Dislipidemia Flashcards
O que é aterosclerose e ateroma?
É uma doença inflamatória crônica de origem multifatorial que ocorre em resposta à agressão endotelial.
Ateroma é a placa de gordura.
Quais fatores de risco que levam a agressão endotelial?
Dislipidemia, HAS, tabagismo.
Aterosclerose acomete mais qual camada/artérias?
Camada íntima de artéria de médio e grande calibre.
Como são chamadas as lesões iniciais da aterosclerose e em que fase da vida iniciam?
Estrias gordurosas (acúmulo de colesterol em macrófagos), se formam na infância.
O que ocorre após a agressão endotelial?
Isso leva à disfunção endotelial com aumento da permeabilidade de íntimas as lipoproteínas plasmáticas. LDL sofre oxidação, surgindo tb moléculas de adesão leucocitária que atraem monócitos e linfócitos.
Monócitos se diferenciam em macrófagos que captam LDLs oxidadas = células espumosas, além de secretar citocinas (aumentam inflamação) e enzimas proteolíticas (degradam colágeno) que ajudam na progressão da placa aterosclerótica -> ela cresce em direção à adventícia e ao crescer 40% do diâmetro não tem mais como crescer p/ esse lado e começa a crescer pra dentro da luz do vaso → gerando “entupimento do vaso” → inicia-se o turbilhonamento do sangue, pois o espaço da luz do vaso fica muito reduzida. Conforme o grau de liberação de enzimas proteolíticas pelos linfócitos vão aumentando a “capa” da placa torna-se cada vez mais fina (↓colágeno). → Em um pico pressórico, o sangue vem com força e atinge a placa “mole” → rompendo a placa → resultando em trombose da placa aterosclerótica = evento isquêmico (IAM).
O que são as células espumosas?
Quando os macrófagos fagocitam LDL. São o principal componente das estrias gordurosas.
Defina placa estável de colesterol
Predomínio de colágeno, organizado em capa fibrosa espessa, escassas células inflamatórias e núcleo lipídico e necrótico de proporções menores.
Defina placa instável de colestrol
Atividade inflamatória intensa, grande atividade proteolítica, núcleo lipídico e necrótico proeminentes e capa fibrótica tênue.
O que é aterotrombose?
Quando ocorre ruptura da capa da placa instável, expondo lipídeos altamente trombogênico quando em contato com sangue, levando a formação de trombo. Além de que a ruptura da placa expõe colágeno e o fator tecidual, que ativa via plaquetária + sistema de coagulação.
Quais são as lipoproteínas e porque são formadas?
São formadas pois os lipídeos são hidrofóbicos, logo, se ligam às apoproteínas para circularem no plasma.
São elas: Quilomícrons, VLDL, IDL, LDL, HDL.
Quilomícrons e VLDL são ricas em TGs. LDL tem mais esteres de colesterol.
HDL: tem mais proteína.
Quais os ciclos do metabolismo dos lipídeos? O que é transporte reverso:
Ciclo exógeno (via intestinal): AG e Col da dieta -> AG+glicerol = TGs -> TGs+Col+Apoproteínas = Quilomícron -> cai no plasma e é degrado pela LPL em AG q vai p/ tecido adiposo (estoque) e muscular (consumido p/ energia), sobrando remanescentes (q se ligam a apolipoproteínas) -> q vão p/ fígado p/ produção de VLDL.
Ciclo endógeno (via hepática): remanescentes são usados p/ síntese de VLDL (tem mais TG), q vai p/ plasma e é degrado pela LPL em VLDL remanescente -> parte vai p/ formação de HDL e parte é degradado pela LPL (perde TG, ficando com mais colesterol) virando IDL q logo retorna ao fígado e sofre ação da HPL virando LDL (tem mt mais colesterol do q TG). LDL fornece colesterol p/ síntese de hormônios esteroides, formação de membrana, etc.
- No fígado, o LDL entra nos hepatócitos pelo LDLR (q entra junto no hepatócito com a proteína PCSK9 q diminui a densidade do LDLR na superfície dos hepatócitos, diminuindo assim a remoção de partículas do LDL e aumentando o LDL-c, por isso temos a medicação inibidora da PCSK9).
- Transporte reverso: HDL faz o transporte reverso do colesterol dos tecidos periféricos para o fígado, removendo excesso de colesterol.
