IVAS e obstrução aguda inflamatórias das VAS Flashcards

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1
Q

Infecções respiratórias agudas: qual o 1º passo? (2)

A

Identificar a presença de:

a) Estridor;
b) Taquipneia:
- Em < 2 meses: FR ≥ 60 irpm.
- 2 a 11 meses: FR ≥ 50 irpm.
- 1 a 4 anos: FR ≥ 40 irpm.
* Obs.: escolares considera-se taquipneia FR ≥ 30 irpm.

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2
Q

Infecções respiratórias agudas: qual o 2º passo?

A

Analisar estridor e taquipneia em conjunto:

a) Ausência de taquipneia e ausência de estridor = infecção das vias aéreas superiores (resfriado comum e suas complicações -OMA, sinusite bacteriana- ou faringite aguda).
b) Presença de estridor (frequência respiratória variável) = infecção das vias aéreas intermediárias (epiglotite aguda, laringotraqueobronquite aguda).
c) Presença de taquipneia e ausência de estridor = infecção das vias aéreas inferiores (pneumonia por micro-organismos típicos, viral ou por micro-organismos atípicos; bronquiolite viral aguda -tem sibilância-).

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3
Q

Porque as infecções respiratórias agudas são importantes?

A

Pois representam o principal motivo de atendimento nas UBSs e nos serviços de urgência e emergência em Pediatria.

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4
Q

Como é a divisão anatômica de doenças das VAS e doenças das VAI?

A
  • Acima da carina: VAS.

- Abaixo da carina: VAI.

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5
Q

Cite as doenças que correspondem às IVAS (4).

A

Rinofaringite aguda (resfriado comum), faringite, rinossinusite aguda, otites agudas.

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6
Q

Uma criança tem em média quantos quadros de IVAS por ano?

A

8 a 10 quadros.

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7
Q

Quais os agentes etiológicos mais frequentes das IVAS?

A

Vírus: rinovírus é o principal, adenovírus, influenza, parainfluenza, VSR e Coxsackievirus.

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8
Q

Além dos vírus, quais são os agentes etiológicos das IVAS?

A
  • Bactérias: Streptococcus pyogenes (Streptococcus beta-hemolítico do grupo A), Streptococcus penumoniae, Haemophilus influenzae não tipável, Staphylococcus aureus e Moraxella catarrhalis.
  • Agentes atípicos.
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9
Q

IVAS: Fatores de risco na infância?

A

Idade entre 6 e 24 meses, sexo masculino, baixo peso, atopia, deficiência imunológica, anomalias craniofaciais e do palato, creches e escolas, irmãos mais velhos que frequentam escolas, tabagismo familiar e/ou domiciliar, uso de chupeta, aleitamento artificial (desmame precoce).

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10
Q

Qual a doença mais comum das IVAS?

A

Rinofaringite aguda – Resfriado comum.

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11
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): definição?

A

Síndrome clínica benigna e autolimitada, causada pela inflamação aguda da mucosa do nariz, dos seios paranasais e da faringe, provocada principalmente por vírus.

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12
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): acomete principalmente qual faixa etária? Qnts episódios/ano?

A

Crianças < 5 anos, que tem em média 4 a 8 episódios por ano, predominando entre os 6 e 24 meses.

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13
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): o que observamos em crianças que frequentam creche no 1º ano de vida?

A

Tem cerca de 10-12 resfriados por ano.

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14
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): incidência é maior em quais estações? Qual agente é responsável pelo “resfriado do verão”?

A
  • Outono e inverno, mas podem ocorrer durante todo o ano.

- “Resfriado do verão”: Coxsackievirus.

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15
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): como é a transmissão?

A
  • É altamente transmissível.

- Ocorre por contato direto (mãos) e aerossol.

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16
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): qual o principal agente etiológico? Cite outros.

A
  • Principal: rinovírus (mais de 100 sorotipos)

- Outros: coronavírus, VSR, metapneumovírus, influenza, parainfluenza, adenovírus, enterovírus.

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17
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): quadro clínico?

A
  • Incubação: 2 a 5 dias.
  • Odinofagia, seguida de obstrução nasal e rinorreia, lacrimejamento.
  • Tosse (30%).
  • Pode ocorrer febre com pico nas primeiras 48h e tende a se resolver nos primeiros dias.
  • Outros: mialgia, cefaleia, mal-estar, inapetência. Lactentes jovens = inquietação, choro fácil, recusa alimentar, vômitos, etc.
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18
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): o que indica a mudança na cor e na consistência da secreção nasal ?

A

A secreção nasal vai de hialina para amarela, esverdeada (pela presença de leucócitos), ou até purulenta (pela destruição de células epiteliais da mucosa) e trata-se da evolução natural do resfriado! NÃO é sinusite bacteriana (lembrar que o resfriado é uma sinusite viral).

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19
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): qual a duração?

A

Resolução espontânea em 5 a 7 dias. Nos alérgicos pode ser mais prolongada (2 semanas, no máximo).

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20
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): diagnóstico?

A

Clínico!

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21
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): o que sugere sintomas persistentes ou recorrentes?

A

São sugestivos de complicação bacteriana ou alergia (rinite).

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22
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): tratamento?

A
  • Hidratação e dieta conforme aceitação.
  • Umidificação do ambiente.
  • Antipiréticos/analgésicos.
  • Obstrução nasal: lavagem nasal com soro fisiológico, seguido de aspiração das fossas nasais.
  • Orientar pais a retornar em caso de desconforto respiratório, febre por mais de 72 horas ou queda do estado geral.
  • Outras:
  • Tosse: mel, beta-2-agonista de curta ação -> mas aí penso em asma.
  • Rinorreia: anti-H1 e brometo de ipratrópio (atrovent) -> pensando em rinite alérgica.
  • Oseltamivir: se gripe por influenza (iniciar nas primeiras 48h).
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23
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): cite os antipiréticos/analgésicos que podem ser usados.

A
  • Paracetamol: 10-15 mg/kg/dose.
  • Dipirona 1 gota/kg.
  • Ibuprofeno 10 mg/kg/dose.
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24
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): pq deve-se evitar uso de AAS?

A

Pois quando há quadro gripal por influenza ou varicela zoster e usa AAS, o paciente pode evoluir com a Síndrome de Reye (insuficiência hepática grave que leva à encefalopatia hepática).

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25
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): podemos usar descongestionantes nasais tópicos?

