Síndromes infecciosas das VAI Flashcards

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1
Q

Bronquite: definição?

A

Inflamação da parede brônquica.

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2
Q

Bronquite: causas?

A
  • Inflamatórias: asma.
  • Pneumopatias crônicas: displasia broncopulmonar, bronquiectasias, fibrose cística, discinesia ciliar, tráqueo e broncomalácia.
  • Doenças crônicas: desordens da deglutição, DRGE, cardiopatia congênita e imunodeficiência.
  • Malformações congênitas: anéis vasculares (compressão extrínseca de estruturas de vias aéreas) e hemangiomas (compressão intrínseca).
  • Aspiração de corpo estranho.
  • Infecções: vírus, Chlamydia, Ureaplasma, Mycoplasma pneumonia, Bordetella pertussis e Mycobacterium tuberculosis.
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3
Q

Bronquite aguda: definição e evolução?

A

Síndrome de etiologia predominantemente viral, sendo a tosse o principal sintoma, podendo ter nasofaringite associada.
- Doença autolimitada.

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4
Q

Bronquite aguda: clínica?

A

Tosse protraída, coriza, obstrução nasal, sintomas constitucionais (inespecíficos), escarro pode ser purulento por causa da descamação do epitélio. Persistem por 1 a 3 semanas.

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5
Q

Bronquite aguda: devemos afastar qual diagnóstico?

A

É fundamental afastar pneumonia bacteriana.

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6
Q

Bronquite aguda: é efetivo o uso de supressores da tosse, anti-histamínicos e expectorantes?

A

Não são indicados supressores da tosse (pois embora causam alívio temporário, aumentam o risco de supuração secundários); nem anti-histamínicos e expectorantes.

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7
Q

Bronquite crônica: definição?

A

Entidade bem definida em adultos, caracterizada por tosse produtiva por 3 meses/ano ou mais durante no mínimo 2 anos.

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8
Q

Bronquite crônica: encontrado em que perfil de crianças?

A

Na infância, os casos de bronquite crônica são encontrados na fibrose cística, displasia broncopulmonar e bronquiectasias.

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9
Q

Qual é a causa mais frequente de hospitalizações em lactentes?

A

Bronquiolite.

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10
Q

Bronquiolite: definição?

A

Doença infecciosa, de etiologia predominantemente viral, mais incidente em lactentes menores de 24 meses (principalmente os menores de 6 meses), que resulta na obstrução inflamatória das pequenas vias aéreas inferiores (bronquíolos).

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11
Q

Bronquiolite: em que idade é mais grave?

A

Entre o 1º e 3º mês de vida.

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12
Q

Bronquiolite tem caráter sazonal. Como é no Brasil?

A

É mais comum no inverno e outono.

  • Norte: fevereiro a junho.
  • Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste: março a julho.
  • Sul: abril a agosto.
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13
Q

Bronquiolite: Os lactentes apresentam condições anátomo-fisiológicas das vias aéreas que os tornam mais vulneráveis aos processos de obstrução bronquiolar -broncoespasmo- e consequente sibilância, cite e comente-os

A
  • Resistência ao fluxo de ar é inversamente proporcional à quarta potência do raio (qualquer inflamação da mucosa e acumulo de secreção nas vias respiratórias corresponde a grande aumento na dificuldade de passagem do ar).
  • Parede torácica muito complacente do lactente: durante a inspiração, a pressão negativa exercida produza um colabamento das vias aéreas e consequente atelectasia.
  • Lactentes possui número aumentado de linfócitos, neutrófilos e, principalmente, mastócitos e eosinófilos no alvéolo, logo, a produção de mediadores inflamatórios (histamina, leucotrienos e interleucinas) é mais proeminente.
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14
Q

Bronquiolite: etiologia principal?

A

Vírus Sincicial Respiratório (VSR): responsável por mais de 50% dos casos.

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15
Q

Bronquiolite: cite outras causas além do VSR.

