Cefaléias Flashcards
Cefaleia tensional
Principal fator desencadeante?
Estresse.
“tEnsional = Estresse”
Cefaleia tensional
Indicação do tratamento profilático?
> 15 dias de dor/mês.
(crises por dia ao mês)
CM: Cefaleias
V ou F?
Betabloqueadores, tricíclicos, anticonvulsivantes, BCC e triptanos representam as classes de tratamento farmacológico profilático da migrânea.
Falso.
Triptanos não entram no tratamento farmacológico profilático da migrânea. Todos os demais, sim.
Cefaleia secundária
Sinais de alarme? (6)
- Idade superior a 50-55 anos;
- Dor súbita e/ou progressiva;
- Presença de neoplasia ou HIV;
- Achados sistêmicos como febre, petéquia, rigidez de nuca, entre outros;
- Sinais neurológicos focais;
- Papiledema ou vômitos em jato (recomenda-se realizar fundoscopia).
Cefaleia progressiva + sinal focal sem febre + hipertensão intracraniana é indicativo de…
neoplasia.
Tumores primários malignos do SNC mais comuns na infância? (2)
Astrocitoma e meduloblastoma.
Enxaqueca
Principal neurotransmissor envolvido na fisiopatologia?
Serotonina.
Descarga de liberação hormonal chega até os neurônios que inervam os vasos → processo vascular inflamatório → dor.
O craniofaringioma pode cursar com quais alterações visuais e da glândula hipofisária?
Hemianopsia bitemporal e hipopituitarismo.
V ou F?
Doença sistêmica é um sinal de alarme para cefaleia secundária. Deve ser investigado câncer (metástases), HIV, meningite, encefalite, abscessos, neoplasias.
Verdadeiro. Correto, doenças sistêmicas são sinais de alerta para cefaleias secundárias e podem indicar condições graves subjacentes. É crucial investigar possíveis causas como câncer (especialmente metástases), infecção por HIV, meningite, encefalite e abscessos, além de neoplasias primárias ou secundárias. A identificação e tratamento precoces dessas condições podem ser essenciais para evitar complicações mais sérias e melhorar o prognóstico do paciente.
Apneia súbita, pode indicar herniação de…
forame magno: lesão expansiva cerebelar.
Características da neuralgia do trigêmeo? (5)
- Dor em choque intensa;
- Localizada no terço inferior da face;
- Sempre unilateral;
- Episódios breves (menos de 2 minutos);
- Período assintomático entre episódios.
A cefaleia é um sintoma comum na população e tem um impacto significativo na qualidade de vida dos indivíduos. Entre as várias formas de cefaleia, a cefaleia tipo tensão e a enxaqueca são particularmente prevalentes. Estas estão listadas entre as cinco condições crônicas mais comuns, conforme dados do estudo “Global Burden of Disease” de 2016.
Verdadeiro ou falso ?
Verdadeiro
A cefaleia tipo tensão episódica é a forma de cefaleia primária mais prevalente na população, enquanto a enxaqueca é a segunda cefaleia primária mais frequente. No entanto, a enxaqueca apresenta um impacto e morbidade maiores entre os indivíduos. Ambas as condições têm uma ocorrência mais elevada entre os homens .
Verdadeiro ou falso?
Falso . Ambas as condições tem uma ocorrência maior entre as mulheres .
A cefaleia é uma das queixas mais frequentes hoje no mundo. A cefaleia tipo ————— é a segunda condição clínica mais prevalente, com uma taxa de 20,8%, sendo apenas menos frequente do que a cárie dentária.
Tensão.
As cefaleias podem ser classificadas como primárias ou secundárias, e essa diferenciação é crucial para o manejo adequado. As cefaleias primárias se manifestam como dores de cabeça que não são causadas por outra doença subjacente, como sinusite, dengue ou tumores. As cefaleias primárias de maior importância na prática clínica em Atenção Primária à Saúde (APS) são:
a) Enxaqueca ou Migrânea:
- Duração: Geralmente dura entre 4 a 72 horas.
- Intensidade e localização: Dor de intensidade moderada a severa, frequentemente pulsátil, que normalmente afeta um lado da cabeça.
- Sintomas associados: Náuseas, vômitos, e sensibilidade à luz e ao som.
- Aura: Algumas pessoas experimentam sintomas neurológicos chamados aura antes da dor de cabeça, incluindo alterações visuais, formigamento e dificuldade para falar.
b) Cefaleia Tipo Tensão:
- Duração: Pode durar de 30 minutos a 7 dias.
