Distúrbios respiratórios do RN Flashcards
Apneia do RN: definição?
Pausa respiratória por tempo ≥ 20 segundos, ou por um período de menor duração, se associado a bradicardia (FC < 100 bpm) ou cianose (queda de saturação).
Apneia secundária - o que é?
Manifestação de alguma doença subjacente, como hemorragia intracraniana, convulsões, pneumonia, sepse, enterocolite necrosante, distúrbios metabólicos (hipoglicemia, hipocalcemia), hipotensão, insuficiência cardíaca.
Apneia idiopática da prematuridade - ocorre + em quem e quando?
- Tem incidência inversamente proporcional à IG.
- É rara no 1º dia de vida, começa do 2º e dura até o 7º dia.
- Acomete RN de menos de 34 semanas.
Apneia idiopática da prematuridade - fisiopatologia
1) Apneia central: há uma imaturidade dos centros respiratórios de tronco encefálico e não são observados movimentos torácicos clinicamente.
- Resposta atenuada ao CO2 (hipercapnia não leva à hiperventilação aqui para liberar CO2). Além de levar à uma resposta paradoxal à hipóxia (ao invés de responder a hipóxia com hiperventilação, fica em apneia).
2- Apneia obstrutiva: há movimentação torácica, mas o fluxo aéreo está interrompido por obstrução nasal, obstrução faríngea ou por flexão do pescoço.
3- Apneia mista: forma mais comum, tem os 2 mecanismos acima. Se inicia com obstrução alta seguida por interrupção dos movimentos da caixa torácica.
Apneia idiopática da prematuridade - diagnóstico diferencial
Prematuridade, infecção (sepse, meningite, enterocolite necrosante), instabilidade térmica, DRGE, pós-anestésico, hipoxemia, anemia, choque, drogas maternas e fetais, distúrbios metabólicos (hipoglicemia, hipocalcemia, hiponatremia, hipernatremia/desidratação).
Apneia idiopática da prematuridade - tratamento
- Posicionamento adequado do RN (ligeira extensão da cabeça pelo coxim sob os ombros);
- Estímulo tátil;
- Casos graves ou refratários:
1- CPAP nasal (mantém permeabilidade das vias aéreas) ou
2- VM (na falha de CPAP); - Medicações: aminofilina/teofilina ou citrato de cafeína.
- Medidas gerais.
Apneia idiopática da prematuridade - tratamento: cite as medidas gerais
Temperatura de 36 a 36,5 ºC, alimentação por gavagem, SatO2 entre 88 e 92%, decúbito dorsal, monitorização e correção de hipoglicemia, distúrbios metabólicos, infecção, anemia, distermias.
Apneia idiopática da prematuridade - tratamento: o que são aminofilina/teofilina e citrato de cafeína? Como agem? Por qnt tempo usar?
- São xantinas.
- Agem aumentando a sensibilidade dos centros respiratórios ao aumento da PCO2 e aumentando a força contrátil do diafragma.
- Elas diminuem incidência das apneias e são usadas por até 34 a 36 semanas de IG corrigida, ou até 10 dias após o último episódio de apneia.
Apneia idiopática da prematuridade - prognóstico
Geralmente se resolve com 36 semanas de IG corrigida e tem bom prognóstico.
- Quando este for o único impedimento pra alta, é recomendado que a alta seja cerca de 7 a 10 dias após o último episódio de apneia.
O que é Síndrome de Distress Respiratório?
É um diagnóstico sindrômico, com sinais e sintomas que pertencem a todas as doenças respiratórias do RN -> taquidispnéia, cianose, gemência, tiragens, BAN.
Para diferenciar os distúrbios, temos que buscar o diagnóstico etiológico. Como fazemos isso?
Avaliação clínica do RN + história materna + exames complementares (RX de tórax).
Quando dizemos que a apneia é grave?
Apneia é grave quando dura ≥ 20 segundos e associada a sinais sistêmicos ou qualquer duração acompanhada de cianose e bradicardia sinusal.
Complete: na apneia de causa idiopática a frequência aumenta durante o…?
Sono ativo (sono REM).
Apneia idiopática é fator de risco para síndrome da morte súbita do lactente. Correto?
NÃO.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: fatores de risco?
Prematuridade (só há surfactante em quantidade suficiente após 34s de gestação), asfixia perinatal, sexo masculino, raça branca, diabetes materno (única exceção à prematuridade, pode ser RNT aqui), segundo gemelar, hipotermia, isoimunização Rh, parto cesárea, parto pélvico, inserção baixa de placenta, DPP, multiparidade, baixo nível socioeconômico e assistência pré-natal insatisfatória.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: fatores de proteção?
Hipertensão crônica ou hipertensão associada à gravidez (em ambiente de hipóxia intrauterina ocorre aceleração da maturidade pulmonar), sofrimento fetal crônico, restrição do crescimento uterino, uso materno de heroína, ruptura prolongada das membranas, administração antenatal de corticoide para a mãe, hemoglobinopatias maternas, hormônio tireoidiano.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: incidência é maior em quem?
