PAC Flashcards
O que é pneumonia?
Processo infeccioso agudo do parênquima pulmonar (alvéolos e bronquíolos), podendo ser causada por bactérias, vírus (influenzae) e fungos.
Pneumonia adquirida na comunidade - Definição
Pneumonia que ocorre fora do ambiente hospitalar ou até 48h após sua admissão.
PAC apresenta que posição de mortalidade mundial? E no Brasil? E que posição em causa de internação hospitalar no Brasil?
3ª causa de mortalidade mundial e 3ª causa de morte no Brasil.
- É a 2ª causa de internação hospitalar no Brasil
PAC - apresenta maior incidência em que faixa etária? E em que época do ano?
Maior incidência nos extremos de idade (< 5 e > 65 anos) e nos meses de outono e inverno.
PAC - que grupo de pacientes morre mais?
Idosos > 65 anos e portadores de comorbidades, além de crianças < 1 ano.
PAC - como os agentes infecciosos penetram as vias aéreas inferiores?
- Aspiração das vias aéreas superiores (VAS tem germes e podem ir pra VAI);
- Inalação de aerossóis (principalmente na PNM por influenzae);
- Via hematogênica (geralmente é mais grave);
- Contaminação por contiguidade (espaço pleural, mediastino).
Cite as 4 fases de evolução na PNM por pneumococo na microscopia.
1- Congestão e edema.
2- Hepatização vermelha.
3- Hepatização cinzenta.
4- Resolução.
Microscopia (pneumococo) - Fase de congestão e edema
Apenas exsudato plasmático, com congestão de vasos; exsudato proteináceo e bactéria. Raramente é percebida clinicamente, pois evolui rapidamente para a 2ª fase.
Microscopia (pneumococo) - Fase de hepatização vermelha
Extravasamento de hemácias, fibrina e neutrófilos nos alvéolos; presença de hemácias junto ao exsudato intra-alveolar com intenso influxo neutrofílico. Ocasionalmente há bactéria.
Microscopia (pneumococo) - Fase de hepatização cinzenta
Hemácias que se desintegram ou sofrem lise, formando exsudato supurativo com fibrina pela ação dos macrófagos; célula predominante é o neutrófilo. Não há bactéria nesta fase.
Microscopia (pneumococo) - Fase de resolução
Recuperação da arquitetura do alvéolo. Macrófagos reaparecem e voltam a ser dominantes. Os debris restantes são recolhidos.
Quais são as defesas do hospedeiro?
Angulação da VA, clearance muco-ciliar, tosse, surfactante, macrófagos alveolares, mediadores vaso ativos.
Os defeitos no mecanismo de defesa do hospedeiro podem ocorrer por quais fatores?
- Idade: doenças de base (> risco de IAM, AVE e consequentemente PNM), clearance mucociliar deficiente, tosse menos efetiva, alterações na imunidade celular humoral.
- Defeitos congênitos: fibrose cística, SD dos cílios imóveis, de Kartagener, bronquiectasias, anemia falciforme – pneumonias de repetição.
- Imunossupressão: AIDS, hipogamaglobulinemia, câncer, drogas imunossupressoras.
- Comorbidades: DPOC, bronquiectasias, IRC, cirrose hepática, ICC, DM.
- Alterações do nível de consciência: comprometimento do fechamento da epiglote.
- Tabagismo: perda da função mucociliar e da atividade macrofágica.
- Álcool: reduz os reflexos de tosse e epiglótico, aumenta a colonização da orofaringe por Gram negativos, quimiotaxia anormal.
Qual a relação entre influenzae x pneumococo, S. aureus e H. influenzae na PAC?
Influenzae pode anteceder e facilitar a ação de pneumococo, S. aureus (principalmente) e H. influenzae, por alterar imunidade e defesa das vias respiratórias.
Qual é o principal agente etiológico da PAC (em qualquer idade e situação)? Quais as exceções a isso?
