Tumores hepáticos | Cistos e abscessos hepáticos Flashcards
Qual o nódulo hepático mais comum de todos? Ele é benigno ou maligno?
Hemangioma hepático. É um tumor benigno.
Complete:
1- No caso de cistos o fígado é previamente normal/alterado e paciente estará assintomático/sintomático.
2- Em caso de abscesso o fígado é previamente normal/alterado e assintomático/sintomático.
1- No caso de cistos teremos uma paciente com fígado previamente NORMAL (sem cirrose ou neoplasia) e ASSINTOMÁTICO.
2- Em caso de abscesso apesar de o fígado ser previamente NORMAL, teremos SINTOMAS inflamatórios e infecciosos.
O que é um cisto?
Cavidade com acúmulo de líquido, com epitélio de revestimento (se não tiver esse epitélio será denominado de pseudocisto).
Cite a classificação dos cistos hepáticos
- Cisto simples.
- Doença policística.
- Cistos parasitários: hidático.
- Cistos neoplásicos:
a) Primário: cistoadenoma, cistoadenocarcinoma, carcinoma de células escamosas.
b) Secundário: carcinoma de ovário, pâncreas, cólon, rim e tumor neuroendócrino. - Relacionados aos ductos:
a) Doença de Caroli.
b) Duplicação ductal biliar. - Cistos falsos:
a) Hematoma intra-hepático traumático.
b) Infarto intra-hepático.
c) Bilioma intra-hepático. - Cisto ciliado do intestino anterior.
Qual o cisto parasitário mais comum? Qual a causa?
Cisto hidático (equinococose hidática hepática). É uma zoonose causada pela larva do Echinococcus granulosus ou Echinococcus multilocularis.
Quais as características estruturais principais do cisto hidático?
Na maioria das vezes: cisto único, no lobo direito em situação posterossuperior, preenchido por material hialino.
Cisto hidático - complicações
Supurações, calcificações, compressão das estruturas, abertura para via biliar, perfurações e fistulizações.
Cisto hidático - diagnóstico (clínico/lab)
- Critérios clínicos: epidemiologia, febre, dor em HD, dor torácica e dispneia.
- Teste sorológico: não é essencial para o diagnóstico.
Cisto hidático - diagnóstico por imagem
US (sensib 90-95%) ou TC (sensib 95-100%).
Cisto hidático - tratamento
- Medicamentoso: albendazol, mebendazol ou praziquantel.
- Esquema PAIR: “punção, aspiração, injeção e re-aspiração”. -> Punciona e aspira o conteúdo do cisto, injeta álcool 90% ou solução salina a 15% e reaspira.
- Cirúrgico: drenagem apenas (tratamento incompleto) ou ressecção de todo o tecido do cisto e até hepatectomias (dependendo da localização).
Qual o cisto mais comum?
Cisto hepático simples (cisto não parasitário).
Características estruturais do cisto hepático simples
Contém líquido claro e NÃO se comunica com arvore biliar intra-hepática (conteúdo não é biliar), atinge até 5 cm (mas pode ocupar quase todo o parênquima hepático), podem ser múltiplos e são mais comuns no lobo D.
Cisto hepático simples - clínica e quem mais atinge
Assintomático, mais frequente em mulheres.
Cisto hepático simples - etiologia
Desconhecida, não apresenta relação com cistos de outros órgãos.
Cisto hepático simples - diagnóstico (método de eleição e achados)
US é o método de eleição: áreas aneoicas (preto), cheias de líquido, uniloculares, com forte reforço acústico posterior.
Cisto hepáticos simples - achados na TC e RNM
- TCs: lesão de atenuação aquosa, bem delimitada, que não realça em contraste.
- RNMs: hipossinal em T1 e hipersinal em T2.
Após achado de cisto hepático simples ao US, como realizar o controle?
Controle com US a cada 6 a 12 meses e se o cisto se mantiver estável por 2 a 3 anos, não haverá necessidade de seguimento.
Cisto hepático simples - tratamento? Método de eleição?
- Cisto simples assintomático não demanda tratamento específico!!
- Indicações: apenas para os sintomáticos (sintomas compressivos), devido ao tamanho do cisto ou em casos de icterícia, infecção, ruptura ou hemorragia.
- Método de eleição: destelhamento videolaparoscópico.
Qual a doença policística mais importante?
Doença de Caroli.
O que é a doença de Caroli? Quais suas características estruturais e o que ocasiona? Qual o principal fator de risco?
É uma doença das vias biliares, hereditária (anomalia congênita).
- Caracterizada por dilatações saculares multifocais e irregularidades dos ductos biliares intra-hepáticos, associadas ou não a fibrose hepática congênita, com consequente acúmulo e estase de bile, levando à formação de múltiplos cálculos de bilirrubinato de cálcio em colédoco e suas complicações, como a colangite.
- O principal fator de risco é a junção pancreatobiliar anormal (o colédoco e o ducto de Wirsung se juntam mais proximalmente, formando um longo ducto que originará a ampola de Vater).