Causas primárias de dislipidemia
Hipercolesterolemia familiar.
Causas secundárias de dislipidemia
- Secundária a doenças: IRC – SD nefrótica, obesidade, hipotireoidismo, DM tipo II, anorexia, etilismo, hepatopatia crônica.
- Secundária a medicamentos: diuréticos, corticoides, anabolizantes, betabloqueadores, anticoncepcionais, inibidores de protease (HIV), ciclosporina.
Classificação laboratorial das dislipidemias primárias
- Hipercolesterolemia isolada: aumento ISOLADO de LDL-c (LDL ≥ 160 mg/dl).
- Hipertrigliceridemia isolada: aumento isolado de TG (TG ≥ 150 mg/dl em jejum ou ≥ 175 mg/dl sem jejum).
- Hiperlipidemia mista: aumento de LDL-c (LDL ≥ 160 mg/dl) e dos TG (TG ≥ 150 em jejum ou ≥ 175 mg/dl sem jejum). Se TG ≥ 400 mg/dl, a fórmula de Friedewald p/ LDL-c é inadequado, considerar hiperlipidemia mista quando Col total ≥ 200 mg/dl.
- HDL-c baixo: redução isolada do HDL-c (Homens < 40 e mulheres < 50 mg/dl) ou em associação com aumento do LDL ou de TG.
Quando é indicado rastreamento com dosagem de lipídeos?
Homens: a partir dos 35 anos e Mulheres: a partir dos 45 anos.
Perfil lipídico tem que ser dosado em jejum?
- TG sim, pois altera com a dieta (se TG > 440 sem jejum = repetir com jejum de 12h).
- Colesterol total, HDL, LDL e não-HDL não sofrem influência do estado alimentar.
Como e pq é feito o cálculo de Não-HDLc?
- Não-HDLc = CT – HDLc. Estima partículas aterogênicas circulantes no plasma (associadas a > risco de DAC).
Fórmula de Friedewald
- LDLc = CT - HDLc - TG/5.
* É impreciso quando TG > 400, hepatopatia colestática crônica, DM ou SD nefrótica. Dosar LDLc direto.
Quando dosar Lp(a)?
Estratificação de risco da hipercolesterolemia familiar ou DAC prematura.
Sequência geral de objetivos no manejo da dislipidemia
Objetivo primário é controle do LDC-c, seguido de atingir a meta do HDL-c, e depois controle dos TGs (mas se TGs > 500 mg/dl, controla-lo primeiro pelo risco de pancreatite secundária a hipertrigliceridemia).
MEMORIZE: relação de CT/HDL/TG com doenças e medicamentos
Foto!
Risco cardiovascular muito alto - Definição e meta terapêutica
Doença aterosclerótica; obstrução arterial ≥ 50%.
Meta terapêutica do LDL: < 50 mg/dl ; Não-HDL: < 80 mg/dl.
Risco cardiovascular alto - Definição e meta terapêutica
ERG (H) ≥ 20% ou 10% (M) + LDL-c entre 70-189 mg/dl. Aterosclerose subclínica; aneurisma de aorta abdominal; DRC (TFG < 60 ml/min); DM 1 ou 2 + fatores de risco*; LDCc ≥ 190 mg/dl.
Meta terapêutica do LDL: < 70 mg/dl ; Não-HDL: < 100 mg/dl.
Risco cardiovascular intermediário - Definição e meta terapêutica
ERG 5-20% (homem) ou 5-10% (mulher) + LDLc 70-189 mg/dl, DM 1 ou 2 sem critérios de alto risco.
Meta terapêutica do LDL: < 100 ; Não-HDL: < 130 mg/dl.
Risco cardiovascular baixo - Definição e meta terapêutica
ERG < 5% (H ou M) + LDLc entre 70-189 mg/dl.
Meta terapêutica do LDL: < 130 ; Não-HDL: < 160 mg/dl.
Metas terapêuticas do CT, HDL-c e TG
CT: < 190 mg/dl.
HDL-c: > 40 mg/dl.
TG> < 150 mg/dl com jejum e < 175 mg/dl sem jejum.
Quanto deve reduzir de LDL-c no paciente sem uso de estatina?
- Muito alto e alto: redução de > 50%.
- Intermediário: redução entre 30-50%.
- Baixo: redução > 30%.