Streptococcus pneumoniae (16-60%) - Pneumococo. - Exceções: recém-nascido (principais são as bactérias do canal vaginal -> Gram negativos, como E. coli) e DPOC (o principal é o H. influenzae).
Cite todos os principais agentes etiológicos da PAC
o Germes típicos:
- Streptococcus pneumoniae: 16-60%.
- Haemophilus influenzae: 3-38%. Outros Gram negativos (Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa): 7-18%.
- Staphylococcus aureus: 2-5%.
o Germes atípicos:
- Mycoplasma pneumoniae: 1-20%.
- Clamydophila pneumoniae: 6-12%.
- Legionella pneumophila: 2-8%.
o Vírus: 10-30%.
- Influenza A e B.
- Adenovírus tipos 3, 4 e 7.
- Parainfluenza.
- Vírus sincicial respiratório.
Cite a ordem dos 3 principais causadores de pneumonia
S. pneumoniae, M. pneumoniae e C. pneumoniae.
Cite o agente etiológico que devemos pensar nas seguintes situações, além do pneumococo:
- Alcoólatras
- DPOC e/ou tabagista
- Pacientes com bronquiectasia
- Pacientes com demência e queda do nível de consciência
- Viagem nos últimos 15 dias em cruzeiro
- Exposição à pássaros
- Exposição a coelhos
- Alcoólatras: anaeróbios, Klebsiella pneumoniae.
- DPOC e/ou tabagista: H. influenzae, Legionella, C. pneumoniae, M. catarrhalis, Pseudomonas aeruginosa.
- Pacientes com bronquiectasia: P. aeruginosa, S. aureus, Burkholderia cepacia.
- Pacientes com demência e queda do nível de consciência: anaeróbios e bactérias Gram negativas entéricas.
- Viagem nos últimos 15 dias em cruzeiro: Legionella.
- Exposição à pássaros: Chlamydia psittaci.
- Exposição a coelhos: Francisella tularensis.
Etiologia da pneumonia em pacientes com AIDS: CD4 > 200; CD4 < 200; CD4 < 100; CD4 < 50.
- CD4 > 200: semelhante ao imunocompetente (pneumococo principal).
- CD4 < 200: pneumocistose, maior incidência de S. aureus e P. aeruginosa.
- CD4 < 100: criptococose.
- CD4 < 50: CMV, micobactérias atípicas.
Agente etiológico PAC - Devemos sempre identificá-lo?
- Não, em PAC não grave: nunca iremos precisar identificá-lo, pode liberar o paciente com ATB oral empírico, e mesmo se tiver que internar na enfermaria, se ele não está grave eu não preciso identificar o agente.
- Já em PAC grave ou que não respondeu ao ATB empírico ou internado em UTI: identificar o agente!
Obs.: somente em 40% dos casos é identificado o agente etiológico.
Critério clínico ou radiológico tem valor preditivo adequado para definir a etiologia microbiológica da PAC? No que podemos nos basear na suspeita do agente etiológico?
- NÃO podemos fechar o diagnóstico etiológico microbiológico só por esses critérios.
- A suspeita do agente etiológico deve ser baseada na EPIDEMIOLOGIA do paciente p/ início do tto empírico e o diagnóstico microbiológico só é fechado com exames (que nem sempre são feitos).
Diagnóstico microbiológico - Cite-os. Devemos solicitá-los e aguardar resultado p/ iniciar tto?
JAMAIS deve atrasar o início do tratamento devido a exames para definir o agente. São eles:
- Hemocultura, Gram + cultura do escarro.
- Pesquisar antígeno urinário: faz no EAS, geralmente pra identificar pneumococo e Legionella.
- Broncoscopia com coleta de lavado broncoalveolar ou aspirado endotraqueal.
- Toracocentese em caso de DP.
- Sorologia, PCR e biopsia pulmonar (raro, geralmente faz se estamos pensando em outra doença).
