Cefaléias Flashcards

1
Q

Cefaleia tensional

Principal fator desencadeante?

A

Estresse.
“tEnsional = Estresse”

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2
Q

Cefaleia tensional

Indicação do tratamento profilático?

A

> 15 dias de dor/mês.

(crises por dia ao mês)

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3
Q

CM: Cefaleias

V ou F?

Betabloqueadores, tricíclicos, anticonvulsivantes, BCC e triptanos representam as classes de tratamento farmacológico profilático da migrânea.

A

Falso.
Triptanos não entram no tratamento farmacológico profilático da migrânea. Todos os demais, sim.

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4
Q

Cefaleia secundária

Sinais de alarme? (6)

A
  1. Idade superior a 50-55 anos;
  2. Dor súbita e/ou progressiva;
  3. Presença de neoplasia ou HIV;
  4. Achados sistêmicos como febre, petéquia, rigidez de nuca, entre outros;
  5. Sinais neurológicos focais;
  6. Papiledema ou vômitos em jato (recomenda-se realizar fundoscopia).
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5
Q

Cefaleia progressiva + sinal focal sem febre + hipertensão intracraniana é indicativo de…

A

neoplasia.

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6
Q

Tumores primários malignos do SNC mais comuns na infância? (2)

A

Astrocitoma e meduloblastoma.

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7
Q

Enxaqueca

Principal neurotransmissor envolvido na fisiopatologia?

A

Serotonina.

Descarga de liberação hormonal chega até os neurônios que inervam os vasos → processo vascular inflamatório → dor.

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8
Q

O craniofaringioma pode cursar com quais alterações visuais e da glândula hipofisária?

A

Hemianopsia bitemporal e hipopituitarismo.

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9
Q

V ou F?

Doença sistêmica é um sinal de alarme para cefaleia secundária. Deve ser investigado câncer (metástases), HIV, meningite, encefalite, abscessos, neoplasias.

A

Verdadeiro. Correto, doenças sistêmicas são sinais de alerta para cefaleias secundárias e podem indicar condições graves subjacentes. É crucial investigar possíveis causas como câncer (especialmente metástases), infecção por HIV, meningite, encefalite e abscessos, além de neoplasias primárias ou secundárias. A identificação e tratamento precoces dessas condições podem ser essenciais para evitar complicações mais sérias e melhorar o prognóstico do paciente.

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10
Q

Apneia súbita, pode indicar herniação de…

A

forame magno: lesão expansiva cerebelar.

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11
Q

Características da neuralgia do trigêmeo? (5)

A
  1. Dor em choque intensa;
  2. Localizada no terço inferior da face;
  3. Sempre unilateral;
  4. Episódios breves (menos de 2 minutos);
  5. Período assintomático entre episódios.
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12
Q

A cefaleia é um sintoma comum na população e tem um impacto significativo na qualidade de vida dos indivíduos. Entre as várias formas de cefaleia, a cefaleia tipo tensão e a enxaqueca são particularmente prevalentes. Estas estão listadas entre as cinco condições crônicas mais comuns, conforme dados do estudo “Global Burden of Disease” de 2016.
Verdadeiro ou falso ?

A

Verdadeiro

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13
Q

A cefaleia tipo tensão episódica é a forma de cefaleia primária mais prevalente na população, enquanto a enxaqueca é a segunda cefaleia primária mais frequente. No entanto, a enxaqueca apresenta um impacto e morbidade maiores entre os indivíduos. Ambas as condições têm uma ocorrência mais elevada entre os homens .
Verdadeiro ou falso?

A

Falso . Ambas as condições tem uma ocorrência maior entre as mulheres .

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14
Q

A cefaleia é uma das queixas mais frequentes hoje no mundo. A cefaleia tipo ————— é a segunda condição clínica mais prevalente, com uma taxa de 20,8%, sendo apenas menos frequente do que a cárie dentária.

A

Tensão.

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15
Q

As cefaleias podem ser classificadas como primárias ou secundárias, e essa diferenciação é crucial para o manejo adequado. As cefaleias primárias se manifestam como dores de cabeça que não são causadas por outra doença subjacente, como sinusite, dengue ou tumores. As cefaleias primárias de maior importância na prática clínica em Atenção Primária à Saúde (APS) são:

A

a) Enxaqueca ou Migrânea:
- Duração: Geralmente dura entre 4 a 72 horas.
- Intensidade e localização: Dor de intensidade moderada a severa, frequentemente pulsátil, que normalmente afeta um lado da cabeça.
- Sintomas associados: Náuseas, vômitos, e sensibilidade à luz e ao som.
- Aura: Algumas pessoas experimentam sintomas neurológicos chamados aura antes da dor de cabeça, incluindo alterações visuais, formigamento e dificuldade para falar.

b) Cefaleia Tipo Tensão:
- Duração: Pode durar de 30 minutos a 7 dias.
- Intensidade e localização: Dor de intensidade leve a moderada, geralmente sentida em ambos os lados da cabeça como uma pressão ou aperto, não pulsátil.
- Sintomas associados: Não apresenta os sintomas proeminentes de náusea ou vômito, e a dor não se agrava com atividades físicas rotineiras.
- Frequência: Pode ser episódica ou crônica, dependendo da frequência dos episódios de dor.

c) Cefaleia em Salvas:
- Duração: Ataques breves que duram de 15 minutos a 3 horas.
- Intensidade e localização: Dor severa e penetrante, geralmente localizada em torno ou atrás de um olho.
- Sintomas associados: Durante um ataque, podem ocorrer lacrimejamento, congestão nasal ou rinorreia, ptose palpebral (pálpebra caída) e inquietação ou agitação.
- Padrão: Os ataques ocorrem em salvas, com períodos de dor intensa seguidos por períodos de remissão.