A

Rinovírus, Influenza, Parainfluenza, Adenovírus 7 e 21, Mycoplasma pneumoniae, metapneumovírus e o bocavírus humano (isolado ou em coinfecção com o VSR).

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16
Q

Bronquiolite: pode ter causa bacteriana?

A

Bactérias não causam bronquiolite, mas podem fazer infecções concomitantes – bronquiolite viral + coqueluche.

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17
Q

Bronquiolite: fatores de risco?

A

Sexo masculino, mães que fumaram durante a gestação, idade < 6 meses, baixo peso ao nascer, prematuridade, doença pulmonar crônica (broncodisplasia), desnutrição, aglomeração, aleitamento artificial, mães adolescentes.

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18
Q

Bronquiolite: quem é a fonte de infecção geralmente? Qual a forma de transmissão?

A
  • Fonte de infecção: membro da família ou outra criança em creche.
  • Forma de transmissão: contato com secreções da pessoa contaminada ou superfície de objetos contaminados. Obs.: aerossol não é uma via de contagio importante para o VSR.
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19
Q

Bronquiolite: tempo de sobrevida do VSR?

A
  • Mão: < 1 hora.

- Estetoscópio: até 24h.

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20
Q

Bronquiolite: fisiopatologia?

A

Obstrução inflamatória dos bronquíolos (edema, muco, acúmulo de fibrina e debris celulares) resultando em sibilância e em uma obstrução valvular, -> dificulta a eliminação do ar e aumenta o volume residual, com hiperinsuflação. Se a obstrução valvular for completa, o ar aprisionado será progressivamente reabsorvido, resultando em atelectasia.
- Consequência: hipoxemia, hipercapnia e acidose respiratória.

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21
Q

Bronquiolite: manifestações clínicas?

A
  • Pródromos (3-4 dias): sintomas leves de VAS, como espirros e rinorreias.
  • Gradualmente, o quadro respiratório deteriora: tosse paroxística, dispneia, sibilância, taquipneia (interfere na aceitação da dieta), irritabilidade, temperatura normal ou febre elevada (38,5º-39ºC).
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22
Q

Bronquiolite: exame físico?

A

Presença de sibilos difusos (inspiratórios ou bifásicos, dependendo do grau de obstrução) e estertores subcrepitantes, prolongamento do tempo expiratório, taquipneia, dispneia (BAN, retrações intercostais e subcostais).

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23
Q

Bronquiolite: apneia é mais frequente em que idade?

A

Lactentes < 2 meses.

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24
Q

Bronquiolite: relação entre taquipneia x hipoxemia/hipercapnia

A

A intensidade da taquipneia não se correlaciona com o grau de hipoxemia ou hipercapnia.

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25
Q

Bronquiolite: evolução?

A
  • Quadro é autolimitado, com resolução em 5-7 dias. Mas a tosse pode durar por até 2 semanas.
  • Algumas crianças apresentam episódios recorrentes de sibilância e desconforto respiratório por até 6 meses – síndrome pós-bronquiolite.
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26
Q

Bronquiolite: quem representa o grupo de risco?

A

Prematuros (≤ 36 semanas), baixo peso ao nascer, broncodisplásicos, cardiopatas, lactentes < 3 meses, defeito anatômico de via aérea, imunodeficiência, doença neurológica, e aqueles com SatO2 < 95% em repouso e FR > 70 irpm. Fatores externos/sociais: pais tabagistas, frequentador de berçário, gemelar, presença de irmão mais velho que frequenta escola.

*Tem maior chance de evoluir com bronquiolite grave.

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27
Q

Bronquiolite: diagnóstico?

A

Clínico.

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28
Q

Bronquiolite: se complicações, é importante solicitar exames lab e de imagem. Cite e comente os achados.