- Intensidade e localização: Dor de intensidade leve a moderada, geralmente sentida em ambos os lados da cabeça como uma pressão ou aperto, não pulsátil.
- Sintomas associados: Não apresenta os sintomas proeminentes de náusea ou vômito, e a dor não se agrava com atividades físicas rotineiras.
- Frequência: Pode ser episódica ou crônica, dependendo da frequência dos episódios de dor.
c) Cefaleia em Salvas:
- Duração: Ataques breves que duram de 15 minutos a 3 horas.
- Intensidade e localização: Dor severa e penetrante, geralmente localizada em torno ou atrás de um olho.
- Sintomas associados: Durante um ataque, podem ocorrer lacrimejamento, congestão nasal ou rinorreia, ptose palpebral (pálpebra caída) e inquietação ou agitação.
- Padrão: Os ataques ocorrem em salvas, com períodos de dor intensa seguidos por períodos de remissão.
Classificação das Cefaleias pela Sociedade Internacional de Cefaleia - Versão 2018
Sinais de Alerta e Características Associadas a Causas Secundárias de Cefaleia
Sinais Sugestivos de Cefaleias Secundárias Relacionadas a Doenças Específicas de Maior Gravidade
A crise de enxaqueca pode apresentar-se em até cinco estágios distintos.
Fases da Enxaqueca e suas Características
-
Pródromo:
- Duração: Pode ocorrer até 24 horas antes da cefaleia.
- Sintomas: Alterações de humor, irritabilidade, anorexia, náuseas, bocejos frequentes, compulsão por alimentos, dificuldades de concentração e raciocínio, retenção hídrica.
-
Aura:
- Duração: Desenvolve-se gradualmente em 5 a 20 minutos e dura geralmente até 1 hora.
- Sintomas: Alterações visuais (fosfenas e escotomas), sensações sensoriais (picadas, parestesias), e em casos raros, alterações motoras. Os sintomas de aura geralmente cessam com o início da cefaleia.
-
Cefaleia Propriamente Dita:
- Duração: Dura de 4 a 72 horas.
- Características: A dor é geralmente unilateral, pulsátil ou latejante, e pode ser moderada a intensa.
- Sintomas Associados: Náuseas, vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz), e fonofobia (sensibilidade ao som). Atividades rotineiras podem agravar a dor.
-
Período de Resolução:
- Processo: Após o pico da dor, pode ocorrer vômito e/ou sono que ajudam na resolução da dor.
-
Sintomas Residuais (Pós-drome):
- Sintomas: Incluem fadiga, fraqueza, dificuldade de concentração e confusão mental. Estes podem persistir após a resolução da dor.
Qual a classificação da enxaqueca :
-
Migrânea Clássica (com Aura):
- Inclui sintomas neurológicos reversíveis que precedem a dor de cabeça. Os sintomas da aura desenvolvem-se gradualmente e são geralmente visuais, sensoriais, ou em raros casos, motores.
-
Migrânea Comum (sem Aura):
- É a forma mais frequente de enxaqueca, caracterizada pela ausência de sintomas de aura antes da dor de cabeça.
-
Migrânea Complicada:
- Neste tipo, a aura não desaparece com o início da dor ou apresenta sintomas neurológicos prolongados que podem exigir investigação adicional para descartar outras causas.
-
Migrânea Crônica:
- Define-se por cefaleias que ocorrem por 15 ou mais dias por mês durante mais de três meses, com características de enxaqueca presentes em pelo menos oito desses dias.
Quais são os fatores de risco para migrânea crônica?
- Obesidade: O excesso de peso pode influenciar a frequência e a severidade das crises de enxaqueca.
- Presença de Crises Frequentes: Ter crises frequentes de enxaqueca pode levar ao desenvolvimento de uma forma crônica.
- Uso Excessivo de Medicamentos: O uso abusivo de opioides, cafeína, barbitúricos, ou a utilização frequente de medicamentos analgésicos por mais de 15 dias por mês pode contribuir para a cronificação da enxaqueca.
- Eventos Estressantes da Vida: Estresse crônico ou eventos traumáticos podem agravar a frequência das crises.
- Depressão: Transtornos de humor como a depressão estão frequentemente associados com o aumento da frequência de enxaquecas.
