 1,5).
FOTO de Doppler da a. umbilical, ACM, ducto venoso e veia umbilical.
VEJA.