A

Oximetazolina e nafazolina (vasoconstritor nasal): pode ser usado, exceto em menores de 2 anos. E com cuidado pelo risco de intoxicação e rinite medicamentosa.

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26
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): é indicado o uso de mucolíticos, antitussígenos e expectorantes?

A

Não, é contraindicado.

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27
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): qual sua complicação mais comum? Cite outras.

A
  • A mais comum é a OMA (ocorre em até 30%).

- Outras: sinusite bacteriana, bronquites, laringotraqueítes, pneumonias.

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28
Q

Rinofaringite aguda (resfriado comum): prevenção?

A

Lavar as mãos, uso de máscaras, evitar aglomerações, vacina influenza (que é a mais grave).

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29
Q

Síndrome gripal (gripe): definição?

A

É uma síndrome clínica causada pelo vírus influenza tipos A e B, que se diferencia do resfriado comum pela sua maior repercussão sistêmica (febre, mialgia, cefaleia, mal-estar e prostração) e pelo acometimento mais extenso da árvore respiratória (trato respiratório superior – faringe e laringe – e inferior – bronquíolos ou parênquima pulmonar –), não se limitando à mucosa nasofaringe.

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30
Q

Síndrome gripal (gripe): etiologia?

A

Apenas vírus influenza: tipo A, B e C.

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31
Q

Síndrome gripal (gripe): qual a característica marcante do vírus influenza? Qual o mais/menos virulento?

A
  • Sua capacidade mutagênica, o que produziu diversos subtipos e cepas.
  • Mais virulento: A.
  • Menos virulento: B.
  • C não tem importância para o ser humano.
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32
Q

Síndrome gripal (gripe): em crianças, acomete mais que faixa etária?

A

Pré-escolares e escolares.

*Mas lactentes podem apresentar também (sendo mais grave).

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33
Q

Síndrome gripal (gripe): forma de transmissão?

A

É altamente contagioso, de forma interpessoal por meio de gotículas (fala, tosse, espirro) ou contato direto (objetos contaminados por secreções).

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34
Q

Síndrome gripal (gripe): crianças transmitem por quanto tempo?

A

São importantes fontes de transmissão, pois transmitem desde vários dias antes dos sintomas até 10 dias após.

*Adultos transmitem o vírus 24h antes do início dos sintomas até 7 dias após.

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35
Q

Síndrome gripal (gripe): cite os fatores de risco.

A
  • Doenças pulmonares: broncodisplasia da prematuridade, asma, fibrose cística.
  • Doenças neurológicas, cardíacas, nefropatias, metabólicas.
  • Imunodeficiências.
  • Doenças que requerem uso crônico de AAS (ex.: doença de Kawasaki).
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36
Q

Síndrome gripal (gripe): patogênese?

A

Influenza acomete desde a mucosa nasal até os alvéolos -> nasofaringite, faringite, laringite, laringotraqueíte, bronquite, pneumonia.

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37
Q

Síndrome gripal (gripe): quadro clínico (crianças menores/maiores)?

A

Febre de início súbito associado à:
1- Crianças menores: febre alta + sintomas nas VAS (coriza hialina, obstrução nasal e tosse) + associados a sintomas gastrintestinais (anorexia, náuseas e vômitos).
*Síndrome febril aguda em criança = pensar em gripe.
2- Crianças maiores: cefaleia, mal-estar, mialgia ou artralgia, adinamia e fadiga.

*Há predomínio das manifestações SISTÊMICAS sobre as respiratórias.

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38
Q

Síndrome gripal (gripe): sinais de agravamento?

A

Dispneia, taquipneia, hipoxemia (SatO2 < 95%), persistência ou aumento da febre por mais de 72h, exacerbação de doença preexistente, disfunções orgânicas graves, miosite comprovada por CKM aumentada, alteração sensorial, exacerbação de sintomas gastrointestinais, desidratação.

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39
Q

Síndrome gripal (gripe): evolução/duração?

A

Geralmente é benigna e autolimitada (exceto na presença de fatores de risco) com melhora ao longo de 3 a 7 dias. Mas, podem ocorrer complicações severas mesmo em indivíduos saudáveis.

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40
Q

Síndrome gripal (gripe): diagnóstico?

A

1- Clínico-epidemiológico.
2- Exames laboratoriais para detecção de vírus:
- Cultura de swab nasal ou aspirado de secreções (2-5 dias para resultado).
- Teste rápido.
- PCR.

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41
Q

Síndrome gripal (gripe): tratamento?

A
  • Medidas gerais: repouso, controle de coriza, hidratação oral, antitérmicos e analgésicos.
  • Antiviral (se indicado): Oseltamivir - diluir cápsula em água para crianças, via oral, por 5 dias. *Dose depende da idade.
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42
Q

Síndrome gripal (gripe): quais são as drogas das 2 classes de antivirais?

A

1ª classe:

  • Zanamivir: forma inalada, liberada para crianças a partir de 7 anos para tratamento e 5 anos para profilaxia.
  • Oseltamivir (Tamiflu): via oral, liberada para crianças a partir de 1 ano. É o aprovado no Brasil.
  • Ambos atuam em influenza A e B.

2ª classe: amantadina e rimantadina -> são ineficazes contra o tipo B e não liberadas para menores de 1 ano.

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43
Q

Síndrome gripal (gripe): cite para quem MS orienta tratamento com antiviral.

A

1- Crianças menores que 5 anos (sendo mais importante nos menores de 2 anos).
2- Adultos maiores de 60 anos, grávidas em qualquer IG, puérperas até 2 semanas após o parto.
3- Indivíduos com doenças crônicas: pneumopatias (incluindo asma), cardiovasculares (exceto HAS), nefropatias, hepatopatias, doenças hematologias (incluindo anemia falciforme), distúrbios metabólicos (incluindo DM), transtornos neurológicos que comprometem função respiratória/risco de aspiração, disfunção cognitiva, lesões medulares, epilepsia, paralisia cerebral, SD de Down, atraso de desenvolvimento, AVE ou doenças neuromusculares, imunossupressão, menores de 19 anos em uso prolongado com AAS (risco de SD de Reye), indígenas, obesidade mórbida (IMC ≥ 40).

*Porém, a critério clínico, qualquer indivíduo saudável com suspeita de síndrome gripal pode receber o tratamento medicamentoso desde que iniciado nas primeiras 48h do quadro (reduz tempo da doença e complicações). Se risco de complicações ou SD respiratória aguda grave, pode ter benefício mesmo se iniciado com > 48h.

