Síndromes infecciosas das VAI Flashcards
Bronquite: definição?
Inflamação da parede brônquica.
Bronquite: causas?
- Inflamatórias: asma.
- Pneumopatias crônicas: displasia broncopulmonar, bronquiectasias, fibrose cística, discinesia ciliar, tráqueo e broncomalácia.
- Doenças crônicas: desordens da deglutição, DRGE, cardiopatia congênita e imunodeficiência.
- Malformações congênitas: anéis vasculares (compressão extrínseca de estruturas de vias aéreas) e hemangiomas (compressão intrínseca).
- Aspiração de corpo estranho.
- Infecções: vírus, Chlamydia, Ureaplasma, Mycoplasma pneumonia, Bordetella pertussis e Mycobacterium tuberculosis.
Bronquite aguda: definição e evolução?
Síndrome de etiologia predominantemente viral, sendo a tosse o principal sintoma, podendo ter nasofaringite associada.
- Doença autolimitada.
Bronquite aguda: clínica?
Tosse protraída, coriza, obstrução nasal, sintomas constitucionais (inespecíficos), escarro pode ser purulento por causa da descamação do epitélio. Persistem por 1 a 3 semanas.
Bronquite aguda: devemos afastar qual diagnóstico?
É fundamental afastar pneumonia bacteriana.
Bronquite aguda: é efetivo o uso de supressores da tosse, anti-histamínicos e expectorantes?
Não são indicados supressores da tosse (pois embora causam alívio temporário, aumentam o risco de supuração secundários); nem anti-histamínicos e expectorantes.
Bronquite crônica: definição?
Entidade bem definida em adultos, caracterizada por tosse produtiva por 3 meses/ano ou mais durante no mínimo 2 anos.
Bronquite crônica: encontrado em que perfil de crianças?
Na infância, os casos de bronquite crônica são encontrados na fibrose cística, displasia broncopulmonar e bronquiectasias.
Qual é a causa mais frequente de hospitalizações em lactentes?
Bronquiolite.
Bronquiolite: definição?
Doença infecciosa, de etiologia predominantemente viral, mais incidente em lactentes menores de 24 meses (principalmente os menores de 6 meses), que resulta na obstrução inflamatória das pequenas vias aéreas inferiores (bronquíolos).
Bronquiolite: em que idade é mais grave?
Entre o 1º e 3º mês de vida.
Bronquiolite tem caráter sazonal. Como é no Brasil?
É mais comum no inverno e outono.
- Norte: fevereiro a junho.
- Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste: março a julho.
- Sul: abril a agosto.
Bronquiolite: Os lactentes apresentam condições anátomo-fisiológicas das vias aéreas que os tornam mais vulneráveis aos processos de obstrução bronquiolar -broncoespasmo- e consequente sibilância, cite e comente-os
- Resistência ao fluxo de ar é inversamente proporcional à quarta potência do raio (qualquer inflamação da mucosa e acumulo de secreção nas vias respiratórias corresponde a grande aumento na dificuldade de passagem do ar).
- Parede torácica muito complacente do lactente: durante a inspiração, a pressão negativa exercida produza um colabamento das vias aéreas e consequente atelectasia.
- Lactentes possui número aumentado de linfócitos, neutrófilos e, principalmente, mastócitos e eosinófilos no alvéolo, logo, a produção de mediadores inflamatórios (histamina, leucotrienos e interleucinas) é mais proeminente.
Bronquiolite: etiologia principal?
Vírus Sincicial Respiratório (VSR): responsável por mais de 50% dos casos.
Bronquiolite: cite outras causas além do VSR.
Rinovírus, Influenza, Parainfluenza, Adenovírus 7 e 21, Mycoplasma pneumoniae, metapneumovírus e o bocavírus humano (isolado ou em coinfecção com o VSR).
Bronquiolite: pode ter causa bacteriana?
Bactérias não causam bronquiolite, mas podem fazer infecções concomitantes – bronquiolite viral + coqueluche.
Bronquiolite: fatores de risco?
Sexo masculino, mães que fumaram durante a gestação, idade < 6 meses, baixo peso ao nascer, prematuridade, doença pulmonar crônica (broncodisplasia), desnutrição, aglomeração, aleitamento artificial, mães adolescentes.
