Síndrome nefrótica e nefrítica Flashcards

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1
Q

O que são doenças glomerulares?

A

São patologias em que imunocomplexos se depositam nos glomérulos produzindo reação inflamatória local e desestruturando o glomérulo, o que gera aumento da permeabilidade à proteínas, hemácias, leucócitos.
Responsáveis por > 50% dos casos de DRC.

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2
Q

Onde os imunocomplexos podem se depositar?

A

Mesângio, endotélio capilar, podócitos, membrana basal glomerular.

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3
Q

Que achados sugerem doença glomerular?

A
  • Proteinúria -> representada na urina espumosa.

- Hematúria (doenças proliferativas -> intensa atividade inflamatória) -> representada na urina escurecida.

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4
Q

Pêntade - SD nefrótica

A
1- Proteinúria > 3,5 g/24h em adultos, ou > 40 mg/m2/h (ou > 50 mg/kg/d ou ou Alb u / Cr u > 2) em crianças (3-4 +).
2- Hipoalbuminemia (< 3,5 g/dl).
3- Edema (anasarca).
4- Hiperlipidemia.
5- Lipidúria.
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5
Q

Fisiopato das complicações - SD nefrótica

A
  • Albuminúria -> perde albumina (além de imunoglobulinas, complemento, proteína C/S/antitrombina III, eritropoetina, PTH, proteína ligadora de vit D, proteína carreadora de ferro, zinco, cobre, etc) -> gerando hipoalbuminemia que leva à diminuição da pressão oncótica (= edema), desnutrição proteica e estimula aumento da síntese hepática -> produz albumina e também lipoproteínas -> gerando hiperlipoproteinemia = dislpidemia (hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia, reduz HDL q é excretado por rim) e em alguns casos lipidúria; além de sintetizar tb fatores pró-coagulantes = > tendência a hipercoagulabilidade e tromboembolismo.
  • Perda de imunoglobulinas = reduz imunidade celular = aumento do risco de infecções.
  • Excesso de proteína no sistema tubular = dano e disfunção tubular (DRC ocorre na maioria).
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6
Q

Fisiopato do edema nefrótico

A
  • Há queda da pressão oncótica, gerando extravasamento do líquido para o 3º espaço.
  • Além de estímulo do ADH e ativação do SRAA (pela “hipovolemia relativa) -> todo líquido retido extravasa para interstício = edema.
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7
Q

Início da SD nefrítica e nefrótica

A
  • Nefrítica: aguda.

- Nefrótica: insidiosa.

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8
Q

Exames iniciais p/ SD nefrótica. / Cite outros exames importantes.

A
  • EAS, proteinúria de 24h, perfil lipídico, ureia e creatinina, hemograma, albumina.
  • Avaliar se há causa associada: CMV, toxo, hep B/C, HIV.
  • Ca, Na,K, complemento (normal), EPF (p/ tratar parasitoses antes de começar corticoide).
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9
Q

Quais são as causas associadas a SD nefrótica e o que fazer se encontrá-las? E se não encontrá-las?

A

DM, LES, amiloidose, vasculites sistêmicas, crioglulinemia, sarcoidose, GNRP, infecções (pós-estreptocócica – rara, sífilis secundaria, endocardite, hepatites, HIV, EBV, CMV, malária, toxoplasmose, filariose, esquistossomose), medicações (ouro, mercúrio, metais pesados, AINEs, lítio, captopril, penicilamina, clorpropamida, rifampicina, heroína); linfomas e leucemia, tumores sólidos; anemia falciforme, etc  solicitar dosagem de crioglobulinas, sorologias p/ hepatite B e C, HIV, ANCA, anticorpos anti-MBG (membrana basal glomerular).
- Caso não haja causas secundárias: solicitar biópsia renal.

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10
Q

Porque ocorre tromboembolismo na SD nefrótica?

A

Por aumento da produção de fatores pró-coagulantes + perda renal de anticoagulantes endógenos (prot C e S, antitrombina), aumento de fibrinogênio e fator VIII, alteração na fibrinólise, aumento da produção de lipoproteínas e risco de aterogênese. Além de paciente estar anasarcado e com baixa mobilidade. Há também aumento de plaquetas para compensar, porque com a diminuição dos fatores de coagulação aumenta predisposição de sangramento.
- TVP, TEP, trombose de veias renais.

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11
Q

Achados na trombose aguda de veia renal

A

Assimetria no tamanho e/ou função dos rins; varicocele do lado E, elevação de DHL, dor no flanco, perda rápida e aguda da função renal, hematúria, aumento da proteinúria.

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12
Q

Exames p/ trombose aguda de veia renal

A
  • Doppler renal: ausencia de fluxo na veia renal ou fluxo aumento na seção desobstruída da veia.
  • TC contrastada é melhor e padrão-ouro é a venografia renal seletiva.
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13
Q

Qual das GN tem maior risco de tromboembolismo?

A

GN membranosa.

