DIP Flashcards

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1
Q

Definição de DIP?

A

Doença inflamatória no trato genital superior (acima do orifício interno do colo uterino).

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Q

Etiologia de DIP?

A

Principais agentes: Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae (IST, os 2 podem coexistir ou estar presentes de forma isolada).
- Otros: Gardnerella (bactéria anaeróbia), Micoplasma, Ureaplasma, E. coli, Streptococcus agalactiae.

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3
Q

Qual o germe que causa DIP exclusivamente em usuárias de DIU?

A

Actinomyces israelii.

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4
Q

Fisiopatologia da DIP?

A

As bactérias ascendem pelo colo uterino e passam pela barreira existente ali (plug de muco protetor, que nem sempre é eficaz) -> inflamam a cavidade uterina -> inflamam a tuba uterina -> passam pelas fímbrias e podem formar abscessos entre a tuba e o ovário (abscessos tubo-ovarianos), e também inflamam a superfície peritoneal.

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5
Q

Qual o período preferencial p/ ascensão das bactérias na DIP e pq?

A

No período pós-menstrual, quando as condições locais de pH, abertura do orifício uterino e contratilidade uterina favorecem isso.

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6
Q

Cite fatores de risco para DIP.

A

Vulvovaginites ou cervicites concomitantes, múltiplas parcerias (mulher com parceiro único, mas com parceiro que tem múltiplas parceiras também), início precoce da vida sexual, nuliparidade, jovens, tabagismo, baixo nível socioeconômico, DIP prévia, DIU (somente 1º mês pós-inserção), uso de tampões e duchas vaginais, não uso de condom (principal).

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7
Q

Porque DIU é “FR” para DIP?

A

Ocorre em paciente já exposta ao patógeno, mas assintomática, e quando inserimos DIU levamos esse patógeno e ela desenvolve DIP (somente no 1º mês pós-inserção, portanto).

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8
Q

Porque o tabagismo é FR para DIP?

A

Prejudica mobilidade do movimento ciliar nas tubas uterinas.

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9
Q

Clínica (sintomas e EF) da DIP?

A
  • Pode ser assintomática.
  • Sintomáticas: dor pélvica, leucorreia purulenta (antes de causar DIP, essas bactérias causam cervicite), dispareunia profunda (há atrito do pênis na região inflamada).
    #Ao exame físico:
  • Dor à palpação dos anexos.
  • EE: secreção vaginal purulenta.
  • TV: DOR à mobilização do colo (paciente pula de dor).
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10
Q

Como é feito o diagnóstico de DIP?

A

Clínico!!!

- Obs.: diante a SUSPEITA CLÍNICA de DIP, o tratamento deve ser instituído sem demora.

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11
Q

DIP: cite os critérios maiores, menores e elaboradas. Diga como fechar o diagnóstico por eles.

A

Diagnóstico de DIP = 3 critérios maiores + 1 critério menor OU a presença de 1 critério elaborado.

1) Critérios maiores:
- Dor à palpação anexial;
- Dor à mobilização do colo uterino;
- Dor pélvica infrapúbica.
2) Critérios menores:
- Febre: temperatura oral > 38,3 °C ou temperatura axilar > 37,5 °C;
- Secreção vaginal e/ou endocervical purulenta;
- Massa pélvica;
- Leucocitose ao hemograma;
- Proteína C reativa elevada;
- Mais de cinco leucócitos por campo de aumento em secreção de endocérvice avaliada à microscopia;
- Comprovação laboratorial de infecção cervical por gonococo, Chlamydia ou Mycoplasma.
3) Critérios elaborados:
- Evidência histopatológica de endometrite;
- Presença de abscesso túbulo-ovariano ou no fundo de saco de Douglas aos exames de imagem;
- Laparoscopia evidenciando doença inflamatória pélvica.

*Prof disse que não cobram assim em residência.

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12
Q

Cite diagnósticos diferenciais de DIP.

A

Vulvovaginites e cervicites, pólipos, endometriose, torção de ovário, GE, abortamento, apendicite, diverticulite, litíase urinária, ITU, gastroenterite, nefrolitíase, DII.

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13
Q

Qual o tratamento ambulatorial de DIP?

A

Macete: DIP é Coisa Do Mal.

