Doenças cerebrovasculares Flashcards

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1
Q

As doenças cerebrovasculares são a 2ª causa de mortalidade e a principal causa de morbidade no Brasil e no mundo. Como elas podem ser divididas?

A
  1. Assintomáticas.
  2. Disfunções cerebrais focais:
    a. Ataque isquêmico transitório (AIT).
    b. Acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI).
  3. Acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH).
    a. Hemorragia intraparenquimatosa.
    b. Hemorragia subaracnoide (HSA).
  4. Demência vascular.
  5. Encefalopatia hipertensiva.
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2
Q

AIT - Definição

A

Déficit neurológico (encefálico, medular ou retiniano) agudo, de origem vascular, transitório, sem lesão tecidual à neuroimagem.

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3
Q

AIT - dura quanto tempo geralmente?

A

A grande maioria dos AITs reverte-se em até 60 minutos e a duração é de 1 a 10 minutos em 80% dos casos.

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4
Q

AIT - principais causas

A

Oclusão do vaso por embolo de origem de placa de ateroma ou embolo de origem cardíaca.

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5
Q

AIT - há chance de evoluir com AVCI?

A

Emergência medica, pois 10-20% dos pacientes poderão evoluir com AVCI em 90 dias, sendo 50% destes nas primeiras 48h e 1/3 em 5 anos.

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6
Q

Escore de ABCD2 - Predição de AVC (escores versus risco de AVCI em 48h)

A
  • Age > 60y: 1 ponto.
  • Blood pressure > 140x90 mmHg: 1 ponto.
  • Clínica:
    • 2 pontos: hemiparesia.
    • 1 ponto: distúrbio de linguagem sem hemiparesia.
  • Duração:
    • 2 pontos: 60 minutos.
    • 1 ponto: 10 a 60 minutos.
    • 0 pontos: < 10 minutos.
  • Diabetes: 1 ponto.

Predição de AVC (escores versus risco de AVCI em 48h): 0 a 1 = 0%; 2 a 3 = 1,3%; 4 a 5 = 4,1%; 6 a 7 = 8,1%.

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7
Q

AVC - Definição? Cite os 2 tipos e diga qual é o mais grave e qual é o mais comum.

A
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC) é clinicamente definido pela presença de déficit neurológico de instalação súbita.
  • Pode ser: hemorrágico (+ grave) ou isquêmico (+ comum).
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8
Q

Cite as escalas de triagem para avaliação do AVC

A
  • FAST (Face, Arms, Speak Test, Time).
  • Escala de Cincinnati.
  • LAPSS (Los Angeles Prehospital Stroke Screen)
  • ROSIER (Recognition of Stroke in Emergency Room) - mais recente.
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9
Q

AVC - Causa de mortalidade mundial/Brasil? Causa de incapacidade?

A
  • É a 3ª causa de mortalidade no mundo e a 1ª causa de mortalidade no Brasil.
  • É a principal causa de incapacidade se não tratado adequadamente – 70% não retornam ao trabalho.
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10
Q

AVEI - definição

A

Episódio de disfunção neurológica decorrente de isquemia focal cerebral ou retiniana, com sintomas típicos que duram mais do que 24 horas e com lesão em exames de imagem, como TC ou RM de crânio.

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11
Q

AVEI x AIT = diferença e semelhança

A

Diferença é que em AVEI temos a evidencia de lesão tecidual em exame de imagem e persistência dos sinais clínicos. Mas ambos são espectros de uma mesma doença vascular isquêmica encefálica, com a mesma fisiopatologia.

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12
Q

Suspeita clínica rápida de AVCI (FAST)

A
  • Face: alguma alteração na face (pedir pra sorrir).
  • Arms: diferença entre a altura dos braços elevados.
  • Speak: alteração na fala.
  • Time: horário do início dos sintomas (agir rápido).
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13
Q

Fatores de risco não modificáveis

A
  • Idade: > 50 anos.
  • Sexo: masculino tem mais risco que feminino (incidência em mulheres tem aumentado).
  • Etnia: negros e asiáticos têm risco elevado.
  • Hereditariedade: paciente com familiar de 1º grau com história de AVE.
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14
Q

Fatores de risco modificáveis (14)

A

HAS (principal), FA, DM, estenose carotídea (> 50%), AIT prévio, dislipidemia, tabagismo, etilismo, sedentarismo, obesidade abdominal, dieta pobre em vegetais/grãos e rica em carnes/ovos/frituras, apneia do sono, migrânea (enxaqueca com aura), estresse psicossocial e depressão.