Bronquiolite: quem é a fonte de infecção geralmente? Qual a forma de transmissão?
- Fonte de infecção: membro da família ou outra criança em creche.
- Forma de transmissão: contato com secreções da pessoa contaminada ou superfície de objetos contaminados. Obs.: aerossol não é uma via de contagio importante para o VSR.
Bronquiolite: tempo de sobrevida do VSR?
- Mão: < 1 hora.
- Estetoscópio: até 24h.
Bronquiolite: fisiopatologia?
Obstrução inflamatória dos bronquíolos (edema, muco, acúmulo de fibrina e debris celulares) resultando em sibilância e em uma obstrução valvular, -> dificulta a eliminação do ar e aumenta o volume residual, com hiperinsuflação. Se a obstrução valvular for completa, o ar aprisionado será progressivamente reabsorvido, resultando em atelectasia.
- Consequência: hipoxemia, hipercapnia e acidose respiratória.
Bronquiolite: manifestações clínicas?
- Pródromos (3-4 dias): sintomas leves de VAS, como espirros e rinorreias.
- Gradualmente, o quadro respiratório deteriora: tosse paroxística, dispneia, sibilância, taquipneia (interfere na aceitação da dieta), irritabilidade, temperatura normal ou febre elevada (38,5º-39ºC).
Bronquiolite: exame físico?
Presença de sibilos difusos (inspiratórios ou bifásicos, dependendo do grau de obstrução) e estertores subcrepitantes, prolongamento do tempo expiratório, taquipneia, dispneia (BAN, retrações intercostais e subcostais).
Bronquiolite: apneia é mais frequente em que idade?
Lactentes < 2 meses.
Bronquiolite: relação entre taquipneia x hipoxemia/hipercapnia
A intensidade da taquipneia não se correlaciona com o grau de hipoxemia ou hipercapnia.
Bronquiolite: evolução?
- Quadro é autolimitado, com resolução em 5-7 dias. Mas a tosse pode durar por até 2 semanas.
- Algumas crianças apresentam episódios recorrentes de sibilância e desconforto respiratório por até 6 meses – síndrome pós-bronquiolite.
Bronquiolite: quem representa o grupo de risco?
Prematuros (≤ 36 semanas), baixo peso ao nascer, broncodisplásicos, cardiopatas, lactentes < 3 meses, defeito anatômico de via aérea, imunodeficiência, doença neurológica, e aqueles com SatO2 < 95% em repouso e FR > 70 irpm. Fatores externos/sociais: pais tabagistas, frequentador de berçário, gemelar, presença de irmão mais velho que frequenta escola.
*Tem maior chance de evoluir com bronquiolite grave.
Bronquiolite: diagnóstico?
Clínico.
Bronquiolite: se complicações, é importante solicitar exames lab e de imagem. Cite e comente os achados.
- Radiografia de tórax: sinais de hiperinsuflação (aumento do diâmetro anteroposterior do tórax, retificação dos arcos costais e do diafragma e aumento da transparência pulmonar), infiltrados reticulonodulares e áreas de atelectasia.
- Leucograma: não demonstra alterações geralmente, mas pode haver DE mesmo na ausência de infecções bacterianas (principalmente nas infecções por adenovírus).
- Gasometria arterial: hipoxemia e hipercapnia.
- Testes para vírus (imunofluorescência direta, PCR, cultura): a vantagem na identificação do vírus como agente etiológico é a redução da introdução de antibióticos nesses casos.
Bronquiolite: cite os diagnósticos diferenciais.
- Asma (principal);
- Coqueluche;
- Fibrose cística;
- Cardiopatias congênitas (hiperfluxo pulmonar);
- DRGE;
- Pneumonia bacteriana (febre elevada e presença de consolidação no RX a sugerem);
- Aspiração de corpo estranho, malformações vasculares (anéis, hemangiomas), trauma, queimaduras, tumores, etc.
Bronquiolite x Asma: qual dos 2 é a principal causa de sibilância durante os 3 primeiros anos de vida?
Bronquiolite (infecção por VSR).
- Diagnóstico de asma antes dos 3 anos de idade é difícil.