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14
Q

Manejo geral do edema nefrótico

A
  • Restrição de sódio: < 2,4 g/24h (~ 5g de sal de cozinha).
  • Suspensão de medicamentos que contribuam com edema (anlodipina, BB).
  • Diuréticos: furosemida VO/EV (quanto mais hipoalbuminemia pior, dar EV) e HCTZ/clortalidona.
  • Se hipercalemia: espironolactona/amilorida.
  • Ultrafiltração se refratário ao tto clínico.
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15
Q

Manejo geral tromboembolismo

A
  • Warfarina se albumina < 2,5 (ñ é consenso).
  • AAS (50 a 100 mg/kg/dia, > 900.000 plaquetas tem indicação) e clopidogrel em alguns casos.
  • Heparinização profilática p/ pcte internado e acamado.
  • Tratar dislipidemia.
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16
Q

Manejo da proteinúria

A

P/ proteção renal.

  • IECA/BRA (antiproteinúricocs): manter a maior dose tolerada (sem ↓PA).
  • Alvo: proteinúria < 0,5 a 1,0 g/24h.
  • Controle rigoroso PA (< 130x80).
  • Controle da ingesta proteica e de sódio.
  • Tto da causa base com imunossupressão.
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17
Q

Dose dos antiproteinúricos

A
  • IECA = Captopril 100mg, 8/8h. Ramipril, Lisinopril, Perindopril.
  • BRA = Losartana 50mg, 2x/d. Valsartana 320 mg/dia, Telmisartana, Olmesartana 20-40 mg/d.
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18
Q

Espectro de doenças da SD nefrótica

A

Doença de lesão mínima, glomeruloesclerose segmentar e focal e nefropatia membranosa.

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19
Q

Como é o “complemento” na SD nefrótica?

A

C3 e C4 normais. As 3 doenças não consomem complemento como ocorre na nefrítica.

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20
Q

Qual a principal causa de SD nefrótica em crianças?

A

Doença de lesões mínimas. 90% das causas em crianças menores de 10 anos.

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21
Q

É necessário biópsia renal em criança < 10a + clínica de SD nefrótica?

A

Não, pois 90% dos casos é DLM.

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22
Q

DLM predomina em que sexo e idade?

A

Pico aos 4 anos (2-6 anos) e sexo masculino.

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23
Q

Sinônimos de DLM

A

Doença de Nil ou nefrose lipoide.

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24
Q

Clínica e evolução DLM

A

Proteinúria maciça, SEM hematúria (mas pode ter em 30% dos pctes), SEM consumo de complemento, em geral, hipertensão ausente (mas 30-40% tem) e função renal preservada.

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25
Q

Fisiopatologia DLM

A
  • Idiopátia na maioria.
  • Fatores associados ao DLM podem ser gatilho.
  • Ocorre fusão dos processos podocitários (que é vista apenas na microscopia eletronica, MO vê glomerulo normal) que causam desestruturação do glomérulo, levando à aumento da perda de proteínas.
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26
Q

Fatores associados a DLM

A
  • Drogas: AINHs, interferon, sais de ouro/lítio.
  • Alérgenos: pólen, pó, imunizações, picada de inseto.
  • Malignidades: linfoma de Hodgkin, micose fungoide, leucemia linfocítica crônica (LLC – incomum).
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27
Q

Manifestações clínicas DLM

A
  • Pêntade clássica.
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28
Q

Complicação mais séria da DLM

A

Instabilidade hemodinâmica com choque hipovolêmico (por diarreia, sepse, uso excessivo de diuréticos, drenagem excessiva de líquido ascítico), pode estar associado a dor abdominal, febre, vômitos -> investigar peritonite bacteriana espontânea por S. pneumoniae (predisoposição à infecção).

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29
Q

Tratamento DLM

A
  • Medidas gerais (antiproteinúricos, etc)
  • Prednisona - 2 mg/kg/d ou 60 mg/m²/d por 4 a 6 semanas (dose máxima de 80 mg/d), seguida de prednisona 40 mg/m²/d ou 1,5 mg/kg (dose máxima de 40 mg/d) em dias alternados, continuando por 2 a 5 meses, com diminuição gradual da dose.
  • Após controle da proteinúria: reduzir dose gradativamente entre 1 e 3 meses e suspendê-la.
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30
Q

Como é a resposta ao corticoide na DLM?

A

É excelente com remissão da doença (PTU < 0,5 g/24h) em 90% dos casos em crianças.

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31
Q

O que fazer se não houver remissão da DLM em > 16sem?

A

Se > 16 sem sem remissão = corticorresistente -> associar ciclofosfamida 2 mg/kg/d ou clorambucila 0,2 mg/kg/d ao corticoide .

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32
Q

Indicação de biópsia na DLM

A

Criança corticodependente ou corticorresistente com recidiva frequente; idade < 1 ano e > 8 anos; perda de função renal; hematúria macroscópica, HAS, hipocomplementenemia.

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33
Q

Qual a principal causa de SD nefrótica em adultos?

A

Glomeruloesclerose Segmentar e Focal (GESF).

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34
Q

O que ocorre na GESF?

A
  • Esclerose e colapso em parte dos glomérulos (focal) e nas alças capilares de cada glomérulo (segmentar).
  • Fusão dos processos podocitários.
  • Lesão na barreira de carga e de tamanho -> proteinúria é não seletiva.
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35
Q

Clínica e evolução GESF

A
  • SEM hematúria e SEM consumo de complemento.
  • Proteinúria é variável: paciente com menor proteinúria tem melhor prognostico renal.
  • 50% evolui para DRCt em 5-10 anos.
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36
Q

Causa primária de GESF (qual, frequência idade/sexo/raça)

A

Idiopática. IF: com depósito de IgM e C3.

