Endocardite Infecciosa Flashcards

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1
Q

Definição EI

A

Infecção grave que acomete endocárdio (e não apenas as valvas).

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Q

Fatores de risco EI

A
  • Idade > 60a, masculino, uso de drogas injetáveis, infecção dentária ou dentes em mal estado.
  • Valva protética, história prévia de endocardite, presença de disp intravascular, hemodiálise, HIV+, doença cardíaca estrutural, doença vascular, doença cardíaca congênita.
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3
Q

Classificação por evolução - EI

A
  • Aguda: dias até 6 semanas. É agressiva.

- Subaguda: > 6 semanas a meses. Não tão agressivo.

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4
Q

Classificação por tipo de valva - EI

A
  • Natural.

- Protética

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5
Q

Classificação pelas câmaras cardíacas - EI

A
  • Direita: mais em usuário de droga EV, cateter vascular.

- Esquerda: indivíduo com valvopatia prévia.

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6
Q

Agente mais prevalente na EI de modo geral

A

Streptococcus viridans.

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7
Q

Agente mais prevalente na EI aguda

A

Staphylococcus aureus.

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8
Q

Agente mais prevalente na EI subaguda

A

Streptococcus viridans e Enterococcus spp.

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9
Q

Agentes etiológicos da EI

A
  • Streptococcus viridans.
  • Staphylococcus aureus.
  • Enterococcus spp.
  • Staphylococcus coagulase-negativos.
  • Streptococcus bovis
  • HACEK.
  • Gram neg/fungos: raro.
  • Streptococcus pneumoniae.
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10
Q

EI - Streptococcus viridans: causa EI aguda ou subaguda? Acomete q idade? Cite os 4 representantes. Como é a história clínica típica?

A
  • O mais frequente causador de EI, principalmente subaguda.
  • Acomete de 16-60 anos.
  • 4 representantes = S. sanguis, S. mutans, S. mitior, S. intermedius.
  • História clínica: tratamento dental, higiene oral precária.
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11
Q

EI - Staphylococcus aureus: onde está presente? A história clínica está relacionada a que?

A
  • Está na pele.

- História clínica: UDIVs, cateteres IV.

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12
Q

EI - Staphylococcus coagulase-negativos: cite os 3 representantes. Onde está presente? Causa infecção em q perfil de paciente? História clínica está relacionada a que?

A
  • S. hominis/S. epidermidis/S. saprophythicus.
  • Está na pele.
  • É menos agressivo que aureus, mas pode causar infecção em imunodeprimido.
  • História clínica: angiografia, hemodiálise, UDIVs.
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13
Q

EI - Streptococcus bovis: história clínica está relacionada a que? O que devemos investigar se vier positivo p/ S. bovis?

A
  • História clínica: neoplasias gastrintestinais, idosos.

- Se positivo, tem que investigar o intestino.

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14
Q

EI - HACEK: cite os germes desse grupo e fale onde estão presentes. Como é o crescimento deles? Causa EI aguda ou subaguda? História clínica está relacionada a que?

A
  • Haemophilus spp., Actinobacillus spp., Cardiobacterium hominis; Eikenella spp e Kingella spp. -> são todas Gram negativas, geralmente estão na orofaringe.
  • Raro, crescimento mt lento, difícil diagnóstico.
  • Causa EI subaguda.
  • História clínica: tratamento dentário, infecção do trato respiratório, UDIVs.
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15
Q

EI - Streptococcus pneumoniae: causa EI aguda ou subaguda? É mais frequente em q perfil de pacientes? Cite a tríade presente na SD de Austrian.

A
  • EI aguda, mais frequente em alcoólatras.

- SD de Austrian = endocardite + pneumonia + meningite.

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16
Q

EI - Fungos: cite o principal. Qual a história clínica relacionada?

A
  • Cândida.

- História clínica: próteses valvares, UDIVs, imunossuprimidos, cateteres IV de longa permanência.

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17
Q

EI - Enterococcus spp: causa EI aguda ou subaguda? Qual a história clínica relacionada?

A
  • Causa EI subaguda.
  • História clínica: inserção de cateteres urinários, neoplasias gastrintestinais, inserção ou retirada de DIU, íleo/transloc bact/urina-SVD.
18
Q

Agentes menos comuns de EI

A
  • Brucella: áreas endêmicas, consumo de leite contaminado, contato com animais infectados.
  • Coxiella burnetti - febre Q = trabalhadores de fazendas, exposição a roedores domésticos, consumo de leite cru, valvopatia prévia, área endêmica.
  • Bartonella sp. = desabrigados, alcoolismo, exposição a gatos.
  • Legionella sp. = em surtos, instituições, valvas protéticas, pnm.
  • Chlamydia sp. = pneumonia.
19
Q

EI em valva nativa: agentes mais frequentes?

