Trauma abdominal Flashcards

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1
Q

Abdome anterior: anatomia?

A

Área entre a linha transmamilar superiormente, os ligamentos inguinais e a sínfise púbica inferiormente, e as linhas axilares anteriores lateralmente.

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2
Q

Internamente o abdome possui 3 compartimentos. Quais?

A

Cavidade peritoneal, retroperitônio e pelve.

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3
Q

Cite os mecanismos de trauma.

A
  • Fechado (contusão abdominal): 60% dos casos.

- Aberto (penetrante ou ferida abdominal).

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4
Q

Trauma Fechado (contusão abdominal): as lesões ocorrem por mecanismo?

A

Lesões por compressão, esmagamento, cisalhamento ou desaceleração.

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5
Q

Trauma Fechado (contusão abdominal): principal causa?

A

60% é causado por acidentes automobilísticos.

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6
Q

Trauma Fechado (contusão abdominal): quais as as vísceras mais acometidas?

A

As vísceras parenquimatosas são mais frequentemente acometidas: lesões do baço (40-55%) e do fígado (35-45%) são as mais comuns.

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7
Q

Trauma Aberto (penetrante ou ferida abdominal): cite as causas.

A

Projéteis de arma de foto (PAF) e arma branca.

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8
Q

Trauma Aberto (penetrante ou ferida abdominal): PAF - locais mais acometidos? Causam lesões significativas?

A
  • Intestino delgado (50%), cólon (40%) e fígado (30%).

- 80% causam lesões abdominais significativas.

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9
Q

Trauma Aberto (penetrante ou ferida abdominal): arma branca - locais mais acometidos? Causam lesões significativas?

A

Fígado (40%), delgado (30%), diafragma (20%) e cólon (15%).

- 20-30% causam lesões abdominais significativas.

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10
Q

Trauma Aberto (penetrante ou ferida abdominal): é comum ter acometimento da cavidade torácica concomitantemente?

A

Em 25% há acometimento concomitante da cavidade torácica (alguns ferimentos podem transfixar o diafragma).

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11
Q

Trauma Aberto (penetrante ou ferida abdominal): ferimentos que comprovadamente penetram a cavidade peritoneal têm indicação formal de ___?

A

Laparotomia exploradora.

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12
Q

Qual a finalidade da avaliação diagnóstica inicial do trauma abdominal?

A

A avaliação diagnóstica inicial do trauma abdominal não visa determinar o órgão acometido, e sim se EXISTE OU NÃO INDICAÇÃO CIRÚRGICA.

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13
Q

Como iniciar a avaliação no trauma abdominal e qual o item mais importante na avaliação inicial do trauma abdominal?

A

Seguimos o ATLS e o item mais importante é a avaliação hemodinâmica (AB C DE).

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14
Q

Como é a conduta pela avaliação hemodinâmica?

A

1) Paciente INSTÁVEL que penso em choque temos que buscar o foco do sangramento = tórax, abdome, pelve. Logo, nesse caso tenho que fazer o exame abdominal (ver também pelve, próstata, períneo) no exame primário (AB C DE). Obs.: depois farei a revisão de exame abdominal no exame secundário.
a) Se no exame há suspeita de sangramento abdominal nesses pacientes instáveis: eles podem ser submetidos a Lavado Peritoneal Diagnóstico (LPD) ou ultrassonografia na sala de emergência (FAST) para confirmar se o sangramento é abdominal. Se pelo exame físico tenho a “certeza” de ser um hemoperitônio (sem uso de LPD/FAST) ou se o confirmei pelo FAST/LPD = indica-se laparotomia exploradora.

2) Pacientes ESTÁVEIS: pode ser feito exames complementares. E posso fazer exame abdominal no exame secundário.

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15
Q

Medidas complementares ao exame primário: Sondagem gástrica - finalidade?

A

É útil para esvaziar o conteúdo gástrico (principalmente em gestantes, crianças e obesos), diminuindo risco de aspiração, além de verificar possíveis sangramentos digestivos.

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16
Q

Medidas complementares ao exame primário: Sondagem gástrica - CI?

A

Na suspeita de fratura da base do crânio (hematoma periorbital bilateral, hematoma de mastoide, saída de líquor ou sangue pelo tímpano e nariz).

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17
Q

Medidas complementares ao exame primário: Sondagem vesical - finalidade? O que fazer antes da sondagem?