- Distúrbios do Sono: Problemas como insônia ou má qualidade do sono podem ser tanto sintomas quanto causadores de crises frequentes de enxaqueca.
- Alodinia Cutânea: Sensibilidade aumentada da pele, onde o toque leve pode ser doloroso, também está associada à migrânea crônica.
O que é considerado uso abusivo de medicação no contexto da enxaqueca ?
O uso abusivo de medicação, especialmente em contexto de cefaleias crônicas como a migrânea, é definido por alguns critérios específicos:
- Uso Frequente de Analgésicos: Considera-se abusivo o uso de medicação analgésica por mais de 15 dias por mês, durante os últimos 3 meses. Isso pode incluir medicamentos como acetaminofeno, anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), e analgésicos opioides.
- Uso de Medicamentos Específicos para Cefaleia: O uso de derivados do ergot, triptanos, ou combinações de medicamentos para cefaleia por mais de 10 dias por mês, também nos últimos 3 meses, é considerado abusivo.
Este padrão de uso excessivo pode levar à cefaleia por uso excessivo de medicação (CUEM), que é uma condição onde as cefaleias se tornam mais frequentes e, paradoxalmente, menos responsivas aos medicamentos devido ao seu uso excessivo. O manejo da CUEM envolve a redução ou cessação do uso desses medicamentos, muitas vezes sob supervisão médica, para evitar sintomas de abstinência e para reestabelecer a eficácia dos tratamentos.
Quais são os critérios diagnósticos para cefaleia de tensão da sociedade internacional de cefaleias ?
Os critérios diagnósticos para cefaleia de tensão, conforme estabelecidos pela Sociedade Internacional de Cefaleias, são divididos em três categorias, baseadas na frequência das crises:
-
Cefaleia Tipo Tensão Episódica Infrequente:
- Frequência: Ao menos 10 crises, com frequência inferior a uma vez por mês (< 12 dias por ano).
- Duração: Cefaleia dura de 30 minutos a 7 dias.
-
Características da Cefaleia:
- Localização bilateral.
- Sensação de aperto ou opressão (não pulsátil).
- Intensidade de leve a moderada.
- Não é agravada por atividade física rotineira.
-
Sintomas Associados:
- Sem náuseas ou vômitos (pode ocorrer anorexia).
- Não mais do que um dos seguintes: fotofobia ou fonofobia.
- Exclusão: Não ser atribuível a outras causas.
-
Cefaleia Tipo Tensão Episódica Frequente:
- Frequência: Ao menos 10 crises, mais de uma vez por mês, mas menos de 15 dias por mês, por mais de 3 meses.
- Duração e Características: Mesmos critérios da cefaleia episódica infrequente.
- Sintomas Associados e Exclusão: Mesmos critérios da cefaleia episódica infrequente.
-
Cefaleia Tipo Tensão Crônica:
- Frequência: Ocorre por 15 ou mais dias por mês, há mais de 3 meses (≥ 180 dias por ano).
- Duração: A cefaleia pode durar horas a dias ou pode ser contínua.
-
Características da Cefaleia:
- Localização bilateral.
- Sensação de aperto ou opressão (não pulsátil).
- Intensidade de leve a moderada.
- Não é agravada por atividade física rotineira.
-
Sintomas Associados:
- Não apresenta simultaneamente fotofobia, fonofobia ou náusea leve (somente uma dessas pode estar presente).
- Sem náuseas de moderada a grave intensidade, nem vômitos.
- Exclusão: Não ser atribuível a outras causas.
Diagnóstico diferencial entre as principais cefaleias primárias:
Caso Clínico: Esmeralda
Esmeralda, 26 anos, recentemente se mudou para a área de abrangência da Unidade Básica de Saúde (UBS). Ela procura a unidade relatando uma cefaleia de 8 horas de duração, de moderada intensidade, hemicraniana à direita, acompanhada de fotofobia, fonofobia, náuseas e vômitos. Esmeralda relata ter crises similares 1 a 2 vezes por semana, exceto no período perimenstrual, quando tem crises diárias, desde os 15 anos de idade. Ela menciona que não fuma, não consome bebidas alcoólicas e não usa drogas. Mora com os pais e um irmão de 23 anos. Acrescenta ainda que sua mãe apresenta o mesmo quadro clínico, e ambas geralmente buscam atendimento médico apenas durante as crises, normalmente no pronto-socorro da cidade onde moravam anteriormente. O exame físico realizado é normal.