  • Glomerulopatia primária + frequente.
  • Mais em homens, 25-35 anos, negros.
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37
Q

Cite as causas secundárias de GESF

A
  • Genéticas: GESF familiar.
  • Virais: HIV, parvovírus B19.
  • Drogas: heroína, interferon, lítio, pamidronato.
  • Adaptação estrutural-funcional (sobrecarga glomerular): baixo peso ao nascer, agenesia renal unilateral, nefropatia de refluxo vesicoureteral, obesidade, anemia falciforme, nefrosclerose hipertensiva.
  • Lesão sequelar: nefrite lúpica, vasculites, nefropatia por IgA.
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38
Q

Classificação de Columbia

A

1- GESF não especificado (NOS, é o GESF clássico).
2- GESF variante peri-hilar.
3- GESF variante celular.
4- GESF variante colapsante (HIV, prognóstico ruim, ñ responde bem ao corticoide).
5- GESF variante de ponta.

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39
Q

Resposta da GESF ao corticoide

A

É menos responsiva.

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40
Q

Tratamento GESF

A
  • Controle de PA < 130x80 mmHg com IECA/BRA, uso de estatinas, dieta normo/hipoproteica, tratar causa base na causa-secundária.
  • Prednisona 1 mg/kg/dia ou 2 mg/kg em dias alternados por 6-16 semanas, com desame gradual até remissão ou em até 6-8 meses.
  • Se corticorresistência/corticodependência ou CI a corticoterapia, associar:
    o Ciclosporina – 4-6 mg/kg/dia, VO, por 4-6 meses, OU
    o Ciclofosfamida – 2 mg/kg/dia, VO, por 2-4 meses, OU
    o Mofetil Micofenolato (MMF) – 1-1,5 g, 2x/dia por á 4-6 meses.
    *Em casos refratários, deve-se considerar o transplante renal.
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41
Q

Quais são os fatores de prognóstico ruim - GESF?

A
  • Raça negra, HAS, clearance reduzido ao diagnóstico, proteinúria persistente em grande quantidade.
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42
Q

Corticorresistência - definição

A

Corticoide já está na dose máxima, mas proteinúria não reduz.

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43
Q

Corticodependência - definição

A

Proteinúria reduz ao fazer corticoide em dose adequada, mas ao fazer desmame do corticoide a proteinúria volta a subir.

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44
Q

Nefropatia membranosa - Grupo de risco

A

Brancos, acima de 40 anos, homens, e não diabéticos. Principal glomerulopatia no idoso. Rara em crianças.

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45
Q

Nefropatia membranosa - histologia

A

Espessamento da MBG e padrão espicular.
Comprometimento uniforme do glomérulo.
IF: depósito subepitelial de IgG e C3.

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46
Q

Causas primárias da nefropatia membranosa

A

Representa 75% dos casos.

Anticorpos Anti-PLA2R + receptor da fosfolipase A2 (imunocomplexos) nos podócitos.

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47
Q

Para que servem os anticorpos Anti-PLA2R?

A

Diagnóstico de NM e controle da remissão da doença.

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48
Q

Causas secundárias da nefropatia membranosa

A
  • Tumores sólidos, hepatite B e C, LES, sífilis, malária, AINHs, sais de ouro/penicilamina, captopril.
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49
Q

Clínica Nefropatia Membranosa

A

Proteinúria importante. o Lipidúria, hiperlipidemia, hipoalbuminemia grave. SEM hematúria, SEM consumo de complemento. Maior risco de fenômenos tromboembólicos. Trombose de veia renal (30%), TEP (20%) e TVP (10%).

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50
Q

Doenças dos “terços”

A

É a nefropatia membranosa:
 1/3 dos pacientes vai evoluir com remissão espontânea (proteinúria melhora).
 1/3 dos pacientes vai evoluir com PTU e função renal estáveis.
 1/3 dos pacientes vai evoluir com DRC e estágio avançado (em 10-15 anos).

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51
Q

Porque é feito o risco para progressão na nefropatia membranosa e como é classificado?

A

Para analisar qual paciente terá benefício com imunossupressão. 1- Função renal normal + PTU < 4 g/24h = baixo risco.
2- Função renal normal + PTU entre 4 e 8 g/24h = risco intermediário.
3- Deterioração de função renal + PTU > 8 g/24h = risco elevado.

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52
Q

Tto p/ risco baixo em NM

A

Controle de PA; monitorizar função renal e proteinúria 3/3 meses e usar diuréticos conforme sintomas.

  • Estatinas (se hipercolesterolemia).
  • Anticoagulação (se paciente com fenômeno trombótico ou hipoalbuminemia grave e persistente).
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53
Q

Tto p/ risco moderado em NM

A

Inicia IECA, mantendo PA ≤ 125x75 mmHg e observar por 3-6 meses. Se não houver remissão espontânea = iniciar prednisona + clorambucila 0,2 mg/kg/d ou ciclofosfamida 2 mg/kg/d por 6 meses, ou apenas ciclosporina 3,5 mg/kg/d de 6 a 12 meses.