A
  • Para descompressão da bexiga e avaliação de hematúria.
  • Antes da sondagem vesical, realizar o exame do períneo e toque retal, avaliando presença de sangramento, crepitações ou espículas ósseas e a tonicidade esfincteriana.
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18
Q

Medidas complementares ao exame primário: Sondagem vesical - CI? Conduta nesses casos.

A

Na suspeita de lesão uretral = sangue no meato uretral, hematoma escrotal ou equimose perineal, além de espículas ósseas no toque retal. Nesses casos, deverá ser feita uretrocistografia retrógrada (depois da estabilização hemodinâmica) antes da sondagem vesical p/ confirmação.

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19
Q

O que é o sinal de Ballance e qual o diagnóstico provável?

A

Presença de massa dolorosa palpável no QSE do abdome -> Hematoma esplênico.

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20
Q

O que é o sinal de Kehr e qual o diagnóstico provável?

A

Dor aguda no ombro por irritação do diafragma homolateral -> Hematoma esplênico e/ou hepático, dependendo do lado.

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21
Q

O que é a tríade de Sandblom e qual o diagnóstico provável?

A

Icterícia + dor abdominal + hematêmese -> Hemobilia.

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22
Q

O que é a hemorragia “em 2 tempos” e qual o diagnóstico provável?

A

Sinais de instabilidade hemodinâmica algumas horas após trauma abdominal -> Trauma esplênico.

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23
Q
Complete: os exames primários no trauma incluem: 
1- Raio X de ?
2- Raio X de ?
E NÃO inclui:
3- Raio X de ?
A

1- Raio X de tórax AP.
2- Raio X de bacia.
E não inclui:
3- Raio X de abdome simples.

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24
Q

Em que paciente poderei fazer o RX de abdome em q momento?

A

Pacientes estáveis hemodinamicamente (exames secundários).

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25
Q

Raio X de abdome em pcte estável: Trauma contuso: o que pode detectar?

A

Pneumoperitônio (se lesão de víscera oca), pneumorretroperitônio e apagamento do Psoas em lesões retroperitoneais.

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26
Q

Raio X de abdome em pcte estável: Trauma penetrante: o que pode detectar?

A
  • Localizar os projéteis e seu trajeto.

- Avaliar a presença de hemotórax ou pneumotórax nos ferimentos de transição toracoabdominal e pneumorretroperitônio.

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27
Q

Quando a radiografia simples de perfil pode ser útil em trauma abdominal e pq?

A

Em ferimentos por PAF dorsais, para localizar o projétil e seu trajeto, indicando ou não penetração na cavidade (em paciente estável).

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28
Q

Quais são os exames contrastados que podem ser solicitados em pacientes estáveis por trauma abdominal?

A

Urografia excretora e uretrocistografia. São úteis para avaliar lesões do sistema geniturinário. Obs.: realizar uretrocistografa em todos com suspeita de trauma uretral antes da sondagem vesical.

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29
Q

Exames diagnósticos: Lavado peritoneal diagnóstico (LPD) - indicações e finalidade?

A
  • Paciente instável, com trauma multissistêmico e alteração do nível de consciência ou modificação da sensibilidade (lesão medular).
  • Finalidade de confirmar se há hemoperitônio. Fazer se não houver disponibilidade de FAST.
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30
Q

Exames diagnósticos: Lavado peritoneal diagnóstico (LPD) - explique como é feito o procedimento e seus resultados

A

Realiza-se pequena incisão infraumbilical (ou incisão supraumbilical em grávidas/trauma pélvico), com abertura da aponeurose e colocação de cateter ou sonda dentro da cavidade abdominal -> infunde soro fisiológico aquecido a 36-39º -> 10 ml/kg de soro em crianças e 1.000 ml de soro em adultos e se:

1) ao aspirar vier sangue que não coagula ou material entérico = exame positivo (sangue livre na cavidade peritoneal) e está indicada a laparotomia exploradora.
2) refluxo do soro instilado está aparentemente sem alterações = esse efluente deve ser encaminhado para estudo laboratorial parar ver se tem os critérios de positividade.

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31
Q

Exames diagnósticos: Lavado peritoneal diagnóstico (LPD) - Critérios de positividade no LPD? (6)

A
1- Aspiração de mais de 10 ml de sangue não coagulável;
2- Conteúdo GI com fezes ou bile;
3- Bactérias pelo Gram;
4- ≥ 100.000 mm³ de hemácias/ml.
5- ≥ 500 mm³ de leucócitos/ml.
6- Amilase > 175 mg/dl.
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32
Q

Exames diagnósticos: Lavado peritoneal diagnóstico (LPD) - sensibilidade é alta ou baixa? Desvantagem?