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15
Q

AVEI - Fisiopatologia

A
  • Ocorre devido à redução do fluxo sanguíneo para determinada área do encéfalo gerando isquemia com necrose e perda do tecido cerebral.
  • Redução do fluxo ocorre por:
     Redução global de sangue ao encéfalo.
     Obstrução de uma artéria cerebral por: embolo (arterioarterial ou cardíaco), trombose arterial ou vasculite (inflamação nos vasos).
    Obs: infarto = irreversível; penumbra = reversível.
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16
Q

AVEI - Etiopatogenia

A

1- Embólico (+ comum): cardioembólico e arterioembólico.
2- Trombótico: lacunar e trombose in situ de grandes e médios vasos.
3- Criptogênico: sem fonte evidente de êmbolo. Teoria: embolia paradoxal ou ateromatose aórtica.

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17
Q

Mecanismo Cardioembólico - causas

A
  • Arritmias: fibrilação atrial.
  • Cardiopatias dilatadas: diminuem a capacidade de contratilidade, podendo gerar estase sanguínea e formação do trombo.
  • IAM.
  • Trombo nas valvas: pode ser placa, vegetação, trombo em prótese, mixoma, placa na aorta.
  • Êmbolos.
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18
Q

Qual a conduta da persistência de forame oval patente em relação ao AVE?

A

O forame oval patente terá que ser fechado cirurgicamente se ele tiver tamanho e fluxo grande, e formação de aneurismas que propiciem a formação de trombo.

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19
Q

Mecanismo Cardioembólico - profilaxia secundária

A

Uso de anticoagulantes: inibidores da vitamina K (Marevan) ou os NOACS (ex.: apixabana e dabigatrana. Proscrito: rivaroxabana pelo risco de sangramento intracraniano).

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20
Q

Vantagem/desvatangem dos NOACS (cardioembólico)

A
  • Vantagem dos NOACS: não precisa de medições rotineiras do RNI.
  • Desvantagem dos NOACS: impossibilidade da reversão da anticoagulação de maneira rápida. Mas recentemente foi lançado o anticorpo monoclonal antidabigatrana, que ainda não está largamente disponível.
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21
Q

Mecanismo ateroembólico - principais artérias acometidas? Como investigar? Conduta?

A
  • Placa instável em carótida interna (principalmente na origem) ou vertebral.
  • Importante investigar com Doppler de carótidas, angiotomografia, angiorresonância ou arteriografia.
  • Estenose de carótida interna ≥ 70 = endarterectomia carotídea ou angioplastia carotídea com stent como profilaxia secundária.
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22
Q

Mecanismo ateroembólico - profilaxia secundária para vasos intracranianos

A

Dupla antiagregação por 3 meses.

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23
Q

Mecanismo Lacunares - o que é? Localização cerebral típica? Relação com demência vascular?

A

Trata-se da oclusão de artérias de pequeno calibre, levando à pequenos infartos (< 1,5 cm ou 15 mm), conhecido como lacunar. Típico da HAS.

  • Localização cerebral típica: cápsula interna (principal), centro semioval, coroa radiada ou ponte.
  • Pacientes com AVC’s lacunares são mais susceptíveis à ter demência vascular.
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24
Q

Cite as síndrome lacunares e as artérias acometidas.

- Clínica de lacunar (medcurso)

A

a) Hemiparesia motora pura: comprometimento das artérias lenticuloradiadas.
b) Síndrome sensitiva pura: oclusão das talamoperfurantes.
c) Hemiparesia atáxica: oclusão das artérias perfurantes pontinas ou lenticuloestriadas.
d) Síndrome de disartria e mão desajeitada ou síndrome sensitivo-motora: oclusão das talamogeniculadas.

