Síndromes hipertensivas na gestação Flashcards

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1
Q

Qual é a 1ª causa de mortalidade materna no Brasil? E tem grande potencial de morbimortalidade perinatal devido à que?

A

Síndromes hipertensivas.

- Potencial de morbimortalidade perinatal devido à hipóxia.

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2
Q

Qual é o valor considerado hipertensão arterial na gravidez?

A

PAS ≥ 140 ou PAD ≥ 90 mmHg.

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3
Q

Qual é a 1ª causa de prematuridade eletiva devido a RCIU e oligoâmnio?

A

Pré-eclâmpsia.

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4
Q

Como aferir a PA na gestante?

A

Em repouso, paciente sentada, aferir de preferencia no antebraço direito elevado (altura do coração), com manguito adequado. Se der alta, devemos repetir em intervalo de 5 minutos (10-15 minutos seria o ideal).

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5
Q

Cite os tipos clínicos das síndromes hipertensivas.

A
  • Hipertensão arterial crônica (HAC).
  • Hipertensão gestacional.
  • Pré-eclâmpsia (PE).
  • HAC sobreposta por pré-eclâmpsia.
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6
Q

HAC: definição?

A

Gestante apresenta hipertensão arterial (≥ 140x90 mmHg) antes da gestação ou em até 20 semanas de gestação e persiste além de 12 semanas pós-parto.

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7
Q

HAC: é primária ou secundária?

A
  • É hipertensão essencial (primária) em mais de 90%.
  • Uma parte pode ter a hipertensão secundária a: doença renal, feocromocitoma, coarctação da aorta, LES, diabetes, tireotoxicose, etc.
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8
Q

HAC: fatores de risco?

A

Multíparas, obesas, história familiar.

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9
Q

HAC: comente sobre edema, proteinúria e LOA.

A
  • Sem edema ou proteinúria.

- Pode apresentar alterações de órgão-alvo (por ter hipertensão há anos).

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10
Q

HAC: classificação?

A
  • HAC complicada: paciente já tem IRC, cardiopatia, pré-eclâmpsia sobreposta.
  • HAC não complicada.
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11
Q

Como definir diagnóstico em gestante que vem com pressão alta à 1ª consulta após 20 semanas de gestação e com desconhecimento dos níveis pressóricos prévios?

A

Não tem o que fazer, pode ser HAC ou pode estar evoluindo com pré-eclâmpsia, avaliar outros critérios diagnósticos.

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12
Q

Qual a exceção para ter HA antes das 20 semanas e não ser HAC?

A

Gestação molar.

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13
Q

Hipertensão gestacional: definição e conduta?

A

Hipertensão desenvolvida durante a gestação, após 20ª semana de gestação, mas sem nenhum sinal, sintoma ou alteração laboratorial que caracterize a pré-eclâmpsia. Sem proteinúria.
- Conduta: pré-natal de alto risco, consultas mais frequentes e avaliar necessidade de anti-HAS.

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14
Q

Hipertensão gestacional: pode evoluir para pré-eclâmpsia?

A

Até 25% evolui para pré-eclâmpsia.

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15
Q

Hipertensão gestacional: e se houver persistência da HA após a 12ª semana do parto?

A

A classificaremos como HAC (isso pode ocorrer pois a gestante pode ter sua pressão falseada na 1ª metade da gestação, aonde a pressão tende a ser baixa).

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16
Q

Pré-eclâmpsia: definição?

A

Hipertensão arterial (≥ 140x90 mmHg) após 20 semanas + proteinúria (≥ 300 mg/24h) OU disfunções orgânicas maternas.

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17
Q

O aumento de 30 mmHg na PAS ou de 15 mmHg na PAD quando os valores absolutos estão abaixo 140x90 mmHg é critério diagnóstico para pré-eclâmpsia? Qual a conduta?

A

Não deve ser usado como critério diagnóstico.
- Conduta: fazer medidas de PA e consultas mais frequentes, especialmente na presença de proteinúria e hiperuricemia (≥ 6 mg/dl).

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18
Q

Defina:

  • Pré-eclâmpsia precoce?
  • Pré- eclâmpsia tardia?
A
  • Pré-eclâmpsia precoce: < 34 semanas. Pior prognóstico (+ RCIU, resultados materno-fetais piores).
  • Pré-eclâmpsia tardia: ≥ 34 semanas.
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19
Q

Pré-eclâmpsia: Cite os 17 sinais de gravidade.