A
  • Apresenta alta sensibilidade para o diagnóstico de hemorragia intraperitoneal.
  • Desvantagem de ser invasivo e não diagnostica lesões do diafragma e retroperitônio.
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33
Q

Exames diagnósticos: Lavado peritoneal diagnóstico (LPD) - CI absoluta? CI relativa?

A
  • Contraindicação absoluta do LPD: indicação de laparotomia.
  • Contraindicações relativas do LPD: cirurgia prévia, obesidade mórbida, cirrose avançada e coagulopatia, gravidez.
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34
Q

Exames diagnósticos: Lavado peritoneal diagnóstico (LPD) - qnd indico pra pcte estável?

A

Se não houver US e/ou TC.

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35
Q

Exames diagnósticos: FAST - indicação? Objetivo?

A

“US focado para o trauma abdominal”.

- Indicado para paciente instável, com o objetivo de detectar líquido livre na cavidade.

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36
Q

Exames diagnósticos: FAST - vantagem sobre o LPD? Qual escolher?

A

Não é invasiva e pode ser repetida s/n.

- FAST substitui o LPD.

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37
Q

Exames diagnósticos: FAST - cite os locais da cavidade abdominal que o FAST investigará presença de hemoperitônio? E o e-FAST?

A
  • Subxifóideo: avaliação dos seios cardiofrênico e saco pericárdico (ex.: tamponamento cardíaco).
  • Quadrante superior direito (hepatorrenal): avaliação do seio costofrênico direito, fossa hepatorrenal (espaço de Morrison), fígado e rim D.
  • Quadrante superior esquerdo (esplenorrenal): avaliação do seio costofrênico esquerdo, baço e rim E.
  • Suprapúbico: avaliação de bexiga e fundo de saco de Douglas.
  • e-FAST: é o FAST estendido, além dos sítios clássicos avalia o espaço pleural.
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38
Q

Exames diagnósticos: FAST - desvantagens

A
  • Operador-dependente.
  • Não diagnostica lesões do diafragma, delgado e pâncreas.
  • Comprometido em obesos, com enfisema subcutâneo ou cirurgias prévias.
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39
Q

Qual é o exame mais específico e não invasivo p/ o trauma abdominal?

A

Tomografia de abdome.

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40
Q

Julgue a afirmativa abaixo como correta ou incorreta e justifique:

“A tomografia é o exame mais específico e não invasivo, logo, deve ser o primeiro exame solicitado em todo paciente vítima de trauma abdominal.”

A

De fato a tomografia é o exame mais específico e não invasivo, entretanto, ela NÃO deve ser solicitada em TODO paciente, mas sim em pacientes ESTÁVEIS HEMODINAMICAMENTE.

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41
Q

Exames diagnósticos: TC - detecta melhor lesões em que vísceras? Quais suas limitações?

A
  • Detecta lesões em vísceras maciças.

- Limitações: pode não diagnosticar lesões GI (vísceras ocas), diafragmáticas e pancreáticas. Alto custo.

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42
Q

Exames diagnósticos: TC - finalidade?

A

Mapear as lesões parenquimatosas (graduar).

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43
Q

Exames diagnósticos: TC - se houver líquido na cavidade peritoneal e não houver lesões de vísceras parenquimatosas devo suspeitar de que?

A

Suspeitar de lesões de vísceras ocas.

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44
Q

Exames diagnósticos: TC - CI?

A
  • INSTABILIDADE HEMODINÂMICA.
  • Alergia ao contraste.
  • Não colaboração do paciente.
  • Demora na disponibilidade do recurso.
45
Q

Indicações de cirurgia p/ trauma abdominal ABERTO (3)

A
1- Indicação clínica (hipotensão – paciente instável, peritonite ou evisceração ao exame físico = não necessitam de exames complementares para indicação cirúrgica). 
2- Indicação aos raios X simples de laparotomia exploradora.
3- Ferimento PAF, com exceção de FPAF no flanco e no dorso.
#Ferimento por arma branca: só será indicação direta de laparotomia se paciente instável/peritonite/evisceração ("indicação clínica").
  • Obs: A maioria das vítimas tem indicação de laparotomia exploradora ao serem admitidos.
46
Q

Paciente com trauma abdominal aberto, mas sem indicações de laparotomia -> cite as possíveis condutas.