A
  • Radiografia de tórax: sinais de hiperinsuflação (aumento do diâmetro anteroposterior do tórax, retificação dos arcos costais e do diafragma e aumento da transparência pulmonar), infiltrados reticulonodulares e áreas de atelectasia.
  • Leucograma: não demonstra alterações geralmente, mas pode haver DE mesmo na ausência de infecções bacterianas (principalmente nas infecções por adenovírus).
  • Gasometria arterial: hipoxemia e hipercapnia.
  • Testes para vírus (imunofluorescência direta, PCR, cultura): a vantagem na identificação do vírus como agente etiológico é a redução da introdução de antibióticos nesses casos.
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29
Q

Bronquiolite: cite os diagnósticos diferenciais.

A
  • Asma (principal);
  • Coqueluche;
  • Fibrose cística;
  • Cardiopatias congênitas (hiperfluxo pulmonar);
  • DRGE;
  • Pneumonia bacteriana (febre elevada e presença de consolidação no RX a sugerem);
  • Aspiração de corpo estranho, malformações vasculares (anéis, hemangiomas), trauma, queimaduras, tumores, etc.
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30
Q

Bronquiolite x Asma: qual dos 2 é a principal causa de sibilância durante os 3 primeiros anos de vida?

A

Bronquiolite (infecção por VSR).

- Diagnóstico de asma antes dos 3 anos de idade é difícil.

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31
Q

Bronquiolite x Asma: qual a relação entre eles?

A

A infecção por VSR pode contribuir para o desenvolvimento de hiper-responsividade das vias aéreas (característica da asma). Mas é incerto se são os episódios recidivantes de bronquiolite na infância que predipõem asma no futuro, OU se a predisposição genética à asma que deixa o indivíduo vulnerável na lactância a tantos episódios de broncoespasmo.

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32
Q

Bronquiolite: cite os 3 modelos de bebê chiadores e sua frequência.

A
  • Grupo dos chiadores precoces transitórios (19,9%).
  • Grupo dos chiadores persistentes (13,7%):
  • Grupo dos chiadores tardios (15%).
  • A outra metade nunca terá nenhum episódio de broncoespasmo.
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33
Q

Grupo dos chiadores precoces transitórios: características?

A

São aqueles que tem no mínimo 1 episódio de broncoespasmo antes de 3 anos e depois nunca mais apresentarão sibilância.

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34
Q

Grupo dos chiadores persistentes (13,7%): características?

A

São aqueles que apresentam episódios recorrentes de sibilância antes dos 3 anos e, aos 6 anos, continuam sibilando.

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35
Q

Grupo dos chiadores tardios (15%): características?

A

São aqueles que não apresentaram broncoespasmo antes dos 3 anos, mas o fazer após os 6 anos.

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36
Q

Bronquiolite x Fibrose cística: o que diz a favor de fibrose cística?

A
  • Os sintomas de sibilância forem persistentes e refratários ao tratamento broncodilatador;
  • Houver dificuldade de ganho ponderal;
  • Sintomas de má absorção;
  • Anormalidade hidroeletrolíticas;
  • Baqueteamento digital, denotando doença pulmonar crônica.
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37
Q

Bronquiolite: tratamento? - (6 medidas indicadas 6 não indicadas)

A

É controverso, saber tudo p/ prova!

1- Suporte: controle da temperatura, aporte hídrico e nutricional, limpeza das VAS com salina fisiológica, oxigenoterapia.

a) Postura: cabeceira a 30º.
b) Oxigenoterapia: em caso de hipóxia (SatO2 < 92%), com oxigênio umificado e aquecido.
c) Nutrição: VO com cautela, se taquidispneia moderada -> sonda orogástrica/enteral; taquidispneia grave -> dieta 0 + hidratação EV.
d) Hidratação EV.
e) Antiviral (Ribavirina): indicada nos lactentes com cardiopatia congênita e naqueles com doença pulmonar crônica da prematuridade.