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44
Q

Síndrome gripal (gripe): cite suas complicações mais frequentes.

A

OMA, pneumonia bacteriana, miosite e as síndromes neurológicas pós-gripe (Guillain-Barré, meningite asséptica, mielite transversa e encefalite pós-infecciosa).

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45
Q

Síndrome gripal (gripe): qual é a principal medida prevenção e como deve ser feita?

A

Vacina anti-influenza, anualmente, a partir dos 6 meses de vida vida (no 1º ano de vida devem ser administradas 2 doses, com intervalo de 1 mês entre elas, e depois passa a ser anual).

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46
Q

Síndrome gripal (gripe): Vacina anti-influenza - quais estão disponíveis no Brasil?

A
  • Vacina trivalente inativada (no serviço público): contém 2 subtipos da influenza A (H1N1 e H3N2) e 1 subtipo da influenza B.
  • Vacina quadrivalente (serviço privado).

*É de vírus inativado e é revista e alterada todo ano, de acordo com a mudança dos subtipos.

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47
Q

Síndrome gripal (gripe): Vacina anti-influenza - principais indicações?

A

Crianças maiores de 6 meses a 5 anos, idosos maiores de 60 anos, portadores de HIV/AIDS (incluindo filhos de mães portadoras de HIV), transplantados de órgãos sólidos e medula óssea, doadores de órgãos sólidos e medula óssea, imunodeficiências congênitas, imunodepressão por câncer ou terapêutica, comunicantes domiciliares de imunodeprimidos, profissionais de saúde, cardiopatias crônicas, asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas, DM, portadores de doenças pulmonares crônicas (inclusive asma e fibrose cística), trissomias (SD de Down), implantes de cóclea, doenças neurológicas crônicas incapacitantes, doenças de depósito, usuários crônicos de AAS, portadores de nefropatia crônica, submetidos a hemodiálise e SD nefrótica, hepatopatias crônicas.

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48
Q

Faringoamigdalites agudas: definição?

A

Grupo de doenças que envolvem processos inflamatórias nas VAS, acometendo faringe, amígdalas e os tecidos adjacentes.

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49
Q

Faringoamigdalites agudas: etiologia mais comum? Outras?

A

1- Vírus são as causas mais comuns, em todas as faixas etárias:
- Influenza, parainfluenza, adenovírus, rinovírus, Coxsackievirus, echovírus e EBV.
2- Bactérias:
Mais comum: Streptococcus beta-hemolítico do grupo A (S. pyogenes) -> rara em crianças menores de 2 anos.
- Outras: Mycoplasma, Chlamydia, gonococo.

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50
Q

Faringite bacteriana aguda: principal agente?

A

Estreptococo beta-hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes).

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51
Q

Faringite estreptocócica: acomete mais que faixa etária?

A

Acomete mais de 5-15 anos.

*É rara em < 2-3 anos

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52
Q

Faringite estreptocócica: clínica?

A
  • Início súbito de odinofagia, febre (> 38 ºC), cefaleia, dor abdominal, náusea, vômitos, rash cutâneo.
  • Faringe vermelha, amígdalas com exsudato, petéquias no palato mole, linfonodos cervicais aumentados.
  • Acometimento no estado geral, sem sintomas gripais (coriza/tosse/conjuntivite) geralmente.
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53
Q

Faringite estreptocócica: Escarlatina - Qnd ocorre? Sinais?

A
  • Quando há infecção estreptocócica por Streptococcus pyogenes produtor de toxina eritrogênica que gera a escarlatina.
    Sinais:
    1- Sinal de Filatow: palidez perioral.
    2- Linhas de pastia: vermelhas, não somem à digitopressão, geralmente na fossa antecubital.
    3- Língua em framboesa.
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54
Q

Faringite estreptocócica: diagnóstico? Exames e sensibilidade/especifidade?

A

1- Clínica.
2- Exames complementares:
a) Cultura da secreção faríngea: padrão-ouro.. Sensibilidade e especificidade de 100%, mas leva 2 dias pra ficar pronto.
b) Teste rápido: com swab da orofaringe, se vier negativo não afasta, fazer cultura (sensibilidade baixa, mas especificidade alta).
c) Hemograma, PCR, VHS: se não responde ao ATB, solicite para fazer diagnóstico diferencial com mononucleose (que tem leucocitose + linfocitose com linfócitos atípicos).

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55
Q

Faringite estreptocócica: diagnósticos diferenciais?

A
  • Difteria.
  • Febre faringoconjuntival.
  • Herpangina.
  • Mononucleose.
  • PFAPA.
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56
Q

Difteria: agente? idade? clínica? tratamento?

A
  • Agente: Corynebacterium diphteriae
  • Notificação compulsória.
  • Idade: 1-7 anos.
  • Clínica: início insidioso, febre moderada/ausente, faringoamigdalite pseudomembranosa = membrana exsudativa acinzentada de difícil remoção, além de toxemia, disfagia intensa e linfonodomegalia cervical.
  • Tratamento: soro anti-diftérico + penicilinas (se alergia = eritromicina).
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57
Q

Faringite estreptocócica: tratamento?

A
  • Resolução espontânea em alguns dias.
  • Se entrar com ATB: resolução em 12-24h.
    1- Penicilina benzatina, IM, dose única OU amoxicilina, VO, por 10 dias.
  • Alérgicos: eritromicina, azitromicina.

*Uso de ATB tb previne complicações supurativas e não supurativas.

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58
Q

Faringite estreptocócica: opção de ATB para portadores crônicos do Streptococcus na orofaringe ?

A

Pode usar macrolídeo, cefalosporinas de 2ª geração e clindamicina.

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59
Q

Faringite recorrente: conduta?

A
  • Checar aderência ao tratamento.

- Se aderência ok, pensar em amigdalectomia.

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60
Q

Indicações de amigdalectomia (regra dos ímpares)?

A
  • 7 amigdalites bacterianas nos últimos 12 meses, OU
  • 5 amigdalites bacterianas/ano nos últimos 2 anos, OU
  • 3 amigdalites bacterianas/ano nos últimos 3 anos.
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61
Q

Qual a principal complicação supurativa da faringite estreptocócica?

A

Abscesso amigdaliano.