A

Exploração digital (arma branca), laparoscopia ou TC com triplo contraste ou observação clínica.

47
Q

Trauma abdominal aberto: paciente estável e assintomáticos com FPAF no flanco e no dorso - conduta?

A

TC abdominal com triplo contraste.

- Se não for possível, manter paciente sob observação por 24 horas.

48
Q

Trauma abdominal aberto: paciente estável com ferimento por arma branca - conduta?

A

1- Exploração digital da ferida:

a) se negativa (não violou peritônio) = alta;
b) se positiva ou duvidosa = observação por 24h (exame físico + hemograma de 8/8h) -> sem alterações = reiniciar dieta + alta; com alterações = se abdome cirúrgico/choque = laparotomia; se leucocitose ou queda da Hb > 3g/dl = considerar TC/LPD.

49
Q

Trauma abdominal aberto: PAFs tangenciais no abdome - conduta?

A

Quando o orifício de entrada dista menos de 10 cm do orifício de saída, a melhor opção para diagnosticar a penetração na cavidade abdominal é a laparoscopia.

50
Q

Trauma abdominal aberto: Ferimentos no tórax inferior - conduta?

A

Pode lesar diafragma e vísceras abdominais e o diagnóstico é pelo raio X simples, toracoscopia ou laparoscopia.

51
Q

Trauma contuso: paciente ESTÁVEL - conduta?

A

1- Avaliação clínica seriada ou TC com triplo contraste ou estudos para traumas orgânicos específicos.
2- Fará laparotomia se:
- TC de abdome = lesões no TGI (pneumoperitônio) e na bexiga intraperitoneal ou outras lesões de víscera sólida com indicação cirúrgica; líquido livre na cavidade + sensibilidade à palpação ou sinal do cinto de segurança ou líquido em mais de um quadrante.
- RX = pneumoperitônio, enfisema de retroperitônio ou sinais de ruptura do diafragma.

52
Q

Trauma contuso: paciente INSTÁVEL - conduta?

A

Existe outra causa de choque?

1) Se não (apenas trauma abdominal) = laparotomia exploradora.
2) Se sim (politratrauma) = FAST ou LPD:
a) se positivo = laparotomia exploradora.
b) se negativo = avaliação clínica seriada ou TC com triplo contraste ou estudos para traumas orgânicos específicos.

53
Q

Peritonite é contraindicação à laparoscopia?

A

NÃO. Mas, quando a peritonite é acompanhada de instabilidade hemodinâmica = evitar laparoscopia.

54
Q

Cirurgia de controle de danos (Damage Control): conceito?

A

O princípio é a cirurgia pra controle da hemorragia e prevenção de contaminação maciça, seguida de recuperação clínica em UTI e de reoperação programada.

55
Q

Cirurgia de controle de danos (Damage Control): finalidade?

A

É feita pois a cirurgia prolongada deixaria o politraumatizado exposto no CC durante muito tempo, aumentando o risco de desenvolver a tríade mortal (coagulopatia, hipotermia e acidose metabólica) e alta chance de óbito pela falência metabólica.

56
Q

Cirurgia de controle de danos (Damage Control): indicações clínicas?

A
  • pH < 7,2.
  • Tax < 32ºC.
  • Necessidade de transfusões múltiplas (> 10 UI de concentrado de hemácias).

Obs.: basta uma dessas para indicar cirurgia de controle de danos.

57
Q

Cirurgia de controle de danos (Damage Control): fases?

A

1) Intervenção inicial: breve, com controle vascular rápido e limitação do vazamento por rupturas em vísceras ocas, sem perder tempo com grandes anastomoses.
2) Reanimação no CTI: estabilização clínica por 48-72h (correção de volemia, acidose, coagulopatia e hipotermia).
3) Reoperação programada: reparo cirúrgico definitivo.

58
Q

Quais são as manobras de exploração abdominal?