Bronquiolite x Asma: qual a relação entre eles?
A infecção por VSR pode contribuir para o desenvolvimento de hiper-responsividade das vias aéreas (característica da asma). Mas é incerto se são os episódios recidivantes de bronquiolite na infância que predipõem asma no futuro, OU se a predisposição genética à asma que deixa o indivíduo vulnerável na lactância a tantos episódios de broncoespasmo.
Bronquiolite: cite os 3 modelos de bebê chiadores e sua frequência.
- Grupo dos chiadores precoces transitórios (19,9%).
- Grupo dos chiadores persistentes (13,7%):
- Grupo dos chiadores tardios (15%).
- A outra metade nunca terá nenhum episódio de broncoespasmo.
Grupo dos chiadores precoces transitórios: características?
São aqueles que tem no mínimo 1 episódio de broncoespasmo antes de 3 anos e depois nunca mais apresentarão sibilância.
Grupo dos chiadores persistentes (13,7%): características?
São aqueles que apresentam episódios recorrentes de sibilância antes dos 3 anos e, aos 6 anos, continuam sibilando.
Grupo dos chiadores tardios (15%): características?
São aqueles que não apresentaram broncoespasmo antes dos 3 anos, mas o fazer após os 6 anos.
Bronquiolite x Fibrose cística: o que diz a favor de fibrose cística?
- Os sintomas de sibilância forem persistentes e refratários ao tratamento broncodilatador;
- Houver dificuldade de ganho ponderal;
- Sintomas de má absorção;
- Anormalidade hidroeletrolíticas;
- Baqueteamento digital, denotando doença pulmonar crônica.
Bronquiolite: tratamento? - (6 medidas indicadas 6 não indicadas)
É controverso, saber tudo p/ prova!
1- Suporte: controle da temperatura, aporte hídrico e nutricional, limpeza das VAS com salina fisiológica, oxigenoterapia.
a) Postura: cabeceira a 30º.
b) Oxigenoterapia: em caso de hipóxia (SatO2 < 92%), com oxigênio umificado e aquecido.
c) Nutrição: VO com cautela, se taquidispneia moderada -> sonda orogástrica/enteral; taquidispneia grave -> dieta 0 + hidratação EV.
d) Hidratação EV.
e) Antiviral (Ribavirina): indicada nos lactentes com cardiopatia congênita e naqueles com doença pulmonar crônica da prematuridade.
7- Nebulização com salina hipertônica: pode haver algum benefício.
8- Nebulização com beta-agonista: não está indicado. MAS, Nelson diz: pode fazer teste terapêutico se melhora, manter.
9- Nebulização com adrenalina: não indicado.
10- Corticoides inalatórios/orais: não indicado (afinal, se houver boa resposta pensaria em asma).
11- Antibióticos sistêmicos: não indicado, a menos que haja forte suspeita de coinfecção bacteriana.
12- Fisioterapia respiratória: não indicada.
Bronquiolite: critérios de admissão hospitalar (SBP)? (7)
- Sinais de toxemia, baixa ingesta alimentar, letargia e desidratação.
- Desconforto respiratório moderado e/ou severo com pelo menos 1 destes sinais: BAN, retração intercostal, subcostal ou supraesternal, FR > 60 irpm, dispneia, cianose e SatO2 < 92% em AA.
- Apneia.
- Hipoxemia (SatO2 < 95%) com ou sem hipercapnia.
- Incapacidade de tratamento domiciliar – indicação social.
- Idade menor que 3 meses.
- Presença de comorbidades – cardiopatia, fibrose cística, etc.
Bronquiolite: critérios de admissão em UTI (SBP)?
- Crianças que, apesar de estarem recebendo oxigênio a 50% tem paO2 < 60mmHg, paCO2 > 50 mmHg e pH < 7,25.
- Crianças que, mesmo em uso de oxigênio a 50%, apresentam apneias associadas a SatO2 < 90%.
- Crianças com episódios muito frequentes e rápidos de apneia – especialmente se menores de 6 meses.
Bronquiolite: qual o período mais crítico e que complicações podemos ter nele?
São as primeiras 48-72 horas, quando pode ocorrer acidose metabólica, hipoxemia e falência respiratória.