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62
Q

Faringite estreptocócica complicada com: Abscesso amigdaliano - ocorre mais que faixa etária?

A

Rara, ocorre mais em adolescentes.

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63
Q

Faringite estreptocócica complicada com: Abscesso amigdaliano - etiologia?

A

S. pyogenes associado à anaeróbios da boca e Staphylococcus.

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64
Q

Faringite estreptocócica complicada com: Abscesso amigdaliano - clínica e diagnóstico?

A
  • Dor de garganta mais intensa, disfagia, febre, TRISMO.
  • Exame da orofaringe: abaulamento tonsilar unilateral com desvio da úvula para lado oposto.
  • TC cervical: confirma, pois pode haver dificuldade de examinar a orofaringe (até pelo trismo).
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65
Q

Faringite estreptocócica complicada com: Abscesso amigdaliano - tratamento?

A
  • Fase aguda: ATB EV (amoxilicina-clavulanato OU clindamicina) + drenagem cirúrgica (com agulha).
  • Posteriormente = amigdalectomia (eletivamente), pois o risco de recorrência é alto.
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66
Q

Faringite estreptocócica complicada com: Abscesso retrofaríngeo - acomete q idade? clínica? tratamento?

A
  • Ocorre em < 5 anos.
  • Clínica: febre, disfagia e DOR À MOBILIZAÇÃO CERVICAL. Pode haver estridor nos casos mais graves.
  • Tratamento: ATB EV + drenagem nos casos de obstrução grave ou refratário ao tratamento medicamentoso.
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67
Q

Cite as complicações não supurativas da faringite estreptocócica.

A

Febre reumática, GNDA pós-estreptocócica.

68
Q

Como prevenir as complicações não supurativas da faringite estreptocócica?

A
  • Febre reumática: previne-se com ATBterapia adequada (iniciada até 9 dias após o início do quadro).
  • GNDA pós-estreptocócica: não pode ser prevenida pelo tratamento.
69
Q

Faringite viral: clínica?

A

Início gradual, faringite (hiperemia e congestão), coriza, tosse, conjuntivite, diarreia, febre não tão alta (sintomas gripais e/ou gastrintestinal).

70
Q

Febre faringoconjuntival: agente etiológico? Clínica?

A

Adenovírus.

- Faringite + conjuntivite + febre.

71
Q

Herpangina: agente etiológico? sinais clínicos? conduta?

A
  • Faringite por coxsakievirus A.
  • Clínica: vesículas no palato mole, úvula e pilares amigdalianos, que quando estouram tornam-se úlceras (herpangina); febre alta, halitose e lesões papulovesiculares presentes nas mãos e pés (síndrome “mão-pé-boca”).
  • Conduta: ATB não resolverá, no máximo um anti-inflamatório pela dor.
72
Q

Faringite por EBV - Mononucleose: idade? clínica?

A
  • Idade: 15-25 anos.
  • Clínica: confunde com amigdalite bacteriana, pois forma falsa membrana nas amígdalas, que confunde com exsudato. Febre alta, astenia, linfadenomegalia generalizada, hepatoesplenomegalia, rash cutâneo.
73
Q

Faringite por EBV - Mononucleose: diagnóstico lab? Tratamento?

A
  • Pesquisa de estreptococos negativa.
  • Hemograma característico: leucocitose (10-15.000), com predomínio de linfócitos, sendo 20-40% linfócitos atípicos.
  • Tratamento: sintomáticos.
74
Q

PFAPA ou SD de Marshal: definição?

A

Febre Periódica, Aftas, Faringite e Adenite.

75
Q

PFAPA ou SD de Marshal: ocorrem com que frequência por ano? Em que idade?

A

Ocorre esporadicamente (8-12 episódios/ano), em crianças de 2 e 6 anos.

*Periodicidade e intensidade reduzem com o passar do tempo.

76
Q

PFAPA ou SD de Marshal: etiologia?

A

Desconhecida.

77
Q

PFAPA ou SD de Marshal: clínica e duração?

A

Febre, cansaço, amigdalite purulenta com culturas negativas, linfadenopatia cervical e aftas.
- Episódios duram de 4-6 dias mesmo com antibióticos ou antipiréticos.

78
Q

PFAPA ou SD de Marshal: laboratorial?

A

Leucocitose, elevação de reagentes de fase aguda (VHS, PCR).

79
Q

PFAPA ou SD de Marshal: tratamento e evolução?

A
  • Prednisona (1-2 mg/kg) OU betametasona, com resolução dos sintomas em 24 horas. Mas tem recidiva, a resolução completa espontânea ocorre em 4-8 anos, sem sequelas.
  • Amigdalectomia é uma alternativa para resolução completa.

*Não responde bem ao antibiótico.

80
Q

Sinusite: definição?

A

Inflamação da mucosa de um ou mais seios paranasais, causada por agentes virais ou bacterianos

81
Q

Sinusite: cite os seios da face e idade de surgimento.

A

1- Etmoidal: aerados ao nascimento -> criança pequena então pode ter sinusite bacteriana do seio etmoidal.
2- Maxilar: aerados aos 4 anos.
3- Esfenoidal: visualizado na radiografia aos 5 anos.
4- Frontal: desenvolvimento inicia a partir dos 7 anos até a adolescência.

82
Q

Sinusite: etiologia?

A
  • Sinusites virais: maioria, é o resfriado comum. Causas: rinovírus, adenovírus, VSR, parainfluenza.
  • Sinusite bacterianas: apenas 6% das rinofaringites virais complicam com sinusite bacteriana. Agentes: pneumococo, Haemophilus não tipáveis e Moraxella catarrhalis (mesmos da OMA).
    Obs.: Sinusite crônica = S. aureus e bactérias anaeróbias podem desenvolver-se.
83
Q

Sinusite: Classificação de acordo com tempo de doença?

A
  • Sinusite aguda: inflamação das cavidades paranasais até 4 semanas.
  • Sinusite subaguda: de 4 até 12 semanas.
  • Crônica: além de 12 semanas.
  • Recorrente: mais de 4 episódios agudos por ano.
84
Q

Sinusite bacteriana: patogênese?

A

É uma complicação do resfriado comum.
- Rinossinusite viral -> edema e inflamação -> bloqueio da drenagem dos seios com acúmulo de secreções -> proliferação bacteriana = sinusite bacteriana.

85
Q

Sinusite bacteriana: fatores de risco?