A
  • Manobra de Mattox: liberação do cólon E, fazendo sua rotação para direita. Utilidade: expor a aorta abdominal e seus ramos (praticamente só a a. renal direita não fica exposta).
  • Manobra de Cattel-Braasch: consiste na reflexão medial do cólon D, duodeno e base do mesentério. Inclui a manobra de Kocher. Utilidade: acesso à veia cava inferior, aorta, vasos renais e vasos ilíacos.
  • Manobra de Kocher: liberação da 2ª porção do duodeno (retroperitoneal), realizando a rotação medial da mesma. Utilidade: acesso ao pâncreas, à veia cava inferior, à aorta e aos vasos renais.
  • Manobra de Pringle: clampeamento do pedículo hepático. Utilidade: permite diferenciar se o sangramento é intra-hepático (quando cessa com a manobra) ou no segmento retro-hepático da eia cava inferior (quando persiste com a manobra).
59
Q

Cirurgia de controle de danos (Damage Control): cite uma complicação.

A

Síndrome compartimental abdominal.
- se risco de síndrome do compartimento (edema de alças, compressas na cavidade) pode fazer a bolsa de Bogotá (peritoniostomia).

60
Q

Lesões de Baço - graus e descrição; indique a conduta de acordo com o grau.

A

FOTO.

  • Grau I, II e III: são passíveis de tratamento conservador. Monitorizar para ver se há necessidade de cirurgia.
  • Grau IV e V: tratamento cirúrgico (esplenectomia).
  • Grau III ou IV com sangramento ativo = arteriografia.
61
Q

Lesões de Fígado - graus e descrição; indique a conduta de acordo com o grau.

A

FOTO.
- Grau I, II, III:
o São passíveis de tratamento conservador.
o Trauma hepático simples + sangramento ativo = arteriografia com embolização.
o Monitorizar se há a necessidade de cirurgia.
- Grau IV, V E VI: tratamento cirúrgico.
-> Quando a cirurgia é necessária, várias manobras cirúrgicas estão disponíveis. Pode ser feito sutura, balão, tampões de peritônio, ressecções segmentares, etc.

62
Q

Lesões de Pâncreas e Vias biliares - graus e descrição; indique a conduta de acordo com o grau.

A

FOTO.

  • I e II hematoma: observação.
  • II laceração: dieta zero, desbridamento, hemostasia e drenagem.
  • III: pancreatectomia distal, pancreatojejunostomia em y de Roux.
  • IV e V: tentar procedimentos que desviem secreções biliares, gástricas e pancreáticas do duodeno, como a diverticularização duodenal (antrectomia + gastrojejunostomia), com ou sem coledocostomia (em caso de envolvimento da ampola de Vater). Hemorragia incontrolável: duodenopancreactectomia.
63
Q

Lesões de Pâncreas e Vias biliares - lesão de cabeça de pâncreas x lesão de cauda = qual é pior?

A

Lesão de cabeça de pâncreas é pior do que de cauda.

64
Q

Lesões de Pâncreas e Vias biliares - lesão de cauda x lesão da cabeça pancreática e via biliar - cite a conduta de forma objetiva

A
  • Lesões da cauda podem ser apenas drenadas.

- Lesão da cabeça pancreática e via biliar: às vezes drenagem externa e reconstrução em segundo tempo.

65
Q

Lesões de Pâncreas e Vias biliares - tem relação entre amilasemia e extensão do trauma pancreático?

A

Amilasemia não tem relação com a extensão do trauma pancreático, podendo estar normal em casos de secção do órgão.

66
Q

Qual o melhor exame para avaliar o ducto de Wirsung em trauma pancreático?

A

CPRE. Mas só deve ser feita em paciente estável.

67
Q

Quais complicações podem ocorrer no pós-operatório das vítimas de trauma de pâncreas e seu tratamento?

A

Fístula pancreática, acompanhada ou não de abscesso.

- Tratamento: fístula = conservador (drenagem, dieta zero e NPT), abscesso = cirurgia.

68
Q

Lesões gástricas exclusivas: conduta?

A

Rafias.

69
Q

Lesões múltiplas ou na 1ª porção do duodeno: conduta?

A

Gastrectomia subtotal.

70
Q

Lesão na 2ª porção do duodeno: conduta?

A

Cirurgia de Vaughan – reparo da lesão duodenal, seguido de cerclagem pilórica e gastroenteroanastomose.

  • É sempre um problema, é um centro ativador de enzimas que corrói a rafia.
71
Q

Lesão duodenal - tipos de injúria e descrição.

A

FOTO.

72
Q

Hematoma intramural duodenal - clínica, sinais encontrados ao RX e tto.