7- Nebulização com salina hipertônica: pode haver algum benefício.
8- Nebulização com beta-agonista: não está indicado. MAS, Nelson diz: pode fazer teste terapêutico se melhora, manter.
9- Nebulização com adrenalina: não indicado.
10- Corticoides inalatórios/orais: não indicado (afinal, se houver boa resposta pensaria em asma).
11- Antibióticos sistêmicos: não indicado, a menos que haja forte suspeita de coinfecção bacteriana.
12- Fisioterapia respiratória: não indicada.

38
Q

Bronquiolite: critérios de admissão hospitalar (SBP)? (7)

A
  • Sinais de toxemia, baixa ingesta alimentar, letargia e desidratação.
  • Desconforto respiratório moderado e/ou severo com pelo menos 1 destes sinais: BAN, retração intercostal, subcostal ou supraesternal, FR > 60 irpm, dispneia, cianose e SatO2 < 92% em AA.
  • Apneia.
  • Hipoxemia (SatO2 < 95%) com ou sem hipercapnia.
  • Incapacidade de tratamento domiciliar – indicação social.
  • Idade menor que 3 meses.
  • Presença de comorbidades – cardiopatia, fibrose cística, etc.
39
Q

Bronquiolite: critérios de admissão em UTI (SBP)?

A
  • Crianças que, apesar de estarem recebendo oxigênio a 50% tem paO2 < 60mmHg, paCO2 > 50 mmHg e pH < 7,25.
  • Crianças que, mesmo em uso de oxigênio a 50%, apresentam apneias associadas a SatO2 < 90%.
  • Crianças com episódios muito frequentes e rápidos de apneia – especialmente se menores de 6 meses.
40
Q

Bronquiolite: qual o período mais crítico e que complicações podemos ter nele?

A

São as primeiras 48-72 horas, quando pode ocorrer acidose metabólica, hipoxemia e falência respiratória.

41
Q

Bronquiolite: complicações da fase aguda?

A

Insuficiência respiratória, pneumotórax, atelectasias, infecção bacteriana secundária (otite média aguda, pneumonia), desidratação, pneumonia aspirativa.

42
Q

Bronquiolite: taxa de fatalidade é alta?

A

É < 1%.

43
Q

Bronquiolite: medidas de controle da transmissão?

A

Isolamento de casos confirmados e suspeitos, higiene das mãos, EPI.

44
Q

Bronquiolite: medidas de controle da infecção no ambiente hospitalar?

A
  • Desinfecção de estetoscópios e outros equipamentos; restrição das visitas; detecção oportuna de agentes etiológicos, coortes de isolamento.
  • RNs com quadro respiratório sugestivo: coloca-los em precaução de contato e gotícula.
45
Q

Bronquiolite: prevenção - imunização passiva - CITE?

A

Anticorpo monoclonal humanizado (Palivizumab – Synagis): somente este é comercialmente disponível.
- Imunoglobulina hiperimune contra o VSR (RespiGam).

46
Q

Bronquiolite: Palivizumab - dose e forma de aplicação (regiões do Brasil)?

A

Dose: 15 mg/kg, IM, aplicar mensalmente (total de 5 doses), iniciando-se 1 mês antes da estação associada a maior sazonalidade para infecção pelo VSR (Brasil -> Norte = entre janeiro a junho; Nordeste/Centro-Oeste/Sudeste = fevereiro a julho; Sul = março a agosto).

47
Q

Bronquiolite: Palivizumab - é fornecido gratuitamente pelo MS para os grupos de risco. Quem são?

A

1- Lactentes nascidos com IG de ≤ 28 semanas e 6 dias, no 1º ano de vida, durante a primeira sazonalidade do VSR. Obs.: SBP recomenda estender a profilaxia para prematuros que nasceram com 29 a 31 semanas e 6 dias.

2- Lactentes de até 1 ano, 11 meses e 29 dias, com doença pulmonar crônica da prematuridade (displasia broncopulmonar) ou cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica.

