Terapia Intensiva 2 Flashcards
O que caracteriza o choque hipovolêmico na pediatria?
Redução do volume intravascular, principalmente por doença diarreica aguda.
Quais são as três classificações do choque?
Choque compensado (PA normal), choque descompensado (hipotensão) e choque irreversível.
Qual é o principal tipo de choque na pediatria?
Choque hipovolêmico.
Qual é a definição de hipotensão na pediatria para recém-nascidos?
PAS < 60 mmHg.
Qual é a definição de hipotensão na pediatria para crianças de 1 mês a 1 ano?
PAS < 70 mmHg.
Como calcular a PAS mínima aceitável para crianças de 1 a 10 anos?
PAS < 70 + (2 x idade em anos).
O que é a Síndrome de Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS)?
Presença de 2 ou mais dos seguintes critérios: temperatura > 38,5°C ou < 36°C, taquicardia ou bradicardia, taquipneia ou necessidade de ventilação mecânica, leucocitose, leucopenia ou neutrófilos imaturos > 10%.
Quais critérios são obrigatórios para diagnóstico de SIRS?
Temperatura > 38,5°C ou < 36°C e leucocitose, leucopenia ou neutrófilos imaturos > 10%.
Como é definida a sepse na pediatria?
SIRS + infecção suspeita ou confirmada.
O que caracteriza a sepse grave na pediatria?
Sepse + disfunção cardiovascular ou SDRA ou 2 ou mais disfunções orgânicas.
O que caracteriza o choque séptico na pediatria?
Sepse + disfunção cardiovascular.
Quando deve ser obtido o lactato em pacientes com suspeita de choque séptico?
Deve ser obtido, mas não há nível específico que estratifique choque séptico.
Quando devem ser realizadas hemoculturas em pacientes com suspeita de sepse ou choque séptico?
Antes da antibioticoterapia, mas sem atrasar seu início.
Qual é a recomendação para o início da antibioticoterapia em pacientes com choque séptico?
Iniciar na primeira hora.
Qual é a recomendação para o início da antibioticoterapia em pacientes com sepse?
Iniciar nas primeiras 3 horas.
Qual tipo de solução é preferido para reposição de volume na pediatria?
Cristaloides balanceados, como Ringer lactato.
Qual é a droga vasoativa de escolha em choque hipotensivo na pediatria?
Noradrenalina.
Qual é a droga vasoativa de escolha em choque com baixo débito cardíaco na pediatria?
Adrenalina.
Quando associar vasopressina em pacientes pediátricos com choque séptico?
Quando adrenalina ou noradrenalina estão em altas doses.
Quando indicar hidrocortisona em pacientes pediátricos com choque séptico?
Em usuários de corticoide, distúrbios do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e hiperplasia adrenal congênita.
Os conceitos de SIRS e sepse grave ainda são utilizados na pediatria?
Sim, os conceitos de SIRS e sepse grave ainda existem na pediatria.
O que iniciar ao reconhecer diminuição da consciência e perfusão em uma criança?
Iniciar cateter de alto fluxo de O2 e estabelecer acesso IO/IV (PALS).
Qual é a recomendação de volume para pacientes com UTIP+ na primeira hora?
10-20 mL/kg até 40-60 mL/kg na 1ª hora.
Quando descontinuar a administração de fluidos em pacientes pediátricos?
Se aparecerem sinais de sobrecarga de volume.
O que fazer em pacientes sem UTIP e sem hipotensão?
Não fazer bolus. Iniciar manutenção.
O que fazer em pacientes sem UTIP e com hipotensão?
10-20 mL/kg até 40 mL/kg na 1ª hora com titulação de SS para avaliar débito cardíaco. Parar se houver sobrecarga.
Quando começar antibiótico em pacientes pediátricos com suspeita de choque séptico?
Imediatamente após reconhecimento.
O que fazer se o choque for refratário a fluidos?
Iniciar adrenalina 0,05-0,3 µg/kg/min IV periférico/IO.
Qual medicação usar para facilitar acesso venoso e via aérea se necessário?
Atropina/cetamina IV/IO/IM.