A
  • Clínica de dor abdominal + vômitos (obstrução duodenal).
  • Sinal “da mola em espiral” ou “do bico de pássaro” na radiografia contrastada.
  • Tratamento conservador com SNG, reposição volêmica e eletrolítica; pois geralmente são absorvidos em 0-15 dias.
73
Q

Quais complicações podem ocorrer no trauma duodenal? Tratamento?

A
  • Fístulas duodenais. Tratamento = CNG e NPT, com resolução em 6-8 semanas.
  • Abscessos. Tratamento = drenagem percutânea ou cirúrgica.
74
Q

ID - Lesões até 50% do diâmetro = conduta?

ID - diversas lesões em um mesmo segmento = conduta?

A
  • Lesões até 50% do diâmetro: sutura simples é o suficiente.

- Diversas lesões em um mesmo segmento: enterectomia e anastomose.

75
Q

Lesões de cólon e reto - lesões e descrição

A

FOTO.

76
Q

Lesões de cólon e reto - principais causas?

A

Traumas penetrantes e lesões por empalamento.

77
Q

Lesões de cólon e reto - qual a região mais acometida?

A

Cólon transverso (lesões retais são mais raras que colônicas).

78
Q

Lesões de cólon: conduta?

A
  • Ressecção do segmento + Anastomose primária: paciente estável e com trauma há < 4-6 horas, porque a partir dai já tem peritonite. Cólon direito tolera melhor.
  • Ressecção do segmento + colostomia: paciente instável com várias horas de lesão e peritonite.
79
Q

Lesões de reto baixo: conduta?

A

Rafia e colostomia de proteção.

80
Q

Como pode ser feito o acesso ao retroperitônio?

A
  • À direita: manobra de Cattel e manobra de Kocher.

- À esquerda: manobra de Mattox.

81
Q

Sinais clínicos de sangramento retroperitoneal?

A

Hematoma escrotal, equimose nos flancos e periumbilical.

82
Q

Hematomas retroperitoneais: zona 1 (conteúdo e conduta)

A
  • Zona 1 (Central): pâncreas, aorta e a cava abdominal. Conduta = todo hematoma em zona 1 deve ser explorado cirurgicamente, independente de sua etiologia, pois pode ter lesão de vaso.
83
Q

Hematomas retroperitoneais: zona 2 (conteúdo e conduta)

A
  • Zona 2: rins, vasos renais e os cólons ascendente e descendente. Conduta: hematomas expansivos devem ser explorados cirurgicamente, já os hematomas originados por traumatismo fechado fazer tratamento conservador.
84
Q

Hematomas retroperitoneais: zona 3 (conteúdo e conduta)

A

Zona 3: compreende a pelve. Conduta: não explorar cirurgicamente, realizar arteriografia diagnóstica e terapêutica (pra fazer hemostasia dos vasos lesados).

  • São hematomas associados à fratura pélvica e fazem compressão vascular, logo, não posso explorar hematoma pélvico se não faço descompressão e a tendência à sangramento é maior.
85
Q

Trauma geniturinário: lesão renal = cite os graus e descrição, além de conduta de acordo com grau.

A

Conduta:

  • Grau I: contusão ou hematoma subcapsular.
  • Grau II: laceração < 1cm sem lesão do sistema coletor.
  • Grau III: laceração > 1cm sem lesão do sistema coletor.
  • Grau IV: lesão do sistema coletor ou grande laceração.
  • Grau V: explosão renal ou lesão de pedículo.
  • Lesão I a IV são passíveis de tratamento não operatório (rim tolera melhor lesão).
  • Lesão V = cirurgia.
86
Q

Trauma geniturinário: lesão renal = qual o tratamento?

A

Rafias/nefrectomia total ou parcial (lembrar de antes verificar se há o outro rim, afastando agenesias).

87
Q

Trauma geniturinário: lesão de ureter = tratamento?

A

Desbridamento, rafia ou anastomose, colocação de cateter de duplo J.

88
Q

Há relação entre entre a intensidade da hematúria e a gravidade da lesão renal?

A

Não.

89
Q

Trauma geniturinário: lesão de bexiga = clínica?

A

Hematúria, dor suprapúbica, incapacidade urinar.

90
Q

Trauma geniturinário: lesão de bexiga = laceração extraperitoneal - associada a que?

A

Associada às fraturas pélvicas.

91
Q

Trauma geniturinário: lesão de bexiga = laceração extraperitoneal - diagnóstico e achados?