Anaeróbios - perfil de pacientes em q está presente
- Pacientes com dentes em mal estado de conservação.
- Paciente com fatores de risco para broncoaspiração (rebaixamento de nível de consciência, etc).
- Pacientes com obstrução brônquica.
- Etilistas.
Anaeróbios - comum em q tipo de PNM? Como é a expectoração?
Pneumonia aspirativa (aspiração de conteúdo gástrico). - Expectoração volumosa e fétida.
Anaeróbios - achados ao RX
Presença de abscesso pulmonar, pulmão direito e segmentos posteriores de lobos superiores e inferiores. Pode ter cavitação como TB.
PNM por Gram negativo - cite os principais agentes
Principal é o Pseudomonas aeruginosa, seguido de E. coli. Outros: Klebsiella pneumoniae, Haemophilus influenzae.
PNM por Gram negativo - afeta mais que pacientes?
Diabéticos, pacientes renais crônicos ou em uremia, pacientes com doença cerebrovascular (AVE prévio), indivíduos com fibrose cística, institucionalizados, etilistas, DPOC. Raro em imunocompetentes.
PNM por Gram negativo - Pseudomonas aeruginosa e E. coli: acometem mais quem?
Mais frequente em pneumonia nosocomial, fibrose cística* ou outra doença pulmonar estrutural, uso crônico de corticoides, desnutrição, uso de ATB de amplo espectro, neutropênicos febris. *Ñ tem associação com E.coli.
PNM por Gram negativo - Klebsiella pneumoniae: acomete mais quem?
Etilista principalmente, e DM. É causa frequente de pneumonia lobar por aspiração de vômitos.
PNM por Gram negativo - Haemophilus influenzae: acomete mais quem?
Idosos acima de 65 anos, asmáticos, DPOC. Tornou-se rara com vacina.
PNM por bactérias atípicas - agentes
Mycoplasma pneumoniae (mais comum), Chlamydophila pneumoniae, Legionella pneumophila.
PNM por bactérias atípicas - características do quadro clínico
Quadro insidioso (7-10 dias), tosse seca, febrícula.
PNM por bactérias atípicas - confunde com PNM de qual outra causa? Como diferenciar?
PNM viral, tem mesmo quadro clínico arrastado e radiologia (infiltrado intersticial). Para diferenciar: ver alterações laboratoriais e microbiológicas, além do perfil da PNM.
PNM por bactérias atípicas - Mycoplasma pneumoniae: mais comum em quem? Associações? Resolução?
- Mais comum em adultos jovens (20-30a) e adolescentes.
- Associação à miringite bolhosa, anemia hemolítica com acumulo de crioaglutininas (IgM), SD de Steven-Johnson e Guillain-Barré.
- Resolução mais rápida.
PNM por bactérias atípicas - Chlamydophila pneumoniae: mais comum em quem?
Idosos maiores de 65 anos.
PNM por bactérias atípicas - Legionella pneumoniae: mais comum em quem? Associação? Resolução?
- Mais comum em AIDS, usuário crônico de corticoides, transplantados.
- Associando-se à hiponatremia (SIADH) - quadro grave.
- Relacionada com viagens recentes (permanece viável em água, sendo comum a contaminação de dutos de ar condicionado).
- Resolução lenta e arrastada.
PNM por bactérias atípicas - Moraxella catarrahalis: mais comum em quem?
Mais comum em DPOC, asmáticos e contato com gado (especialmente veterinários, após cirurgias ou partos veterinários).
PNM por bactérias atípicas - Coxiella burnetti: mais comum em quem?
Contato com gado (especialmente veterinários, após cirurgias ou partos veterinários).
PNM “atípica” de causa ñ bacteriana - quais os agentes mais frequentes?
Influenza A (H1N1) e B, coronavírus e adenovírus, ou qlqr outro enterovírus.
PNM por bactérias atípicas/vírus - achados ao RX
Infiltrados intersticiais, geralmente não tem tanta consolidação.