Em RNs de menos de 28 semanas de gestação, seguida de RNs entre 32 e 36 semanas.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: fisiopatologia?
É decorrente da imaturidade pulmonar por deficiência quantitativa e qualitativa do surfactante pulmonar, levando à instabilidade alveolar (colapso alveolar na expiração). Pode evoluir com diferentes graus de insuficiência respiratória.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: pq ocorre em filhos de mãe diabética?
Pois ocorre hiperinsulinismo fetal (secundário à hiperglicemia materna), e com isso há diminuição de produção de corticoide endógeno, o que retarda a produção do surfactante pulmonar.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: pq asfixia/DPP é fator de risco?
Tem maior consumo de surfactante.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: pq sofrimento fetal é fator protetor?
É protetor pois há liberação de corticoide que estimula produção surfactante.
Ex: RNPT/PIG tem mais chance do que RNPT/AIG que não sofreu.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: diagnóstico?
Clínica + radiografia de tórax + gasometria arterial.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: clínica?
Desconforto respiratório iniciado logo após nascimento (em minutos até 2h): SDR + MV diminuídos globalmente e estertores crepitantes (porque alvéolo tá cheio de líquido); com piora progressiva nas primeiras 24 horas.
- Os sintomas e sinais alcançam pico em 3 dias, havendo, posteriormente, melhora gradual.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: radiografia de tórax - achados?
Padrão reticulogranular (líquido no interstício e ar dentro do alvéolo) difuso e bilateral, com presença de broncogramas aéreos, diminuição no volume pulmonar, imagem de “vidro moído” ou padrão de vidro fosco.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: graus de DMH de acordo com broncograma?
- DMH grau I = broncogramas aéreos mínimos (dentro do mediastino).
- DMH grau II = os broncogramas saem do mediastino mas não chegam na periferia.
- DMH grau III = broncogramas aéreos vão até periferia do pulmão.
- DMH grau IV = opacidade total, não dá pra diferenciar coração e pulmão, é uma imagem em jateado de areia. É o mais grave (o RX de tórax com pneumonia por streptococo grupo B é o mesmo).
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: boletim de Silverman-Andersen?
Quantifica a evolução do desconforto respiratório.
FOTO.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: laboratório?
Hipoxemia, hipercapnia e acidose metabólica. Hemograma normal. Hemocultura para descartar sepse neonatal precoce.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: principais DD e como diferenciá-los?
Diagnostico diferencial com sepse de início precoce não é possível; já com a taquipneia transitória do RN diferenciamos pois DMH tem clínica mais exuberante e de maior duração.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: prevenção?
- Prevenir prematuridade.
- Administração de corticosteroide para gestantes entre 24 e 34 semanas, 48h antes do nascimento. -> Betametasona.
- Administração da 1ª dose do surfactante endotraqueal no prematuro sintomático, imediatamente após o nascimento ou durante as primeiras horas de vida.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: tratamento? CITE.
Suporte geral, suporte ventilatório, surfactante exógeno e ATBterapia.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: tto - medidas de suporte geral?
- Controle térmico, hídrico EV, suporte nutricional (NPT, não sugam ainda).
Porque devemos ter cuidado com excesso de líquidos administrados na DMH?
Pois podem contribui para o desenvolvimento de persistência do canal arterial e da broncodisplasia pulmonar.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: medidas de suporte ventilatório?
- CPAP nasal precoce, com FiO2 a 40% e pressão de 5 cmH2O pode evitar necessidade de recursos extras (suporte ventilatório invasivo).
- CPAP nasal com pressão de 5 a 10 cmH2O (se paO2 < 50 mmHg com administração de oxigênio com FiO2 de 60%).
- VM (se falência respiratória).
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: indicações de VM? Objetivo?
Falência respiratória:
- pH arterial < 7,20;
- pCO2 arterial ≥ 60 mmHg;
- paO2 < 50 mmHg, com concentrações de oxigênio > 60% e CPAP nasal de 8-10 cmH2O.
- SatO2 < 90% com FiO2 40-70% já em uso CPAP 5-10 cmH2O.
- Apneia persistente.
Objetivos:
- Melhorar oxigenação, liberar o CO2, sem causar barotrauma ou toxicidade pelo oxigênio. Saturação de O2 deve ficar entre 91-95%.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: surfactante exógeno - dose?
- Dose: 100 a 200 mg/kg, via endotraqueal (intracânula) logo após o nascimento, podendo ser administrada 2ª e 3ª doses de 100 mg/kg, caso existam insuficiência respiratória progressiva e necessidades maiores de oxigênio e parâmetros ventilatórios elevados.
- De preferência com surfactantes de origem animal.
Síndrome do Desconforto Respiratório – Doença da Membrana Hialina: surfactante exógeno - indicações?
Todos os graves, ou seja: paciente sob ventilação mecânica com FiO2 ≥ 40% e saturação < 90%, evoluindo com piora clínica.