A

IVAS de repetição, creche, rinite alérgica não tratada, exposição ao cigarro/poluição, obstrução anatômica (hipertrofia de adenoides, defeitos do septo nasal), deficiência de anticorpos, diabetes, discinesia ciliar primária.

86
Q

Sinusite bacteriana: clínica e diagnóstico?

A

Diagnóstico é CLÍNICO:

  • Coriza, obstrução, congestão e TOSSE, geralmente pior à noite. -> É igual o de resfriado comum, mas diferenciamos pela história de quadro de IVAS por 10-14 dias (prolongado) OU febre alta + descarga nasal purulenta por 3-4 dias.
  • Crianças maiores: podem ter cefaleia, dor facial em peso e dor à palpação/percussão de seios paranasais.
  • Exame físico: mucosa nasal eritematosa e edemaciada, secreção mucopurulenta em nasofaringe posterior (sinal “da vela” ou sinal da gota pós-nasal).
87
Q

Sinusite bacteriana: qnd pedir exames complementares? Quais?

A

Em casos excepcionais: imunocomprometidos, doença refratária ao tratamento:

  • Cultura do aspirado dos seios da face.
  • Raio X (mostra inflamação, mas é pouco confiável).
  • TC de seios da face (mostra inflamação, é mais fiel que RX).
88
Q

Sinusite bacteriana: cite e comente 3 diagnósticos diferenciais.

A
  • Corpo estranho nasal: rinorreia fétida, UNILATERAL, mucopurulenta ou sanguinolenta.
  • Sífilis congênita precoce: menores de 3 meses, rinorreia serossanguinolenta, presença de outras alterações compatíveis com sífilis congênita.
  • Rinite alérgica: espirros, prurido, mucosa nasal pálida.
89
Q

Sinusite bacteriana: tratamento?

A

1- Hidratação (diluir secreção).
2- Drogas:
- Amoxicilina 50 mg/kg/d é 1ª escolha. Alérgicos: azitromicina.
- Na suspeita de Haemophilus e Moraxella: Cefuroxima ou amoxicilina-clavulanato ou azitromicina/claritromicina.
3- Duração: a partir do momento que houver melhora = usar por mais 7 dias, fazendo esquema de no mínimo 10 dias (nunca usar menos de 10 dias). Ex.: geralmente há melhora em 3 dias, dai usa mais 7 e completa 10 dias de tratamento.

90
Q

Sinusite bacteriana: falha terapêutica - definição? fatores de risco? Conduta?

A
  • Falha terapêutica após 72h de tratamento.
  • Fatores de risco: uso de ATB nos últimos 3 meses, criança que frequenta creche (bactéria mais resistente), < 2 anos.
  • Conduta: amoxicilina em dose dobrada (80-90 mg/kg/d) + clavulanato.
91
Q

Sinusite bacteriana: complicações?

A
  • Celulite periorbitária: inflamação da pálpebra e dos tecidos periorbitais, sem acometimento orbital.
  • Celulite orbitária: comprometimento da órbita, proptose, limitação da mobilidade ocular, edema da conjuntiva, além de inflamação e edema palpebral. Causa mais comum de celulite orbitária na infância é a sinusite etmoidal.
  • Abscessos, trombose de seio cavernoso, meningite, osteomielite.
92
Q

Sinusite bacteriana: prevenção?

A

Vacina pneumococo-10.

*Obs.: vacina conta Haemophilus influenza tipo B não é eficaz, pois o causador é o não tipável.

93
Q

Qual a complicação mais frequente do resfriado comum, além de ser ser a causa mais comum de prescrição de ATB para crianças?

A

Otite média aguda.

94
Q

Otite média aguda: definição?

A

Inflamação do ouvido médio e seus anexos, associada à presença de líquido na orelha média, com sinais e sintomas de início agudo, como dor e febre. Na maioria das vezes é secundária a processo infeccioso bacteriano.

95
Q

Otite média aguda: pico de incidência?

A

Pico de incidência: 6 a 24 meses de vida.

*80% das crianças terão ao menos 1 episódio até a idade de 3 anos.

96
Q

Otite média aguda: etiologia?

A

Pneumococo (40%), Haemophilus não tipável (20-30%) e Moraxella catarrhalis (10-15%).
- Obs: agentes virais podem causar = VSR (agente viral mais comum), adenovírus, rinovírus, enterovírus, parainfluenza, influenza.

97
Q

Otite média aguda: funções da tuba auditiva?

A

Se abre no ouvido médio e o conecta à nasofaringe. Possui 3 funções relacionadas ao ouvido médio:

  • Ventilação (é a mais importante).
  • Proteção.
  • Limpeza.
98
Q

Otite média aguda: patogênese?

A

Disfunção da tuba auditiva (por IVAS, hipertrofia de adenoide, tumor) prejudica a ventilação e clearance da orelha média -> com isso, há acúmulo de secreção e proliferação bacteriana com inflamação (OMA) = formação de secreção purulenta, abaulamento da MT e otalgia. Se ocorrer perfuração da MT, há otorreia e melhora imediata da dor, por redução da pressão intra-auricular.

99
Q

Otite média aguda: fatores de risco?

A

1- Idade < 2 anos:
- Pela menor resposta imunológica, tecido linfoide mais abundante (hipertrofia de adenoide, acumula secreção e com isso risco de infecção), tuba auditiva mais curta e horizontalizada no lactente, muito tempo na posição horizontal (favorece refluxo da secreção da nasofaringe para o ouvido médio).
2- Sexo masculino > feminino.
3- Exposição ao fumo.
4- Aleitamento artificial (fórmula).
5- Fator socioeconômico:
- Aglomeração, desnutrição, assistência medica precária, falta de medicamentos -> IVAS de recorrência.
6- Creche (exposição a outras crianças): maior número de resfriados.
7- Anormalidades congênitas:
- OMA é universal (100%) em lactentes com fenda palatina não corrigida.
- Alta prevalência em pacientes com anomalias craniofaciais e em pacientes com SD de Down.
8- Etnia indígena.

100
Q

Otite média aguda: sinais e sintomas?

A

Lactente: febre, irritabilidade, otalgia, otorreia purulenta (se perfuração da membrana timpânica), vômitos, dificuldade pra dormir. Em criança maior = otalgia.

*Obs.: comum sinais de resfriado dias antes.

101
Q

Otite média aguda: achados na otoscopia?