Staphylococcus aureus - mais comum em quem?
Mais comum em crianças < 5 anos, usuários de drogas injetáveis, associados a bronquiectasias e outras doenças pulmonares (fibrose cística).
Staphylococcus aureus - um achado comum no RX
Pneumatocele (foto).
Streptococcus pyogenes - associado a que e em quem? RX pode ter o q?
- Quadros de tonsilite purulenta associados à pneumonia sequencial em crianças e adultos jovens.
- RX pode ter cavitação como a TB.
PAC - Critérios diagnósticos
Quadro radiológico compatível (consolidação) + 1 critério maior ou 2 critérios menores.
- Critérios maiores: tosse, expectoração, febre (T ≥ 37,8 ºC).
- Critérios menores: dor torácica, dispneia, ausculta pulmonar alterada, confusão mental, leucocitose > 12.000/mm³.
PNM com hemoptise maciça chama atenção para qual agente etiológico?
CA-MRSA.
PNM - Exame físico
Síndrome da condensação = frêmito toracovocal aumentado, macicez e estertores crepitantes.
PNM em idoso - clínica e características
- Tosse, febre e dispneia são menos prevalentes. (mesmo em PAC grave, pode abrir o quadro já com choque séptico e IRpA).
- 2/3 dos casos com taquicardia e taquipneia.
- Pode ter confusão mental.
- Pneumonia pode ocorrer por descompensação da doença de base
Qual é o exame radiológico de escolha para PNM? Pq?
Radiografia de tórax PA e perfil.
- Tem baixo custo, fácil disponibilidade e baixa radiação.
Qual a importância de pedir RXde tórax em perfil? Qnd pedir em DLE?
- Perfil é bom para detectar infiltrados em posição retrocardíaca e lobos inferiores.
- Pedir RX em decúbito lateral (incidência de Laurell) se: suspeita de derrame pleural ou para avaliar septações na imagem inicial.
Quais são os padrões radiológicos da PNM?
Variam de densa consolidação até infiltrados de padrão alveolar mais tênue (vidro fosco ou micronódulos centrolobulares agrupados) ou de padrão intersticial (foto).
Cite 1 achado radiológico classicamente associado ao diagnóstico?
Broncograma aéreo.
O que é o broncograma aéreo?
Achado radiológico. Representa um segmento brônquico pérvio em meio a uma região do parênquima pulmonar densamente preenchida por exsudato inflamatório.
Cite algumas patologias em que vemos o broncograma aéreo.
PNM, atelectasia, tumores como linfoma e carcinoma bronquíolo-alveolar.
Quanto tempo leva para a ter a resolução completa das alterações radiológicas?
2 semanas após a apresentação inicial na metade dos casos e, em 6 a 8 semanas em 2/3 dos casos.
Quando devemos repetir o raio x de tórax após o tratamento?
- Se houver persistência ou retorno dos sintomas após 6 semanas.
- Em fumantes, mesmo com melhora, repetir após 6 semanas (excluir câncer).
- Se houver persistência da imagem após 8 semanas, fazer investigação adicional.
Cite situações radiológicas em que a resolução é mais lenta?
Idade avançada, DPOC, imunossupressão, alcoolismo, DM, pneumonia multilobar.
Paciente com pneumonia pode ter raio x normal?
Até 10% dos RX em PNM são “normais”.
USG e TC: quando solicitar?
- US: usada para delimitar localizações de derrames de difícil punção e com loculações.
- TC: Indicado para paciente com quadro clínico exuberante de PNM, mas RX normal; duvida da presença ou não de infiltrado radiológico; na suspeita de complicações (como DP loculado, cavitações e abscesso), além do diagnostico diferencial de massas (neoplasia) com PNM.
Paciente com pneumonia pode ter TC de tórax normal?
Não existe PNM com tomografia de tórax normal!
USG x TC x RX: Quem tem maior sensibilidade e maior acurácia?