  • Estatinas (se hipercolesterolemia).
  • Anticoagulação (se paciente com fenômeno trombótico ou hipoalbuminemia grave e persistente).
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54
Q

Tto p/ risco elevado em NM

A

Inicia IECA, mantendo PA ≤ 125x75 mmHg e iniciar imediatamente prednisona + clorambucila 0,2 mg/kg/d ou ciclofosfamida 2 mg/kg/d por 6 meses, ou apenas ciclosporina 3,5 mg/kg/d de 6 a 12 meses.

  • Estatinas (se hipercolesterolemia).
  • Anticoagulação (se paciente com fenômeno trombótico ou hipoalbuminemia grave e persistente).
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55
Q

Fatores de risco para progressão e pior prognóstico na NM?

A

Creatinina > 1,4 mg/dl ao diagnóstico; HAS; fibrose tubulointersticial extensa na biópsia renal; proteinúria grave (> 8 g/d); sexo masculino e idosos.

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56
Q

Para qual glomerulopatia não está indicado corticoterapia isolada e pq?

A

Nefropatia membranosa, pois é ineficaz.

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57
Q

Principais características da SD nefrítica

A

Tem início abrupto.

  • Hematúria + dismorfismo eritrocitário (acantócitos princ) e cilindros hemáticos no EAS.
  • Proteinúria subnefrótica: < 3,5 g/dia.
  • Edema e hipertensão (ativ de SRAA).
  • Oligúria.
  • Perda de função renal.
  • Hipocomplementenemia geralmente.
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58
Q

Principais doenças que cursam com SD nefrítica

A
  • GNPE/GNDA, Nefrite lúpica, Nefropatia IgA e GNMP.
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59
Q

GNPE é causada por quem?

A

Infecção por estreptococo beta-hemolítico do grupo A = Streptococcus pyogenes, em VAS ou pele (faringite/impetigo).

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60
Q

Pq o estreptococo causa GNPE?

A

Pq tem fragmentos proteicos similares aos do glomerulo e ao produzir Ac contra bactería, o Ac atinge glomerulo fazendo reação inflamatória por depósito de Ic.

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61
Q

GNPE é mais comum em que idade/gênero?

A

5 a 12 anos, com pico aos 7 anos. E adultos jovens. Sexo masculino.

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62
Q

Intervalo entre exposição ao estreptococo e GNPE

A

Faringite: 1-2 sem.
Impetigo: 2-3 sem.

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63
Q

GNPE - Fisiopatologia

A

Lesão inflamatória intensa com perda da integridade glomerular, além de diminuição fluxo plasmático renal (pouco glomérulo pra filtrar o líquido, aí não passa muito líquido pros túbulos) e diminui filtrado glomerular (retendo assim Cr, Ur, K e dependendo do comprometimento glomerular levando à IRA) -> meu néfron distal entende que está filtrando pouco porque tá chegando pouco líquido lá, aí ele aumenta reabsorção de líquidos e solutos -> por ter maior absorção de sódio gera oligúria e aumento do volume extracelular circulante, resultando em edema, hipertensão arterial por congestão circulatória, além de acidemia, hipercalemia -> posso dar diurético (ajuda a eliminar potássio, evitando de ter parada cardíaca).

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64
Q

GNPE - Clínica e Lab

A
  • Clínica: hematúria, edema e HAS é o principal. Outros: oligúria, dor abdominal, náusea, dor lombar bilateral.
  • EAS: hematúria dismórfica, leucocitúria, proteinúria variável.
  • Função renal comprometida (uremia/creat), redução da TFG.
  • Hipercalemia, acidose metabólica.
  • Sorologia: ASLO positivo em > 70% (faringites) e aDNAse B positivo em > 70% (impetigo).
  • Complemento: redução de C3 e CH50.
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65
Q

Tto GNPE

A

Doença autolimitada!

  • Retringir sal, líquidos e proteínas.
  • Furosemida 1 mg/kg (dose máx 40 mg/d).
  • Hipotensores e vasodilatadores parenterais (nitroprussiato EV. Ou orais: como nifedipina e hidralazina) se descompensação volêmica e pressórica (ex.: encefalopatia hipertensiva).
  • ATBterapia: só vai dar se ñ fez tto p/ infecção aguda antes (penicilina benzatina ou eritromicina).
  • Diálise se IRA grave.
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66
Q

Evolução e prognóstico da GNPE

A
  • Cura em 95% das crianças e 60% dos adultos,
  • Remissão clínica em 2-4 sem.
  • Recupera natriurese em 48-72h (diminui edema e HAS).
  • Normalização do complemento leva 8 semanas .
  • Hematúria microscópica/proteinúria discreta podem ficar por meses -> conduta expectante.
67
Q

Quando é indicado biópsia renal na suspeita de GNPE?

A

Idade < 2 ou > 12 anos, oligúria por > 1 semana, hematúria macroscópica por > 3sem, HAS por > 3sem, hipocomplementenemia por > 8sem, proteinúria nefrótica por > 8sem, proteinúria não nefrótica > 6 meses, hematúria microscópica por > 2 anos, evidência clínicas ou sorológicas de doenças sistêmicas, evidência clínica de GNRP, perda de função persistente, necessidade diálise por período prolongado, não recuperação da diurese e da natriurese.

68
Q

Nefropatia da IgA - Características gerais

A

É menos aguda e menos agressiva que GNPE, de caráter mais crônica.

69
Q

Como também é chamada nefropatia de IgA?

A

Doença de Berger.

70
Q

Como também é chamada a GNPE?