  • Medcurso: lacunar = área pequena = só capsula interna = só hemiplegia.
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25
Q

Mecanismo Lacunares - profilaxia secundária

A

Controle de fatores de risco cardiovasculares, uso de anti-HAS e estatinas. Obs: ACO não indicados e AAS é prescrito mas o tratamento é incerto.

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26
Q

Mecanismo Dissecção arterial - associações (idade, doenças)

A

Geralmente é em paciente jovem e pode estar associado à esporte ou movimento brusco do pescoço (não é a causa, etiologia é desconhecida). Acredita-se que pessoas com colagenose tem maior risco (parede arterial mais fraca).

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27
Q

Mecanismo Dissecção arterial - artérias mais acometidas

A

Vertebral e Carótida.

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28
Q

Mecanismo Dissecção arterial - manifestações gerais

A

Cefaleia, dor cervical, vertigem.

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29
Q

Mecanismo Dissecção arterial - pq causa o AVE?

A

Camada da artéria se rompe e forma um hematoma formando assim uma estenose no vaso. Dessa forma, a estenose pode gerar HIPOFLUXO cerebral ou o hematoma pode trombosar e gerar EMBOLIZAÇÃO que oclui uma artéria cerebral.

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30
Q

Doença de moyamoya - causa AVEI mais m quem e qual o mecanismo?

A

Estenose progressiva das porções terminais das artérias carótidas internas e do tronco principal das artérias cerebral anterior e média. Causa AVE em criança, adolescente e adulto.

31
Q

Cite outras causas de AVEI além dos mecanismos citados nos outros flash

A

Vasculite, doenças hematológicas, linfoma e leucemia, trombocitose essencial e policitemia vera, anemia falciforme.

32
Q

Território mais afetado é o ramo superior da artéria cerebral média - Clínica?

A

Hemiparesia/plegia, paralisia facial e hemianestesia contralaterais à lesão + desvio da língua para o lado plégico + desvio do olhar conjugado para o outro lado + apraxia do membro superior contralateral.
- Se hemisfério dominante (esquerdo geralmente) = também afasia motora (Broca). Ou seja, afasia de Broca se associa a hemiparesia à D.

33
Q

Síndrome clínica: Hemiparesia alterna

A

Recebe esse nome pois ela “alterna o lado do déficit motor”.

  • Hemiplegia à direita.
  • Paralisia facial central à esquerda (nervo facial – VII).
  • Paralisa do IV e do VI nervos à esquerda.
34
Q

Síndrome clínica: Marie-Foix (lesão lateral da ponte)

A
  • Hemiataxia cerebelar ipsilateral.
  • Hemiparesia contralateral.
  • Hemi-hipoestesia contralateral térmico-dolorosa.
35
Q

Síndrome clínica: Weber (lesão no pedúnculo mesencefálico)

A
  • Hemiparesia contralateral completa (facio-braquio-cural).

- Paralisia do nervo III ipsilateral.

36
Q

Síndrome clínica: Benedikt (síndrome do núcleo rubro, infarto do tegmento do mesencéfalo)

A
  • Paralisia do nervo III ipsilateral.
  • Hemiataxia/tremor cerebelar ou hemicoreia contralateral (lesão do núcleo rubro).
  • Hemiparesia contralateral (lesão de trato corticospinal no pedúnculo cerebral).
37
Q

Síndrome clínica: Parinaud (lesão na região posterior do 3º ventrículo e mesencéfalo dorsal superior)

A
  • Comprometimento do olhar para cima.
  • Nistagmo de convergência-retração.
  • Sinal de Collier – PROVA: retração palpebral (dá impressão de que é uma exoftalmia, mas é retração).
  • Pode ter pupilas tectais.
  • Sinal do “sol poente”.
38
Q

Síndrome clínica: Síndrome de Gerstmann: lesão no giro angular do hemisfério cerebral dominante (geralmente o esquerdo). “Síndrome dos A’s”

A
  • Agrafia: dificuldade/incapacidade de se expressar pela escrita.
  • Acalculia: dificuldade/incapacidade de compreender matemática.
  • Agnosia digital: incapacidade de distinguir os dedos na mão.
  • Alteração da orientação em relação à esquerda e à direita.
39
Q

Síndrome clínica: Síndrome de Wallenberg?