3- Lactentes no 1º ano de vida portadores de anormalidade pulmonares ou neuromusculares que alterem a capacidade de clareamento das secreções das VAS.

4- Menores de 24 meses que estão ou estarão com imunossupressão e/ou imunodeficiência profunda durante a sazonalidade do VSR.

48
Q

Bronquiolite: prevenção - imunização ativa?

A

NÃO HÁ VACINA para imunização ativa contra o VSR.

49
Q

Bronquiolite: prevenção - cite outras medidas além de Palivizumab.

A

Lavagem de mão, evitar locais fechados e aglomerados e creche nos primeiros meses de vida; evitar tabagismo passivo; aleitamento materno (passa anticorpos).

50
Q

Bronquiolite obliterante: definição? É comum?

A
  • É a obstrução crônica dos bronquíolos e pequenas vias aéreas.
  • É rara, e na infância é provocada por fibrose de bronquíolos após um insulto infeccioso agudo.
51
Q

Bronquiolite obliterante: etiologia?

A
  • Adenovírus é o principal (sorotipos 3, 7, 21).
  • Influenza, parainfluenza, sarampo, VSR, varicela, Mycoplasma pneumonia e B. pertussis.
  • Outras causas: pós-transplante de medula-óssea; doenças do tecido conjuntivo (AR juvenil, LES, esclerodermia, SD de Sjogren), inalação de fumaça tóxica (NO2 e NH3), aspiração (DRGE, corpos estranhos), drogas (penicilinamina e cocaína).
52
Q

Bronquiolite obliterante: fisiopatologia?

A

Após a inflamação aguda, ocorre processo de reparo anormal do epitélio respiratório com obstrução do lúmen dos bronquíolos terminais, bronquíolos respiratórios e ductos alveolares

53
Q

Bronquiolite obliterante: clínica e exame físico?

A
  • Episódios de recorrência de dispneia, tosse crônica e produção de escarro.
  • Exame físico: sibilos, estertores e hipoxemia.
54
Q

Bronquiolite obliterante: padrão-ouro para diagnóstico? Achados ao RX e espirometria?

A
  • Padrão-ouro: Biópsia pulmonar.
  • Radiografia de tórax: áreas irregulares de hipertransparência associadas à bronquiectasia (melhor definidas através da TC de tórax).
  • Espirometria: distúrbio ventilatório obstrutivo crônico.
55
Q

Bronquiolite obliterante: tratamento?

A

Uso prolongado de corticoides, imunomoduladores como sirulimus, tacrolimus e ciclosporina em aerossol podem ser usados. Mas não há terapia definitiva.

56
Q

Coqueluche: definição?

A

É uma infecção respiratória bacteriana que afeta as VAS, traqueia e brônquios, cuja marca clínica é a tosse paroxística. É uma doença de notificação compulsória

57
Q

Coqueluche: como é a taxa de transmissibilidade e índices de morbimortalidade?

A

Possui alta taxa de transmissibilidade e elevados índices de morbimortalidade, especialmente entre crianças pequenas (é uma das 10 causas mais comuns de óbito em < 1 ano).

58
Q

Coqueluche: agente etiológico?

A

Bordetella pertussis: maior parte dos casos. É um bacilo Gram negativo.

Obs.: B. parapertussi é um agente ocasional.

59
Q

Pq houve aumento dos casos de coqueluche em adultos? E lactentes?

A
  • Nem a doença natural, nem a vacinação completa garantem a imunidade duradoura e permanente. Após 3-5 anos da vacinação, os títulos de anticorpos protetores começam a declinar e após 10 anos, são praticamente inexistentes. Isso + a falta de “booster” natural (com a eficácia da vacina, a bactéria começou a circular menos, então o estímulo natural para produção de anticorpos deixou de existir) fez com que houvesse aumento dos surtos de coqueluche em idosos, adolescentes, adultos.
  • Perda da imunidade nas mães + redução da transferência de anticorpos via placentária = aumento na incidência de coqueluche nos lactentes (política pública: dTpa na gestação).
60
Q

Coqueluche: em que idade é mais grave?