Doença de Caroli - clínica e quem mais acomete
- Geralmente diagnosticada em adulto jovem. CRIANÇA.
- Clínica: tríade = icterícia + dor no QSD + massa palpável (apenas 10%). Maioria com dor biliar e icterícia flutuante.
Doença de Caroli - diagnóstico, tratamento e principal complicação
- Diagnóstico: se faz por US. Mas a RNM é de maior acurácia.
- Tratamento definitivo: transplante hepático. Se cistos apenas em um lobo hepático = lobectomia. Ambos os lobos = não há como curar a doença. CPT com extração dos cálculos + ATB p/ colangite associada.
- Complicação: colangicarcinoma. Outras: CA de VB, colangite, hepatolitíase, pancreatite aguda, cirrose biliar secundária.
O que são os cistoadenomas?
Neoplasia cística mucinosa do fígado (MCN).
- São cistos neoplásicos raros no parênquima hepática ou, menos frequentemente, nos ductos biliares extra-hepáticos.
Cistoadenomas - clínica e acomete mais quem?
- Mais comum em mulheres adultas.
- Clínica: sensação de massa em abdome superior e dor/desconforto abdominal. Mas pode ser assintomático.
Cistoadenoma - estrutura? Qnd suspeitar de malignidade?
- Epitélio é mais espesso, pode ter loculações e pode se transformar cistoadenocarcinoma.
- Suspeitar se: margens irregulares, forma oval, septações e calcificações, realce do meio de contraste à TC e RNM.
Cistadenomas - diagnóstico e achados
- US: lesão hipoecoica com paredes espessadas e irregulares com eventuais ecos internos representando debris e modularidades da parede.
- TC: massa de baixa atenuação, uni ou multilocular ou septada, com paredes espessadas e/ou irregulares (difere do cisto que não tem septações e parede é imperceptível).
- Não apresentam calcificações (diferindo do cisto hidático).
*É fechado por análise histopatológica.
Cistoadenomas - diagnósticos diferenciais
Neoplasias císticas mucinosas associadas a carcinoma invasor (cistoadenocarcinoma), cisto hidático e cisto simples.
Cistoadenomas - tratamento
Ressecção cirúrgica (hepatectomia, segmentectomia ou no mínimo ressecção com margem de 1 cm).
- Pois degeneração maligna ocorre em 15% dos casos e a diferenciação é virtualmente impossível, não saberei se é cistoadenoma ou cistoadenocarcinoma (por isso tratamento é cirúrgico).
Qual o tumor benigno mais comum do fígado?
Hemangioma hepático.
Hemangioma hepático - etiologia e associações, acomete mais quem? Tipos?
- Etiologia desconhecida, mas tem associação com contraceptivos orais e esteroides, que podem acelerar seu crescimento.
- Mais comum em mulheres.
- Pode ser congênito ou adquirido.
Hemangioma hepático - características estruturais
Origem mesenquimal, geralmente são solitários, periféricos, pequenos, compostos por massas de vasos sanguíneos ectasiados e enovelados.
- Hemangioma > 5 cm = hemangioma gigante.
- Podem ser múltiplos e chegar a > 20 cm.
Hemangioma hepático - clínica e evolução
Normalmente assintomático, geralmente é um achado de exame ultrassonográfico. Lesões sintomáticas são mais frequentes em tumores > 4 cm.
- Evolução benigna
Hemangioma hepático - complicações
Raras.
- Obstrutivos.
- Coagulopatia de consumo (SD de Kasabach-Merritt -> mais comum em bebê, tem hemangioma hepático congênito no qual forma-se um coágulo que leva ao consumo de fatores de coagulação – CIVD).
- Rotura: muito raro, o que acontece é que hemangiomas hepáticos deixam o fígado mais susceptível à sangramento pós-trauma por ruptura. É raro hemangioma ter ruptura espontânea.
- Não se maligniza.
Hemangioma hepático - exames lab
Função hepática normal, marcadores tumorais negativos.
Hemangioma hepático - conduta diagnóstica?
Pede-se USG primeiro e na suspeita de hemangioma, peça RNM (de preferência), TC ou cintilografia:
- Nódulo < 2 cm: USG 3, 6, 12 e 24 meses. Se a lesão permanecer estável, não é tumor maligno, é um hemangioma.
- Nódulo entre 2 a 5 cm: RNM.
- Nódulo > 5 cm: TC, cintilografia ou RNM, a cada 6 a 12 meses. E evitar trauma com esportes radicais.
Hemangioma hepático - achados do US e da RNM
- Inicialmente pede US. Achados: imagem hiperecogênica ou hiperecóica (branca) bem demarcada, com Doppler evidenciando vasos periféricos.
- Para confirmar = padrão-ouro é RNM. Achados: Hipersinal em T2 (em T2 tudo que é líquido fica branco brilhante = hemangioma, LCR, urina, etc). Na fase arterial, o contraste (gadolíneo) segue o mesmo padrão que a TC = preenchimento centrípeto (periferia p/ centro) e lento, que demora a lavar, com retenção do contraste.