A
  • É uma das mais comuns. Há acometimento da parte lateral do bulbo.
  • Déficit facial do lado à esquerda.
  • Déficit motor em MMSS e MMII à direita.
  • Hipoestesia térmico-dolorosa.
  • Alteração na marcha.
  • Pode ter alteração de nervo hipoglosso e apresentar disartria.
40
Q

O que é a zona de penumbra?

A

Área “em torno” do infarto, cujo fluxo se mantém pela circulação colateral, dependente da PA. Pode ser recuperada se o fluxo voltar naquela região, por isso é importante agirmos adequadamente e na fase aguda do AVEi.

41
Q

Conduta inicial no AVEI

A
  • ABC primário, monitorar (PA, FC, ECG), 2 acessos calibrosos (um ficará para reservado para o trombolítico venoso deve ser realizado em acesso exclusivo e a coleta de rotina laboratorial deve ser feita no momento da punção), cateter de O2 ou IOT s/n (objetivo: SatO2 ≥ 94%), decúbito 0 se paciente tolerar (deixa a 30º se o paciente tem sinais de hipertensão intracraniana, hipoxemia crônica, risco de disfagia ou sem exame de imagem), glicemia capilar.
  • Determinar o tempo do início dos sintomas neurológicos.
  • Avaliação neurológica deve ser rápida e eficiente através da NIHSS.
  • NIH: iremos pontuar, mas lembrar que está muito relacionado a ACM, e se a artéria acometida for outra pode ser por isso que paciente não está pontuando.
  • TC de crânio sem contraste: método de escolha, realizar dentro de 20 minutos da chegada do paciente com suspeita de AVE p/ afastar sangramento.
  • Indicação de terapia trombolítica (seguida de trombectomia mecânica); ou se estiver fora da janela ou for CI = fazer a trombectomia mecânica; ou se fora da janela p/ ambos ou CI = fazer tto conservador.
42
Q

Quando solicitar RM de crânio?

A

Pode ser considerado de escolha em casos com diagnóstico clínico difícil, como pacientes com crises convulsivas, distúrbios de glicemia e migrânea hemiplégica. Bom p/ AVE de tronco q TC ñ vê.

  • Obs.: vem ganhando espaço. Parece haver grande vantagem no diagnóstico da isquemia com a difusão, porém sem evidência do uso de perfusão e sem avaliação no diagnóstico de hemorragia.
43
Q

Trombólise - EV: droga e dose

A

Alteplase (rtPA) - 0,9 mg/kg, sendo a dose máxima de 90mg (logo, paciente com > 100kg sempre fará 90 mg).
- Infundir 10% em bolus e 90% em BI em 1 hora.

44
Q

Trombólise - EV: indicações

A
  • Paciente dentro da janela terapêutica (até 4,5h).
  • > 18 anos.
  • PA < 185x110 mmHg sustentada (pois há chance de sangrar na área que estará friável em virtude da isquemia, uma vez que chega o fluxo de sangue nessa área friável). Se PA acima desse valor: tratar a PA e só depois fazer o trombolítico, se PA refrataria: CI trombólise.
  • TC de crânio sem sinais de sangramento.
  • Sem contraindicações.
  • Temos que ter acesso à equipe de neurocirurgia em até 30 minutos (pois pode ocorrer complicações do tratamento, como transformação hemorrágica.
45
Q

Trombólise - EV: contraindicações

A
  • TCE ou AVE nos últimos 3 meses.
  • Punção em sítio arterial não compressível.
  • Sangramento intracraniano prévio.
  • Neoplasia intracraniana, MAV ou aneurisma (tratado ou não).
  • PA > 185x110 sustentada (refratária ao tratamento).
  • Cirurgia intracraniana ou medular recente.
  • Sangramento interno ativo.
  • Plaquetopenia conhecida (não espero sair hemograma pra trombolisar, tem que ser uma plaquetopenia conhecida) ou anticoagulação nas ultimas 48h.
  • Glicemia < 50 mg/dl (refratária ao tratamento com glicose EV) ou > 400 mg/dl.
  • TC de crânio com > 1/3 da ACM comprometida (área extensa e muito friável, risco alto de sangramento).
46
Q