Ceftriaxona 500 mg (IM, dose única) + Doxiciclina 100 mg (1cp, VO, 12/12h, por 14 dias) + Metronidazol 500mg (2cp de 250mg, VO, 12/12h, por 14 dias).
- Alternativa: cefotaxima + doxiciclina + metronidazol. -> mesmas doses.

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14
Q

Indicações de internação?

A

Suspeita de abscesso tubo-ovariano, estado geral grave com náuseas/vômitos ou febre, falha do tratamento ambulatorial (72 horas), gestantes, intolerância aos ATB orais, possibilidade de outro diagnóstico (GE, apendicite).

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15
Q

Pacientes imunodeprimidas com DIP é critério de internação? Pq?

A

Não, antigamente, pacientes imunodeprimidas tinham que internar, devido a chance maior de desenvolver abscesso. Entretanto, foi visto que isso não justifica sua internação e atualmente pacientes imunodeprimidas não são mais consideradas um critério de internação.

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16
Q

Qual o tratamento hospitalar de DIP?

A

Ceftriaxona 1 g (EV, 1 x/dia, por 14 dias) + Doxiciclina 100 mg (1cp, VO, 12/12h, por 14 dias) + Metronidazol 400mg (EV, 12/12h, por 14 dias).
- Alternativa: gentamicina + clindamicina.

17
Q

Paciente usuária de DIU apresentando DIP: conduta quanto ao DIU?

A

Mantenha o DIU (MS).

  • Estudos novos demonstram que ao retirar o DIU há manipulação maior ainda do trato reprodutor e a chance de levar mais bactéria adiante é maior do que levar o DIU.
  • Mas, caso precise tirar o DIU, a remoção deve ser feita após 2 doses de ATB.
18
Q

Abscesso tubo-ovariano: o que é?

A

É um quadro de DIP grave, no qual há formação de abscesso entre a tuba e o ovário. Pode levar ao óbito.

19
Q

Abscesso tubo-ovariano: diagnóstico?

A

US TV. *Suspeitar quando não houver resposta ao tratamento.

20
Q

Abscesso tubo-ovariano: diagnósticos diferenciais?

A

GE, corpo lúteo hemorrágico.

21
Q

Abscesso tubo-ovariano: tratamento?

A
  • ATB hospitalar.
  • Se ruptura: drenar (pois é quadro de abdome agudo). Se não rompeu, não precisa drenar.
  • Tratamento cirúrgico: Laparoscopia ou Laparotomia.
22
Q

Abscesso tubo-ovariano: indicações cirúrgica?

A

Abdome agudo (rotura), massa que persiste ou aumenta após antibioticoterapia adequada, falha do tratamento clínico.

23
Q

Critérios para falha do ATB no abscesso tubo-ovariano?

A

Persistência ou início de febre; dor abdominal persistente ou com piora; aumento da massa pélvica; piora/persistência da leucocitose; sinais de sepse. Deve-se repetir o exame de imagem a cada 3 dias ou antes, em caso de piora clínica.
- Indicar tto cirúrgico.

24
Q

Cite complicações da DIP.

A
  • Infertilidade (bactéria pode obstruir tuba).
  • Aderências pélvicas (causa dor pélvica).
  • Hidrossalpinge (coleção de líquido dentro da tuba uterina).
  • Dor pélvica crônica.
  • Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis.
  • Gestação ectópica.
25
Q

O que é a síndrome de Fitz-Hugh-Curtis?

A

Sequela de DIP – bactérias caem na cavidade e fazem aderências na cápsula de Gleason hepática (Peri-hepatite) e pequenos abscessos na superfície hepática -> causa dor crônica no HD – Chlamydia é o principal causador

26
Q

Diferencie as características dos sintomas causados pelo gonococo x chlamydia.

A

A sintomatologia da N. gonorrhoeae é mais aguda e abrupta, enquanto os sintomas da C. trachomatis apresentam-se mais insidiosos, causando aderências pélvicas e abscessos tubo-ovarianos cronicamente.

27
Q

Como é feito tratamento do parceiro (DIP)?

A

Azitromicina (1g, VO, DU) + Ceftriaxona (500mg, IM, DU).

Alternativa a cef = Ciprofloxacino 500mg, 1x/d, por 3 dias.