A
  • Strepto grupo viridans.
  • Enterococcus spp.
  • Strepto bovis.
20
Q

EI em valva protética: quais os agentes mais frequentes?

A
  • Até 1 ano: Stap. epidermidis (SCN).

- Após 1 ano: strept viridans, enterococcus (subaguda, semelhante ao da valva nativa).

21
Q

EI Hospitalar: quais os agentes mais frequentes?

A
  • Stap. aureus
  • Stap. epidermidis (SCN)
  • Enterococcus spp (íleo/transloc bact/urina-SVD)
22
Q

Quadro clínico - EI

A
  • Febre (alta na aguda/baixa e persistente na subaguda).
  • Calafrios, sudorese, anorexia, perda de peso.
  • Esplenomegalia.
  • Sopro cardíaco.
  • Embolia (câmara D (para pulmão) / câmara E (SNC, extremidades) -> ocorre devido ao turbilhonamento).
  • Fenômenos periféricos (pela embolia) = hemorrágicos; imunológicos; embolização.
  • Espondilodiscite (pela embolia).
23
Q

Fenômenos periféricos - Hemorrágicos: cite os sinais presentes.

A
  • Petéquias (princ extremidades)
  • Hemorragia conjuntival
  • Hemorragias em lasca (unhas)
  • Lesões de Janeway: maculares, some a digitopressão e volta, não dolorosas, nas palmas/plantas de mãos/pés. Frequentemente causadas por S. aureus e secundárias a êmbolos sépticos.
24
Q

Fenômenos periféricos - Imunológicos: cite os sinais.

A
  • Hemorragia retiniana (por deposição de imunocomplexos).
  • Artrite/Artralgia.
  • Glomerulonefrite
  • Nódulos de Osler: dolorosos, inflamatórios, palpáveis, eritematosos, em polpas digitais mãos/pés.
25
Q

Fenômenos periféricos - Embolização: cite o que causa no vaso.

A
  • Aneurisma micótico: por embolia, há implantação de bactérias nos vasos, dilatando-os. Mais frequente em EI por Strepto viridans.
26
Q

Diagnóstico em EI: como é feito?

A
  • Suspeição clínica.
  • Hemocultura: 3 pares (1 aeróbia, 1 anaeróbia -> 3x) antes de iniciar ATB (e na bacteremia de preferência -> antes da febre). Obs.: se pensar em HACEK, deixar 15d a cultura.
  • ECO: TT -> se negativo, repita através do TE (sensibilidade maior).
27
Q

Critérios de DUKE: quantos são? Serve para que?

A
  • São 2 maiores e 5 menores.

- Me dá o diagnóstico clínico de EI.

28
Q

Critérios de DUKE: cite os critério maiores.

A

1- Microbiológicos (cultura):

  • 2 HMC positivas p/ patógenos típicos (S. viridans, S. aureus, S. bovis ou Enterococcus, HACEK) adquiridos na comunidade, sem um foco primário.
  • Hemoculturas persistentemente positivas com hemoculturas separadas por > 12h, ou 3 ou mais hemoculturas positivas com a 1ª e a última separadas por mais de 1h.
  • Cultura positiva p/ Coxiella burnetii ou IgG > 1:800.

2- Evidência de envolvimento endocárdico:

  • ECO: massa intracardíaca oscilante na valva, abscesso perianular, deiscência parcial nova de prótese valvar.
  • Nova regurgitação valvar, porém alteração de murmúrio ou sopro não é considerada suficiente.
29
Q

Critérios de DUKE: cite os critérios menores.

A

1- Febre ≥ 38 ºC.
2- Lesão cardíaca: predisponente ou uso de drogas injetáveis.
3- Fenômenos vasculares: embolia séptica, infartos pulmonares, lesões de Janeway, hemorragias conjuntivais, aneurisma micótico, sangramento intracraniano.
4- Fenômenos imunológicos: nódulos de Osler, presença de fator reumatóide, glomerulonefrite, manchas de Roth.
5- Achados microbiológicos: não preenchem critério maior ou evidência sorológica de micro-organismo consistente com EI.

30
Q

Comente sobre os “Critérios de DUKE Modificados”.