Trombólise - EV: contraindicações relativas

A
  • Melhora rápida dos sintomas.
  • Gestação.
  • Cirurgia de grande porte nos últimos 14 dias (abdominal, CVC, ortopédica).
  • IAM nos últimos 3 meses.
  • Sangramento no TGI ou TGU nos últimos 21 dias.
  • Crise convulsiva na instalação com ictus prolongado (porque pode confundir com AVC).
47
Q

Cuidados pós-rtPA

A

Manter monitorização de PA, manter controle de glicemia (entre 140 e 180 mg/dl), evitar hipertermia, evitar sonda (nasoenteral e vesical, porque a sonda pode gerar trauma na região e o paciente sangrar), repetir TC após 24h (ver se salvou área ou se houve transformação hemorrágica), não usar AAS, heparina ou ACO por 24h.

48
Q

ASPECTS: avalia o que? Como é a pontuação?

A

Avalia extensão do comprometimento da ACM e risco de sangramento com o tratamento trombolítico.

  • Subdivide-se o território da ACM em 10 regiões, avaliadas em 2 cortes da TC de crânio.
  • TC normal tem escore de 10. Pois cada área com hipodensidade na TC sem contraste diminui 1 ponto.
  • Pontos: 7 a 10 = baixo risco de hemorragia; 5 a 7 = risco alto de hemorragia.
49
Q

Tratamento conservador - AVEI: quando e como fazer?

A

Paciente fora da janela terapêutica ou com contraindicações:

  • Só diminuir a PA SE estiver > 220x120 mmHg (pois preciso de fluxo sanguíno para oxigenação nessa área).
  • AAS 300mg.
  • Estatinas: atorvastatina 80mg.
  • Controle de glicemia: entre 140 e 180 mg/dl.
  • Profilaxia para TEV (enoxaparina 40 mg/d ou HNF 5.000 UI 2 a 3x/d).
  • Profilaxia gástrica com IBP apenas em pacientes de alto risco de sangramento digestivo.
50
Q

Trombólise mecânica: como é feita?

A

Acessa artéria acometida pelo trombo através de um cateter que entraremos pela femoral e iremos retirar mecanicamente o trombo da artéria cerebral acometida.

51
Q

Para casos de de obstrução de vasos proximais da artéria cerebral média qual é melhor: Trombólise mecânica ou trombólise EV?

A

Trombólise mecânica

52
Q

Trombólise mecânica - indicações

A
  • Escala modificada de incapacidade de Rankin com escore de 0 a 1 antes do AVC;
  • Evidência de déficit relacionado à oclusão de carótida interna ou segmento proximal da ACM (M1);
  • Idade ≥ 18 anos;
  • NIHSS ≥ 6;
  • ASPECTS ≥ 6;
  • Início dos sintomas entre 6 e 24 horas.
53
Q

Complicações neurológicas - AVEI

A
  • Edema cerebral.
  • Transformações hemorrágicas.
  • Crises convulsivas.
54
Q

Profilaxia primária e secundária p/ AVEI

A

1- Primária: paciente não teve AVC, mas tem fatores de risco.
- Controle da PA, DM, dislipidemia, cessar tabagismo e fazer atividade física.
2- Secundária: depende da causa do 1º AVC, fazemos para evitar novos eventos.
a) Cardioembólico: anticoagulação.
b) Ateroembólico: antiagregação (AAS).
c) Dissecção: descartar HSA e se não houver -> anticoagulação por 6 meses.
d) FOP + TVP: anticoagular.
e) FOP sem TVP: antiagregar.
f) Estenose de carótida > 70%: considerar angioplastia/endarterectomia.

*FOP = Forame Oval Patente.

55
Q

AVEH - cite os 2 tipos

A

Hemorragia subaracnoide (HSA) e Hemorragia intraparenquimatosa

56
Q

HSA - o que é? índice de mortalidade? causa principal? Locais + acometidos pela ‘causa principal’?