A

Uretrocistografia retrógrada: imagem em “lágrima” ou “chama de vela” (contraste retido no espaço pré-vesical).

92
Q

Trauma geniturinário: lesão de bexiga = laceração extraperitoneal - tratamento?

A

Conservador com SVD.

93
Q

Trauma geniturinário: lesão de bexiga = laceração intraperitoneal - o que ocorre?

A

Aumento súbito de pressão intravesical. A bexiga “explode”.

94
Q

Trauma geniturinário: lesão de bexiga = laceração intraperitoneal - diagnóstico e achados?

A

Uretrocistografia retrógrada: imagem em “orelha de cachorro” (extravasa líquido do contraste para peritônio).

95
Q

Trauma geniturinário: lesão de bexiga = laceração intraperitoneal - tratamento?

A

Laparotomia com rafia primária.

96
Q

Trauma geniturinário: lesão de uretra = quando suspeita?

A

Sangue no meato uretral, equimose perineal, sangue no saco escrotal, fratura de pelve.

Obs.: próstata “flutuante”/cefálica ao toque retal não é considerado sinal confiável (ATLS 10ª ed).

97
Q

Trauma geniturinário: lesão de uretra = tríade clássica?

A

Sangue no meato uretral + incapacidade de urinar + formação de bexigoma.

98
Q

Trauma geniturinário: lesão de uretra = diagnóstico?

A

Uretrocistografia retrógrada.

*NA SUSPEITA DE LESÃO URETRAL NÃO SONDAR PACIENTE, FAZER URETROCISTOGRAFIA ANTES.

99
Q

Trauma geniturinário: lesão de uretra = lesão de uretra posterior - o que ocorre?

A

Traumatismo de grande impacto associado à fratura pélvica. Próstata é tracionada superiormente, rompendo na altura de sua parte membranosa.

100
Q

Trauma geniturinário: lesão de uretra = lesão de uretra anterior - associado a que?

A

Associada ao trauma contuso, à fratura peniana, à queda do cavaleiro (esmagamento da uretra bulbar contra a pelve) e às lesões iatrogênicas.

101
Q

Trauma da pelve - defina: fraturas estáveis e instáveis

A
  • Fraturas estáveis: anel pélvico alinhado e abertura da sínfise púbica < 2,5 cm.
  • Fraturas instáveis: anel pélvico deformado ou abertura da sínfise púbica > 2,5 cm.
102
Q

Trauma da pelve - está associado a que?

A

Ao trauma de bexiga e uretra, além de hemorragia.

103
Q

Trauma da pelve - fratura instável cursam com o que geralmente?

A

Hematoma retroperitoneal, o que pode causar hipotensão e choque hipovolêmico.

104
Q

Trauma da pelve - tratamento?

A
  • Inicial: suporte, com reposição volêmica e hemotransfusão.
  • Fraturas instáveis em pacientes hipotensos:
    1- MAST (roupa pneumática antichoque);
    2- Tamponamento pré-peritoneal da bacia ou arteriografia com embolização (melhor opção para sangramento arterial);
    3- Fixação externa da bacia e alinhamento do anel pélvico para a redução do sangramento.
    4- Na ausência de arteriografia: ligadura manual das aa. Ilíacas.
105
Q

Tamponamento pré-peritoneal da bacia: como é realizado?

A

Incisão vertical infra-umbilical (10 cm) e colocação de três compressas grandes ao longo do bordo superior da pequena bacia, bilateralmente.

*É um método alternativo para controlar hemorragia pélvica quando a angioembolização é retardada ou indisponível. -> PEBMED

106
Q

Recentemente vem ganhando destaque o tratamento não operatório (TNO), cite suas indicações.

A

Trauma fechado, estabilidade hemodinâmica e lesões pequenas de vísceras sólidas (fígado, baço e rins).

107
Q

TNO - é importante monitorizar? Pq?

A

Monitorizar clínica e alterações de níveis hematimétricos.
- Se instabilidade hemodinâmica, queda de consciência, queda hematimétrica ou sinais de peritonite: avaliar melhor medida terapêutica.

108
Q

O que é hemobilia? Q exame fazer p/ confirmar?

A

Quando rompe via biliar e tem hemorragia digestiva (hematêmese, melena), ou seja, sangue é decorrente de rompimento de via biliar, para confirmar isso devemos fazer arteriografia.