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16
Q

Classificação das Cefaleias pela Sociedade Internacional de Cefaleia - Versão 2018

A
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17
Q

Sinais de Alerta e Características Associadas a Causas Secundárias de Cefaleia

A
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18
Q

Sinais Sugestivos de Cefaleias Secundárias Relacionadas a Doenças Específicas de Maior Gravidade

A
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19
Q

A crise de enxaqueca pode apresentar-se em até cinco estágios distintos.

A

Fases da Enxaqueca e suas Características

  1. Pródromo:
    • Duração: Pode ocorrer até 24 horas antes da cefaleia.
    • Sintomas: Alterações de humor, irritabilidade, anorexia, náuseas, bocejos frequentes, compulsão por alimentos, dificuldades de concentração e raciocínio, retenção hídrica.
  2. Aura:
    • Duração: Desenvolve-se gradualmente em 5 a 20 minutos e dura geralmente até 1 hora.
    • Sintomas: Alterações visuais (fosfenas e escotomas), sensações sensoriais (picadas, parestesias), e em casos raros, alterações motoras. Os sintomas de aura geralmente cessam com o início da cefaleia.
  3. Cefaleia Propriamente Dita:
    • Duração: Dura de 4 a 72 horas.
    • Características: A dor é geralmente unilateral, pulsátil ou latejante, e pode ser moderada a intensa.
    • Sintomas Associados: Náuseas, vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz), e fonofobia (sensibilidade ao som). Atividades rotineiras podem agravar a dor.
  4. Período de Resolução:
    • Processo: Após o pico da dor, pode ocorrer vômito e/ou sono que ajudam na resolução da dor.
  5. Sintomas Residuais (Pós-drome):
    • Sintomas: Incluem fadiga, fraqueza, dificuldade de concentração e confusão mental. Estes podem persistir após a resolução da dor.
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20
Q

Qual a classificação da enxaqueca :

A
  1. Migrânea Clássica (com Aura):
    • Inclui sintomas neurológicos reversíveis que precedem a dor de cabeça. Os sintomas da aura desenvolvem-se gradualmente e são geralmente visuais, sensoriais, ou em raros casos, motores.
  2. Migrânea Comum (sem Aura):
    • É a forma mais frequente de enxaqueca, caracterizada pela ausência de sintomas de aura antes da dor de cabeça.
  3. Migrânea Complicada:
    • Neste tipo, a aura não desaparece com o início da dor ou apresenta sintomas neurológicos prolongados que podem exigir investigação adicional para descartar outras causas.
  4. Migrânea Crônica:
    • Define-se por cefaleias que ocorrem por 15 ou mais dias por mês durante mais de três meses, com características de enxaqueca presentes em pelo menos oito desses dias.
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21
Q

Quais são os fatores de risco para migrânea crônica?

A
  1. Obesidade: O excesso de peso pode influenciar a frequência e a severidade das crises de enxaqueca.
  2. Presença de Crises Frequentes: Ter crises frequentes de enxaqueca pode levar ao desenvolvimento de uma forma crônica.
  3. Uso Excessivo de Medicamentos: O uso abusivo de opioides, cafeína, barbitúricos, ou a utilização frequente de medicamentos analgésicos por mais de 15 dias por mês pode contribuir para a cronificação da enxaqueca.
  4. Eventos Estressantes da Vida: Estresse crônico ou eventos traumáticos podem agravar a frequência das crises.
  5. Depressão: Transtornos de humor como a depressão estão frequentemente associados com o aumento da frequência de enxaquecas.
  6. Distúrbios do Sono: Problemas como insônia ou má qualidade do sono podem ser tanto sintomas quanto causadores de crises frequentes de enxaqueca.
  7. Alodinia Cutânea: Sensibilidade aumentada da pele, onde o toque leve pode ser doloroso, também está associada à migrânea crônica.
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22
Q

O que é considerado uso abusivo de medicação no contexto da enxaqueca ?

A

O uso abusivo de medicação, especialmente em contexto de cefaleias crônicas como a migrânea, é definido por alguns critérios específicos:

  1. Uso Frequente de Analgésicos: Considera-se abusivo o uso de medicação analgésica por mais de 15 dias por mês, durante os últimos 3 meses. Isso pode incluir medicamentos como acetaminofeno, anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), e analgésicos opioides.
  2. Uso de Medicamentos Específicos para Cefaleia: O uso de derivados do ergot, triptanos, ou combinações de medicamentos para cefaleia por mais de 10 dias por mês, também nos últimos 3 meses, é considerado abusivo.

Este padrão de uso excessivo pode levar à cefaleia por uso excessivo de medicação (CUEM), que é uma condição onde as cefaleias se tornam mais frequentes e, paradoxalmente, menos responsivas aos medicamentos devido ao seu uso excessivo. O manejo da CUEM envolve a redução ou cessação do uso desses medicamentos, muitas vezes sob supervisão médica, para evitar sintomas de abstinência e para reestabelecer a eficácia dos tratamentos.

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23
Q

Quais são os critérios diagnósticos para cefaleia de tensão da sociedade internacional de cefaleias ?