A

1- PA ≥ 160x110 mmHg.
2- Creatinina ≥ 1,2 mg/dl.
3- Sinais de encefalopatia hipertensiva (cefaleia e distúrbios visuais).
4- Eclampsia.
5- Dor epigástrica ou no HD.
6- Evidência clínica ou laboratorial de coagulopatia.
7- Plaquetopenia < 100.000.
8- Aumento de AST, ALT, DHL, bilirrubinas.
9- Presença de esquizócitos em sangue periférico.
10- AVE.
11- Dor torácica.
12- Sinais de insuficiência cardíaca ou cianose.
13- Edema agudo de pulmão.
14- Dificuldade de controle pressórico com 3 drogas.
15- Oligúria (< 500 ml/dia ou 25 m/h).**
16- Presença de RCIU e/ou oligoâmnio.**
17- Proteinúria > 2 g/24h.**

**MS diz que são critérios de gravidade, mas literaturas atualizadas e FEBRASGO não os citam mais -> prestar atenção em prova (FEBRASGO não irá considerar níveis de proteinúria como critério de gravidade, portanto).

*Quando não há nenhum dos critérios de gravidade, a pré-eclâmpsia é classificada como leve (ou seja, PA ≥ 140x90 mas < 160x ≥ 110 mmHg + proteinúria).

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20
Q

Pré-eclâmpsia: fatores de risco? (15)

A

Primiparidade (aumenta em 2x), história prévia (8x) ou familiar de PE (3x), nefropatias, HAC, DM, colagenoses (LES), obesidade, trombofilias, extremos de idade (> 40 ou < 18 anos), doença trofoblástica gestacional, gemelaridade (tem mais tecido placentário), hidropsia fetal, raça negra, SD do anticorpo anti-fosfolípide.

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21
Q

Pré-eclâmpsia: proteinúria - valores?

A
  • ≥ 300 mg/dl em 24h, ou ≥ 1 g/L em 24h. OU
  • Proteinúria/creatinúria > 0,3 mg/dl por amostra isolada. OU
  • Fita 1+ de proteína (em 2 ocasiões, sem evidencia de infecção).

*Esses valores são válidos para pacientes que nunca tiveram proteinúria.

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22
Q

Na gestante com HAC, devemos pedir proteinúria? Pq?

A

Sim, tem que fazer a proteinúria basal no início da gestação, porque se ela evoluir com proteinúria no decorrer da gestação saberemos se é por evolução para PE sobreposta ou se é fruto de lesão renal prévia.

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23
Q

Pré-eclâmpsia: se sinais de iminência de eclampsia ou alterações laboratoriais sugestivas de disfunções orgânicas maternas, não é necessário proteinúria para fechar diagnóstico de PE. Quais são os sinais de iminência de eclampsia?

A
  • Cefaleia frontal ou occipital persistente;
  • Distúrbios visuais (escotomas, diplopia, amaurose);
  • Dor epigástrica ou hipocôndrio direito.

*PE com sinais de gravidade.

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24
Q

Pré-eclâmpsia: se sinais de iminência de eclampsia ou alterações laboratoriais sugestivas de disfunções orgânicas maternas, não é necessário proteinúria para fechar diagnóstico de PE. Quais são as disfunções orgânicas maternas? (“4”)

A
  • Perda da função renal: Cr ≥ 1,2 mg/dl.
  • Aumento de transaminases: TGO ou TGP > 70.
  • Complicações neurológicas: estado mental alterado, cegueira, hiper-reflexia com clônus, escotomas, turvamento visual, diplopia, doppler da a. oftálmica com peak/ratio > 0,78.
  • Complicações hematológicas: plaquetopenia (< 100.000), CIVD, hemólise.
  • PE com sinais de gravidade.
  • Macete = lembre de HELLP + iminência de eclâmpsia + alteração renal.
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25
Q

Eclâmpsia: conceito?

A

Aparecimento de convulsões tônico-clônicas generalizadas em paciente com pré-eclâmpsia. Epilepsia e outras doenças convulsivas devem ser excluídas.

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26
Q

Pré-eclâmpsia: fisiopatologia?