TC e USG.
Classificação da pneumonia de acordo com a localização?
- Pneumonia lobar: um lobo inteiro,
- Broncopneumonia: vias aéreas distais e alvéolos, pode ser multifocal, bilateral.
- FOTO.
Cite os exames laboratoriais que podemos solicitar para investigação de pneumonia?
Hemograma, PCR, procalcitonina, função renal, gasometria arterial e
lactato arterial, hemocultura, pesquisa de escarro diretamente da boca, cultura de lavado broncoalveolar, pesquisa urinária de antígenos, investigação de DP.
PAC - Hemograma: leuco; leuco em idoso; é marcador de que?
- Mostra leucocitose ou leucopenia (a última é de pior prognóstico).
- Idoso: pode haver leucometria normal com DE.
- Funciona como marcador de melhora clínica em paciente em tratamento.
PAC - PCR: é útil pra que?
Para o seguimento identificando piora da doença ou falha de tratamento (se demora cair).
PAC - Procalcitonina: útil pra que? Melhor/pior que PCR?
Útil na distinção de etiologia viral da bacteriana, é mais específica para infecção bacteriana, não se eleva em infecção viral, logo, auxilia no início precoce de ATB (se elevada) ou descontinuação do mesmo (se baixa).
- É melhor que PCR.
PAC - função renal: útil pra que?
Marcador de gravidade (detecta IRA pré-renal, por exemplo) e auxilia em ferramentas prognósticas.
- Cr determina correção de ATB.
PAC - qnd solicitar gaso/lactato?
Se paciente dispneico, para ver se há acidose metabólica, hipoxemia, suspeita de choque séptico.
PAC - hemocultura: qnd solicitar?
Não solicitar rotineiramente, baixa sensibilidade. Pedir em choque séptico.
PAC - cultura de lavado broncoalveolar: indicações e valores da UFC p/ diagnóstico
Indicado em doença cavitária, falha terapêutica, admissão em UTI, pacientes etilistas, doenças pulmonares estruturais ou obstrutivas graves, pesquisa urinária de antígenos para pneumococo ou Legionella positivo e derrame pleural. Para diagnóstico:
- Broncoscopia com lavado broncoalveolar: 104 UFC.
- Aspirado traqueal (pacientes intubados): 106 UFC.
- Secreção de orofaringe: não recomendada cultura por bactérias habituais.
PAC - pesquisa urinária de antígenos pode ser feito para quais germes? Qual a vantagem?
Legionella e pneumococo.
- Vantagem: rapidez no diagnóstico em comparação com sorologia.
Derrame pleural parapneumônico - quando solicitar toracocentese diagnóstica? O que investigar no LP e como prosseguir?
1- Puncionar se ao decúbito lateral, a lâmina de líquido for > 1 cm ou em casos que houver loculação (p/ ver se é DP complicado ou não ou se há empiema).
2- Comparar LP com dosagem sérica:
a) DHL LP/sérico > 0,6; ou
b) Proteína total LP/sérico > 0,5; ou
c) DHL LP > 2/3 do limite superior do DHL sérico.
- Se qlqr um deles presente
= solicitar no LP: Gram, cultura, glicose, pH, celularidade total e diferencial. Em pcte selecionados: BAAR, cultura p/ micobactéria, fungos e adenosina deaminase.
3) Realizar drenagem torácica se qlqr um dos itens abaixo presentes:
a) Presença de pus na cavidade pleural ou germe identificado ao Gram ou à cultura;
b) Dosagem de glicose do LP < 40 mg/dl;
c) pH < 7 no líquido pleural (ou 7,2 p/ alguns autores).
- Obs: se nenhum item presente = seguimento clínico, puncionar se aumentar.
Tratamento PAC - Cite os escores usados para definir local de tratamento
CURB-65, PSI (pneumonia severity index), escore de Fine et al, SCAP (severe Community-acquired pneumonia score), SMAT-COP.