Se observa massa lisa homogênea bem demarcada, com baixo sinal em T1 e sinal hiperintenso em T2,com imagem bastante característica (“em lua cheia”). - Outros exames: TC, cintilografia, angiografia.
Hemangioma hepático - achados na TC
Imagem hipodensa (preta) bem demarcada no fígado na fase não contrastada. Após injetar o contraste, ele faz enchimento arterial lento e centrípeto (da periferia para o centro). E após preencher todo o fígado e sair, tem retenção do contraste no hemangioma, que se torna isodensa ou hiperdensa. - Nas lesões pequenas é mais difícil esse preenchimento.
Hemangioma hepático - cintilografia com hemácias marcadas
Marca com radiofármaco aonde houver vasos sanguíneos: “área focal com retenção do radiofármaco”.
- Não é sensível para lesões pequenas.
Hemangioma hepático - angiografia seletiva do tronco = achados
- Invasivo.
- Mostra imagem típica de cottonwool (algodão “em ramo”).
Está indicado biópsia no hemangioma hepático? Justifique.
Contraindicado, pelo risco de hemorragia intraperitoneal e associação com hemorragias fatais.
Hemangioma hepático - vantagens e desvantagens do US
- Vantagens: É bom para lesões menores que 2 cm; não usa radiação; baixo custo e larga acessibilidade.
- Desvantagem: operador-dependente.
Hemangioma hepático - conduta terapêutica
- Expectante - Observação clínica.
- Realizar cirurgia SE sintomas comprovados (dor de difícil controle -> melhora em metade dos casos apenas), se dúvida diagnóstica, crescimento rápido, compressão de órgãos vizinho ou coagulopatia.
Qual o 2º tumor hepático benigno mais comum?
Hiperplasia nodular focal (HNF).
HNF - Etiologia
Etiologia desconhecida, mas acredita-se ser uma resposta hiperplásica a uma artéria anômala (ou seja, que o nódulo surja em cima de um vaso sanguíneo).
HNF - É mais comum em quem?
Em mulheres jovens (20-50 anos), em idade fértil. Interrogado associação com ACHO.
HNF - Clínica
Geralmente assintomática.
HNF - Características estruturais do nódulo
Nódulo hepático solitário e < 5 cm (em apenas UM local, diferente da cirrose, que tem múltiplos nódulos). Tem o tecido hepático completo, que sofre hiperplasia formando um nódulo.
HNF - características no anatomopatológico
Nódulo tem uma cicatriz fibrótica central que dá estrias radiais lineares (cicatriz contém uma grande artéria que se ramifica em múltiplas artérias menores, capta o contraste).
HNF - CITE os exames
US, TC, RNM, Angiografia.
HNF - Achados ao US
Lesão hiper, hipo ou isoecoica e a cicatriz central é vista em 20% dos casos.
HNF - Achados ao TC
Pré-contraste: lesão lobulada e bem delimitada, iso ou hipodensa com hipodensidade central (cicatriz - preta).
- Ao injetar contraste = fase arterial fica hiperdensa com cicatriz central hipodensa e na fase portal fica isodensa com cicatriz central hiperdensa (realce tardio).
HNF - Achados ao RNM
Lesão isointensa em T1 ou levemente hiperintensa em T2, com cicatriz central hiperintensa.
HNF - Achados ao Angiografia
Padrão hipervascular com lesão típica “em roda radiada”. Não usada mais.
HNF - Conduta? Justifique.
- Expectante - Observação clínica. Pq há baixo risco de complicações (não se rompe, não cresce, não se maligniza, assintomático).
- Tratamento cirúrgico: se duvida diagnóstica ou suspeita de adenoma.
*Obs: Não é necessário suspender contraceptivos orais, mas as pacientes que usarem devem ser seguidas com exames de imagem a cada 6-12 meses.
Adenoma hepático - o que é? Fatores de risco?
É o 3º tumor hepático benigno mais comum.
- Fatores de risco: ACHO, esteroides anabolizantes, DM, glicogenose tipo I e II, esteatose hepática.
Adenoma hepático - acomete mais quem?
Mais comum em mulheres jovens (20-40 anos), por causa do ACHO.
Adenoma hepático - características estruturais
Geralmente é uma lesão única, de 1 a 30 cm, localizada no lobo direito. Quando múltipla, é chamada de adenomatose (> 10 adenomas).
Adenoma hepático - tem risco de se malignizar?
Sim, tem risco de se malignizar -> adenocarcinoma.
Adenoma hepático - anatomopatológico
É um nódulo hipervascularizado, com cordões de hepatócitos benignos e grande quantidade de glicogênio e gordura (é mole), podendo ter hemorragia e necrose.
*Neoplasia com hepatócitos, mas ausência de fibrose, células de Kupffer e canalículos biliares.
Adenoma hepático - Clínica
Sintomas presentes em 50-75% dos casos = Dor no andar superior do abdome, massa abdominal palpável, hepatomegalia.
- Quando ocorre ruptura e sangramento, a hemorragia é subcapsular.