A

Os critérios diagnósticos para cefaleia de tensão, conforme estabelecidos pela Sociedade Internacional de Cefaleias, são divididos em três categorias, baseadas na frequência das crises:

  1. Cefaleia Tipo Tensão Episódica Infrequente:
    • Frequência: Ao menos 10 crises, com frequência inferior a uma vez por mês (< 12 dias por ano).
    • Duração: Cefaleia dura de 30 minutos a 7 dias.
    • Características da Cefaleia:
      • Localização bilateral.
      • Sensação de aperto ou opressão (não pulsátil).
      • Intensidade de leve a moderada.
      • Não é agravada por atividade física rotineira.
    • Sintomas Associados:
      • Sem náuseas ou vômitos (pode ocorrer anorexia).
      • Não mais do que um dos seguintes: fotofobia ou fonofobia.
    • Exclusão: Não ser atribuível a outras causas.
  2. Cefaleia Tipo Tensão Episódica Frequente:
    • Frequência: Ao menos 10 crises, mais de uma vez por mês, mas menos de 15 dias por mês, por mais de 3 meses.
    • Duração e Características: Mesmos critérios da cefaleia episódica infrequente.
    • Sintomas Associados e Exclusão: Mesmos critérios da cefaleia episódica infrequente.
  3. Cefaleia Tipo Tensão Crônica:
    • Frequência: Ocorre por 15 ou mais dias por mês, há mais de 3 meses (≥ 180 dias por ano).
    • Duração: A cefaleia pode durar horas a dias ou pode ser contínua.
    • Características da Cefaleia:
      • Localização bilateral.
      • Sensação de aperto ou opressão (não pulsátil).
      • Intensidade de leve a moderada.
      • Não é agravada por atividade física rotineira.
    • Sintomas Associados:
      • Não apresenta simultaneamente fotofobia, fonofobia ou náusea leve (somente uma dessas pode estar presente).
      • Sem náuseas de moderada a grave intensidade, nem vômitos.
    • Exclusão: Não ser atribuível a outras causas.
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24
Q

Diagnóstico diferencial entre as principais cefaleias primárias:

A
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25
Q

Caso Clínico: Esmeralda

Esmeralda, 26 anos, recentemente se mudou para a área de abrangência da Unidade Básica de Saúde (UBS). Ela procura a unidade relatando uma cefaleia de 8 horas de duração, de moderada intensidade, hemicraniana à direita, acompanhada de fotofobia, fonofobia, náuseas e vômitos. Esmeralda relata ter crises similares 1 a 2 vezes por semana, exceto no período perimenstrual, quando tem crises diárias, desde os 15 anos de idade. Ela menciona que não fuma, não consome bebidas alcoólicas e não usa drogas. Mora com os pais e um irmão de 23 anos. Acrescenta ainda que sua mãe apresenta o mesmo quadro clínico, e ambas geralmente buscam atendimento médico apenas durante as crises, normalmente no pronto-socorro da cidade onde moravam anteriormente. O exame físico realizado é normal.

O quadro clínico de Esmeralda é compatível com o diagnóstico de:

a. Cefaleia tipo tensão
b. Enxaqueca sem aura
c. Cefaleia em salvas
d. Cefaleia secundária

A

O quadro clínico de Esmeralda é mais compatível com o diagnóstico de:

b. Enxaqueca sem aura

Justificativa:
- Sintomas e Características: Esmeralda apresenta cefaleia de moderada intensidade, hemicraniana (afetando um lado da cabeça), o que é típico da enxaqueca. Acompanham a dor, fotofobia (sensibilidade à luz), fonofobia (sensibilidade ao som), náuseas e vômitos, que são sintomas comuns associados à enxaqueca.
- Frequência das Crises: As crises ocorrem 1 a 2 vezes por semana e se intensificam no período perimenstrual, o que é consistente com o padrão de enxaqueca, conhecido por ser influenciado por flutuações hormonais.
- Histórico Familiar: A mãe de Esmeralda também sofre de um quadro similar, indicando uma possível predisposição genética, comum em casos de enxaqueca.
- Exclusão de Outros Tipos:
- Cefaleia tipo tensão geralmente é bilateral e não é acompanhada por náuseas ou vômitos.
- Cefaleia em salvas é extremamente dolorosa, de curta duração (15 minutos a 3 horas), e ocorre em períodos específicos do ano, geralmente acompanhada por lacrimejamento ou congestão nasal, o que não se encaixa no relato de Esmeralda.
- Cefaleia secundária deveria apresentar sinais em exames ou ter uma causa subjacente identificável, o que não foi indicado no exame físico de Esmeralda, considerado normal.

Portanto, o diagnóstico mais provável para Esmeralda é enxaqueca sem aura, dada a natureza e frequência das dores de cabeça, bem como os sintomas associados e o histórico familiar.

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26
Q

Apenas a enxaqueca pode evoluir para a cronificação .
Verdadeiro ou falso ?

A

Falso.

Tanto a cefaleia tipo tensão quanto a enxaqueca podem evoluir para cronificação. Isso significa que ambas podem se tornar condições em que a pessoa sofre de episódios de dor de cabeça em mais de 15 dias por mês, por pelo menos três meses ou mais.

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27
Q

É crucial estabelecer a diferença entre a cefaleia tipo tensão crônica e a enxaqueca crônica para determinar o tratamento medicamentoso profilático mais adequado, além das terapêuticas não farmacológicas. O uso de medicações para crises agudas deve ser incentivado para garantir a melhor eficácia do tratamento.
Verdadeiro ou falso?

A

Falso.

Na gestão de cefaleias crônicas, como a cefaleia tipo tensão crônica e a enxaqueca crônica, o uso frequente de medicações para crises agudas, especialmente sem supervisão médica, pode levar ao abuso dessas medicações, o que é uma preocupação significativa. O uso excessivo de medicamentos para dor pode resultar em cefaleia por uso excessivo de medicamentos (CUEM), uma condição que pode piorar a frequência e a intensidade das cefaleias. Portanto, o uso dessas medicações deve ser cuidadosamente monitorado e, muitas vezes, limitado ou suprimido, não incentivado, para garantir a eficácia e evitar complicações do tratamento.

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28
Q

Como deve ser o exame clínico em indivíduos com cefaleia?