A

Nos primeiros 6 meses de vida, com destaque para prematuros e lactentes não imunizados.

61
Q

Coqueluche: como é a transmissão?

A

Contato com gotículas de orofaringe eliminados pela fala, tosse e espirro do indivíduo contaminado.

62
Q

Coqueluche: período de incubação e de transmissibilidade?

A
  • Incubação: 7-21 dias.
  • Período de transmissibilidade: desde o 5º dia após o contato com o doente até a 3ª semana do início da crise paroxística, podendo chegar a 6 semanas nos lactentes < 6 meses.
63
Q

Coqueluche: em qual fase temos o período de maior transmissibilidade?

A

Fase catarral.

64
Q

Coqueluche: patogênese?

A

B. pertussis entra em contato com a mucosa respiratória do hospedeiro e se adere ao epitélio ciliado. A seguir, elimina toxinas e enzimas que irão deflagar a resposta imunológica do hospedeiro e provocar sintomas, elas paralisam os cílios do epitélio respiratório, causando diminuição na eliminação das secreções. Ocorre lesão do epitélio respiratório com destruição celular, hemorragias focais, edemas e infiltrando peribrônquico.

65
Q

Coqueluche: clínica - cite as 3 fases.

A

1) Fase catarral.
2) Fase paroxística.
3) Fase de convalescença.

66
Q

Coqueluche: Fase catarral - período? Características?

A
  • 1-2 semanas.
  • Sintomas leves como febre baixa, rinorreia, espirros, tosse e lacrimejamento (semelhante a resfriado).

*Obs.: fase de maior transmissibilidade; e nesta fase há intensa leucocitose (15.000 a 100.000 céls/mm³) com linfocitose.

67
Q

Coqueluche: Fase paroxística - período? Características?

A
  • 2-6 semanas.
  • Inicia-se com a intensificação da tosse e desaparecimento dos sintomas catarrais. Tosse é seca, irritativa e intermitente ou paroxística (ocorre em acessos ou crises – 5 a 10 tossidas em uma única expiração).

É uma criança aparentemente e que subitamente inicia acessos de tosse e durante isso o paciente coloca a língua para fora, fica com a face avermelhada ou cianótica pelo esforço, podendo ser acompanhadas por petéquias na face e pescoço, seguida por apneia ou vômitos. A seguir, ocorre inspiração forçada com a glote parcialmente fechada, o que gera um som de “guincho”.

  • Os paroxismos de tosse podem ocorrer até 30 vezes em 24 horas, principalmente à noite.
68
Q

Coqueluche: Fase de convalescença - período? Características?

A
  • 2-6 semanas.
  • Desaparecimento dos paroxismos de tosse e aparecimento da tosse comum, que pode prolongar-se por até 3 meses.
  • Nesse período, pode ocorrer exacerbação do quadro com novos paroxismos caso o paciente adquira alguma infecção respiratória concomitante.
69
Q

Coqueluche: Lactentes < 3 meses não apresentam as fases clássicas da doença. Como é a clínica?

A
  • Fase catarral pode durar poucos dias.
  • No lugar da tosse paroxística pode haver engasgos, dificuldade de respirar e pletora facial.
  • Pode ocorrer apneia e cianose sem tosse.
  • A tosse e o guincho podem se tornar mais típicos na fase de convalescença.
70
Q

Coqueluche: diagnóstico (MS) - casos suspeitos (< 6m; ≥ 6m; todos)?

A

1- Menores que 6 meses: independente do estado vacinal, qualquer criança que apresente tosse há mais de 10 dias associadas a pelo menos 1 dos demais: tosse paroxística – de 5 a 10 tosses curtas numa mesma expiração –, “guincho” inspiratório, engasgos, cianose, apneia e vômitos pós-tosse.