A
  • MT com eritema ou opacificação.
  • Abaulamento da MT (indica líquido na orelha média).
  • MT sem mobilidade
    (tem líquido no ouvido médio).
    *Miringite bolhosa é um sinal de otite média.
102
Q

Otite média aguda: como é a otoscopia normal?

A

MT translúcida (perolada), conseguimos ver os ossículos, além do triângulo luminoso (reflexo da luz do otoscópio no tímpano normal).

103
Q

Otite média aguda: eritema isolado fecha diagnóstico de OMA? Pq?

A

Eritema isolado é INSUFICIENTE para o diagnóstico de otite média, o choro pode ser a causa.

104
Q

Otite média aguda: qual o exame mais sensível e específico para determinar efusão líquida no ouvido médio?

A

Avaliação da mobilidade da membrana timpânica:

  • Se houver mobilidade = não tem líquido no ouvido médio.
  • Ausência de mobilidade = tem líquido no ouvido médio.
  • PORÉM, lembrar da cronologia do atendimento:
  • Pcte com suspeita de otite (OMA/OME): avalia pela otoscopia se tem abaulamenteo = se sim, sugere OMA, se não, afasta OMA e pode ser OME (que é efusão crônica, sem sinais de infecção aguda), e aí realizamos pneumo-otoscopia para ver quanto a mobilidade da MT p/ definir diagnóstico.
105
Q

Síndrome de conjuntivite purulenta + OMA ipsilateral: etiologia e conduta?

A
  • Etiologia: Haemophilus não tipável.

- Colírios são insuficientes, há necessidade de antibiótico oral (amoxicilina-clavulanato)..

106
Q

Otite média aguda: diagnóstico?

A
  • Clínico (sintomas + otoscopia).
  • AAP (2013):
    a) Membrana timpânica de moderada a intensamente abaulada OU otorreia de início recente.
    b) Membrana timpânica levemente abaulada + otalgia de início recente (< 48h).
    c) Membrana timpânica levemente abaulada + hiperemia intensa.
107
Q

Otite média aguda: diagnóstico diferencial pela otoscopia entre OMA viral x bacteriana.

A
  • OMA viral: MT levemente opaca + hiperemia difusa leve/moderada + ausência de abaulamento.
  • OMA bacteriana: MT opaca + hiperemia intensa + presença de abaulamento + diminuição da mobilidade.
108
Q

Otite média aguda: tratamento e evolução?

A

1) Sintomáticos: paracetamol, dipirona ou ibuprofeno.
2) ATBterapia: amoxicilina. Alérgicos: azitromicina. Por 10 a 14 dias.
- Evolução: diminuição dos sintomas em 48-72h, mas a otoscopia pode estar alterada até 3 meses após o episódio agudo.

*Obs.: Alguns recomendam observar pacientes maiores de 2 anos, com otite unilateral, febre < 39ºC e em BEG, tratando com anti-inflamatórios por 2 a 3 dias, sem antibiótico.

109
Q

Otite média aguda: pq é recomendado o pronto início do ATB? (3)

A
  1. Ela é provocada por bactérias patogênicas.
  2. Melhora mais rápida e definitiva com antibióticos.
  3. O antibiótico diminui o risco de complicações supurativas.
110
Q

Otite média aguda: indicações de ATB pela AAP?

A

1- Lactentes < 6 meses: tratar com ATB TODOS (com diagnóstico fechado ou na suspeita).
2- Entre 6 meses e 2 anos: tratar com ATB todos com diagnóstico fechado. MAS, suspeita + doença mais grave (criança toxêmica, Tax ≥ 39º C, otalgia significativa) = tratar com ATB também.
3- > 2 anos: tratar com ATB os casos confirmados COM gravidade (criança toxêmica, Tax ≥ 39º C, otalgia significativa). Do contrário, não usar ATB (agendar retorno em 48-72h para observação).

111
Q

Otite média aguda: quando fazer dose dobrada de amoxicilina (80 a 90 mg/kg)? Pq?

A

< 2 anos, tratamento recente com antibióticos, criança de creche, falha terapêutica.
- Pois nessas situações pode ter pneumococo resistente.

112
Q

Otite média aguda: Falha terapêutica - definição e causas?

A
  • Falha terapêutica após 72 horas.

- Causas: pneumococo resistente, produção de beta-lactamase.

113
Q

Otite média aguda: Falha terapêutica - tratamento de 2ª linha?

A

Opções:

  • Amoxicilina dose dobrada + clavulanato (p/ pegar pneumococo resistente + hemófilo e moraxella).
  • Axetilcefuroxima (pega bem os 3 germes).
  • Ceftriaxona IM.
  • Clindamicina: útil contra pneumococo resistente, não é ativa contra hemófilos e Moraxella. Então, uso se tenho certeza que é pneumococo resistente (fiz timpanocentese e fiz a cultura).
114
Q

Otite média aguda: qual ATB NÃO deve ser usado?

A

Sulfametoxazol-trimetoprima.

115
Q

Otite média aguda: tratamento se há otorreia através de tubo de timpanostomia em paciente com otite recorrente?

A

ATB ototópico: ciprofloxacino + dexametasona.

*Obs.: cipro além dos germes comuns, funciona contra o S. aures e Pseudomonas aeruginosa, que são causa de otite média crônica.

116
Q

Otite média aguda: indicações de miringotomia (drenagem do tímpano)?

A

Dor intensa e grave; hiperpirexia (febre alta); paralisia facial; mastoidite; labirintite; infecção do SNC.

117
Q

Otite média aguda: prevenção?

A
  • Vacina contra o pneumococo.
  • Vacina anual contra influenza.
  • Aleitamento materno (presença de IgA).
  • Profilaxia com ATB: alguns indicam para crianças FORA de creche com otites de repetição.
  • Tubo de timpanostomia: indicada em OMA recorrente.
  • Adenoidectomia: indicada na falha do tubo de timpanostomia.
118
Q

Otite média aguda: pq hipertrofia de adenoide causa OMA?

A

Por causa mecânica e por estar colonizada por bactérias.

119
Q

Otite média aguda: criança que apresenta 1º episódio precocemente (antes dos 6m de vida) tem maior risco de desenvolver o que?

A

Quanto mais precoce na vida o 1º episódio, maior o risco de recorrência ou doença crônica.

120
Q

Otite média aguda recorrente: definição?