A
  • Inspeção de face, orelhas e crânio: Identificar sinais de herpes-zóster no couro cabeludo, face ou orelha externa.
  • Avaliação ocular: Verificar a presença de hiperemia ocular, que pode sugerir glaucoma ou cefaleia em salvas.
  • Oroscopia: Observar sinais de infecções do trato respiratório superior, amigdalites purulentas ou secreção retrofaríngea indicativa de sinusite.
  • Palpação da região temporal: Checar artérias temporais dolorosas, que podem indicar arterite temporal, ou dor na região em casos de cefaleia tipo tensão com dor pericraniana.
  • Exame de pescoço e ombros: Pesquisar por síndromes miofasciais através da palpação em busca de pontos-gatilho ou contraturas musculares que podem causar cefaleia, geralmente nucal.
  • Avaliação de rigidez de nuca: Realizar testes para verificar rigidez de nuca, especialmente em pacientes com cefaleia acompanhada de febre ou sinais de comprometimento sistêmico.
  • Inspeção da pele: Procurar por petéquias em casos de febre ou outros sinais sistêmicos.
  • Exame neurológico: Avaliar alterações pupilares, sensibilidade, funções motoras e nível de consciência, como confusão mental.
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29
Q

Como deve ser a solicitação de exames complementares no acompanhamento das cefaleias ?

A

A solicitação de exames complementares no acompanhamento das cefaleias deve seguir uma abordagem criteriosa para determinar a necessidade de investigações adicionais como tomografia computadorizada (TC) de crânio ou ressonância magnética (RM). Aqui estão os pontos principais baseados no texto e na informação da imagem fornecida:

  1. Indicações para Exames Complementares:
    • Exames de neuroimagem não são rotineiramente necessários para cefaleias primárias quando o exame neurológico é normal.
    • A probabilidade de encontrar lesões intracranianas significativas em indivíduos com enxaqueca e exame neurológico normal é muito baixa (0,18%), principalmente aneurismas e malformações arteriovenosas (MAVs). Este risco é ainda menor em indivíduos com cefaleia tipo tensão.
  2. Circunstâncias que Justificam Neuroimagens:
    • Alterações no Exame Neurológico ou Sinais de Alerta: Como cefaleia de intensidade muito forte, mudanças no padrão de cefaleia preexistente que incluem aumento de frequência e intensidade.
    • Sintomas Específicos: Cefaleias que pioram com a manobra de Valsalva, cefaleias que acordam o indivíduo durante a noite, início da cefaleia em idosos ou piora progressiva da cefaleia.
    • Recomendações do US Headache Consortium: Eles aconselham a realização de neuroimagem em pacientes com cefaleias crônicas que apresentem achados anormais no exame neurológico.
  3. Escolha entre RM e TC:
    • Não há evidências conclusivas que afirmem a superioridade da RM em relação à TC como investigação inicial em indivíduos com cefaleias. A escolha entre RM e TC deve considerar aspectos clínicos específicos do paciente e a disponibilidade dos exames.

Conclusão:
A decisão de solicitar exames complementares deve ser guiada pela presença de características atípicas ou sinais de alerta nas cefaleias, histórico clínico detalhado, e achados no exame neurológico. O uso criterioso dessas ferramentas diagnósticas ajuda a evitar investigações desnecessárias e foca na identificação de possíveis condições subjacentes graves que requerem intervenção específica.

30
Q

Em que consiste o tratamento não farmacológico da enxaqueca ?

A

O tratamento não farmacológico da enxaqueca inclui uma série de abordagens que podem ser eficazes tanto na prevenção quanto na redução da intensidade e frequência das crises. Essas abordagens focam em estratégias comportamentais e modificação do estilo de vida. Aqui estão os componentes principais:

  1. Educação e Esclarecimento do Paciente:
    • Informar os pacientes sobre a natureza da enxaqueca e tranquilizá-los de que, na maioria dos casos, a dor não está associada a doenças neurológicas graves. Isso pode melhorar a adesão ao tratamento e reduzir a ansiedade relacionada à cefaleia.
  2. Identificação e Evitação de Fatores Desencadeantes:
    • Encorajar o paciente a manter um diário de dor para registrar detalhes sobre as crises, como data, intensidade, duração, medicações utilizadas, e informações sobre dieta, sono, estresse e atividade física no dia da crise e no dia anterior. Isso ajuda a identificar padrões e possíveis gatilhos das crises.
    • Baseado na identificação desses fatores, o paciente pode aprender a evitar certos gatilhos, como certos alimentos, falta de sono, ou estresse excessivo.
  3. Técnicas de Relaxamento e Controle de Estresse:
    • Técnicas como meditação, yoga, biofeedback, e relaxamento muscular progressivo podem ajudar a gerenciar o estresse e reduzir a frequência das crises de enxaqueca.
  4. Psicoterapia:
    • Terapias como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) são úteis para ajudar os pacientes a modificar pensamentos e comportamentos que podem estar contribuindo para a frequência das crises de enxaqueca.
  5. Fisioterapia:
    • Pode ser indicada para melhorar a postura e tratar condições musculoesqueléticas que podem estar associadas ou exacerbando as crises de enxaqueca.
  6. Estratégias de Dieta e Exercício:
    • Embora restrições alimentares específicas possam não ser úteis para todos os pacientes, manter uma dieta equilibrada e um regime regular de exercícios físicos pode melhorar a saúde geral e reduzir a frequência das crises de enxaqueca.

Essas abordagens não farmacológicas são muitas vezes usadas em combinação com tratamentos medicamentosos para oferecer o melhor controle possível da enxaqueca, especialmente para aqueles que sofrem de enxaqueca crônica. Elas são essenciais para um plano de tratamento holístico, visando não apenas a redução das dores de cabeça, mas também a melhoria da qualidade de vida geral do paciente.