A
  • A placenta se desenvolve de células chamadas trofoblastos -> citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto -> sincício invade decídua e artérias espiraladas, levando ao seu alargamento e resultando em aumento do fluxo sanguíneo, que desenvolverá feto e placenta. Na pré-eclâmpsia isso é deficiente, gerando isquemia placentária. Na gestação normal a migração trofoblástica ocorre em 2 ondas (1º e 2º T) e elas convertem as artérias espiraladas em vasos de baixa resistência e acredita-se que 2ª onda (responsável por consumir o segmento miometrial) não ocorre nas gravidas com pré-eclâmpsia (por mecanismos imunológicos e genéticos), dai a resistência arterial não cai adequadamente (alta resistência), vasos permanecem estreitos = isquemia placentária = insuficiência placentária -> pode determinar restrição do crescimento fetal e na vigência de hipóxia, ocorre sofrimento fetal crônico e até mesmo óbito intrauterino.
  • Além disso, pode ter baixo volume (e não aumento do DC como na gestante normal), alta pressão e alta resistência. Como o fluxo renal estará diminuído, pode ter aumento de ureia, creatinina e ácido úrico (reduz o clearance). Proteinúria ocorre pela lesão dos glomérulos (glomeruloendoteliose).
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27
Q

Hipertensão crônica sobreposta por pré-eclâmpsia: definição?

A
  • Gestante previamente hipertensa que cursa com agravamento da PA (ou seja, elevação da PA) associada ao surgimento de proteinúria ou 3x valor inicial, além de disfunção de órgão-alvo após a 20ª semana de gestação. É um quadro grave.
  • Aceita-se o diagnóstico também quando há elevação da PA acompanhada de aumento de ácido úrico (≥ 6 mg/dl) em gestantes sem uso de diurético.
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28
Q

Hipertensão crônica sobreposta por pré-eclâmpsia: como pode ser feito o diagnóstico pós-parto?

A

No pós-parto o diagnóstico retrospectivo pode ser feito quando biópsia renal evidencia glomeruloendoteliose.

29
Q

Tratamento HAC: medidas no pré-natal? (5)

A

1- Equipe multidisciplinar.
2- Orientações de hábitos de vida (atividade física, perda de peso, dieta).
3- Suspensão e/ou adequação das medicações guidelines recomendam o uso de anti-HAS em HAS graves (≥ 160x110 mmHg) ou HAS moderada com LOA, exceto USP que orienta iniciar antes de 20sem).
4- Cuidado com ganho de peso, altura uterina e edema (possibilidade de evolução para pré-eclâmpsia sobreposta).
5- Atenção: se piora da hipertensão -> suspeitar de pré-eclâmpsia sobreposta ou sinais de iminência de eclampsia.

30
Q

Tratamento HAC: quais drogas anti-hipertensivas são usadas?

A
  • Metildopa: 750 a 3.000 mg/dia. - 1ª escolha.
  • Nifedipina 30 a 120 mg/dia.
  • Hidroclorotizada 25-50 mg/dia (pode ser mantida nas pacientes que já usavam previamente, caso contrário, não iremos introduzir).
31
Q

Tratamento HAC: conduta propedêutica - exames lab e exames na individualização de cada caso?

A

1- Relação proteinúria/creatinúria (ideal fazer esse exame na HAC, mas tem a proteinúria de 24h e proteína em fita): se < 0,3 indica que não tem lesão renal ainda; se evoluir com proteinúria = PE sobreposta.
2- Hemograma.
3- Outros: individualizar, pois podem apresentar lesão de órgão alvo:
a) Fundo de olho.
b) ECG/Ecocardiograma.
c) RX de tórax.
d) Avaliação renal: ureia, creatinina, ácido úrico, USG.

32
Q

Tratamento HAC: avaliação fetoplacentária - exames, achados e periodicidade? (3)

A
  • USG mensal após 24 semanas: avaliar crescimento fetal (risco de RCIU), avaliação do líquido amniótico (pode cursar com oligoâmnio).
  • Dopplerfluxometria: quinzenal se RCIU.
  • Avaliação de vitalidade fetal com PBF a partir de 34 semanas.
33
Q

Tratamento HAC: medidas de prevenção de pré-eclâmpsia?