A

3 ou mais OMAs nos últimos 6 meses OU 4 ou mais OMAs nos últimos 12 meses (sendo pelo menos 1 nos últimos 6 meses).

121
Q

Otite média aguda recorrente: o que é importante pesquisar?

A

Deficiência de anticorpos da classe imunoglobulina G ou A e presença de fatores de risco.

122
Q

Otite média aguda recorrente: tratamento cirúrgico?

A
  • Tubo de timpanostomia: coloca o tubo para drenar continuamente a secreção do ouvido médio para o meio externo.
  • Adenoidectomia: se falha.
123
Q

Otite média aguda recorrente: cite as complicações.

A
  • Perfuração timpânica.
  • Otite média secretora (efusão persistente).
  • Otite média crônica supurativa.
  • Mastoidite com periostite.
  • Infecção do SNC.
  • Timpanoesclerose; atelectasia; perfuração crônica -> tudo isso levando a surdez de condução.
124
Q

Otite média aguda recorrente complicada com perfuração timpânica - o que ocorre?

A

Evolução comum em OMA não tratada, quando ocorre a autodrenagem da supuração do ouvido médio.

125
Q

Otite média aguda recorrente complicada com otite média secretora - o que ocorre?

A
  • Não há dor nem febre, o principal sintoma é a perda auditiva.
  • A efusão pode ser serosa, mucoide, purulenta ou mista.
  • Na maioria das vezes, decorre de OMA tratada e se resolve em 3 meses em 90% dos casos.
126
Q

Otite média aguda recorrente complicada com otite média crônica - definição? Tipos? Agentes principais? Tto?

A
  • Persistência dos sinais de otite média por mais de 3 meses.
  • Pode ser do tipo secretora, supurativa e colesteatomatosa.
  • Agentes: S. aureus e Pseudomonas Aeruginosa.
  • Tratamento: ATB EV.
127
Q

Otite média aguda recorrente complicada com mastoidite - definição? Agentes principais? Tto?

A
  • Inflamação da área pós-auricular, com deslocamento do pavilhão auricular e desaparecimento do sulco retroauricular.
  • Agentes: pneumococo, Haemophilus não tipável e Pseudomonas aeruginosa.
  • Tratamento: miringotomia (drenagem cirúrgica) + ceftriaxona + oxacilina ou clindamicina EV.
128
Q

Otite média aguda recorrente complicada com infecção do SNC - cite-as.

A

Meningite, abscesso cerebral e tromboflebite do seio lateral.

129
Q

Otorreia purulenta + paralisia do nervo VI (abducente) + dor orbitária ipsilateral = síndrome (?)

A

Síndrome de Gradenigo (petrosite aguda). Complicação da OMA recorrente (mastoidite).

130
Q

Otite externa: clínica e fatores de risco.

A

Cursa sem febre, sem história pregressa de IVAS, é de situação mais sazonal (verão geralmente).
- FR: contato com água de mar ou piscinas.

131
Q

Quais as doenças que compõe o grupo das obstruções agudas inflamatórias das VAS (síndrome clínica “crupe”) e quais sinais/sintomas elas tem em comum?

A
  • Laringite, laringotraqueobronquite e a epiglotite.

- Sinal em comum: estridor, além de tosse metálica, rouquidão e variáveis graus de desconforto respiratório.

132
Q

Crupe: fisiopatologia?

A

Inflamação aguda das vias aéreas, decorrente de infecção viral ou bacteriana, acarreta edema e espasmos laríngeos, com redução do calibre das vias aéreas.

133
Q

Crupe: Laringite viral comum - clínica, agentes?

A
  • Clínica: disfonia e tosse leve, febre baixa.

- Agentes etiológicos: rinovírus, parainfluenza, VSR, adenovírus.

134
Q

Crupe: Laringotraqueobronquite viral - epidemio = idade e pico? sexo? estação?

A
  • Pode ocorrer de 3 meses a 5 anos, com pico no 2º ano de vida. É comum recorrências entre 3 e 6 anos (depois disso a via aérea aumenta a obstrução deixa de acontecer).
  • Mais comum em meninos.
  • Ocorre mais nas estações frias.
  • História familiar positiva é comum.
135
Q

Crupe: Laringotraqueobronquite viral - pq ocorre mais nos primeiros 2 anos?

A

Pois o calibre da via aérea é menor e qualquer inflamação ou secreção diminui de forma significativa a luz da via aérea.

136
Q

Crupe: Laringotraqueobronquite viral - etiologia?

A

Parainfluenza 3 e 4 (75%).

- Outros: influenza, adenovírus, VSR.

137
Q

Crupe: Laringotraqueobronquite viral - clínica?

A
  • Inicia com quadro gripal (rinorreia, tosse, faringite), febril por 1 a 3 dias.
  • Evolui com tosse metálica ou ladrante (tosse de cachorro), estridor inspiratório (dificuldade para respirar), rouquidão, febre alta. Pior à noite.
  • Hipóxia é rara (indica quadro grave).
  • Resolução em 1 semana (sem tratamento).

*Obs.: é comum ter outros familiares com sintomas gripais (mas não desenvolvem crupe).

138
Q

Crupe: Laringotraqueobronquite viral - diagnóstico?

A

Clínico.

139
Q

Crupe: Laringotraqueobronquite viral - se pedir exames complementares, qual será? Cite o principal achado.

A
  • Raio X do pescoço: sinal do campanário (afunilamento da via aérea). Outros nomes: sinal da torre ou sinal da ponta do lápis.
  • FOTO.
140
Q

Crupe: Laringotraqueobronquite viral - tratamento em casos leves (cite os sinais q indicam que é leve)?

A

Quadro autolimitado.

  • Sinais = desconforto respiratório ausente ou leve, sem hipoxemia, em BEG.
  • Conduta: domiciliar com inalação de SF0,9% e antitérmicos.
141
Q

Crupe: Laringotraqueobronquite viral - tratamento e casos moderados a graves (cite os sinais q indicam que é mod-grave)?

A
  • Sinais: taquipneia ou desconforto respiratório importante, com hipoxemia (SatO2 < 92%) ou queda do estado geral.
  • Conduta: corticoide (sistêmico com dexametasona IM ou VO; ou budesonida por via inalatória) + nebulização com adrenalina pura, e manter a criança em observação por pelo menos 4h, por risco de efeito rebote.
  • Suporte ventilatório conforme necessário.
142
Q

Crupe: Laringotraqueobronquite viral - critérios de internação?