31
Q

As indicações de profilaxia na enxaqueca devem levar em conta vários critérios:

A

Critérios para Tratamento Profilático das Migrâneas

  • Frequência de três ou mais crises ao mês.
  • Grau de incapacidade importante (mesmo se forem poucas crises).
  • Falência da medicação de resgate.
  • Subtipos especiais de enxaqueca: basilar, com aura prolongada, auras frequentes e atípicas e infarto enxaquecoso.
  • Ineficácia da profilaxia não farmacológica quando esta tiver sido a opção inicial da pessoa.
32
Q

As principais medicações profiláticas utilizadas no contexto da APS incluem as pertencentes às classes dos betabloqueadores e dos antidepressivos tricíclicos (ADTs).
Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro

33
Q

Bloqueadores β-adrenérgicos: doses e principais efeitos adversos na profilaxia da enxaqueca:

A
34
Q

Quais são os usos, eficácia, principais contraindicações e precauções específicas no uso de betabloqueadores para a profilaxia da enxaqueca?

A
  • Uso de Betabloqueadores: Utilizados há muitos anos na profilaxia da enxaqueca, mas o mecanismo exato de ação ainda não está totalmente esclarecido.
  • Eficácia Comprovada: Algumas medicações dessa classe têm eficácia comprovada para tratamento da enxaqueca.
  • Contraindicações Principais:
    • Presença de bloqueios atrioventriculares (BAVs) de 1º grau com intervalo PR > 0,24 segundos, e bloqueios de 2º e 3º graus.
    • Asma brônquica e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), sendo esta última uma contraindicação relativa.
  • Uso em Insuficiência Cardíaca Sistólica:
    • Pacientes com insuficiência cardíaca sistólica devem usar betabloqueadores específicos, como o metoprolol.
    • A introdução desses medicamentos deve seguir as diretrizes gerais de uso da classe de medicações em indivíduos com essa comorbidade.
35
Q

Antidepressivos: doses e efeitos adversos na profilaxia da enxaqueca:

A
36
Q

Quais são as características, eficácia, indicações específicas, dosagem, administração, contraindicações e efeitos adversos dos antidepressivos tricíclicos na profilaxia da enxaqueca?

A
  • Eficácia Comprovada: Antidepressivos tricíclicos (ADTs) são eficazes na profilaxia da enxaqueca, comprovado por diversos estudos.
  • Mecanismo de Ação: Os ADTs atuam através da recaptação de serotonina e norepinefrina. A eficácia na prevenção da enxaqueca é independente de suas propriedades antidepressivas.
  • Indicações Específicas: Úteis em casos de enxaqueca associada a sintomas depressivos, insônia, abuso de analgésicos e ergóticos, alta frequência de crises, e cefaleia tipo tensão crônica.
  • Uso de Outros Tricíclicos: Imipramina e clomipramina também podem ser utilizadas, embora com menor eficácia. As doses recomendadas variam de 25 a 75 mg, administradas uma a três vezes ao dia.
  • Administração: Tricíclicos têm a vantagem de poder ser administrados em dose única diária, geralmente à noite, devido ao seu efeito indutor de sono.
  • Contraindicações: Incluem bloqueio de ramo esquerdo, infarto agudo do miocárdio recente (não usar nos 2 meses após o evento), intervalo QT prolongado, uso concomitante ou recente de inibidores da monoaminoxidase (IMAOs), prostatismo ou retenção urinária.
  • Efeitos Adversos: Podem causar hipotensão ortostática, especialmente em idosos.
37
Q

Na última década, estudos têm mostrado que alguns antiepiléticos são eficazes na profilaxia da enxaqueca. Entre eles, destacam-se o ácido valproico e o divalproato de sódio, que, junto com os betabloqueadores e os tricíclicos, são os medicamentos mais eficazes na profilaxia da enxaqueca.

Medicamentos antiepiléticos: doses e efeitos adversos na profilaxia da enxaqueca:

A
38
Q

Os bloqueadores de canais de cálcio é um grupo heterogêneo de substâncias das quais somente a flunarizina tem atividade profilática antienxaquecosa comprovada . Em relação aos betabloqueadores, aos tricíclicos e ao ácido valproico, o efeito da flunarizina na profilaxia da enxaqueca é bem inferior.

Bloqueadores de canais de cálcio: doses e efeitos adversos na profilaxia da enxaqueca:

A
39
Q

A associação de medicamentos não mostrou benefício na eficácia e aumentou os efeitos colaterais no tratamento profilático da enxaqueca .
Verdadeiro ou falso?

A

Falso. Na prática clínica, a combinação de betabloqueadores e antidepressivos tricíclicos na profilaxia da enxaqueca é reconhecida por aumentar a eficácia do tratamento e potencialmente diminuir os efeitos colaterais. Essa abordagem é particularmente valiosa em casos de enxaqueca severa, onde pode ser necessária uma estratégia terapêutica mais complexa. Para a migrânea crônica, essa combinação medicamentosa é ainda mais eficaz, refletindo a importância de personalizar o tratamento para otimizar resultados e minimizar riscos.

40
Q

Qual é o processo recomendado para a introdução e ajuste de medicamentos profiláticos no tratamento da enxaqueca, e como deve ser gerenciada a retirada desses medicamentos?