CURB-65: o que investiga?
- C: confusão mental.
- U: ureia acima de 50 mg/dl.
- R: respiração (FR ≥ 30 irpm)
- B: blood pressure (PAS < 90 mmHg e/ou PAD ≤ 60 mmHg).
- 65: idade ≥ 65 anos.
Para cada item iremos dar 1 ponto e então definir se o tratamento será ambulatorial (domiciliar), hospitalar em enfermaria ou hospitalar em UTI.
CURB-65: pontuação e local de tto definido por esta
- 0-1: tratamento ambulatorial (rever se o item+ for hipotensão, por ex).
- 2: considerar tto hospitalar (enfermaria geralmente).
- 3 ou +: tto hospitalar como PAC grave. Se 4-5 internar em UTI.
CRB-65: pontuação e local de tto definido por esta
- 0= tto ambulatorial.
- 1-2: considerar tto hospitalar.
- 3-4: hospitalização urgente.
Críticas ao CURB-65/CRB-65?
- Não analisa se paciente tem comorbidades, o que aumenta o risco da PNM.
- Imagem radiológica: não analisa tamanho da alteração radiológica.
- Oxigenação: não analisa saturação.
- Fatores psicossociais e econômicos: paciente pode não conseguir pagar o remédio.
- Julgamento clínico: se acho que paciente vai complicar.
Diante às críticas ao CURB-65, quais etapas usar p/avaliar o local de tto de PAC (SBPT)?
1- Avaliar a presença de doenças associadas.
2- Avaliar CRB-65 ou CURB-65.
3- Avaliar o grau de oxigenação e o comprometimento radiológico.
a. SatO2 < 90%: indicação de internação.
b. RX de tórax: extensão radiológica e DP suspeito de empiema.
4- Avaliar os fatores sociais e cognitivos: ausência de familiar ou cuidador no domicílio.
5- Capacidade de entendimento da prescrição.
6- Avaliar os fatores econômicos.
a. Acesso aos medicamentos.
b. Retorno para avaliação.
7- Avaliar a aceitabilidade da medicação oral (náusea, emese).
8- Julgamento clínico.
Critérios de EWIG – Indicação de UTI
- Pelo menos 1 critério maior: necessidade de ventilação mecânica, choque séptico. OU
- Pelo menos 2 critérios menores: PAS ≤ 90 mmHg; PaO2/FiO2 < 250; infiltrado multilobar na radiografia.
PAC - Drogas: como escolher inicialmente? Devemos ajustar quando? Início do ATB tem q ser em quanto tempo após diagnóstico?
- Tratamento inicial é empírico, se basear no patógeno provável.
- Ajustar ATB após identificar agente.
- O ATB deve ser iniciado antes das primeiras 8 horas (4-8h) da chegada ao serviço de saúde.
Tratamento PAC - Ambulatorial
1) Paciente previamente hígido e sem uso de ATB nos últimos 3 meses:
a) Betalactâmico: amoxicilina ou amoxicilina-clavulanato OU
b) Macrolídeos: azitromicina ou claritromicina.
2) Paciente com fatores de risco, doença mais grave ou uso recente de antibióticos:
a) Betalactâmico + macrolídeo. Exemplo: amoxicilina + azitromicina.
- Quinolona respiratória: só usa se tiver alergia aos anteriores! Pois tem muito efeito colateral e tem seleção maior de cepa para bactérias resistentes.
- > Tempo de tratamento: 5 a 7 dias.
Tratamento PAC - Enfermaria
a) Betalactâmico + macrolídeo: cefalosporinas de 3ª geração (ceftriaxona ou cefotaxima) + macrolídeo (azitromicina ou claritromicina) ou ampicilina-sulbactam + macrolídeo (azitromicina ou claritromicina) OU
b) Quinolona respiratória em MONOTERAPIA: levofloxacino ou monofloxacino ou gemifloxacino.