A
  • Hemorragia meníngea.
  • Índice de mortalidade é alto e clínica aguda (emergência neurológica).
  • Etiopatogenia: ruptura de aneurisma sacular congênito (35-55a); MAV (15-30a). (Mas pode ser por trauma ou idiopática).
  • Locais mais acometidos dos aneurismas: artéria comunicante anterior (40%, principalmente em homens); bifurcação da carótida interna e artéria comunicante posterior (20%, principal região nas mulheres).
57
Q

HSA - Clínica e diagnóstico?

A

Quadro clínico:

  • “Thunderclap Headache” = Cefaleia em trovão = pior cefaleia da vida (cefaleia súbita de forte intensidade, paciente se lembra exatamente o que estava fazendo na hora da dor) + síncope (em 50%). Rigidez de nuca após 12-24h.
  • Rebaixamento do nível de consciência (caso de HIC).
  • Hemiparesia.
  • Pode referir quadro de cefaleia leve na semana anterior, chamada de cefaleia sentinela.

Diagnóstico: TC de crânio sem contraste. Se TC normal = coleta do líquor lombar (primeiras 12h = líquor hemorrágico; depois = líquor xantocrômico -bilirrubina-).

58
Q

HSA - complicações

A

1- Ressangramento: maioria em 24h.
2- Vasoespasmo: ocorre entre o 3º e 14º dia. Principal responsável pelo déficit isquêmico cerebral tardio. Prevenção: nimodipino 60mg VO, 4/4h por 21 dias.
3- Hidrocefalia: tratamento é DVE (derivação ventricular externa).
4- SIAD: hiponatremia normovolêmica = lesão neuronal (diferenciar de SD cerebral perdedora de sal - hipovolêmica).
5- Crises convulsivas.

59
Q

Hemorragia intraparenquimatosa - o que ocorre?

A
  • As mesmas artérias perfurantes do AVE lacunar sofrem degeneração aneurismática (aneurismas de Charcot-Bouchard), os quais se rompem durante um pico hipertensivo.
  • Locais + comuns: putame, talamo, cerebelo e ponte.
  • 20% de todos os casos de AVCs.
60
Q

Hemorragia intraparenquimatosa - etiologia

A

HAS é a principal.
- Angiopatia amiloide, MAV, neoplasias intracranianas, coagulopatia/ACO, transformação isquêmico-hemorrágica, trombose venosa cerebral, vasculites, uso de drogas ou medicações.

61
Q

Hemorragia intraparenquimatosa - clínica e diagnóstico

A
  • Manifestações clínicas: semelhantes as do AVEI, geralmente com sinais de hipertensão intracraniana (cefaleia, vômitos, sonolência, crise convulsiva).
  • Diagnóstico por imagem: TC de crânio sem contraste. Ou RM de crânio.
  • Exames de rotina: ECG, ECO e doppler de carótidas e vertebrais.
62
Q

Hemorragia intraparenquimatosa - conduta

A

SUPORTE

  • Monitorização – ABCD.
  • Se rebaixamento do nível de consciência = IOT, cateter de PAM e PIC.
  • Cabeceira elevada a 30º.
  • Acesso venoso, controle glicêmico, nutrição enteral precoce.
  • Controle da PA: meta é PAS < 140 mmHg.
  • Se sangramento devido ao uso de anticoagulantes: reversão com plasma fresco congelado e/ou complexos protrombínicos, conjuntamente com reposição de inibidores de vitamina K EV.
  • Profilaxia de TVP: mecânica (meia, compressor pneumático). Iniciar heparina profilática 1 a 4 dias após estabilidade clínica e tomográfica do hematoma.
  • DAE (droga antiepiléptica): se crise ou envolvimento cortical ou inundação ventricular.
  • Se IOT: EtCO2 em torno de 35.
  • Ver se tem indicação cirúrgica.
63
Q

Hemorragia intraparenquimatosa - conduta cirúrgica

A
  • Hematoma cerebelar > 3cm (por risco de hérnia e morte, a fossa posterior consegue abrigar pequenas quantidades de sangramento).
  • Hidrocefalia aguda (faz derivação ventricular externa).
  • Hematoma volumoso supratentorial (> 30 cm³ ou < 1 cm da superfície).
  • Risco de herniação transtentorial.
  • Glasgow < 3 não se beneficia de cirurgia.
64
Q

Hemorragia intraparenquimatosa - complicações

A
  • Expansão do hematoma.
  • Hidrocefalia.
  • Crises epilépticas.
  • Hipertensão intracraniana.
  • TEP.
65
Q

AVCH hipertensivo (hemorragia intraparenquimatosa): locais do cérebro e fatores de risco

A

Mais em núcleos da base e ponte: é o mais habitual. Fatores de risco: idade, HAS, etilismo, IRC, coagulopatia/insuficiência hepática, sexo masculino.