A
  • Objetivo do tratamento profilático: Reduzir frequência e intensidade das crises de enxaqueca, não necessariamente cessando-as completamente.
  • Processo de identificação do medicamento adequado pode ser demorado.
  • A não resposta a um medicamento não implica falta de resposta a outros.
  • Ajuste da dose: Aumentar gradualmente a cada 2 a 3 semanas até atingir a dose máxima ou até que efeitos adversos limitem o aumento.
  • Se necessário, associar nova medicação caso não se alcance a dose máxima ou em face de efeitos adversos.
  • Manutenção da dose eficaz: Deve ser mantida por pelo menos 6 meses.
  • Retirada do medicamento: Após 6 meses, retirar lentamente e observar a reação. Possíveis resultados:
    • Ausência de dor.
    • Dor retorna, mas com menor intensidade.
    • Dor retorna com a mesma intensidade anterior.
  • Se a dor retornar, reintroduzir o medicamento e considerar a manutenção por um período mais longo, como 2 anos, ou até por toda a vida, se necessário.
41
Q

Medicamentos que podem ser usados pra o tratamento da crise leve de migrânea:

A
42
Q

Quais são as recomendações para o manejo de crises leves, moderadas e intensas de enxaqueca sem aura?

A

Enxaqueca sem aura:

  • Crises Leves:
    • Recomendado repouso em quarto escuro, evitar barulho e, se possível, conciliar o sono.
    • Se não houver melhora com medidas gerais, usar analgésicos comuns (ácido acetilsalicílico, paracetamol, dipirona) ou AINEs.
    • Para náusea ou vômito, ou para impedir progressão da crise e para efeito pró-cinético, pode-se usar metoclopramida ou domperidona.
    • Medicamentos combinados não são recomendados devido a doses inadequadas dos componentes e ao aumento de efeitos colaterais.
  • Crises Moderadas:
    • Se analgésicos e anti-inflamatórios forem insuficientes, recomenda-se o uso de triptanos.
    • Triptanos são mais eficientes se usados no início das crises.
    • Cuidado ao prescrever triptanos para pessoas com cardiopatias, insuficiência renal ou hepática.
    • Medicamentos derivados do ergot não são eficazes se aplicados tardiamente.
  • Crises Intensas:
    • Podem ser utilizados triptanos, indometacina, clorpromazina, dexametasona ou haloperidol, associando-se os anti-inflamatórios em caso de recorrência.
    • Considerar encaminhamento para atenção secundária se necessário para acesso à medicação.
43
Q

Qual foi o resultado da comparação da eficácia de diferentes triptanos no tratamento da crise aguda de enxaqueca, segundo uma recente metanálise, incluindo taxas de alívio e remissão da cefaleia, alívio sustentado, necessidade de medicamentos de resgate e eficácia de doses mais altas e do uso de spray nasal?

A

Uma metanálise recente comparou a eficácia de diferentes triptanos no tratamento da crise aguda de enxaqueca. Os resultados mostraram que:

  • A taxa de alívio da cefaleia em 2 horas foi de 49,7% para sumatriptano, 50% para zolmitriptano, 44,5% para naratriptano e 60,45% para eletriptano.
  • A taxa de remissão completa da dor em 2 horas foi menor, sendo 27,7% para sumatriptano, 27,1% para zolmitriptano, 17,5% para naratriptano e 39,2% para eletriptano.
  • O alívio sustentado da dor em 24 horas variou de 18,4% a 32,9% com doses habituais de triptanos, e entre 21,1% a 33,8% dos pacientes precisaram de medicamentos de resgate.
  • Respostas melhores foram observadas com doses mais altas dos medicamentos, e eficácias similares foram registradas para o spray nasal, sendo especialmente benéfico para pacientes com náuseas e vômitos significativos.
  • Entre os triptanos avaliados, eletriptano e rizatriptano mostraram uma leve superioridade em eficácia na metanálise mencionada.
44
Q

Dose de triptanos em ensaios clínicos:

A
45
Q

Qual é a recomendação sobre a frequência de uso de analgésicos para enxaqueca, a eficácia da dipirona comparada a outros analgésicos, e como sua utilização e combinação com outras drogas é vista no contexto de tratamento emergencial de enxaqueca, considerando as preocupações regulatórias e evidências de efeitos colaterais?

A

O uso frequente de analgésicos (mais de três vezes por semana) indica a inadequação do tratamento profilático de enxaqueca. Estudos recentes apontam a dipirona como mais eficaz que o ácido acetilsalicílico e o paracetamol, recomendando-se sua preferência na ausência de contraindicações, devido ao seu perfil de efeitos colaterais relativamente seguro. A falta de aprovação da dipirona nos EUA limita a evidência sobre ela, embora estudos, como o Latin Study, indiquem baixas incidências de aplasia de medula e granulocitopenia no Brasil, contrariando as preocupações que impedem sua aprovação nos EUA. A combinação de dipirona com dexametasona e metoclopramida intravenosa é amplamente usada em emergências, mostrando grande eficácia, mesmo sem estudos comparativos com outros medicamentos.

46
Q

Como é o tratamento da enxaqueca com aura ?

A

No tratamento da enxaqueca com aura, é essencial considerar a exclusão de fatores de risco para complicações vasculares, como hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemias, doenças vasculares periféricas ou coronarianas, uso de anticoncepcionais orais e tabagismo, devido à ação vasoconstritora de alguns medicamentos utilizados. Não existe um consenso sobre o tratamento específico da aura migranosa, sendo o uso de nifedipina considerado ineficaz e, em alguns casos, capaz de piorar a cefaleia. O tratamento da fase de dor na enxaqueca com aura segue as mesmas diretrizes da enxaqueca sem aura, com a recomendação específica de evitar o uso de sumatriptano subcutâneo durante a fase da aura.