A
  • AAS 100mg/d (60-150 mg/dia) a partir da 12ª semana. -> É considerado o único medicamento capaz de prevenir a DHEG. Obs.: suspender 2 semanas antes do parto.
  • Cálcio 1 a 2 g/dia a partir da 20ª semana.

*Essas medidas reduzem de 10-30% as chances de PE.

34
Q

Há recomendação para uso de heparina de baixo peso molecular, restrição de sal, uso de vitaminas e ômega 3 a fim de prevenir a pré-eclâmpsia?

A

Não há recomendação para uso dessas substâncias.

35
Q

Tratamento HAC: em que IG deve ser feito o parto? Qual a via de parto?

A
  • Assegurada a vitalidade fetal = até a 40ª semana.
  • Se vitalidade fetal comprometida = indica-se parto terapêutico.
  • Via de parto: vaginal, sendo a cesárea realizada mediante indicação obstétrica.
36
Q

Tratamento HAC: quais anti-hipertensivos usar no pós-parto?

A
  • Se compensada previamente, manter as mesmas medicações, com exceção do atenolol que é excretado no leite.
  • Drogas: Metildopa, clonidina, captopril, nifedipina, anlodipina, losartana. Evitar diuréticos.
37
Q

Tratamento da PE: medidas no pré-natal?

A
  • Monitorização da PA mais rigorosa (pré-natal de alto risco).
  • Controle de peso (edema de mãos e face não é critério diagnóstico, mas pode indicar gravidade).
  • Sinais e sintomas de comprometimento de órgão-alvo.
38
Q

Tratamento da PE: conduta na PE leve? (intra-hospitalar, pós-internação até resolução da gestação)

A

1- Hospitalização (TODAS, independente de gravidade) por 24-48h.
2- Exames ao diagnóstico: Hb/Ht, plaquetas, proteinúria na fita ou de 24h, ácido úrico, função renal e hepática.
3- Dieta normossódica.
4- Repouso relativo.
5- PA de 4/4 horas.
6- Peso diário (ganho súbito de peso = edema = sinal de gravidade).
7- Avaliação das condições maternas e pesquisa de sintomas de iminência de eclampsia.
8- Solicitar semanalmente: Hb/Ht, plaquetas, DHL, bilirrubinas, creatinina, AST e ácido úrico. Para ver se está evoluindo com complicação.
9- Avaliação das condições fetais:
a) Contagem de movimentos fetais (mobilograma) e BCF diariamente.
b) Avaliação do bem-estar fetal com CTG semanal ou antes s/n.
c) Avaliação do crescimento fetal e do líquido amniótico, além de Doppler de vasos fetais a cada 3 semanas (se normal).
*Se IG entre 24 e < 34 sem: atenção à plaquetopenia, CTG diário e Doppler 2x/semana.
10- Após estabilização, controle ambulatorial:
a) Consultas semanais, repouso relativo, pesagem diária pela manhã, proteinúria fita semanalmente pela manhã e medição da PA pelo menos 1x/dia.
11- Resolução da gestação com 37 ou 40 semanas, no máximo. Obs.: MS preconiza 40 semanas, mas há serviços que preconizam 37 semanas.

*Observação: na PE leve basta o citado acima, sem a necessidade de tratamento medicamentoso. Remember = se é PE leve, significa que PA está ≥ 140x90 mas < 160x110 mmHg; tem proteinúria ≥ 300/24h, mas ñ tem outros sinais de gravidade!

39
Q

Tratamento da PE: conduta se evoluir para PE com sinais de gravidade?

A

1) Se ≥ 34 semanas = resolução da gestação após estabilização (PA, MgSO4).
2) Se < 34 semanas = conduta conservadora:
- UTI.
- Dieta suspensa (permitidos líquidos claros e medicação oral).
- Avaliação materno-fetal.
- Administração de sulfato de magnésio.
- Administração de anti-hipertensivos de ação rápida (hidralazina).
- Uso de corticoide para maturidade pulmonar (e sulfato de magnésio como neuroproteção fetal em < 32 semanas).
- Resolução da gestação após corticoterapia (48h).
*Se gestante teve sinais de gravidade, mas não tem mais e não há sofrimento fetal, tentar prolongar a gestação até 34 semanas.
Obs: também tem que pedir os exames laboratoriais (hemograma, creatinina, ácido úrico, TGO/TGP, DHL, proteinúria de 24h).