A

Glomerulonefrite difusa aguda (GNDA).

71
Q

Causa da nefropatia da IgA?

A

Ocorre desequilíbrio entre produção e clearance hepática de IgA, com deposição de imunocomplexos de IgA no mesângio, .

72
Q

Cite um gatilho p/ nefropatia da IgA?

A

IVAS, mas ñ é necessário p/ diagnóstico.

73
Q

Quadro clínico-lab da nefropatia de IgA

A
  • Associação com infecção de orofaringe dias antes.
  • Quadro oligossintomárico de hematúria (isolada) macro ou microscópica.
  • Proteinúria ñ é importante.
  • IgA circulante elevada em 30% dos casos.
  • Complemento normal (por ser insidiosa e menos agressivo).
74
Q

Tratamento da nefrite por IgA

A
  • IECA/BRA p/ todos, com alvo de PT < 1g/24h e PA < 130x80.
  • Omega 3: é benéfico.
  • Após 6m de antiproteinúricos:
  • Se PTU < 1g: mantem tto e ñ indica imunossupressão.
  • Se PTU > 1g e função renal preservada (TFG > 45-50): manter tto inespecífico + 6m de prednisona 1 mg/kg, VO, reduzindo dose gradualmente após 2-3m.
  • Ñ associar corticoide em pcte com TFG < 30, ñ há benefício.
75
Q

Nefrite lúpica é mais comum em quem?

A

Mulheres jovens.

76
Q

LES faz SD nefrótica ou nefrítica?

A

Ambos.

77
Q

Qual classe da nefrite lúpica tem mais associação com SD nefrítica?

A

III e IV, pq são proliferativas.

78
Q

Lab nas classes proliferativas de nefrite lúpica

A
  • C3 e C4 diminuídos.
  • Anemia/citopenias.
  • FAN/aDNA +.
79
Q

Classes da nefrite lúpica

A

I. Classe I – Nefrite lúpica mesangial mínima.
II. Classe II – GN mesangioproliferativa.
III. Classe III – GN proliferativa focal.
IV. Classe IV – GN proliferativa difusa.
V. Classe V – GN membranosa (mais insidiosa, com muita proteinúria, sem hematúria = SD nefrótica).
VI. Classe VI – Glomeruloesclerose.

80
Q

Critérios diagnósticos LES

A
  • Presença de 4 ou + itens:
    1- rash malar; 2- lupus discoide; 3- fotosensibilidade; 4- úlceras orais; 5- artrite não erosiva; 6- pleurite/pericardite (serosites); 7- acometimento renal (proteinúria, hematúria, perda de função renal); 8- acometimento neurológico; 9- acometimento hematológico (pancitopenia); 10- auto anticorpos (anti-DNA, anti-Sm, anti-Ro, anti-La, etc); 11- fator antinucleico (FAN).
81
Q

Tratamento da nefrite lúpica proliferativa - III/IV

A

indução com pulso de metilprednisolona 0,5-1 g/d EV por 3 dias, seguido de prednisona 1 mg/kd/d VO associado a pulsos de ciclofosfamida 0,5-1 g/m² EV mensais por 6 meses, com redução lenta e gradual da prednisona nesse período. Após 6 meses: manutenção com pulsos de ciclofosfamida de 3/3m (mais 6 pulsos) + prednisona em doses baixas (< 20 mg/d).

82
Q

Glomerulonefrite membrano-proliferativa (GNMP) é comum? Acomete q idade?

A

É a menos comum. Acomete 8-30 anos.

83
Q

GNMP tem associação com quais doenças?

A

Hepatite C e LES. No Brasil, com esquistossomose tb.

84
Q

GNMP causa q tipo de SD glomerular?

A

Padrão nefrítico-nefrótico: hematúria + PTU elevadas. Com hipocomplementenemia.

85
Q

Classificação da GNMP

A
  • Tipo I: associação com hepatite C + crioglobulinas circulante (maioria dos casos). Pode gerar vasculite crioblobulinêmica. Há consumo de C3 e C4.
  • Tipo II: associada com fator nefrítico sem deposição de imunoglobulinas, apenas de C3.
86
Q

O que a SD de Barraquer-Simons pode causar?

A

GNMP.

87
Q

Tratamento da GNMP

A

Ñ responde bem à imunossupressor.

  • Antiproteinúricos (IECA/BRA), controle de PA.
  • Qnd relacionada a HCV: tratar hepatite (sofosbuvir, velpatasvir).
88
Q

Prognóstico GNMP

A

Ruim, 50% evolui p/ DRCt em 5-10 anos.

89
Q

Qual a complicação comum das doenças glomerulares e em qual SD é mais comum?

A

Glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP). Mais comum na SD nefrítica, devido a inflamação intensa.

90
Q

O que ocorre na GNRP?

A

Perda súbita da função renal, evoluindo p/ DRCt em semanas ou meses se ñ tratada com imunossupressor.

91
Q

Anatomopatológico da GNRP

A

Presença de crescentes celualres ou fibrosos > 50% dos glomérulos.

92
Q

O que é “crescente”?

A

Presença de 2 ou mais camadas das células no espaço de Bowman, reduzindo TFG.

93
Q

Clínica e lab da GNRP

A

hematúria macroscópica, oligúria e edema, com insuficiência renal ao diagnóstico (creatinina > 3). EAS com hematúria dismórfica e grau variável de proteinúria.

