Puerpério Flashcards
O que é o puerpério e qual sua duração?
É o pós-parto. Inicia com a dequitação da placenta e vai até o retorno às condições antes da gestação, durando em média 6 a 8 semanas.
Quais são as fases do puerpério e a duração de cada uma?
- Imediato: 1ª a 2ª hora pós-parto.
- Mediato: 2ª hora até o 10º dia.
- Tardio: 11º dia ao 42º ou 45º dia.
- Remoto: após o 42º ou 45º dia até a completa recuperação das alterações da gestação e a volta dos ciclos menstruais ovulatórios normais (nutrizes pode durar até o 5º mês).
Alterações involutivas e fisiológicas:
- Altura uterina, peso e características do útero no pós-parto?
- Mantém altura de 15 a 20 cm pós-parto (fundo uterino é palpado na altura da cicatriz umbilical) e pesa cerca de 1.000g. É endurecido e indolor (“globo de segurança” ou ligaduras vivas de Pinard).
Alterações involutivas e fisiológicas do útero:
- Processos que ocorrem a nível vascular/celular?
- Miotamponamento: para controle hemostático do sangramento uterino.
- Diminuição do citoplasma celular: pois as células do útero aumentam de tamanho durante a gestação (útero aumenta 500-1.000x).
Alterações involutivas e fisiológicas do útero:
- Involui quantos cm/dia?
- Quando retorna à sua posição inicial?
- Involução média de 1 cm/dia (o importante é o útero estar sempre em processo de involução e contraído) até o 3º dia e 0,5 cm/dia até o 12º dia.
- 4 a 6 semanas após o parto tem o retorno à posição inicial.
*No parto: fica na altura da cicatriz umbilical. Dia 9-12: está aproximadamente na sínfise púbica.
O que é o reflexo útero-mamário?
Enquanto amamenta, o útero é estimulado pela ocitocina (o que gera cólicas pela contração).
Alterações involutivas e fisiológicas do colo uterino:
- Fica dilatado qnts cm e por quanto tempo pós-parto?
Coincide orifício interno e externo (devido ao esvaecimento do colo uterino durante o trabalho de parto).
- Fica 1 a 2 cm dilatado até 3 a 5 dias após o parto.
- Em 1 semana o colo fecha.
Alterações involutivas e fisiológicas do colo uterino:
- Colo puntiforme: é visto em quem?
- Colo em fenda: é visto em quem?
- Colo puntiforme: nulíparas e cesárea.
- Colo em fenda: parto vaginal.
Alterações involutivas e fisiológicas do colo uterino: devemos aguardar quanto tempo para coleta de CCO?
2 meses.
Alterações involutivas e fisiológicas do endométrio: o que ocorre?
Com a dequitação placentária há também a retirada da camada esponjosa da decídua, restando a camada superficial e basal.
- A camada superficial necrosa, sendo eliminada na forma de loquiação.
- A camada basal se regenera em endométrio por volta da 3ª semana.
Alterações involutivas e fisiológicas da vagina e introito vaginal: o que ocorre?
Equimoses pós-parto, vagina e vulva ficam entreabertas, ânus herniado e períneo hipotônico. Na vulva ficam retalhos da membrana himenal (carúnculas himenais).
Alterações involutivas e fisiológicas da vagina e introito vaginal: como fica a vagina e quanto tempo leva a cicatrização vaginal leva? E o repregueamento e redução do diâmetro?
- Vagina fica atrófica, pálida, porque tem carência de estrogênio, e mantém-se assim durante amamentação no puerpério tardio, enquanto que aquelas não lactantes recupera mais rapidamente pro estado pré-gravídico.
- Cicatrização da vagina é rápida, em menos de 1 semana.
- Repregueamento e redução do diâmetro ocorre nas 1ªs semanas.
Alterações involutivas e fisiológicas da ovulação: quando volta a ovulação em:
- Puérperas não amamentando?
- Amamentando exclusivamente?
- Não amamentando: em 6 a 8 semanas (45d). Geralmente ovulação ocorre antes da menstruação.
- Amamentando exclusivamente: fica em anovulação por até 8-12 meses (se amamentar integralmente), mas existe o risco (mesmo que baixo) de gravidez, logo, iniciaremos anticoncepção.
Alterações involutivas e fisiológicas das mamas: o que ocorre?
- Glândulas exócrinas modificadas: garantem nutrição e proteção.
- Na gestação ocorre a mamogênese: proliferação dos ductos e glândulas.
Alterações involutivas e fisiológicas das mamas: qual o 1º leite? E qnd ocorre a apojadura?
- Colostro: 1º leite, rico em proteínas.
- Apojadura ocorre por volta do 3º dia de puerpério, quando leite vai amadurecendo (lipídios).