40
Q

Tratamento da PE com sinais de gravidade: qual a conduta se IG < 24 semanas?

A

Controvérsias na literatura:

  • Expectante: avaliação diária da gestante.
  • Interrupção: com termo de consentimento.

*Obs.: risco de complicações maternas é muito alto.

41
Q

Tratamento da PE com sinais de gravidade: conduta na hipertensão arterial aguda (≥ 160x110 mmHg)? - drogas, medidas, meta.

A

1- Drogas:
a) Hidralazina 5mg, EV, de 20 em 20 minutos até 30mg. -> 1 ampola de hidralazina (1 ml) pra 19 ml de água destilada, e fazer 5ml da solução EV lento.
OU
b) Nifedipina 10mg, VO, de 30 em 30 minutos até 30mg.
c) Se encefalopatia hipertensiva ou quadro não responsivo: nitroprussiato de sódio 0,25 a 10 mcg/kg/min.
2- Manter paciente em DLE.
3- SG5% (principalmente se manter paciente em jejum para possível interrupção da gestação).
4- Realizar CTG por 20 minutos após medicação.
5- PA 5/5 min por 20 minutos após medicação.
6- Meta: PA < 160x110 mmHg e > 135x85 mmHg (não pode abaixar muito, pois fará hipofluxo placentária e sofrimento fetal). *Meta é diminuição de 20-30% da PA.

42
Q

Tratamento da PE com sinais de gravidade: Terapia anticonvulsivante - Sulfato de magnésio: critérios p/ uso?

A

Deve ser a 1ª medicação a ser realizada se sinais de iminência de eclampsia: cefaleia frontal ou occipital persistente, distúrbios visuais (escotomas, diplopia, amaurose), dor epigástrica ou hipocôndrio direito.

43
Q

Tratamento da PE com sinais de gravidade: Terapia anticonvulsivante - Sulfato de magnésio: dose e os 2 esquemas?

A

1- Esquema Zuspan:
a) Dose de ataque: 4g de MgSO4 (8 ml MgSO4 50% + 12 ml AD) IV em 5 a 10 minutos.
b) Dose de manutenção (IV): 1-2 g/h IV – 10 ml MgSO4 50% + 240 ml SF0,9% - BIC 50 ml/h (1g/h) ou 100 ml/h (2g/h) – continuamente por 24 horas pós-parto.
2- Esquema de Pritchard:
- Dose de ataque: igual.
- Dose de manutenção (IM): 10 ml MgSO4 50% IM de 4/4h.
- Esquema de escolha para transferência de paciente para outro hospital.

44
Q

Tratamento da PE com sinais gravidade: Terapia anticonvulsivante - Sulfato de magnésio: riscos e monitorização?

A

Monitorizar diurese, reflexos patelares e FR (1/1h), pois abolição dos reflexos patelares (1º sinal), oligúria (< 25 ml/h - excreção de Mg é renal) e FR ≤ 12 irpm são sinais de intoxicação pelo Mg (interromper uso de sulfato de magnésio), e precedem depressão respiratória que pode ocorrer na intoxicação.

45
Q

Tratamento da PE com sinais de gravidade: Terapia anticonvulsivante - Sulfato de magnésio: magnesemia e interpretação? Qnd dosar?

A

Função renal comprometida: dosar magnésio no sangue.

  • 4-7 mEq/L – níveis terapêuticos.
  • 8-10 mEq/L – inibição dos reflexos tendinosos.
  • > 12 mEq/L – risco de parada respiratória.
46
Q

Tratamento da PE com sinais de gravidade: Terapia anticonvulsivante - Sulfato de magnésio: antídoto e dose?

A

Gluconato de cálcio 10%: aspira 10 ml (1g EV lento).

47
Q

Tratamento da PE com sinais de gravidade: Corticoterapia - qnd fazer? Drogas e doses?

A

Fazer em PE com sinais de gravidade ou alteração da vitalidade fetal quando IG entre 24 e 34 semanas.
1- Betametasona 12 mg IM, 24/24h (em 48h, totalizando 2 doses). É a droga de escolha.
2- Dexametosona 6mg IM, 12/12h (em 48h, totalizando 4 doses).

48
Q

Qual é o tratamento definitivo da pré-eclâmpsia?

A

Resolução da gestação.

*Pois é uma doença relacionada à placenta, logo, ao retirar a placenta há retorno dos níveis pressóricos para normalidade.