Bronquiolite: complicações da fase aguda?
Insuficiência respiratória, pneumotórax, atelectasias, infecção bacteriana secundária (otite média aguda, pneumonia), desidratação, pneumonia aspirativa.
Bronquiolite: taxa de fatalidade é alta?
É < 1%.
Bronquiolite: medidas de controle da transmissão?
Isolamento de casos confirmados e suspeitos, higiene das mãos, EPI.
Bronquiolite: medidas de controle da infecção no ambiente hospitalar?
- Desinfecção de estetoscópios e outros equipamentos; restrição das visitas; detecção oportuna de agentes etiológicos, coortes de isolamento.
- RNs com quadro respiratório sugestivo: coloca-los em precaução de contato e gotícula.
Bronquiolite: prevenção - imunização passiva - CITE?
Anticorpo monoclonal humanizado (Palivizumab – Synagis): somente este é comercialmente disponível.
- Imunoglobulina hiperimune contra o VSR (RespiGam).
Bronquiolite: Palivizumab - dose e forma de aplicação (regiões do Brasil)?
Dose: 15 mg/kg, IM, aplicar mensalmente (total de 5 doses), iniciando-se 1 mês antes da estação associada a maior sazonalidade para infecção pelo VSR (Brasil -> Norte = entre janeiro a junho; Nordeste/Centro-Oeste/Sudeste = fevereiro a julho; Sul = março a agosto).
Bronquiolite: Palivizumab - é fornecido gratuitamente pelo MS para os grupos de risco. Quem são?
1- Lactentes nascidos com IG de ≤ 28 semanas e 6 dias, no 1º ano de vida, durante a primeira sazonalidade do VSR. Obs.: SBP recomenda estender a profilaxia para prematuros que nasceram com 29 a 31 semanas e 6 dias.
2- Lactentes de até 1 ano, 11 meses e 29 dias, com doença pulmonar crônica da prematuridade (displasia broncopulmonar) ou cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica.
3- Lactentes no 1º ano de vida portadores de anormalidade pulmonares ou neuromusculares que alterem a capacidade de clareamento das secreções das VAS.
4- Menores de 24 meses que estão ou estarão com imunossupressão e/ou imunodeficiência profunda durante a sazonalidade do VSR.
Bronquiolite: prevenção - imunização ativa?
NÃO HÁ VACINA para imunização ativa contra o VSR.
Bronquiolite: prevenção - cite outras medidas além de Palivizumab.
Lavagem de mão, evitar locais fechados e aglomerados e creche nos primeiros meses de vida; evitar tabagismo passivo; aleitamento materno (passa anticorpos).
Bronquiolite obliterante: definição? É comum?
- É a obstrução crônica dos bronquíolos e pequenas vias aéreas.
- É rara, e na infância é provocada por fibrose de bronquíolos após um insulto infeccioso agudo.
Bronquiolite obliterante: etiologia?
- Adenovírus é o principal (sorotipos 3, 7, 21).
- Influenza, parainfluenza, sarampo, VSR, varicela, Mycoplasma pneumonia e B. pertussis.
- Outras causas: pós-transplante de medula-óssea; doenças do tecido conjuntivo (AR juvenil, LES, esclerodermia, SD de Sjogren), inalação de fumaça tóxica (NO2 e NH3), aspiração (DRGE, corpos estranhos), drogas (penicilinamina e cocaína).
Bronquiolite obliterante: fisiopatologia?
Após a inflamação aguda, ocorre processo de reparo anormal do epitélio respiratório com obstrução do lúmen dos bronquíolos terminais, bronquíolos respiratórios e ductos alveolares
Bronquiolite obliterante: clínica e exame físico?
- Episódios de recorrência de dispneia, tosse crônica e produção de escarro.
- Exame físico: sibilos, estertores e hipoxemia.
Bronquiolite obliterante: padrão-ouro para diagnóstico? Achados ao RX e espirometria?
- Padrão-ouro: Biópsia pulmonar.
- Radiografia de tórax: áreas irregulares de hipertransparência associadas à bronquiectasia (melhor definidas através da TC de tórax).
- Espirometria: distúrbio ventilatório obstrutivo crônico.
