Cefaleia Flashcards
Cite as cefaleias primárias.
- Enxaqueca (migrânea).
- Cefaleia tensional.
- Cefaleia autonômica trigeminal: cefaleia em salvas (cluster), hemicrania paroxística, hemicrania contínua.
- Outras: cefaleia da tosse, cefaleia do exercício, cefaleia associada à atividade sexual, cefaleia hípnica, cefaleia diária persistente.
Cite as cefaleias secundárias.
- Cefaleia atribuída a trauma de cabeça e/ou cervical.
- Cefaleia atribuída a doença vascular craniana ou cervical.
- Cefaleia atribuída a transtorno intracraniano não vascular.
- Cefaleia atribuída a uma substância ou sua retirada.
- Cefaleia atribuída a infecção.
- Cefaleia atribuída a transtorno da homeostase.
- Cefaleia ou dor facial atribuída a transtorno de crânio, pescoço, olhos, ouvido, nariz, seios da face, dentes boca ou estruturas faciais ou cranianas.
- Cefaleia atribuída a transtorno psiquiátrico.
Qual a cefaleia mais comum?
Cefaleia tensional (seguida pela migrânea).
Qual a cefaleia que mais leva o paciente a procurar o médico?
Migrânea (enxaqueca).
Migrânea: como são os ataques? É uni/bilateral? E seu caráter?
- Cefaleia de ataques recorrentes (1-2 x/semana).
- É frequentemente, mas não sempre unilateral e tende a ser pulsátil.
Migrânea: quais os sintomas concomitantes?
Náusea, vômito, fotofobia ou fonofobia durante os ataques.
Migrânea: cite fatores desencadeantes?
Stress, menstruação, alteração visual, mudança de temperatura, nitratos, vinho, alimentos, alteração do sono e aspartame.
Migrânea: qual a causa?
Genética.
Migrânea: cite os critérios diagnósticos (ABCDE).
- A - Pelo menos 5 crises anteriores preenchendo os critérios de B a D.
- B - Duração de 4 a 72 horas.
- C - A cefaleia preenche pelo menos duas das seguintes características: localização unilateral, caráter pulsátil, intensidade moderada ou severa, exacerbação por atividades físicas rotineiras.
- D - Durante a cefaleia, existe pelo menos um dos sintomas ou sinais seguintes: náusea e/ou vômitos, fotofobia e fonofobia.
- E - Não atribuída a outra alteração.
O que é a aura?
É a presença de sinais e sintomas neurológicos focais, como escotomas cintilantes, escurecimento da visão, dormência ou parestesia perioral e, raramente, hemiparesia, vertigem, zumbido e diplopia.
Quanto tempo dura a aura?
Fenômeno autolimitado < 60min (antecede enxaqueca e pode se estender um pouco).
Onde pode estar presente a aura?
Pode estar presente 20% dos casos de migrânea – não é a mais comum e é um fator de risco para doença cerebrovascular.
- E há a enxaqueca sem aura.
Migrânea: tratamento agudo? Cite tb as CI das drogas.
OBJETIVO: tratar a crise.
1) Paciente que chega com dor leve a moderada:
a) Analgésicos simples/AINH.
- Será CI em: cefaleia crônica (que geralmente é causada pela própria analgesia – cefaleia crônica diária por analgesia).
2) Paciente com dor estabelecida, que já tomou analgésico em casa e não melhorou:
a) Ergotamina. CI: pacientes com doença vascular periférica.
b) Triptanos. CI: doença coronariana.
3) Paciente com dor extrema ou refratária aos medicamentos acima:
a) Neurolépticos.
- Efeitos adversos: reações extrapiramidais, sonolência e hipotensão postural.
Migrânea: tratamento profilático? Cite as drogas.
Objetivo é evitar crises de enxaqueca. Indicado se tem ≥ 3 a 4 crises/mês.
- Betabloqueadores: Propranolol.
- Bloqueadores de canal de cálcio: Flunarizina.
- Antidepressivos tricíclicos: Amitriptilina, Nortriptilina.
- Anticonvulsivantes: Topiramato, Ácido valproico, Divalproato de sódio.
- Toxina Botulínica.
- Anticorpos monoclonais (anti CGRP- calcitonina): Erenumabe, Fremanezumabe. *É um tratamento novo. Geralmente são administrados em canetas.
Cefaleia tensional: caraterísticas da dor?
Dor em pressão ou aperto de predomínio posterior ou frontal. Piora ao final do dia, sem limitação das atividades (não é tão intensa quanto à enxaqueca), leve a moderada intensidade.
- Fotofobia ou náusea podem ocorrer.
Cefaleia tensional: tratamento agudo e profilático?
- Agudo: analgésico/AINH.
- Profilático (se cefaleia ≥ 15 dias/mês.): antidepressivos tricíclicos = amitriptilina, nortriptilina.
Qual a cefaleia mais comum do grupo “cefaleia autonômica trigeminal”?
Cefaleia em salvas (cluster).