A lactogênese é influenciada pelo o que?
Durante a gestação (fase lactogênese I), estrogênio, progesterona e outros hormônios estimulam lóbulos e ductos das mamas, mas progesterona e HLP inibem a secreção láctea, que já inicia a produção mediada pela prolactina. O tempo da apojadura coincide com a queda dos hormônios da gestação (estrogênio, progesterona e HLP), por volta do 3º dia. Quando a cai a progesterona (que inibe a ação da prolactina) e com o estímulo da ocitocina e prolactina (mulher amamentando pelo menos 12h) há a lactopoiese (produção de leite). A partir do 9º dia entrará na fase da galactopoiese (amamentação plena).
*Lembrar que dopamina diminui produção de leite.
Mamada na 1ª meia-hora após o nascimento traz benefícios. O que devemos orientar no pós-parto sobre amamentação a mãe?
Sobre os reflexos do bebê (procura, sucção, deglutição), orientar sobre as posições, a importância da livre demanda e do esvaziamento das mamas, higiene das mamas antes e após mamadas, sustentação adequada das mamas, s/n: ocitocina nasal (2 gts/narina) ou 1UI IM (1h antes).
Quais são os cuidados com as mamas no pré-natal?
- Iniciar na 2ª metade da gravidez.
- Não usar pomadas, cremes, óleos, sabão ou álcool na região areolomamilar.
- Banhos de sol até as 10h da manhã ou após as 16h.
- Deixar região mamilar exposta ao ar o maior tempo possível.
- Fazer exercícios de protração do mamilo 2-3 x/dia.
Mastite puerperal ou da lactação: o que é?
É um processo infeccioso agudo das glândulas mamarias que acomete 2-10% das mulheres em fase de lactação.
Mastite puerperal ou da lactação: etiologia mais comum?
Staphylococcus aureus 50-60% dos casos (MRSA tem aumento incidência).
Mastite puerperal ou da lactação: fatores predisponentes?
Ingurgitamento mamário, fissuras nos mamilos, obstrução ductal, técnica incorreta de amamentação, higiene local inadequada..
Mastite puerperal ou da lactação: achados clínicos?
Calor, rubor, endurecimento e dor local. Sistêmicos: febre, mal-estar, astenia, calafrios, prostração, podendo chegar a abscessos (região endurecida, dolorosa e com ponto de flutuação) e sepse.
Mastite puerperal ou da lactação: qnd solicitar USG?
Se temos dúvida pela palpação se é abscesso.
Mastite puerperal ou da lactação: tratamento?
- Massagem é o melhor tratamento (fluidifica o leite e estimula a síntese de ocitocina). Seguida de ordenha, aumento da ingestão de líquidos e repouso.
- Analgésicos, antitérmicos, compressas frias (causa vasoconstrição, melhorando).
- ATB podem ser necessários: penicilinas resistentes à penicilinase ou cefalosporinas.
- É indicada a manutenção da amamentação!!!
Mastite puerperal ou da lactação: qual ATB usar em:
- Casos leves?
- Casos graves?
- Casos leves: cefalexina 500 mg VO 6/6h (7-10 dias).
- Casos graves: oxacilina 500* mg EV 6/6h ou até 1g EV de 4/4h (associa oxa à cefoxitina 1g EV 8/8h se achar que tem anaeróbio). *4 frascos = 2g de 6/6h (HG).
*São seguras durante lactação.
Obs.: isso estava na aula do básico.
Mastite puerperal ou da lactação: qnd está indicada a drenagem cirúrgica?
Abscesso, s/n.
Mastite puerperal ou da lactação: pq iremos manter a amamentação? Não risco de contaminação?
- LM é rico em anticorpos e fatores antibacterianos, e as toxinas das bactérias, quando ingeridas, são destruídas no tubo digestivo.
- Desmame abrupto favorece aumento da estase láctea com possível formação de abscesso.
Alterações involutivas e fisiológicas endócrinas - o que ocorre com:
- HCG.
- HLP.
- Progesterona.
- Estrogênio.
- Prolactina.
- Ocitocina.
- FSH e LH?
- Queda do HCG, HLP (lactogênio placentário), progesterona e estrogênio.
- Aumento de prolactina (PRL) e ocitocina.
- Manutenção de FSH e LH baixo, em virtude da PRL alta.
Alterações involutivas e fisiológicas endócrinas - qual a ação de:
- Prolactina?
- Ocitocina?
- Prolactina: estimula produção de leite.
- Ocitocina: estimula ejeção de leite.
Porque a ovulação não ocorre durante o período da amamentação?
Em virtude da PRL alta, que suprime atividade ovariana (mantém FSH e LH baixo).