-> Tempo de tratamento: 7 a 10 dias. Ou 10-14 dias?
Tratamento PAC - UTI
Sempre usar 2 ATB:
a) Sem risco de Pseudomonas: betalactâmico + macrolídeo -> cefalosporinas de 3ª geração (ceftriaxona ou cefotaxima) + macrolídeo (azitromicina ou claritromicina) ou ampicilina-sulbactam + macrolídeo (azitromicina ou claritromicina) | OU betalactâmico + quinolona respiratória.
b) Com risco de Pseudomonas: betalactâmico + quinolona respiratória -> cefalosporina de 3ª geração (ceftriaxona ou cefotaxima) + quinolona respiratória.
-> Tempo de tratamento: 10 a 14 dias. Obs.: tratamento por pseudomonas ou legionelose devem ser tratados por 14 a 21 dias, por terem resposta mais lenta.
Doses de ATB
FOTO TABELA.
Outros:
- Linezolida: oxazolidinona com ampla cobertura para Gram+ com perfil MRSA e boa cobertura pulmonar. Dose: 600mg, 12/12h.
- Vancomicina: não é inferior a linezolida, sua dosagem sérica é necessária (deve ficar entre 15 e 20 mcg/dl p/ tto efeito de MRSA)
- Daptomicina: proscrita para pneumonias.
- Polimixina: tem baixa concentração pulmonar, sendo a B e a E com melhor penetração, tem sido usada em caso de Gram negativos resistentes a carbapenêmicos (Pseudomonas, Klebsiella, Acinetobacter).
Defina “falha terapêutica”
Ausência de melhora ou piora do quadro clínico e radiológico após 48-72 horas.
- Todos os casos deverão ser reavaliados.
- Fluxograma: foto.
Cite situações que retardam a resposta ao tratamento?
TB, TEP, nocardiose, resistência bacteriana, neoplasia pulmonar, abscessos pulmonares e/ou empiemas.
Pneumonia aspirativa - ATB
Betalactâmico + clindamicina 600mg, 6/6h OU betalactâmico + inibidor de betalactamase (amoxicilina-clavulanato 500/125 mg, 8/8h).
Pneumonia aspirativa em paciente institucionalizado - ATB
Internação + terapia anti-Pseudomonas com droga com cobertura para anaeróbios (ex.: piperacilina-tazobactam 1/0,5 g, 8/8h).
Pneumonia intersticial - Tto
Betalactâmico + macrolídeo (quadro atípicos podem fazer pneumonia intersticial); se evolução rápida para IRpA (< 24h), discutir uso de oseltamivir – pneumonia viral.
PNM em paciente com asma, DPOC - ATB
Quinolona respiratória (ex: moxifloxacino 400 mg/d).
PNM em suspeita de legionelose - ATB
Betalactâmico (ceftriaxona 1g, 12/12h IV) + azitromicina 500mg/d, VO ou IV. Pode substituir azitromicina por quinolona respiratória (ex.: levofloxacino 750 mg/d).
Fatores de risco p/ PNM por Pseudomonas
Bronquiectasias; fibrose cística; uso de ATB de amplo espectro por mais de 7 dias, nos últimos 30 dias; internação recente (últimos 7 dias); uso de corticoide (> 10 mg/d de prednisona ou equivalente) cronicamente; pacientes transplantados ou em uso de QT ou imunomoduladores (interferona peguilada, azatioprina, etanercepte, rituximabe) neutropênicos (< 1.000/mm³).
Prevenção de PAC
Vacinação:
- Gripe.
- Pneumocóccica 23-valente: de 5/5 anos em maiores de 65 anos, asmáticos, DPOC, institucionalizados, esplenectomizados, transplantados, HIV+, portadores de doenças crônicas, etc.
- Prevenar 13: rede privada. Melhor espectro p/ pneumococo.
- Pneumocócica 10-valente: PNI, diminui incidência de pneumonias em crianças.
Além de cuidados com saúde bucal.