O quadro clínico de Esmeralda é compatível com o diagnóstico de:
a. Cefaleia tipo tensão
b. Enxaqueca sem aura
c. Cefaleia em salvas
d. Cefaleia secundária
O quadro clínico de Esmeralda é mais compatível com o diagnóstico de:
b. Enxaqueca sem aura
Justificativa:
- Sintomas e Características: Esmeralda apresenta cefaleia de moderada intensidade, hemicraniana (afetando um lado da cabeça), o que é típico da enxaqueca. Acompanham a dor, fotofobia (sensibilidade à luz), fonofobia (sensibilidade ao som), náuseas e vômitos, que são sintomas comuns associados à enxaqueca.
- Frequência das Crises: As crises ocorrem 1 a 2 vezes por semana e se intensificam no período perimenstrual, o que é consistente com o padrão de enxaqueca, conhecido por ser influenciado por flutuações hormonais.
- Histórico Familiar: A mãe de Esmeralda também sofre de um quadro similar, indicando uma possível predisposição genética, comum em casos de enxaqueca.
- Exclusão de Outros Tipos:
- Cefaleia tipo tensão geralmente é bilateral e não é acompanhada por náuseas ou vômitos.
- Cefaleia em salvas é extremamente dolorosa, de curta duração (15 minutos a 3 horas), e ocorre em períodos específicos do ano, geralmente acompanhada por lacrimejamento ou congestão nasal, o que não se encaixa no relato de Esmeralda.
- Cefaleia secundária deveria apresentar sinais em exames ou ter uma causa subjacente identificável, o que não foi indicado no exame físico de Esmeralda, considerado normal.
Portanto, o diagnóstico mais provável para Esmeralda é enxaqueca sem aura, dada a natureza e frequência das dores de cabeça, bem como os sintomas associados e o histórico familiar.
Apenas a enxaqueca pode evoluir para a cronificação .
Verdadeiro ou falso ?
Falso.
Tanto a cefaleia tipo tensão quanto a enxaqueca podem evoluir para cronificação. Isso significa que ambas podem se tornar condições em que a pessoa sofre de episódios de dor de cabeça em mais de 15 dias por mês, por pelo menos três meses ou mais.
É crucial estabelecer a diferença entre a cefaleia tipo tensão crônica e a enxaqueca crônica para determinar o tratamento medicamentoso profilático mais adequado, além das terapêuticas não farmacológicas. O uso de medicações para crises agudas deve ser incentivado para garantir a melhor eficácia do tratamento.
Verdadeiro ou falso?
Falso.
Na gestão de cefaleias crônicas, como a cefaleia tipo tensão crônica e a enxaqueca crônica, o uso frequente de medicações para crises agudas, especialmente sem supervisão médica, pode levar ao abuso dessas medicações, o que é uma preocupação significativa. O uso excessivo de medicamentos para dor pode resultar em cefaleia por uso excessivo de medicamentos (CUEM), uma condição que pode piorar a frequência e a intensidade das cefaleias. Portanto, o uso dessas medicações deve ser cuidadosamente monitorado e, muitas vezes, limitado ou suprimido, não incentivado, para garantir a eficácia e evitar complicações do tratamento.
Como deve ser o exame clínico em indivíduos com cefaleia?
- Inspeção de face, orelhas e crânio: Identificar sinais de herpes-zóster no couro cabeludo, face ou orelha externa.
- Avaliação ocular: Verificar a presença de hiperemia ocular, que pode sugerir glaucoma ou cefaleia em salvas.
- Oroscopia: Observar sinais de infecções do trato respiratório superior, amigdalites purulentas ou secreção retrofaríngea indicativa de sinusite.
- Palpação da região temporal: Checar artérias temporais dolorosas, que podem indicar arterite temporal, ou dor na região em casos de cefaleia tipo tensão com dor pericraniana.
- Exame de pescoço e ombros: Pesquisar por síndromes miofasciais através da palpação em busca de pontos-gatilho ou contraturas musculares que podem causar cefaleia, geralmente nucal.
- Avaliação de rigidez de nuca: Realizar testes para verificar rigidez de nuca, especialmente em pacientes com cefaleia acompanhada de febre ou sinais de comprometimento sistêmico.
- Inspeção da pele: Procurar por petéquias em casos de febre ou outros sinais sistêmicos.
- Exame neurológico: Avaliar alterações pupilares, sensibilidade, funções motoras e nível de consciência, como confusão mental.