Lombalgia Flashcards
Epidemiologia da lombalgia
65-80% da população
Principal causa de dor crônica e de limitação funcional <45 anos
Predomínio: mulheres 60-65 anos
>90% autolimitada (8 semanas)
Etiologias da lombalgia
95% musculoesquelética primárias
5% secundárias
Espasmo muscular/ Síndrome miofacial
Fibromialgia
Espondiloartrose
Espondilolistese
Hérnia discal
Estenose do canal medular
Diferenças entre lombalgia mecânica e lombalgia inflamatórica
Mecânica: melhora com repouso, piora com esforço, rigidez matinal <30 min, >45 anos, <3 meses, despertar noturno ausente, provas inflamatórias normais
Inflamatória: piora com repouso, melhora ou não piora com esforço, rigidez matinal >30 min, <40 anos, >3 meses, despertar noturno presente, provas inflamatórias elevadas
Exemplos de lombalgia mecânica e lombalgia inflamatórica
Mecânica: espondiloartrose, dor miofascial
Inflamatória: espondiloartrites, infecções (espondilodiscite), neoplasias (mieloma múltiplo)
Sinais de alarme da lombalgia
“ABCDEFGHI”
Age (idade de início >50 anos) - neoplasias
B Sintomas: perda de peso, febre, sudorese noturna - neoplasias, infecções (TB articular/Mal de Pott)
Câncer prévio ou atual (metástases)
Drogas endovenosas (infecções)
Equina: síndrome da cauda equina (compressão medular)
Fraturas (trauma recente)
Glicocorticoides por tempo prolongado: Prednisona >7,5mg/3 meses (maior risco de fraturas)
HIV, imunodeficiências primáias, imunossupressão por drogas (mais sucetível a infecções e neoplasias)
Inflamatória (espondiloartrites)
Conduta diante lombalgia com sinais de alarme
Solicitar RMN
Quadro clínico da síndrome da cauda equina (compressão medular)
Retenção urinária
Incontinência fecal
Déficit neurológico progressivo
Anestesia em sela
Síndrome da cauda equina (compressão medular) é uma emergência?
Sim
O que pode ser sugestivo de espondilodiscite no exame físico?
Dor à percussão nos processos espinhosos
Na avaliação neurológica da lombalgia, como avaliamos o acometimento da raiz nervosa de L4?
Perda motora da dorsiflexão do pé
Perda de sensibilidade do pé medial
Perda do reflexo patelar
Na avaliação neurológica da lombalgia, como avaliamos o acometimento da raiz nervosa de L5?
Perda da dorsiflexão do hálux
Perda da sensibilidade do dorso do pé
Reflexos normais
Na avaliação neurológica da lombalgia, como avaliamos o acometimento da raiz nervosa de S1?
Perda motora da flexão plantar do pé
Perda de sensibilidade do pé lateral
Perda do reflexo aquileu
O que é o Sinal de Laségue?
Compressão a nível de L4-L5/L5-S1: Dor em território de nervo ciático à extensão passiva de membro inferior
É mais sensível com extensão do tornozelo
Fisiopatologia da hérnia discal
Espondiloartrose, ruptura do anel fibroso –> herniação do núcleo pulposo –> compressão radicular
Quadro clínico da hérnia discal
Dor lombar com irradiação sobre raiz acometida
Pode ser assintomática
Diagnóstico da hérnia discal
É clínico!
Só faz exame de imagem se déficits neurológicos progressivos
Tratamento da hérnia discal
A maioria é autolimitada
Tratamento de lombalgia mecânica
Cirurgia (Discectomia)
Indicações de tratamento cirúrgico da hérnia discal (discectomia)
Síndrome da cauda equina (emergência)
Déficit neurológico grave e/ou progressivo
Radiculopatia incapacitante por >6 semanas (eletiva)
Quadro clínico da estenose de canal medular
Idoso com lombalgia e claudicação intermintente neuropática
Piora com extensão lombar (descer degraus)
Melhora com flexão lobar (andar de bicicleta, subir degraus)
Causas de estenose do canal medular
Hérnia discal
Hipertrofia do ligamento amarelo
Hipertrofia de estruturas ósseas
Tratamento da estenose do canal medular
Seguir tratamento de lombalgia mecânica crônica
Cirurgia (déficit neurológico grave e/ou progressivo, claudicação persistente e incapacitante)
Espondilodiscite (infecção do disco) e Osteomielite vertebral são graves?
Sim. É importante fazer o diagnóstico precoce pois pode evoluir para sepse ou acometimento irreversível da coluna (ex: cifose irreversível)
Principais agentes etiológicos da forma aguda e crônica da espondilodiscite (infecção do disco) e da Osteomielite vertebral
Aguda: S. aureus, E.coli
Crônica: TB (Mal de Pott), fungos, piogênica
Fisiopatologia da Espondilodiscite (infecção do disco) e Osteomielite vertebral
- Disseminação hematogênica* em pacientes com endocardite ou usuários de drogas EV
- Infecção por contiguidade (trauma, cirurgia, abcessos)
*É a principal
Quadro clínico da Espondilodiscite (infecção do disco) e Osteomielite vertebral
Lombalgia + febre
Septicemia
Abcessos vertebrais (radiculopatia, cauda equina)
Leucocitose
PCR e VHS elevados
Diagnóstico de Espondilodiscite (infecção do disco) e Osteomielite vertebral
RMN
Tratamento da Espondilodiscite (infecção do disco) e Osteomielite vertebral
ATB 4-6 semanas guiado por cultura
Tto empírico: cobrir gram negativos e positivos incluindo Staphylococcus
Atentar para risco de MRSA e Pseudomonas
Tratamento de Espondilodiscite (infecção do disco) e Osteomielite vertebral por TB (Mal de Pott)
RIPE por 12 meses
Tratamento de abcesso vertebral
Drenagem percutânea
*Diagnóstico microbiológico e tratamento
Tratamento da lombalgia mecânica aguda (<3 meses)
Repouso relativo por 24-48h
Dipirona/Paracetamol e AINEs
Ciclobenzaprina/Carisoprodol (benefício incerto)
Dor incapacitante e/ou contraindicações a AINEs: opioides de ação curta (tramadol, codeína)
Após 30 dias: MEV, reeducação postural, fortalecimento do core
Tratamento da lombalgia mecânica crônica (>3 meses)
Tratamento não-farmacológico multimodal
Fisioterapia, acupuntura
Antidepressivos tricíclicos em baixa dose
Duloxetina se depressão predominante
Relaxantes musculares
Tratamento de crises: dipirona/paracetamol/AINEs/opioides