FOTO

66
Q

Hemorragia intraparenquimatosa por Angiopatia amiloide - faz hemorragia o q? é a principal causa em quem?

A

Angiopatia amiloide faz hemorragia subcortical (hematomas lobares). É a principal causa de AVCH em pacientes normotensos e idosos > 70a.

67
Q

TC de crânio: achados no AVEI; AVEH intraparenquimatoso e subaracnoide.

A
  • AVEI: TC geralmente é normal nas primeiras 24-72h. Após isso, temos área hipodensa (cinza), que vai escurecendo até ficar preta.
  • AVE hemorrágico intraparenquimatoso: TC com área hiperdensa no parênquima, com edema ao redor (halo hipodenso), logo no início dos sintomas.
  • AVE hemorrágico subaracnóideo: imagem hiperdensa no espaço subaracnoide, logo no início dos sintomas.
68
Q

Qual é o único exame lab que deve ser realizado antes da indicação ou não de trombólise?

A

Glicemia.

69
Q

Clínica de AVEI de comprometimento da circulação posterior?

A

AVE de lobo occipital (deficit visual), cerebelo (SD cerebelar) ou tronco -> síndromes “cruzadas” de tronco.

70
Q

Qual o exame padrão-ouro p/ investigação de aneurisma cerebral?

A

Arteriografia cerebral.

71
Q

O que é a cefaleia sentinela?

A

Quadro de cefaleia leve na semana anterior ao AVEH (HSA).

72
Q

Sistema vertebrobasilar – Polígono de Willis?

A

Faz parte do polígono: ACA (D/E), ACoA, A. carótida interna (D/E), ACP (D/E), ACoP (D/E). Obs: a. basilar e ACM apesar de irrigarem o cérebro não são parte do polígono.

  • Lembrando: artéria carótida comum (D/E) se bifurca em artéria carótida interna e externa.

o Circulação posterior:

  • Artéria vertebral (AV): uma de cada lado (direita e esquerda) se unem e formam a artéria basilar (AB), que repousa no tronco cerebral.
  • Artéria basilar (AB): origina artéria cerebral posterior (ACP) direita e esquerda.
  • Artéria cerebral posterior (ACP): cada uma origina a artéria comunicante posterior (ACoP).
  • Artéria comunicante posterior (ACoP): comunica a artéria comunicante posterior com a artéria carótida interna (representada pelos círculos na figura abaixo).

o Circulação anterior:

  • Artérias carótidas internas: originam artéria cerebral anterior (ACA) e artéria cerebral média.
  • Artéria cerebral anterior (ACA): ACA direita e ACA esquerda se comunicam pela artéria comunicante anterior (ACoA).
  • Artéria cerebral média (ACM): ramo principal da a carótida interna, ACM direita e esquerda.

FOTO.

73
Q

HSA - Tratamento

A

 Suporte = HIP.
 Cirurgia:
• Primeiros 3 dias e paciente sem rebaixamento de consciência = arteriografia/angio-TC/angio-RM p/ localizar aneurisma + craniotomia p/ clipagem da lesão. Na arteriografia o aneurisma pode ser embolizado – terapia endovascular.
• Primeiros 3 dias e paciente com rebaixamento de consciência = instalar PIC e tratar hipertensão intracraniana.
• Rebaixamento de consciência e paciente após 3 dias = terapia endovascular, ou só abordar cirurgicamente após o 14º dia (pelo risco de vasoespasmo).
• Manter PA < 140-160 mmHg enquanto não clampeia aneurisma, desde que não haja aumento da PIC.
• Manter temperatura, glicemia e natremia.