A

Suspeita de epiglotite, estridor progressivo, estridor intenso em repouso, dificuldade respiratória com hipóxia, inquietude, cianose/palidez, alteração do nível de consciência e febre alta com sinais de toxemia.

143
Q

Crupe: Laringotraqueobronquite viral - qual a principal complicação?

A

Traqueíte bacteriana.

144
Q

Traqueíte bacteriana - o que ocorre (clínica)? Principal agente? Tratamento?

A
  • Paciente com laringotraqueobronquite evolui com quadro de insuficiência respiratória, com estridor, taquipneia, taquicardia, tosse, expectoração purulenta, febre alta. Não há resposta a nebulização com adrenalina. Não é epiglotite.
  • Principal agente é o S. aureus. Além de M. catarralis e H. influenza.
  • Conduta: intubação + ATB EV.
145
Q

Crupe: Epiglotite - definição e idade mais comum?

A

Decorrente da obstrução infecciosa das VAS, mas é supraglótica e de etiologia bacteriana, sendo mais grave e mais comum em crianças de 2 a 5 anos de idade.

146
Q

Crupe: Epiglotite - etiologia?

A
  • Haemophilus tipo B.
  • Mas hoje é infrequente ver a epiglotite, devido a vacina. Outros agentes responsáveis são o S. pyogenes, S. aureus e S. pneumoniae.
147
Q

Crupe: Epiglotite - clínica?

A
  • Quadro fulminante de febre alta, odinofagia, disfagia, estridor inspiratório, dispneia rapidamente progressiva, toxemia.
  • Criança adota posição de tripé.

*Não é comum a tosse de cachorro.

148
Q

Crupe: Epiglotite - como é a posição de tripé e qual o objetivo?

A

Criança sentada para frente, com pescoço hiperestendido, com as mãos no joelho, com o objetivo de manter pérvia a coluna aérea.

149
Q

Crupe: Epiglotite - diagnóstico?

A
  • Clínico, confirmado pela laringoscopia.
  • Laringoscopia: epiglote vermelho-cereja na hora da intubação, deve ser feito em centro cirúrgico ou UTI pelo risco de laringoespasmo!

*FOTO.

150
Q

Crupe: Epiglotite - pq devemos evitar o uso de abaixadores de língua em sua suspeita?

A

Pois seu uso pode ocasionar laringoespasmo, com piora do quadro.

151
Q

Crupe: Epiglotite - qual o sinal característico no RX lateral do pescoço?

A

Sinal do polegar.

*FOTO.

152
Q

Crupe: Epiglotite - achados lab?

A

Leucocitose com neutrofilia e DE, aumento de PCR.

153
Q

Crupe: Epiglotite - tratamento?

A
  • Via aérea artificial (reduz mortalidade): IOT ou traqueostomia.
  • Antibiótico: ceftriaxona, ou amoxicilina+clavulanato. Por 10 dias.
  • Cobrem Haemophilus tipo B.
154
Q

Crupe: Epiglotite - profilaxia para contactantes de epiglotite?

A

Se há suspeita de epiglotite por hemófilos, crianças < 2 anos com vacinação incompleta e crianças contactantes domiciliares imunossuprimidas devem receber profilaxia com:
- Rifampicina 20 mg/kg, 1x/d por 4 dias, dose máxima de 600 mg/d.

155
Q

Crupe espasmódico (alérgico) ou laringite estridulosa: acomete mais q idade? Clínica? Etiologia?

A
  • Acomete de 6 meses a 3 anos, semelhante à crupe viral, mas sem pródromos catarrais.
  • Crises de início súbito de estridor, tosse metálica à noite, ladrante, respiração ruidosa, AFEBRIL.
  • Fica bem durante o dia, com ataques leves nas próximas 2 noites.
  • Etiologia: alérgica.
156
Q

Diagnósticos diferenciais da Crupe: cite 3.

A
  • Difteria.
  • Aspiração de corpo estranho.
  • Hipertrofia de adenoide.
  • Laringomalácia.
  • Estenose subglótica.
  • Paralisia de pregas vocais.
  • Anomalias vasculares.
157
Q

Diagnósticos diferenciais da Crupe: Difteria (“Crupe diftérico”) - clínica?

A
  • Clínica: corrimento nasal seroso ou serossanguinolento, presença de membrana branco acinzentada sobre as amígdalas, disfagia intensa e ausência de febre.
  • Crupe diftérico é baixo devido a vacinação. *Notificação compulsória.
158
Q

Diagnósticos diferenciais da Crupe: aspiração de corpo estranho - diferença principal?

A

Quadro é súbito, sem antecedentes de IVAS.

159
Q

Diagnósticos diferenciais da Crupe: hipertrofia de adenoide - qnd suspeitar?

A

Criança com história de roncos noturnos e apneia do sono e RX sugestivo.

160
Q

Cite 4 causas não infecciosas de estridor na infância.

A
  • Laringomalácia.
  • Estenose subglótica.
  • Paralisia de pregas vocais.
  • Anomalias vasculares.
161
Q

Qual a anomalia congênita laríngea mais comum?

A

Laringomalácia.

162
Q

Laringomalácia: qnd surgem os sintomas? Estridor piora com o que?

A

Nas primeiras semanas de vida. Estridor piora com choro, agitação, alimentação e posição supina.

163
Q

Laringomalácia: diagnóstico e conduta?

A

Clínica, confirma com laringoscopia e conduta é expectante na maioria.

164
Q

Estenose subglótica: o que é? Como é o quadro?

A
  • Segunda causa mais comum de anomalia congênita laríngea.

- Episódios recorrentes de crupe durante quadros de resfriado.

165
Q

Paralisia de pregas vocais: causa e clínica?

A
  • Paralisia unilateral (lesões periféricas – trauma): pode ser assintomática ou causar estridor.
  • Paralisia bilateral (alterações do SNC): insuficiência respiratória.
166
Q

Anomalias vasculares: clínica e tratamento?

A
  • Pode haver associação de sintomas respiratórios com disfagia (se houver compressão do esôfago).
  • Tratamento: correção cirúrgica.
167
Q

IVAS de repetição x Alergia: que teste fazer para diferenciar?

A

Teste terapêutico: veja a resposta à anti-histamínico:

  • Se melhorar = alérgico;
  • Se não = IVAS de repetição.