Cefaleia em salvas (cluster) - Trigeminal: é mais frequente em quem? Qual o principal fator precipitante?
- Mais frequente em homens, adultos jovens.
- Fator precipitante: álcool.
Cefaleia em salvas (cluster) - Trigeminal: frequência e duração das crises?
1 a cada 2 dias até 8/dia. Crises de 15 a 180 minutos (dura mais que as outras trigeminais).
Cefaleia em salvas (cluster) - Trigeminal: característica da dor?
Dor lancinante, em facada, “insuportável”, região periorbitária. Além de sintomas autonômicos (está nas outras trigeminais também) = lacrimejamento, hiperemia, edema ocular e coriza -> são unilaterais.
Cefaleia em salvas (cluster) - Trigeminal: tratamento agudo? Alternativa se refratariedade?
Oxigênio a 100%, através de máscara com reservatório ofertando 5-12L/min, por 15 minutos.
- Alternativa se refratariedade ao O2: sumatriptano injetável ou nasal.
Cefaleia em salvas (cluster) - Trigeminal: droga para fazer transição do tratamento agudo para profilático?
Corticoide.
Cefaleia em salvas (cluster) - Trigeminal: drogas p/ tratamento profilático?
Verapamil (escolha), topiramato, ácido valproico, gabapentina, lítio.
Cefaleia em salvas (cluster) - Trigeminal: comente sobre o Mnemônico – CLUSTER SALVAS.
C: conjuntiva vermelha. | L: lacrimejamento, rinorreia/congestão nasal. | U: unilateral. | S: sexo masculino como o mais acometido. | T: terapia com o2 a 100%, 7 L/min, por 15min, na emergência. | E: ergotamina na emergência. | R: repetidas vezes ao dia. | S: sempre na mesma hora do dia. | A: álcool como desencadeantes ou que piora o processo. | L: lítio. | V: verapamil. | A: ácido valproico.
Hemicrania paroxística - Trigeminal: é mais comum em quem? Características da dor?
- Mais comum em mulher, adulta, quadro semelhante à cefaleia em salvas.
- Dor aguda, forte intensidade, temporal, orbital ou supraorbital. Além de sintomas autonômicos ipsilaterais: lacrimejamento, injeção conjuntival, rinorreia, congestão nasal, ptose e rubor facial. São frequentes foto e fonofobia unilaterais.
Hemicrania paroxística - Trigeminal: duração e frequência das crises?
- Duração rápida: 2 a 30 minutos.
- Frequência >5 crises/dia, média de 20 crises/dia.
- Essas características diferem da cefaleia em salva.
Hemicrania paroxística - Trigeminal: qual o melhor tratamento terapêutico e profilatico?
Resposta completa à terapia com indometacina.
Hemicrania paroxística - Trigeminal: fatores desencadeantes?
Stress, exercício, álcool, movimento do pescoço, alterações da temperatura ambiental e alimentos.
O que configura Hemicrania Paroxística Crônica?
Ataques diários sem remissão durante pelo menos um mês.
Síndrome SUNCT - Trigeminal: duração e sintomas?
- Curta duração (segundos), dor moderada a grave, latejante, estritamente unilateral: geralmente ramo oftálmico do trigêmeo.
- Sintomas autónomos cranianos ipsilaterais: injeção conjuntival, lacrimejamento e rinorreia.
Síndrome SUNCT - Trigeminal: desencadeados por que?
Desencadeados por estímulos cutâneos ou espontâneos.
Síndrome SUNCT - Trigeminal: pode ter quantos ataques?
Pode ter 50 a 100 ataques curtos por dia, com duração de 1 a 15 minutos, predominantemente diurnos.
Síndrome SUNCT - Trigeminal: tratamento?
- Não responde a indometacina ou oxigênio.
- Carbamazepina, lamotrigina, gabapentina ou topiramato -> nem sempre tem boa resposta.
- Casos graves: descompressão microvascular da raiz do trigémeo, compressão por balão do gânglio trigeminal ou bloqueio com opiáceos do gânglio cervical superior.
O que avaliar na história do paciente com cefaleia?
Idade de início, presença ou ausência de aura e pródromo, frequência, intensidade e duração do ataque, número de dias de dor de cabeça por mês, hora e modo de início, qualidade, local e radiação da dor, sintomas e anormalidades associadas, história familiar de enxaqueca, fatores precipitantes e de alívio, exacerbação ou alívio com a mudança de posição (por exemplo, deitado versus vertical), relação com alimentos/álcool, resposta a qualquer tratamento anterior, revisão dos medicamentos atuais, qualquer mudança recente na visão, associação com trauma recente, quaisquer alterações recentes no sono, exercício, peso ou dieta, estado de saúde geral.
Após história sistemática da cefaleia do paciente, o que fazer?
- Descartar patologias subjacentes graves.
- Determinar o tipo de dor de cabeça primária usando o histórico do paciente.
- Pode haver sobreposição de sintomas entre diferentes cefaleias.
- Exame físico e neurológico.