Miocardite Flashcards
Miocardite - critérios diagnósticos
o Sintomas de IC com antecedente pessoal de síndrome viral.
o Marcadores cardíacos (CKMB e Tn) alterados, ou seja, a inflamação do miocárdio danifica miócitos.
o ECG: taquicardia sinusal; alterações no segmento ST (supra/infra), arritmias atriais ou ventriculares; bloqueio de ramo.
o ECO: aumento de câmaras, discinesias de paredes ventriculares, déficit sistólico (FE < 40%) ou diastólico ou trombo mural.
o Biópsia endomiocárdica: com infiltrado inflamatório associado a dano de miócitos. É padrão-ouro, mas tem indicação restrita.
Miocardite - epidemiologia
Maior prevalência no sexo masculino, em adultos jovens, sendo uma das principais causas de morte súbita em pacientes com menos de 40 anos e, também, em crianças.
Miocardite - principal causa
Infecções virais é o principal. Adenovírus, parvovírus B19, herpes simples, enterovírus, vírus da hepatite C, CMV e Epstein-Barr, coxsackie vírus B, HIV, rubéola, dengue, febre amarela, sarampo, varicela.
Miocardite - fisiopato
Processo inflamatório do miocárdio pelo dano direto dos miócitos pelo patógeno, ou dano causado por toxina (como difteria), e dano como resultado de reação imune induzida pela infecção. Pode ser localizado ou generalizado (por isso indicação de biópsia é restrita).
Miocardite: quem tem > susceptibilidade?
Imunocomprometidos (mulheres grávidas, pacientes com AIDS), idosos e história familiar.
Miocardite - clínica
Maioria dos casos é oligossintomática e não diagnosticada. Alguns casos, sintomas de IC progridem, pode ocorrer morte súbita.
Miocardite - diagnóstico
Suspeita clínica de miocardite -> biomarcadores (inflamação, necrose miocárdica, doenças infecciosas e autoimunes)/ECG/ECO/RMC -> biópsia endomiocárdica. CATE com DAC negativa -> biópsia endomiocárdica do VD -> análise histológica + imuno-histoquímica + pesquisa viral.
Miocardite - exames complementares
- ECG: taquicardia sinusal é o mais comum.
- RX de tórax: normal ou com aumento da área cardíaca.
- ECO: reforça o diagnóstico.
- Cintilografia com gálio 67.
- Biópsia endomiocárdica: padrão-ouro, porque vê o processo inflamatório na lâmina. Contudo, é pouco indicado pelo caráter migratório e focal das lesões .
Tratamento clínico - miocardite
Internação e monitorização cardíaca para evidenciar piora da IC, arritmias, distúrbios de condução ou êmbolos. Repouso no leito.
- Analgésico e antitérmicos.
- Restrição de sódio, administrar diuréticos/vasodilatadores, IECA, BB, espironolactona.
- Não há benefício comprovado de uso de antivirais.
- Interromper tabagismo e álcool.
- Anticoagulação: se êmbolos sistêmicos ou pulmonares; miocardite ativa e insuficiência de VE moderada pelo risco de eventos embólicos quando associados à FA.
- Casos com inflamação positiva e pesquisa viral positiva (biópsia) -> indicado administrar imunoglobulina interferon beta.
Miocardite fulminante - tto
Necessário o uso de inotrópicos, vasopressores, balão intra-aórtico e até transplante cardíaco.
- Realizar biópsia endomiocárdica (recomendação IIb: se confirmar infecção viral = usar imunoglobulina EV se ñ foi responsivo às medidas iniciais; se ñ for infecção viral = terapia imunossupressora se ñ foi responsivo às medidas iniciais).
Miocardite - Prognóstico
- Doença autolimitada, assintomática e sem deficiência orgânica cardíaca residual na maioria.
- Sintomáticos tem prognóstico ruim.
- Podem ter morte súbita.
Miocardiopatia hipertrófica - definição
Doença genética mais comum da cardiologia. É causada por mutações em genes que codificam proteínas pertencentes ao sarcômero.
Qual a causa mais comum de morte súbita em jovens?
Miocardiopatia hipertrófica.
Porque ocorre miocardiopatia hipertrófica?
Porque a via de saída do VE está estreitada durante a sístole devido ao septo hipertrofiado e o movimento anterior da valva mitral.
Tríade sintomática da miocardiopatia hipertrófica
Dispneia, precordialgia, síncope.
Sopro da miocardiopatia hipertrófica e manobras
Sopro sistólico rude crescendo-decrescendo logo após B1, melhor audível entre o foco mitral e a borda esternal esquerda baixa.
- Esse sopro diminui de intensidade na posição agachada ou handgrip e aumenta de intensidade quando paciente levanta ou valsalva. B4.
*Na hipertrofia septal, o coração bate as custas de retorno venoso e de aumento da RVP, logo, manobra de valsava/posição ortostática por diminuir o retorno venoso, piora a função cardíaca, aumentando sopro. Já handgrip que aumenta RVP e posição agachada que aumenta retorno venoso, melhoram função cardíaca e diminuem sopro.
Critérios de maior risco de morte súbita?
o HVE importante, com septo > 30mm. o História familiar de morte súbita. o EV frequentes e TVNS. o Síncope inexplicada. o Queda da PA ao esforço. o Variante genética (depende).
Miocardiopatia hipertrófica - tto
BB, diurético, antiarrítmicos (FA), miomectomia septal (qnd refratário ao tto clínico), alcoolização septal (injeção de álcool pela artéria septal com necrose do miocárdio hipertrofiado).
Indicações de CDI
Arritmia ventricular complexa, síncope inexplicada, antecedente familiar + morte subita, queda da PA com esforço e septo > 30mm.
Cite outras causas q ñ sejam virais da miocardite
o Infecções raras: infecção bacteriana (sífilis, TB, etc), fungos, protozoário (T. cruzi) ou metazoários.
o Causas não infecciosas: intoxicação por cocaína, álcool, antibióticos, quimioterápicos, toxina, reações de hipersensibilidade, doenças vasculares do colágeno, reações autoimunes, catecolaminas, metais pesados, arsênio, monóxido de carbono, atraciclinas, diuréticos, lítio, picada de insetos e cobras, etc.
Na cardiopatia chagásica, o comprometimento cardíaco está presente em 90% dos casos em fase aguda, usualmente benigno na grande maioria dos casos?
Sim.
Miocardite induzida por drogas - fisiopato
Há resposta de hipersensibilidade no qual são liberadas citocinas como interleucina 5 que estimulam eosinófilos, com aumento da resposta de hipersensibilidade e maior lesão miocárdica. Tem relação com predisposição genética.