2- ≥ 6 meses: independente do estado vacinal, qualquer indivíduo com tosse de qualquer tipo há mais de 14 dias associada a pelo menos 1 dos demais: tosse paroxística – de 5 a 10 tosses curtas numa mesma expiração –, “guincho” inspiratório e vômitos pós-tosse.

3- Todo indivíduo: que apresente tosse por qualquer período com história de contato face a face com um caso confirmado pelo critério laboratorial.

71
Q

Coqueluche: diagnóstico (MS) - casos confirmados - critérios clínicos (< 6m; ≥ 6m); critérios clínico-epidemiológicos; critérios laboratoriais?

A

1- Critérios Clínicos:

a) Menores que 6 meses: independente do estado vacinal, qualquer criança que apresente tosse há mais de 10 dias associada a pelo 1 dos demais: tosse paroxística, “guincho” inspiratório, engasgos, cianose, apneia e vômitos pós-tosse.
b) ≥ 6 meses: independente do estado vacinal, qualquer indivíduo com tosse de qualquer tipo há mais de 14 dias associada a pelo menos 1 dos demais: tosse paroxística, “guincho” inspiratório e vômitos pós-tosse.

2) Critérios clínico-epidemiológicos:
Contato de um caso confirmado por cultura ou PCR no período de transmissibilidade.

3) Critérios laboratoriais:
Isolamento da B. pertussis por cultura da secreção da nasofaringe (após 3 semanas do início da tose, pode ser negativa) -> padrão-ouro ou identificação por PCR em tempo real.

72
Q

Coqueluche: qnd é útil o uso de testes sorológicos? Qnd surge IgG?

A
  • Útil na fase tardia da doença.

- IgG contra a toxina pertussis surge depois de 2 semanas do início da tosse.

73
Q

Coqueluche: qual o achado altamente sugestivo no hemograma?

A

Leucocitose com linfocitose (“reação leucemóide”).

Obs.:

  • Linfocitose absoluta (> 10.000): associado à positividade da cultura.
  • Leucocitose acentuada (> 60.000): se associa a maior gravidade.
74
Q

Coqueluche: achados na radiografia de tórax?

A
  • Pode ser normal em casos não complicados.
  • Lactentes internados pode ter infiltrado peri-hilar com aspecto de asa de borboleta (descrito como “coração borrado” ou “coração franjado”), espessamento peribrônquico ou atelectasias.
75
Q

Coqueluche: diagnósticos diferenciais?

A
  • Bronquiolite viral aguda, traqueobronquites, laringites.

- Síndrome “coqueluchoide”.

76
Q

Coqueluche: Síndrome “coqueluchoide” é causada por agentes que geram uma SD clinicamente similar à coqueluche. Cite-os.

A

Bordetella parapertussis, Mycoplasma pneumonia, Chlamydia trachomatis, Chlamydia pneumoniae e Adenovírus (1, 2, 3, 5)

77
Q

Coqueluche: cite as principais complicações.

A
  • Pneumonia é a principal, atelectasias, insuficiência respiratória.
  • Convulsões, encefalopatia aguda, hemorragias intracerebrais.
  • Hemorragias subconjuntivais, otite média, hérnias, desidratação, desnutrição.
78
Q

Complete:

“90% das mortes por coqueluche ocorrem nos pacientes menores de _ meses de vida, por ______. “.

A

90% das mortes por coqueluche ocorrem nos pacientes menores de 6 meses de vida, por insuficiência respiratória.

79
Q

Coqueluche: local de tratamento em < 1 ano/> 1 ano.

A
  • Menores de ano: ambiente hospitalar (risco de insuficiência respiratória).
  • Maiores de 1 ano: pode ser domiciliar.
80
Q

Coqueluche: tratamento?