94
Q

Tipos de GNRP

A
  • Tipo I: GNRP anti-MBG (pode se apresentar como SD de Goodpasture ou sem comprometimento pulmonar).
  • Tipo II: GN de imunocomplexos.
  • Tipo III: GN relacionada ao ANCA ou GNRP pauci-imune.
95
Q

SD de goodpasture

A

Hemorragia alveolar e glomerulonefrite causada por anticorpos anti-MBG.

96
Q

SD de goodpasture

A

Quando anticorpos anti-MBG causam hemorragia alveolar e glomerulonefrite. “SD pulmão-rim”

97
Q

Causas de síndrome pulmão-rim

A

SD de goodpasture, poliangiite granulomatosa, poliangiite microscópica, LES.

98
Q

O que ocorre na SD pulmão-rim

A

Acometimento pulmonar, com infiltrados, nódulos e hemorragia alveolar

99
Q

Tto GN anti-MBG

A

indução  pulsoterapia com metilprednisolona 0,5 a 1 g/d, por 3 dias, seguido de prednisona 1 mg/kd/d + ciclofosfamida (2 a 3 g/kg/d VO ou em pulsos mensais de 0,5 a 0,75 g/m²/ IV) por 6 meses, associado ou não à plasmaférese (p/ remover anticorpos anti-MBG e mediadores inflamatórios). Manutenção: prednisona 20 a 30 mg/d e azatioprina 2 mg/kg/d de 6-12 meses.

100
Q

Quando repor albumina na SD nefrótica?

A

Insuficiência pré-renal, com edema extenso. Faz p/ estabilizar o quadro, ter resposta do corticoide e reduzir edema.
- Dose: 0,5 a 1 g/kg/dose com ou sem 1 mg/kg de furosemida.

101
Q

Qual distúbrio do cálcio podemos ter na SD nefrótica e pq?

A

Hipocalcemia, devido à queda da albumina. Lembrar de corrigir cálcio p/ saber se hipocalcemia é real -> Ca total + (4 - albumina sérica).

102
Q

Após diagnóstico de nefropatia lúpica qual o próximo passo?

A

Biópsia renal pra saber tipo histológico.

103
Q

Síndrome nefrótica no adulto deve biopsiar?

A

Sim! Exceto em nefropatia diabética clássica

104
Q

Quando biopsiar transplantado renal?

A

Pra saber causa e quando apresentar piora da função renal.

105
Q

Deve ser feito biópsia em nefropatia diabética clássica?

A

Não.

106
Q

O que está relacionado à Nefropatia de IgA além de IVAS?

A

30-40% tem hematuria microscopia e proteinuria leve detectado em exame de rotina após exercícios físicos.

107
Q

Nefroesclerose benigna - lab e fatores de risco

A

HAS de longa data. Tem proteinuria e história familiar positiva. Ex: pcte hipertenso com piora da função renal, pensar em esclerose renal.

108
Q

Nefrite intersticial - definição e o q induz

A

Lesão renal q causa declínio na função renal e é caracterizada por infiltrado inflamatório no interstício renal. Induzida por terapia medicamentosa ou associada a distúrbios autoimunes.

109
Q

Complicações da síndrome nefritica?

A

Urgência hipertensivas, IRÁ, derrames cavitários.

110
Q

Como é o curso da nefropatia diabética?

A

Lento.

111
Q

Nefropatia maligna hipertensiva - o que é?

A

Doença crônica e vascular q cursa com acometimento ocular, alterando fundo de olho. Nefroesclerose é vista com o envelhecimento normal, mas é exacerbado por HAS crônica.

112
Q

Quais os 3 tipos de doença renal mais comuns resultantes da infecção pelo HBV?

A

Nefropatia membranosa, GNMP, poliarterite nodosa.

113
Q

Principais causas secundárias de nefropatia por IgA?

A

Cirrose hepática (princ por álcool), dermatite hepertiforme, psoriase, espondilite anquilosante, doença celíaca, DII, SD de reiter, carcinoma e micose fungoide.

114
Q

Qnd tratar hepatite aguda?

A

Quando for fulminante. Pq 5% dos adultos cronificam.

115
Q

Nefropatia diabética é uma variante de qual GN?

A

GESF.

116
Q

Qual o achado histológico mais frequente na nefropatia diabética?

A

Glomeruloesclerose difusa.

117
Q

Em qual tipo de DM há maior risco de nefropatia diabética: DM1 e DM2? A evolução da nefropatia é igual nelas?

A

O risco é igual, o que muda é a evolução: DM1 evolui mais frequentemente para a doença renal em estágio terminal que DM2.

118
Q

Como é a proteinúria e hematúria na nefropatia diabética?

A

Pode cursar com proteinúria nefrótica e ausência de hematúria.

119
Q

Comente sobre as fases da evolução da nefropatia diabética

A
  • Fase 1 e 2: há hiperfiltração glomerular que ocorre pelo hiperfluxo sanguíneo glomerular (por causa da hiperglicemia), sem lesão direta glomerular inicialmente, mas que evolui com lesão por causa da hipertensão glomerular resultante.
  • Fase 3: nefropatia incipiente = a lesão glomerular citada causa perda proteína, q laboratorialmente é a “microalbuminúria”, até então não há perda de função renal.
  • Fase 4: lesão renal difusa = perda de função renal, aumenta ur/creat e reduz TFG. Surge macroalbuminúria.
  • Fase 5: DRCt com necessidade de TRS.
120
Q

Fatores de risco - nefropatia diabética

A

Suscetibilidade genética, idade avançada (incerto), HAS, hiperfiltração, mau controle glicêmico, raça negra (3-6x mais chances), obesidade, tabagismo (aumenta albuminúria), anticoncepcionais orais.