Bronquiolite obliterante: tratamento?
Uso prolongado de corticoides, imunomoduladores como sirulimus, tacrolimus e ciclosporina em aerossol podem ser usados. Mas não há terapia definitiva.
Coqueluche: definição?
É uma infecção respiratória bacteriana que afeta as VAS, traqueia e brônquios, cuja marca clínica é a tosse paroxística. É uma doença de notificação compulsória
Coqueluche: como é a taxa de transmissibilidade e índices de morbimortalidade?
Possui alta taxa de transmissibilidade e elevados índices de morbimortalidade, especialmente entre crianças pequenas (é uma das 10 causas mais comuns de óbito em < 1 ano).
Coqueluche: agente etiológico?
Bordetella pertussis: maior parte dos casos. É um bacilo Gram negativo.
Obs.: B. parapertussi é um agente ocasional.
Pq houve aumento dos casos de coqueluche em adultos? E lactentes?
- Nem a doença natural, nem a vacinação completa garantem a imunidade duradoura e permanente. Após 3-5 anos da vacinação, os títulos de anticorpos protetores começam a declinar e após 10 anos, são praticamente inexistentes. Isso + a falta de “booster” natural (com a eficácia da vacina, a bactéria começou a circular menos, então o estímulo natural para produção de anticorpos deixou de existir) fez com que houvesse aumento dos surtos de coqueluche em idosos, adolescentes, adultos.
- Perda da imunidade nas mães + redução da transferência de anticorpos via placentária = aumento na incidência de coqueluche nos lactentes (política pública: dTpa na gestação).
Coqueluche: em que idade é mais grave?
Nos primeiros 6 meses de vida, com destaque para prematuros e lactentes não imunizados.
Coqueluche: como é a transmissão?
Contato com gotículas de orofaringe eliminados pela fala, tosse e espirro do indivíduo contaminado.
Coqueluche: período de incubação e de transmissibilidade?
- Incubação: 7-21 dias.
- Período de transmissibilidade: desde o 5º dia após o contato com o doente até a 3ª semana do início da crise paroxística, podendo chegar a 6 semanas nos lactentes < 6 meses.
Coqueluche: em qual fase temos o período de maior transmissibilidade?
Fase catarral.
Coqueluche: patogênese?
B. pertussis entra em contato com a mucosa respiratória do hospedeiro e se adere ao epitélio ciliado. A seguir, elimina toxinas e enzimas que irão deflagar a resposta imunológica do hospedeiro e provocar sintomas, elas paralisam os cílios do epitélio respiratório, causando diminuição na eliminação das secreções. Ocorre lesão do epitélio respiratório com destruição celular, hemorragias focais, edemas e infiltrando peribrônquico.
Coqueluche: clínica - cite as 3 fases.
1) Fase catarral.
2) Fase paroxística.
3) Fase de convalescença.
Coqueluche: Fase catarral - período? Características?
- 1-2 semanas.
- Sintomas leves como febre baixa, rinorreia, espirros, tosse e lacrimejamento (semelhante a resfriado).
*Obs.: fase de maior transmissibilidade; e nesta fase há intensa leucocitose (15.000 a 100.000 céls/mm³) com linfocitose.
Coqueluche: Fase paroxística - período? Características?
- 2-6 semanas.
- Inicia-se com a intensificação da tosse e desaparecimento dos sintomas catarrais. Tosse é seca, irritativa e intermitente ou paroxística (ocorre em acessos ou crises – 5 a 10 tossidas em uma única expiração).
É uma criança aparentemente e que subitamente inicia acessos de tosse e durante isso o paciente coloca a língua para fora, fica com a face avermelhada ou cianótica pelo esforço, podendo ser acompanhadas por petéquias na face e pescoço, seguida por apneia ou vômitos. A seguir, ocorre inspiração forçada com a glote parcialmente fechada, o que gera um som de “guincho”.
- Os paroxismos de tosse podem ocorrer até 30 vezes em 24 horas, principalmente à noite.
Coqueluche: Fase de convalescença - período? Características?
- 2-6 semanas.
- Desaparecimento dos paroxismos de tosse e aparecimento da tosse comum, que pode prolongar-se por até 3 meses.