A
  • Suporte: oxigenoterapia, hidratação e fisioterapia respiratória.
  • Droga de escolha: Azitromicina 1x/dia, por 5 dias.
  • Salbutamol VO, solução, não nebulização, nas 2 primeiras semanas do paroxismo e prednisolona durante 7 dias reduzem a intensidade dos acessos de tosse.
81
Q

Coqueluche: 2ª e 3ª opção terapêutica? Opção se intolerância aos macrolídeos?

A
  • 2ª opção: claritromicina 12/12h, por 7 dias. E, na sua ausência, eritromicina, 6/6h, por 7-14 dias.
  • Se intolerância aos macrolídeos: sulfametoxazol-trimetoprima. Mas ele é contraindicado em < 2 meses.
82
Q

ATB na fase catarral da coqueluche controlam a doença por completo, já quando o quadro de tosse já está bem estabelecido (paroxístico), os ATB pouco mudam o curso da doença, mas ainda assim são recomendados, porque?

A

Pois reduzem a transmissão.

83
Q

Julgue a afirmativa abaixo como correta ou incorreta:

“Mulheres no último mês de gravidez, puérperas e RN que tiveram contato com caso suspeito ou confirmado de coqueluche e que tiveram tosse por mais de 5 dias devem ser tratados independentemente da situação vacinal”.

A

Correto.

84
Q

Coqueluche: características dos paroxismos típicos que NÃO conferem risco de vida?

A

Duração < 45 segundos, rubor mas NÃO cianose, taquicardia, bradicardia (NÃO < 60 bpm em lactentes), dessaturação de oxigênio que se resolve espontaneamente, guincho ou esforço para autorrecuperação ao final do paroxismo, exaustão pós-tosse NÃO é acompanhada de perda de consciência.

85
Q

Coqueluche: sinais de alarme (4)?

A

Taquipneia (FR > 60 irpm), bradicardia (FC < 50 bpm), leucócitos > 50.000 células/mm³, hipóxia persistente após paroxismos.

86
Q

Coqueluche: qual é a principal estratégia de prevenção?

A

Vacina.

87
Q

Coqueluche: como é a vacinação em crianças? Gestante? Cite as vacinas disponíveis.

A
  • Penta aos 2, 4 e 6 meses de vida, com 1º reforço (DTP) aos 15 meses e 2º reforço entre os 4 anos e 6 meses.
  • Gestantes: MS orienta que deve receber 1 dose de dTpa a cada gestação a partir da 20ª semana de gestação ou vacinação no puerpério (até 45 dias após o parto). -> estimula booster para produção de Ac que serão passados para o RN.
  • Vacinas são: DTP (células inteiras), DTPa (acelular tipo infantil -> tem menor reatogenicidade) e dTpa (acelular tipo adulto).
88
Q

Coqueluche: DTP (células inteiras) está contraindicada a quem? (6)

A
  • Crianças com quadro neurológico em atividade;
  • Reação anafilática a doses anteriores;
  • Hipersensibilidade aos componentes da vacina;
  • Encefalopatia nos primeiros 7 dias após a aplicação de um dose anterior;
  • Convulsões até 72h após a administração da vacina;
  • Colapso circulatório, com choque ou episódio hipotônico-hiporresponsivo até 48h após a administração da vacina.
89
Q

Coqueluche: prevenção - como deve ser o isolamento para:
1- Pacientes internados com coqueluche?
2- Crianças e profissionais com coqueluche?
3- Nos casos em que não foram usados antibióticos?

A

1- Pacientes internados com coqueluche: isolamento por gotículas até 5 dias após o início do antibiótico.

2- Crianças e profissionais com coqueluche: deverão se ausentar de escolas e creches por 5 dias após o início do antibiótico.

3- Nos casos em que não foram usados antibióticos: o isolamento deve ser de 3 semanas a contar do início da tosse.

90
Q

Coqueluche: prevenção - quimioprofilaxia: para quem é indicada? Como deve ser feita?

A
  • Conforme TABELA (FOTO).

- Deve ser feita como o tratamento (macrolídeo).