49
Q

Qual a via de parto para resolução da gestação na PE?

A

Indicação obstétrica, não é indicação absoluta de cesariana.

  • PN: atenção para risco de DPP (se níveis pressóricos muito elevados), vigilância de BCF.
  • Se cesariana: evitar hipotensão grave, se raquianestesia; avaliar anestesia geral em urgências; MgSO4 tem efeito curarizante.
50
Q

Terapia anti-hipertensiva crônica (PE com sinais de gravidade e HAC): quais drogas podem ser usadas e doses?

A
  • Metildopa 750 mg a 2 g/dia.
  • Clonidina 0,2 a 0,6 mg/dia.
  • Nifedipina retard 20 a 60 mg/dia.
  • Anlodipina 5 a 20 mg/dia.
  • Metoprolol 50 a 200 mg/dia.
51
Q

Medidas no pós-parto de pré-eclâmpsia?

A
  • Aferir PA de 4/4h.
  • Evitar AINEs e supressores da lactação.
  • Manter MgSO4 por 24h.
  • Manter anti-hipertensivos.
  • Reavaliação laboratorial após 24 horas.
  • Monitoramento pelo menos até o 3º dia pós-parto.
  • Reavaliação em 7 dias.
  • Orientações quanto ao risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e renais no futuro.
52
Q

A eclampsia pode ocorrer no pós-parto? Qual o período de maior risco?

A

A eclampsia pode ocorrer no período pós-parto, com maior risco nas primeiras 48h.

53
Q

Gestante com HAC que cursa com aumento dos níveis pressóricos. HD e conduta?

A

1- HD = HAC sobreposta por PE.
2- Conduta:
a) Se PA ≥ 160x110 = internação.
b) Se PA ≥ 140x90 até 159x109 com sintomas = internar.
c) Se PA ≥ 140x90 até 159x109 sem sintomas = solicitar proteinúria:
- se positivo p/ PE = internar.
- se negativo p/ PE = aferir PA de 20/20min por 2h; solicitar lab p/ HELLP e USG com Doppler e PBF -> se alterado vamos internar; se normais = alta + medir PA diariamente + ajuste de medicação + retorno ao PN 1-2x/semana + rotina de exames e proteinúria semanais.

54
Q

HAC sobreposta por pré-eclâmpsia: cite os achados que sugerem PE.

A

Aumento dos níveis tensionais, ganho de pessoa acima de 1 kg/semana, edema de mãos e face, cefaleia persistente.

55
Q

Complicações da PE: Eclâmpsia - definição?

A

São crises convulsivas tônico-clônica generalizadas em gestante com hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia, na ausência de doenças neurológicas.

56
Q

Complicações da PE: Eclâmpsia - tratamento?

A
  • Estabilizar em 1º lugar: permeabilidade da via aérea, oxigenar o paciente (ñ há indicação de benzodiazepínico), proteção da língua, posição semissentada.
  • Iniciar sulfato de magnésio (primeira medida medicamentosa) - esquema Zuspan.
  • Avaliação global pós MgSO4 para verificar mãe e feto. Em seguida, definir a via de parto mais apropriada.
57
Q

Conduta em caso de refratariedade ao tratamento com sulfato de magnésio p/ eclâmpsia?

A

Novo bolus de sulfato de magnésio, de 2 a 4 mg, em 5 minutos e 2g/h de manutenção. . E em casos refratários (convulsões por mais de 20min ou mais que 2 recorrências): amobarbital (250 mg, EV, em 3 minutos) e considerar IOT+VM. Outras opções: tiopental ou fenitoína (tb chamada fenil-hidantoína) - UpToDate.

58
Q

Complicações da PE: Edema pulmonar - tratamento?

A
  • Oxigênio.
  • Restrição hídrica.
  • Furosemida 80mg.
  • Monitorização.
  • Vasodilatadores (hidralazina) para controle da hipertensão.
59
Q

Complicações da PE: Insuficiência renal - alterações?

A
  • Lesão renal da PE: glomeruloendoteliose capilar renal.
  • Diminui TFG, diminui fluxo plasmático renal.
  • Hiperuricemia transitória (traduz de forma precoce que está ocorrendo lesão renal por causa de pré-eclâmpsia).
  • IRA (incomum).
  • Oligúria (IRA pré-renal).
60
Q

Complicações da PE: Síndrome HELLP - definição?