121
Q

Nefropatia diabética - Tratamento

A
  • Controle glicêmico: HbA1c < 7% e glicemia de jejum < 120 mg/dl.
  • Controle pressórico: PA < 130x80 mmHg, ou < 125x75 mmHg se proteinúria > 1g/24h. Escolha: IECA/BRA, s/n associar BCC (verapamil ou diltiazem).
  • Antiproteinúricos: IECA/BRA: objetivar o menor valor de PTU (< 0,5-1 g/d). Se tem microalbuminúria = negativar. Se tem macroalbuminúria = preferencialmente < 500 mg/24.
  • Outros fatores: atividades físicas, tratamento do tabagismo, dislipidemia, abordagem da obesidade.
122
Q

Qual a principal causa de DRCt com necessidade de HD no Brasil?

A

Nefroesclerose hipertensiva.

123
Q

Retinopatia aparece antes ou depois da nefropatia diabética/nefroesclore hipertensiva?

A

Antes.

124
Q

Nefroesclerose hipertensiva - proteinúria e hematúria?

A

Pode cursar com proteinúria nefrótica e ausência de hematúria.

125
Q

Quais as formas de nefroesclerose hipertensiva?

A

Nefroesclerose hipertensiva benigna e nefroesclerose hipertensiva maligna.

126
Q

Nefroesclerose hipertensiva benigna - fatores de risco

A

raça negra, comorbidades (DM, doença renal parenquimatosa associada), elevação da PA persistente.

127
Q

Nefroesclerose hipertensiva benigna - clínica

A

Pode ter hiperuricemia, proteinúria discretamente aumentada (< 1 g/d), evolução lenta.

128
Q

Nefroesclerose hipertensiva benigna - diagnóstico?

A

História de HAS de longa data, associada à retinopatia hipertensiva, HVE, sedimento urinário normal, rins reduzidos e com piora progressiva da função renal, relacionado à proteinúria (inicialmente não nefrótica).

129
Q

Nefroesclerose hipertensiva benigna - indica-se biópsia?

A

Não.

130
Q

Nefroesclerose hipertensiva benigna - tratamento

A
  • Controle pressórico rigoroso: PA < 130x80 mmHg. Escolha: IECA/BRA.
  • Antiproteinúricos: IECA/BRA -> objetivar o menor valor de PTU. Se tem microalbuminúria = negativar. Se tem macroalbuminúria = preferencialmente < 500 mg/24.
  • Outros fatores: atividades físicas, tratamento do tabagismo, dislipidemia, abordagem da obesidade.
131
Q

Nefroesclerose hipertensiva maligna - definição

A

Faz parte da síndrome “hipertensão maligna”, uma emergência hipertensiva, definida como aumento abrupto dos níveis de PA > 180x120 mmHg, acompanhado de retinopatia hipertensiva graus 3 e 4, com hemorragia retiniana, exsudatos moles ou papiledema. Nessa síndrome pode ocorrer lesão de outros órgão-alvo como nefroesclerose maligna, EAP e encefalopatia hipertensiva.

132
Q

Nefroesclerose hipertensiva maligna - diagnóstico

A

Hipertensão maligna associada à insuficiência renal, proteinúria, hematúria micro ou macroscópica e lesões retinianas. Pode ter no EAS cilindros hemáticos, piocitários e granulosos.

133
Q

Nefroesclerose hipertensiva maligna - tratamento

A

Emergência hipertensiva -> nitroprussiato de sódio EV, reduzindo no máximo 25% nas primeiras 2-6h e depois reduzir PA para < 140x90 em 2-3 meses, com anti-HAS orais.

134
Q

Porque é causada a glomerulopatia na nefrite lúpica?

A

Pela combinação de doença por imunocomplexos (associada à hipocomplementenemia – C3/C4), formação de imunocomplexos in situ e microangiopatia trombótica.

135
Q

Nefrite lúpica - GN proliferativa focal x difusa

A
  • Foca: acometimento de < 50% dos glomérulos pela MO.

- Difusa: acometimento de > 50% dos glomérulos .

136
Q

Qual a forma mais comum, mais grave e com pior prognóstico de nefrite lúpica?

A

Tipo IV: GN proliferativa difusa.

137
Q

Nefrite lúpica - classe VI, definição e conduta?

A

Glomeruloesclerose: esclerose global de mais de 90% dos glomérulos, representa cicatrização da lesão inflamatória prévia, bem como os estágios crônicos avançados das classes III, IV e V. Sem sinais de doença inflamatória ativa.
- IRC lentamente progressiva, indicado TRS.

138
Q

Nefrite lúpica em gestantes - tto? Quais drogas são CI?

A

Hidroxicloroquina, e entre os imunossupressores a maior experiência é com uso de azatioprina.
- CI: ciclofosfamida e micofenolato de mofetila (risco de malformação e abortamento no 1ºT), metotrexato está proscrito (embriotoxicidade).