- Nesse período, pode ocorrer exacerbação do quadro com novos paroxismos caso o paciente adquira alguma infecção respiratória concomitante.
Coqueluche: Lactentes < 3 meses não apresentam as fases clássicas da doença. Como é a clínica?
- Fase catarral pode durar poucos dias.
- No lugar da tosse paroxística pode haver engasgos, dificuldade de respirar e pletora facial.
- Pode ocorrer apneia e cianose sem tosse.
- A tosse e o guincho podem se tornar mais típicos na fase de convalescença.
Coqueluche: diagnóstico (MS) - casos suspeitos (< 6m; ≥ 6m; todos)?
1- Menores que 6 meses: independente do estado vacinal, qualquer criança que apresente tosse há mais de 10 dias associadas a pelo menos 1 dos demais: tosse paroxística – de 5 a 10 tosses curtas numa mesma expiração –, “guincho” inspiratório, engasgos, cianose, apneia e vômitos pós-tosse.
2- ≥ 6 meses: independente do estado vacinal, qualquer indivíduo com tosse de qualquer tipo há mais de 14 dias associada a pelo menos 1 dos demais: tosse paroxística – de 5 a 10 tosses curtas numa mesma expiração –, “guincho” inspiratório e vômitos pós-tosse.
3- Todo indivíduo: que apresente tosse por qualquer período com história de contato face a face com um caso confirmado pelo critério laboratorial.
Coqueluche: diagnóstico (MS) - casos confirmados - critérios clínicos (< 6m; ≥ 6m); critérios clínico-epidemiológicos; critérios laboratoriais?
1- Critérios Clínicos:
a) Menores que 6 meses: independente do estado vacinal, qualquer criança que apresente tosse há mais de 10 dias associada a pelo 1 dos demais: tosse paroxística, “guincho” inspiratório, engasgos, cianose, apneia e vômitos pós-tosse.
b) ≥ 6 meses: independente do estado vacinal, qualquer indivíduo com tosse de qualquer tipo há mais de 14 dias associada a pelo menos 1 dos demais: tosse paroxística, “guincho” inspiratório e vômitos pós-tosse.
2) Critérios clínico-epidemiológicos:
Contato de um caso confirmado por cultura ou PCR no período de transmissibilidade.
3) Critérios laboratoriais:
Isolamento da B. pertussis por cultura da secreção da nasofaringe (após 3 semanas do início da tose, pode ser negativa) -> padrão-ouro ou identificação por PCR em tempo real.
Coqueluche: qnd é útil o uso de testes sorológicos? Qnd surge IgG?
- Útil na fase tardia da doença.
- IgG contra a toxina pertussis surge depois de 2 semanas do início da tosse.
Coqueluche: qual o achado altamente sugestivo no hemograma?
Leucocitose com linfocitose (“reação leucemóide”).
Obs.:
- Linfocitose absoluta (> 10.000): associado à positividade da cultura.
- Leucocitose acentuada (> 60.000): se associa a maior gravidade.
Coqueluche: achados na radiografia de tórax?
- Pode ser normal em casos não complicados.
- Lactentes internados pode ter infiltrado peri-hilar com aspecto de asa de borboleta (descrito como “coração borrado” ou “coração franjado”), espessamento peribrônquico ou atelectasias.
Coqueluche: diagnósticos diferenciais?
- Bronquiolite viral aguda, traqueobronquites, laringites.
- Síndrome “coqueluchoide”.
Coqueluche: Síndrome “coqueluchoide” é causada por agentes que geram uma SD clinicamente similar à coqueluche. Cite-os.
Bordetella parapertussis, Mycoplasma pneumonia, Chlamydia trachomatis, Chlamydia pneumoniae e Adenovírus (1, 2, 3, 5)
Coqueluche: cite as principais complicações.
- Pneumonia é a principal, atelectasias, insuficiência respiratória.
- Convulsões, encefalopatia aguda, hemorragias intracerebrais.
- Hemorragias subconjuntivais, otite média, hérnias, desidratação, desnutrição.
Complete:
“90% das mortes por coqueluche ocorrem nos pacientes menores de _ meses de vida, por ______. “.