A
  • É um quadro laboratorial caracterizado por hemólise (H = hemolysis), elevação de enzimas hepáticas (EL = elevated liver functions tests) e plaquetopenia (LP = low platelets count).
  • É uma variante da pré-eclâmpsia grave.
61
Q

Complicações da PE: Síndrome HELLP - confirmação laboratorial (achados)?

A

1- Plaquetopenia (é o mais precoce): < 100.000
- Grave se < 50.000 = risco de CIVD.
2- Hemólise:
a) Bilirrubinas ≥ 1,2.
b) Esfregaço de sangue periférico com esquizócitos – anemia hemolítica microangiopática.
c) DHL ≥ 600.
3- Disfunção hepática (lesão de hepatócitos):
a) AST ≥ 70 (ou dobro de um exame prévio).
4- Disfunção renal – SHU: creatinina > 1,1 mg/dl = pensar que está evoluindo para IRA.

62
Q

Complicações da PE: Síndrome HELLP - classificação?

A

1- SD HELLP completa (tem todos):
a) DHL ≥ 600 UI/L e/ou bilirrubina ≥ 1,2 mg/dl e/ou esquizócitos.
b) TGO ≥ 70 UI/L.
c) < 100.000 plaquetas/ml.
2- SD HELLP incompleta:
a) Apenas 1 ou 2 critérios citados presentes.

63
Q

Complicações da PE: Síndrome HELLP - clínica?

A
  • Assintomáticas OU inespecífica (mal-estar, epigastralgia ou dor no HD, náuseas e vômitos, cefaleia).
64
Q

Complicações da PE: Síndrome HELLP - diagnósticos diferenciais?

A

Esteatose hepática aguda da gestação, síndrome hemolítico-urêmica (SHU), púrpura trombocitopênica trombótica (plaquetopenia), hepatites virais (principal causa de icterícia), colecistopatia, pancreatite, lúpus eritematoso disseminado, choque séptico ou hemorrágico.

65
Q

Complicações da PE: Síndrome HELLP - conduta?

A
  • Prevenção de complicações hemorrágicas.
  • Prevenção da eclampsia (MgSO4).
  • Controle da PA (hidralazina).
  • Parto – Interrupção da gestação:
    1- Na vigência de SD HELLP e gestação com viabilidade fetal (≥ 34 semanas) = resolução da gestação após estabilização.
    2- Na vigência de SD HELLP e extrema imaturidade fetal (< 34 semanas) e ausência de complicações graves = corticoterapia prévia e resolução da gestação.
    a) MAS, SE -> IRA, EAP, CIVD descompensada, hematoma ou rotura hepática, manutenção ou piora dos parâmetros laboratoriais, descontrole da PA ou plaquetas < 50.000 = interrupção da gestação (independente da IG).
  • Via de parto: conduta obstétrica, não há indicação absoluta de cesárea.
66
Q

Complicações da PE: Síndrome HELLP - quando está indicado o uso de corticoide para resgate de plaquetopenia? Droga e dose?

A
  • Indicado quando plaquetas < 50.000.

- Dexametasona 10mg, EV, 12/12h antes do parto e após o nascimento até recuperação.

67
Q

Complicações da PE: Síndrome HELLP - quando está indicada a transfusão de sangue e plaquetas?

A
  • Indicado se plaquetas < 20.000, independente de sangramento.
  • < 50.000 se for submetida a cesariana (1 concentrado de plaquetas para cada 10 kg/peso).
  • Cada concentrado de plaquetas aumenta de 5 a 10.000 plaquetas.
68
Q

Complicações da PE: Síndrome HELLP - medidas no pós-parto?

A
  • UTI.
  • Pode ter piora transitória nas primeiras 24h pós-parto (cuidado atento nas 72h).
  • Anti-hipertensivos (hidralazina) e manter MgSO4.
  • Remissão ocorre com a melhora da diurese exames laboratoriais (retirada a placenta, resolve o quadro).
  • Exames laboratoriais a cada 6-24h até estabilização.
69
Q

Paciente com a relação tirosina quinase/fator de crescimento placentário (sFIT-1/PIGF) aumentada tem risco aumentando para que?

A

Pré-eclâmpsia.