Alterações do SNC do RN Flashcards
Hemorragia intracraniana: como é classificada?
1) Hemorragia epidural.
2) Hemorragia subdural.
3) Hemorragia subaracnoide.
4) Hemorragia peri-intraventricular (HPIV).
Hemorragia epidural (RN): definição e achado no exame de imagem?
Grande cefalohematoma e fratura óssea, ruptura de artéria meníngea. TC: imagem hiperdensa e convexa (“limão”).
Hemorragia subdural (RN): definição e achado no exame de imagem?
Lesão nas veias de drenagem ou nos seios venosos da dura-máter. TC: área hiperdensa em forma de crescente (“banana”).
Hemorragia subaracnoide (RN): definição e achado no exame de imagem?
Sangramento das pequenas veias que atravessam o espaço leptomeníngeo. Geralmente assintomática. TC: excelente para detectar sangue entre o espaço aracnoideo. RNM pode ser empregada para identificar lesões hipóxico-isquêmicas e menigoencefalite relacionada.
Hemorragia peri-intraventricular definição e divisões?
Sangue na matriz germinativa subependimária, na junção entre o núcleo caudado e o tálamo.
- Se divide em:
a) Hemorragia intraventricular (HIV).
b) Hemorragia periventricular (HPV).
Hemorragia intraventricular (RN): ocorre em que período?
Caracteriza-se por hemorragia nas primeiras 24 a 48h de vida, sendo 50% no 1º dia.
- Hemorragia tardia: 10-15% ocorre após 1 semana de vida. É raro ocorrer após 1 mês de vida, independente do PN.
Hemorragia periventricular (RN): ocorre em que período?
A hemorragia pode ocorrer dentro de 3 dias após o nascimento, acompanhada ou não de convulsões tônicas.
Cite fatores predisponentes da HPIV.
Prematuridade, baixo peso, síndrome da angústia respiratória, lesão hipóxico-isquêmica, hipotensão/hipertensão, hipervolemia.
Incidência da hemorragia intraventricular tem relação com o peso de nascimento, como é isso?
Quanto menor o peso, maior incidência.
- 60 a 70% ocorre em RNs com PN entre 500 e 750g.
- 10 a 20% ocorre em RNs com PN entre 1.000 a 1.500g.
Cite os sinais mais comuns hemorragia intraventricular.
Ausência do reflexo de Moro, hipotonia muscular, letargia, sonolência e apneia.
Hemorragia intraventricular: sua evolução inclui 3 síndromes clínicas, cite e comente-as.
- Forma silenciosa: hemorragias pequenas, são detectadas apenas pelo exame de imagem.
- Síndrome intermitente: evolução periódica (ciclos de piora, intercalados com pausa da deterioração neurológica).
- Catastrófica: evolução rápida (de horas ou minutos), com deterioração neurológica progressiva, estupor, coma, apneia, convulsão, etc.
Como é feito o diagnóstico de HIPV?
USG transfontanela e se alteração, realiza TC ou RNM (dão o diagnóstico definitivo). *As imagens anormais persistem por até 3 meses.
- RNT com hemorragia intracraniana geralmente é parenquimatosa, sendo TC ou RNM melhor para avaliar do que o USG.
Em quais RNs deve ser feito o USG transfontanela de rotina? Quando fazer?
- Neonato com PN < 1.500g ou que nasceram com IG < 32 semanas; ou em RN com > 32 semanas, mas com fatores de risco.
- Realizar nas primeiras 2 semanas de vida e outro quando IG corrigida entre 36 e 40 semanas.
Como é a classificação de Papile (hemorragia intraventricular)? É feita por qual exame de imagem?
Gradua pela TC ou RNM em:
- Grau I: hemorragia restrita à matriz germinativa.
- Grau II: hemorragia intraventricular sem dilatação ventricular.
- Grau III: hemorragia intraventricular com dilatação ventricular (hidrocefalia).
- Grau IV: hemorragia intraparenquimatosa (mais comum em RNT do que RNPT).
Como é a classificação de Volpe (hemorragia intraventricular)? É feita por qual exame de imagem?
Realizada pelo USG transfontanela:
- Grau I: < 10% dos ventrículos com sangue.
- Grau II: 10 a 50% dos ventrículos com sangue.
- Grau III: > 50% dos ventrículos com sangue e ventrículos estão dilatados (hidrocefalia).
- Grau IV: ecodensidade periventricular.
Qual é a maior complicação da hemorragia intraventricular? Como diagnosticar? Cite alguns sinais clínicos tardios.
- Hidrocefalia (10 a 15% dos RNs de baixo peso com HIC desenvolvem).
- Identificada na USG.
- Sinais clínicos tardios: fontanela anterior abaulada, PC com expansão rápida e “olhar do sol poente”.
Como prevenir hemorragia intracraniana no RN?
1) Corticoide para gestantes em trabalho de parto prematuro (< 34 semanas): reduz o risco de hemorragia intraventricular e leucomalácia periventricular.
a) Betametasona: reduz a hemorragia IV e a leucomalácia periventricular. É a droga de escolha.
b) Dexametasona: reduz a hemorragia IV.
2) Abordagem de DCP e partos operatórios s/n.
3) Púrpura trombicitopênica idiopática ou aloimune: pode ser reduzida pelo tratamento materno com esteroides, imunoglobulinas ou transfusão plaquetária fetal e cesárea.
Tratamento de hemorragia intraventricular:
- Casos leves?
- Hemorragia grau 1 ou 2: indica-se drenagem do LCR?
- Hemorragia grau 3?
- Hemorragia grau 4?
- Casos leves: ventilação assistida, transfusões até que cesse a hemorragia, ATB, anticonvulsivantes e alimentação parenteral.
- Hemorragia grau 1 ou 2: não está indicada a drenagem do LCR, pois há baixo risco de hidrocefalia.
- Hemorragia grau 3: drenagem ventricular externa é preferível a punções lombares repetidas.
- Hemorragia grau 4: não se recomenda cirurgia, pelo risco (90% morrem). Deve-se apenas propiciar bons cuidados de enfermagem e tratamento de apoio.
Leucomalácia periventricular: o que ocorre?
Secundária à hipotensão sistêmica com redução do fluxo sanguíneo (injúria hipóxico-isquêmica). Caracterizada por lesão da substância branca periventricular, é silenciosa, mas leva a uma série de sequelas neurológicas (motoras, sensoriais e cognitivas em longo prazo).
Leucomalácia periventricular: diagnóstico?
USG transfontanela ou RM de crânio.
Leucomalácia periventricular: tratamento?
Não há tratamento específico, é importante prevenir hipotensão e hipóxia.
Plexo braquial engloba quais raízes?
C5, C6 C7, C8 e T1.
Paralisia braquial: está associada a que?
Associada à distocia de ombro em 45% das vezes.
Paralisia braquial: cite os tipos.
- Paralisia alta tipo Erb-Duchenne.
- Paralisia baixo tipo Klumpke.
- Paralisia total do plexo braquial, com sinal de Claude Bernard-Horner.