Como titular adrenalina em caso de sinais de baixo débito cardíaco?
Titular adrenalina 0,05-0,3 µg/kg/min.
Como titular norepinefrina em caso de hipotensão?
Titular norepinefrina 0,05 µg/kg/min.
O que considerar se o choque for resistente a catecolaminas?
Considerar hidrocortisona se houver risco de insuficiência adrenal absoluta.
Qual ferramenta usar para direcionar a administração de fluidos, inotrópicos e vasopressores?
Ultrassonografia.
Qual é o objetivo de pressão de perfusão (PP) na pediatria?
PP normal (55 + 1,5 x idade em anos).
Qual é o objetivo de saturação venosa central de oxigênio (SvcO2)?
SvcO2 > 70%.
Qual é o índice cardíaco (IC) objetivo na pediatria?
IC entre 3,3 - 6,0 L/min/m².
O que representa o nível de consciência?
O estado de alerta do indivíduo.
O que representa o conteúdo da consciência?
A capacidade do indivíduo de conhecer a si próprio e o ambiente que o cerca, refletindo as funções cognitivas.
Qual é o extremo do rebaixamento do nível de consciência?
Coma.
Quais escalas são usadas para avaliar o coma?
Escala de Coma de Glasgow, Escala de Jouvet (mais usada em crianças) e Escala de FOUR.
Quais são as variáveis na Escala de Coma de Glasgow?
Abertura ocular, resposta verbal e resposta motora.
Como a diminuição do nível de consciência pode ser explicada?
Por disfunção ou lesão da FRAA no tronco encefálico, disfunção ou lesão difusa do córtex cerebral (bilateral), ou por ambas.
O que é a Formação Reticular Ativadora Ascendente (FRAA)?
Parte do tronco encefálico que age como um ‘interruptor’ para o nível de consciência.
Qual é a importância da avaliação pupilar no coma?
Avaliar reflexos pupilares, especialmente o reflexo fotomotor, para diferenciar causas metabólicas/tóxicas de causas estruturais.
Quais são os efeitos simpáticos e parassimpáticos nas pupilas?
Simpático: midríase (dilatação). Parassimpático: miose (constrição).
O que é o reflexo fotomotor direto?
O olho que recebe a luz responde com miose.
O que é o reflexo fotomotor consensual?
O olho contralateral ao que recebe a luz também responde com miose.
Qual é a via do reflexo fotomotor?
Luz no olho > II par (óptico) > mesencéfalo (posterior) > III par (oculomotor) > miose bilateral.
O que indica se a luz no olho E não faz o olho D reagir?
Lesão no III par D (oculomotor).
O que indica se a luz no olho não faz nenhum olho reagir?
Lesão no II par (óptico) do olho que recebeu a luz.
O que causa miose?
Lesão do simpático.
O que causa midríase?
Lesão do parassimpático.
O que causa pupilas médio-fixas?
Lesão de simpático e parassimpático.
O que avalia o reflexo corneopalpebral?
A integridade da ponte.
Qual é a via do reflexo corneopalpebral?
Córnea > V par (trigêmeo) > ponte > VII par (facial) > pisca bilateral.
O que indica a abolição do reflexo corneopalpebral?
Lesão na ponte ou lesão do V ou VII par.
O que avalia o reflexo óculocefálico?
A integridade da ponte e do mesencéfalo.
Qual é a via do reflexo óculocefálico?
Labirinto > VIII par (vestíbulo-coclear) > Tronco > III, IV e VI pares (oculomotor, troclear e abducente) > olho na direção oposta da cabeça.
O que indica a ausência de resposta no reflexo óculocefálico?
Lesão no tronco (ponte ou mesencéfalo).
O que avalia o reflexo oculovestibular?
A integridade da ponte e do mesencéfalo.
Qual é a via do reflexo oculovestibular?
Tímpano > VIII par (vestíbulo-coclear) > Tronco > III, IV e VI pares (oculomotor, troclear e abducente) > olho na direção oposta do estímulo gelado.
O que indica a ausência de resposta no reflexo oculovestibular?
Lesão no tronco (ponte ou mesencéfalo).