90% das mortes por coqueluche ocorrem nos pacientes menores de 6 meses de vida, por insuficiência respiratória.
Coqueluche: local de tratamento em < 1 ano/> 1 ano.
- Menores de ano: ambiente hospitalar (risco de insuficiência respiratória).
- Maiores de 1 ano: pode ser domiciliar.
Coqueluche: tratamento?
- Suporte: oxigenoterapia, hidratação e fisioterapia respiratória.
- Droga de escolha: Azitromicina 1x/dia, por 5 dias.
- Salbutamol VO, solução, não nebulização, nas 2 primeiras semanas do paroxismo e prednisolona durante 7 dias reduzem a intensidade dos acessos de tosse.
Coqueluche: 2ª e 3ª opção terapêutica? Opção se intolerância aos macrolídeos?
- 2ª opção: claritromicina 12/12h, por 7 dias. E, na sua ausência, eritromicina, 6/6h, por 7-14 dias.
- Se intolerância aos macrolídeos: sulfametoxazol-trimetoprima. Mas ele é contraindicado em < 2 meses.
ATB na fase catarral da coqueluche controlam a doença por completo, já quando o quadro de tosse já está bem estabelecido (paroxístico), os ATB pouco mudam o curso da doença, mas ainda assim são recomendados, porque?
Pois reduzem a transmissão.
Julgue a afirmativa abaixo como correta ou incorreta:
“Mulheres no último mês de gravidez, puérperas e RN que tiveram contato com caso suspeito ou confirmado de coqueluche e que tiveram tosse por mais de 5 dias devem ser tratados independentemente da situação vacinal”.
Correto.
Coqueluche: características dos paroxismos típicos que NÃO conferem risco de vida?
Duração < 45 segundos, rubor mas NÃO cianose, taquicardia, bradicardia (NÃO < 60 bpm em lactentes), dessaturação de oxigênio que se resolve espontaneamente, guincho ou esforço para autorrecuperação ao final do paroxismo, exaustão pós-tosse NÃO é acompanhada de perda de consciência.
Coqueluche: sinais de alarme (4)?
Taquipneia (FR > 60 irpm), bradicardia (FC < 50 bpm), leucócitos > 50.000 células/mm³, hipóxia persistente após paroxismos.
Coqueluche: qual é a principal estratégia de prevenção?
Vacina.
Coqueluche: como é a vacinação em crianças? Gestante? Cite as vacinas disponíveis.
- Penta aos 2, 4 e 6 meses de vida, com 1º reforço (DTP) aos 15 meses e 2º reforço entre os 4 anos e 6 meses.
- Gestantes: MS orienta que deve receber 1 dose de dTpa a cada gestação a partir da 20ª semana de gestação ou vacinação no puerpério (até 45 dias após o parto). -> estimula booster para produção de Ac que serão passados para o RN.
- Vacinas são: DTP (células inteiras), DTPa (acelular tipo infantil -> tem menor reatogenicidade) e dTpa (acelular tipo adulto).
Coqueluche: DTP (células inteiras) está contraindicada a quem? (6)
- Crianças com quadro neurológico em atividade;
- Reação anafilática a doses anteriores;
- Hipersensibilidade aos componentes da vacina;
- Encefalopatia nos primeiros 7 dias após a aplicação de um dose anterior;
- Convulsões até 72h após a administração da vacina;
- Colapso circulatório, com choque ou episódio hipotônico-hiporresponsivo até 48h após a administração da vacina.
Coqueluche: prevenção - como deve ser o isolamento para:
1- Pacientes internados com coqueluche?
2- Crianças e profissionais com coqueluche?
3- Nos casos em que não foram usados antibióticos?
1- Pacientes internados com coqueluche: isolamento por gotículas até 5 dias após o início do antibiótico.
2- Crianças e profissionais com coqueluche: deverão se ausentar de escolas e creches por 5 dias após o início do antibiótico.
3- Nos casos em que não foram usados antibióticos: o isolamento deve ser de 3 semanas a contar do início da tosse.
Coqueluche: prevenção - quimioprofilaxia: para quem é indicada? Como deve ser feita?
- Conforme TABELA (FOTO).
- Deve ser feita como o tratamento (macrolídeo).