47
Q

Resumo do tratamento não farmacológico da cefaleia tipo tensão :

A

Pacientes com cefaleia do tipo tensão devem ser informados sobre o prognóstico geralmente benigno dessa condição, além de serem educados sobre sua etiologia provavelmente muscular, o que pode incluir atividades educativas e a palpação da musculatura pericraniana. É importante identificar possíveis fatores desencadeantes da cefaleia, incluindo estresse físico ou mental, alimentação irregular, consumo de café, distúrbios do sono, alterações no nível de atividade física e distúrbios menstruais. A presença de sintomas depressivos e/ou ansiosos em casos de cefaleia tipo tensão crônica também deve ser considerada no tratamento. Embora existam opções de tratamento não farmacológicas, como biofeedback eletromiográfico, terapia cognitivo-comportamental, treinamento de relaxamento, fisioterapia e acupuntura, as evidências sobre a eficácia dessas abordagens ainda são limitadas, necessitando de mais estudos para confirmar seus benefícios.

48
Q

Quais são as medicações preferenciais na profilaxia da cefaleia do tipo tensão ?

A

Na profilaxia da cefaleia do tipo tensão, as medicações preferenciais incluem:

  1. Amitriptilina: É o medicamento de primeira escolha, com doses recomendadas entre 30 a 75 mg por dia para reduzir a frequência e intensidade das crises.
  2. Venlafaxina: Representa uma segunda opção, com dose de 150 mg por dia.
  3. Mirtazapina: Também uma segunda escolha, administrada na dose de 30 mg por dia.
  4. Maprotilina e Clomipramina: São consideradas medicações de terceira escolha, com doses de 75 mg por dia para a maprotilina e 75-150 mg por dia para a clomipramina.

Estudos sobre a sertralina e o citalopram foram realizados, mas não mostraram superioridade em relação ao placebo. A duração recomendada para o tratamento profilático é de 6 a 12 meses, após o qual pode-se tentar a retirada do medicamento.

49
Q

Os beta bloqueadores são mediações de escolha para o tratamento profilático na cefaleia do tipo tensão .
verdadeiro ou falso?

A

Falso.

Os beta-bloqueadores não são tipicamente medicações de escolha para o tratamento profilático da cefaleia do tipo tensão. As opções preferenciais incluem antidepressivos tricíclicos (ADTs), como a amitriptilina, e outras medicações mencionadas anteriormente. Os beta-bloqueadores são mais comumente utilizados na profilaxia da enxaqueca.

50
Q

Como deve ser o manejo do tratamento para a crise aguda de cefaleia do tipo tensão e quais são as considerações importantes para pacientes com cefaleia do tipo tensão crônica?

A

Manejo do Tratamento da Crise Aguda de Cefaleia do Tipo Tensão:

  • Analgésicos e AINEs: Uso geralmente suficiente para controle da crise.
    • Medicamentos eficazes: Paracetamol, ácido acetilsalicílico, cetoprofeno, diclofenaco, e naproxeno.
    • Dose efetiva do Paracetamol: 1.000 mg (doses menores foram menos eficazes).
    • Comparação Paracetamol e AINEs: AINEs mostraram superioridade no controle da dor.
    • Ibuprofeno: Destaque pelo melhor perfil de efeitos adversos entre os AINEs.
  • O que evitar:
    • Cafeína: Seja sozinha ou associada a medicamentos, não é recomendada devido ao risco de cefaleia na retirada.
    • Opioides, Triptanos e Relaxantes Musculares: Não são recomendados. O uso de opioides pode levar a cefaleia relacionada ao abuso de medicações.
  • Cefaleia Tipo Tensão Crônica:
    • Eficiência de analgésicos comuns: Menor em comparação com a cefaleia do tipo tensão episódica.
    • Atenção ao uso excessivo de medicamentos: O uso de analgésicos simples em 14 ou mais dias ao mês, ou triptanos/medicamentos combinados em mais de 9 dias ao mês, pode levar a cefaleia por abuso de medicamentos.
    • Estratégia em caso de abuso de medicamentos: Suspender as medicações causadoras e buscar tratamentos alternativos.
51
Q

Quando referenciar pessoas com quadro clínico de cefaleia?

A

Quando Referenciar Pessoas com Quadro Clínico de Cefaleia Primária?

  • Referência a Especialista: Indivíduos que não conseguem controle adequado da doença com recursos da APS (Atenção Primária à Saúde) devem ser considerados para acompanhamento com neurologista, conforme disponibilidade local.
  • Critérios para Exames e Referenciamento de Urgência: Basear-se em critérios clínicos. O tipo de exame depende do diagnóstico etiológico suspeito. Identificar risco de cefaleias secundárias graves é crucial.
  • Referenciamento para Avaliação de Urgência/Emergência:
    • Suspeita de meningite ou encefalite.
    • Trauma craniano recente.
    • Suspeita de hemorragia subaracnoide (HSA).
    • Presença de condições graves subjacentes (neoplasias, gestação, uso de anticoagulantes).
    • Confusão mental.
    • Suspeita de glaucoma agudo.
  • Referenciamento para Avaliação Ambulatorial pelo Neurologista:
    • Cefaleias primárias refratárias aos tratamentos usuais.
    • Cefaleias secundárias que não requerem avaliação de urgência/emergência.
52
Q

Quais são os erros mais comuns na cometidos no referenciamento de indivíduos com cefaleia?

A
53
Q

Papel da equipe multiprofissional na abordagem das cefaleias :

A
  • Enfermeiro: Tem um papel crucial no manejo de cefaleias, ajudando na identificação de fatores desencadeantes e orientando sobre terapias não farmacológicas. É responsável por instruir sobre a higiene do sono, evitar jejuns prolongados, e orientar sobre a alimentação, destacando a importância de evitar alimentos gatilhos e a redução de cafeína para melhorar as crises.
  • Fisioterapeuta do NASF: Apoia no cuidado a pacientes com cefaleia tipo tensão, focando na identificação de pontos-gatilho e tratamento de síndromes miofasciais frequentes nesse tipo de cefaleia.
  • Saúde Mental do NASF: Oferece apoio no manejo de sintomas depressivos e ansiosos de maior complexidade, que podem estar associados e agravar quadros de cefaleia crônica.