O que indica uma resposta normal no reflexo oculovestibular?
Olho se desvia para o lado contrário ao que foi injetado a água gelada.
Como diferenciar causas tóxicas/metabólicas de causas estruturais de coma?
Causas tóxicas/metabólicas: sem déficit focal + pupilas fotorreativas. Causas estruturais: com déficit focal + pupilas fixas arreativas.
Qual é uma condição metabólica que pode cursar com déficit focal?
Hipoglicemia.
Como diferenciar hipoglicemia de outras causas estruturais de coma?
Medindo a glicemia.
Qual é a importância dos reflexos de tronco no diagnóstico de coma?
Ajuda a determinar se a causa do coma é estrutural ou tóxica/metabólica.
Como diferenciar hipoglicemia de outras causas estruturais de coma?
Medindo a glicemia.
O que é o reflexo fotomotor direto?
O olho que recebe a luz responde com miose.
O que é o reflexo fotomotor consensual?
O olho contralateral ao que recebe a luz também responde com miose.
Qual é a via do reflexo fotomotor?
Luz no olho > II par (óptico) > mesencéfalo (posterior) > III par (oculomotor) > miose bilateral.
O que indica se a luz no olho E não faz o olho D reagir?
Lesão no III par D (oculomotor).
O que indica se a luz no olho não faz nenhum olho reagir?
Lesão no II par (óptico) do olho que recebeu a luz.
O que causa miose?
Lesão do simpático.
O que causa midríase?
Lesão do parassimpático.
O que causa pupilas médio-fixas?
Lesão de simpático e parassimpático.
O que avalia o reflexo corneopalpebral?
A integridade da ponte.
Qual é a via do reflexo corneopalpebral?
Córnea > V par (trigêmeo) > ponte > VII par (facial) > pisca bilateral.
O que indica a abolição do reflexo corneopalpebral?
Lesão na ponte ou lesão do V ou VII par.
O que avalia o reflexo óculocefálico?
A integridade da ponte e do mesencéfalo.
Qual é a via do reflexo óculocefálico?
Labirinto > VIII par (vestíbulo-coclear) > Tronco > III, IV e VI pares (oculomotor, troclear e abducente) > olho na direção oposta da cabeça.
O que indica a ausência de resposta no reflexo óculocefálico?
Lesão no tronco (ponte ou mesencéfalo).
O que avalia o reflexo oculovestibular?
A integridade da ponte e do mesencéfalo.
Qual é a via do reflexo oculovestibular?
Tímpano > VIII par (vestíbulo-coclear) > Tronco > III, IV e VI pares (oculomotor, troclear e abducente) > olho na direção oposta do estímulo gelado.
O que indica a ausência de resposta no reflexo oculovestibular?
Lesão no tronco (ponte ou mesencéfalo).
O que indica uma resposta normal no reflexo oculovestibular?
Olho se desvia para o lado contrário ao que foi injetado a água gelada.
Como diferenciar causas tóxicas/metabólicas de causas estruturais de coma?
Causas tóxicas/metabólicas: sem déficit focal + pupilas fotorreativas. Causas estruturais: com déficit focal + pupilas fixas arreativas.
Qual é uma condição metabólica que pode cursar com déficit focal?
Hipoglicemia.
O que causa lesão no diencéfalo?
Miose fotorreagente (lesão no simpático).
O que causa lesão difusa do mesencéfalo?
Pupila médio-fixa (lesão no simpático e parassimpático).
O que causa lesão do mesencéfalo posterior?
Midríase fixa (lesão no parassimpático).
O que causa lesão da ponte?
Pupilas puntiformes (lesão no simpático e ‘irritação’ do parassimpático); reflexo fotomotor presente, mas de difícil avaliação.
O que causa lesão do II par (hérnia de uncus)?
Midríase fixa unilateral (lesão no parassimpático).
Quais são as causas metabólicas de midríase?
Simpaticomiméticos, anticolinérgicos, alucinógenos, serotoninérgicos, antidepressivos tricíclicos (ADT).
Quais são as causas metabólicas de miose?
Opioides, sedativos/hipnóticos, colinérgicos.