A

1- Definitiva:
- Critérios clínicos (2 critérios maiores OU 1 crit maior e 3 menores OU 5 crit menores) + Critérios patológicos (micro-organismo demonstrado por cultura ou análise histológica de vegetação, embolo séptico ou abscesso cardíaco confirmado por análise histológica demonstrando endocardite ativa). -> Quase 100% de chance de ser EI.
2- Provável: 1 critério maior e 1 menor OU 3 crit menores.
3- Rejeitada: se tem outro diagnóstico alternativo sólido; resolução do quadro em 4d ou menos de ATBterapia; nenhuma evidência de EI na cirurgia ou necrópsia. Não preenche os critérios para EI.

31
Q

Outros exames

A
  • RX de tórax: infiltrado pulmonar devido à embolização séptica.
  • ECG: pode ter BAV.
  • Fundo de olho: manchas de Roth.
  • TC de crânio: comprometimento por embolização.
  • Angiografia cerebral: aneurisma micótico.
32
Q

Tratamento empírico EI - duração

A
  • Realizar por 4-8 semanas (difícil ATB chegar na valva e parede).
33
Q

Tto empírico EI AGUDA em valva nativa

A

S. aureus.

- Oxacilina 2g, EV, 4/4h + Gentamicina 1mg/kg/d.

34
Q

Tto empírico EI AGUDA em UDIVs

A

S. aureus.

  • Oxacilina 2g, EV, 4/4h + Gentamicina 1mg/kg/d.
  • SE MRSA:
  • Vancomicina 1g, EV, 12/12h + Gentamicina 1mg/kg/d.
35
Q

Tto empírico EI SUBAGUDA em valva nativa

A

Strepto viridans ou Strepto bovis ou Enterococcus.
- Penicilina G Cristalina (4.000.000 UI, EV, 4/4h)
OU Ampicilina (2g, EV, 4/4h) + Gentamicina 1mg/kg/d.

36
Q

Tto empírico EI AGUDA ou SUBAGUDA com embolização séptica

A

S. aureus ou Streptococcus.

- Oxacilina 2g, EV, 4/4h + Penicilina G cristalina 4.000.000 UI, EV, 4/4h + Gentamicina 1mg/kg/d.

37
Q

Tto empírico EI em prótese valvar (< 1 ano)

A

S. aureus ou SCN (risco de resistência a Oxa - MRSA).

  • Vancomicina 1g, EV, 12/12h + Gentamicina 1mg/kg/d + Rifampicina 600mg/d.
  • Obs: usa Rifamp p/ potencializar, pq Vanco é pior pra penetrar valva.
38
Q

Tratamento direcionado por cultura

A

1- Strepto viridans: Penicilina Cristalina 4sem + Gentamicina 2sem.
2- Enterococcus sp: Ampicilina + Gentamicina 4sem OU Ceftriaxona + Ampicilina.
3- S. aureus: Oxacilina 4-6sem + Gentamicina 5d.
4- MRSA: Vancomicina + Gentamicina + Rifampicina 6-8sem.
5- S. pneumoniae: Penicilina G Cristalina 4sem.

39
Q

Tratamento cirúrgico

A

Indicações:

  • IC mod/grave por disf valvar.
  • Deiscência parcial instável de valva protética.
  • Bacteremia persistente, apesar da terapêutica.
  • EI por S. aureus em valva protética com complicações intracardíacas.
  • Febre persistente, ñ explicada, de mais de 10d, em endocardite de valvas protéticas com HCM negativa.
  • EI fúngica.
  • EI de valva protética.
40
Q

Quem são os pacientes de alto risco p/ desenvolver EI?

A
  • Valvas cardíacas protéticas.
  • Material prostético usado p/ reparo de valva como anel de plastia e cordoalhas substitutivas.
  • EI prévia.
  • Doença cardíaca congênita cianótica ñ tratada ou cirurgicamente tratada, mas com shunt residual ou regurgitação no sítio ou adjacente ao sítio da colocação do dispositivo protético corretivo.
  • Transplante cardíaco com regurgitação da valva.
41
Q

Quem precisa de profilaxia p/ EI?

A

Os pacientes de alto risco com procedimento no tecido gengival e região periodontal.

42
Q

Como é feita a profilaxia p/ EI?

A

*Amoxicilina 2g, DU, 1h antes do procedimento.
Se incapacidade de ingerir:
- Ampicilina 2g, IM ou EV, OU Cefazolina 1g, EV.
Se alergia à penicilina:
- Clindamicina 600mg, VO, 1h antes do procedimento, OU Cefalexina OU Cefadroxila 2g, VO, 1h antes do procedimento, OU Claritromicina OU Azitromicina, 500mg, VO, 1h antes do procedimento.