Esta abordagem multiprofissional permite um cuidado integral e personalizado, visando não só o tratamento dos sintomas, mas também a identificação e o manejo de fatores subjacentes que podem contribuir para a persistência ou agravamento das cefaleias.

54
Q

Qual é a importância da divulgação de opções de profilaxia para enxaquecas e cefaleias tipo tensão entre a comunidade médica e quais são as atividades de educação em saúde recomendadas para o manejo dessas condições?

A

Embora não existam evidências que suportem a prevenção primária das cefaleias, é importante que a comunidade médica esteja ciente e divulgue as opções de profilaxia disponíveis para enxaquecas e cefaleias tipo tensão, com o objetivo de diminuir o impacto dessas condições nos pacientes. Além disso, atividades de educação em saúde, como grupos de discussão envolvendo profissionais de saúde e pacientes, são recomendadas para desmistificar as causas graves de cefaleia, identificar fatores desencadeantes, prevenir o abuso de medicamentos e promover a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos afetados.

55
Q

Aponte, entre as apresentações clínicas a seguir, a que mais se correlaciona com a ocorrência de cefaleia secundária.

a. Ocorrência de escotomas
b. Instalação de hemiparesia
c. Náuseas e vômitos
d. Elevação da pressão arterial

A

A resposta correta é b. Instalação de hemiparesia. A hemiparesia é caracterizada pela fraqueza ou paralisia parcial de um lado do corpo. Sua instalação pode ser um indicativo de condições neurológicas mais graves que podem levar a cefaleias secundárias, ou seja, cefaleias que são sintomas de outra condição subjacente, ao invés de uma desordem primária por si só. As condições que podem causar hemiparesia e cefaleias secundárias incluem, mas não se limitam a, acidente vascular cerebral (AVC), tumores cerebrais, e hemorragias intracranianas. Estas condições podem afetar a estrutura cerebral e aumentar a pressão intracraniana ou causar inflamação, resultando em cefaleia. Portanto, a presença de hemiparesia é um sinal de alerta que necessita de investigação imediata para identificar e tratar a causa subjacente, diferenciando-a de sintomas menos específicos como náuseas, vômitos ou elevação da pressão arterial, que podem estar presentes em uma variedade de condições clínicas além das cefaleias secundárias.

56
Q

Cefaleia hípnica:

A

Cefaleia primária com piora no início do
sono, despertando o paciente (“cefaleia
do despertador”).

( Diferente da cefaleia em salvas por ser bilateral e sem alterações oculares)

57
Q

Neurinoma do acústico

Principal achado?

A

Surdez unilateral.

58
Q

Cefaleia em salvas

Sintomas associados? (7)

A

Hiperemia conjuntival;
Lacrimejamento;
Congestão nasal;
Sudorese facial;
Miose;
Ptose;
Edema palpebral.

(todos ipsilaterais à dor)

59
Q

V ou F?

A cefaleia SUNCT poder cursar com conjuntiva hiperemiada + lacrimejamento.

A

Verdadeiro. A cefaleia SUNCT (Short-lasting Unilateral Neuralgiform headache attacks with Conjunctival injection and Tearing) é uma forma rara de cefaleia primária caracterizada por ataques curtos de dor neuralgiforme intensa, unilateral, com injeção conjuntival (vermelhidão do olho) e lacrimejamento do mesmo lado da dor. Portanto, a presença de conjuntiva hiperemiada e lacrimejamento é típica dessa condição e ajuda no diagnóstico diferencial com outras cefaleias trigeminais autonômicas.

60
Q

Cefaleias trigêmeo-disautonômicas

Tipos? (4)

A

1- Salvas;

2- Hemicrania paroxística;

3- SUNCT;

4- SUNA.

61
Q

V ou F?

Não existe crise de enxaqueca sem dor de cabeça.

A

Falso. Existe crise de enxaqueca sem dor de cabeça (embora não seja comum).

62
Q

V ou F?

A ergotamina é um agonista 5HT1 seletivo da serotonina, usado para a crise de enxaqueca.

A

Falso.
A ergotamina é um agonista 5HT1 não-seletivo da serotonina, usada no tratamento abortivo (crise) da enxaqueca.

63
Q

Principais drogas que podem causar cefaleia? (3)

A

BCC;

Nitratos;

Analgésicos.

64
Q

Cefaleia em salvas

Drogas profiláticas?

A

Verapamil (principal/monitorizar ECG) OU prednisona (ciclo de 10 dias).

65
Q

Trombose dos seios durais

Epidemiologia? (4)

A

Mulheres;

Jovens;

Obesas;

Usuárias de anticoncepcionais orais.

66
Q

Cefaleia primária mais comum?

A

Tensional (40 a 70%).

67
Q

Neoplasia maligna primária mais comum de SNC?

A

Glioma

68
Q

A _____ (SUNCT/SUNA) cursa com achados autonômicos como miose, ptose e congestão nasal.

A

SUNA.
“sunA = Autonômicos”

69
Q

Tratamento da cefaleia por glaucoma de ângulo fechado? (4)

A

Colírio corticoide;
Betabloqueador;
Colinérgico;
Cirurgia (iridotomia).

70
Q

SUNCT x SUNA

Diferencie.

A

SUNCT: lacrimejamento e hiperemia conjuntival ipsilaterais a dor;

SUNA: miose, ptose/edema palpebral ipsilateral, congestão nasal.