139
Q

Como diferenciar as classes da nefrite lúpica?

A

Biópsia renal.

140
Q

Microangiopatias trombóticas renais - definição

A

Lesão dos vasos arteriais e capilares com espessamento da parede, trombose plaquetária intraluminal e obstrução parcial ou total da luz de vasos.

141
Q

Microangiopatias trombóticas renais - quais são os espectros clínicos?

A

Síndrome hemolítico-urêmico (SHU) e púrpura trombocitopenia trombótica (PTT).

142
Q

Fisiopatologia - SHU e PTT

A

Levam a agregação plaquetária difusamente na microcirculação levando à trombocitopenia e levando secundariamente à anemia hemolítica microangiopática por fragmentação mecânica dos eritrócitos (são formados esquizócitos). Dessa forma, um dos locais acometidos é o capilar endotelial do glomérulo.

143
Q

SHU - acomete mais quem?

A

Crianças < 5 anos.

144
Q

SHU - etiologia

A

E. coli geralmente é o estímulo, mas pode ser mediada por complementos.

145
Q

SHU - Clínica

A
  • Inicialmente: cólicas abdominais, náusea, vômitos e diarreia mucossanguinolenta. 5% evolui com SHU e 95% evoluem com resolução.
  • Evolução (em dias): lesão renal, anemia hemolítica microangiopática e trombocitopenia. Na SHU a deposição de plaquetas ocorre predominantemente nos rins.
146
Q

PTT - fisiopato

A

Há deficiência da enzima ADAMTS13 (enzima clivadora dos multímeros do fator de Von Willebrand, esses multímeros reagem com plaquetas formando trombos). Logo, sem a clivagem desses multímeros, há um estímulo para adesão e agregação plaquetária na microcirculação, culminando em microangiopatia trombótica, com acometimento principal no SNC, podendo ou não ocorrer insuficiência renal (mas PTT não poupa praticamente nenhum órgão).

147
Q

PTT - acomete mais que idade?

A

Qualquer faixa etária, pode ser adquirida ou congênita.

148
Q

PTT - pêntade

A

Insuficiência renal aguda + anemia hemolítica microangiopática (esquizócitos no sangue periférico) + plaquetopenia + febre + distúrbios neurológicos (encefalopatia, convulsão e déficit focal).

149
Q

SHU/PTT - lab

A
  • Tem reticulocitose, esquizócitos/DHL elevado = indicam a hemólise.
  • Hemograma: anemia, plaquetopenia e leucocitose, geralmente.
  • Haptoglobina consumida
  • Hiperbilirrubinemia indireta.
  • Consumo da fração C3 do complemento.
  • Hematúria dismórfica e proteinúria não nefrótica.
150
Q

SHU/PTT - órgão mais afetado em qual

A
  • SHU = IRA em geral com oligúria por acometimento renal por lesão do endotélio dos capilares glomerulares.
  • PTT = Déficit neurológico agudo.
151
Q

SHU/PTT - Tto

A

Plasmáferese.

*SHU: eculizumabe (qnd não associado à diarreia).

152
Q

SHU/PTT - Prognóstico sem tratamento

A

90% de mortalidade.

153
Q

Qual a principal causa de IRA em crianças menores de 4 anos?

A

Síndrome hemolítico-urêmica.

154
Q

Vasculite de pequenos vasos - pq ocorre?

A

Vasculite pauci-imune. Lesão endotelial é por inflamação vascular ñ imunológica, podendo ocorrer em vários órgão. Ñ há deposição de imunocomplexos.

155
Q

Vasculite de pequenos vasos - complemento?

A

Normal.

156
Q

Vasculite de pequenos vasos - está associada a?

A

ANCAs circulantes (anticorpo anticitoplasma de neutrófilos)

157
Q

Vasculite de pequenos vasos - cite as variantes

A

Poliangeíte microscópica, granulomatose de Wegener e doença de churg-strauss.

158
Q

Poliangeíte microscópica - ANCA? Acometimento de quais órgãos?

A

ANCAp ou antimieloperoxidase (padrão perinuclear). Tem lesão renal e pulmonar (SD pulmão-rim).

159
Q

Granulomatose de Wegener - ANCA? Acometimento de quais órgãos?

A

ANCAc ou antiproteinase C (padrão citoplasmático). Acometimento renal, sintomas de vias aéreas superiores (ulceras orais e nasais) e pulmonares (nódulos, hemoptise).

160
Q

SD de Churg-Strauss - ANCA? Lesão renal? Associação?

A

ANCA postivio, função renal preservada, história prévia de asma e broncoespamo, além de eosinofilia.
“Granulomatose eosinofílica com poliangeíte”.

161
Q

Vasculite de pequenos vasos - lesão e evolução renal

A

Hematúria glomerular, proteinúria subnefrótica e IRA em quadros graves, com evolução rapidamente progressiva.

162
Q

Qual a principal causa de GNRP?

A

GN pauci-imune.

163
Q

Vasculite de pequenos vasos - tto

A

Imussupressão agressiva: pulsoterapia com metilprednisona + ciclofosfamida.
- Rituximabe e plasmaférese são indicados em alguns casos.

164
Q

Principal causa de SD pulmão-rim?

A

Granulomatose de wegener, poliangeíte microscópica, SD de goodpasture, LES.