Cálculo Renal Flashcards
O que é litíase renal?
“Litíase renal é uma das doenças mais comuns do trato urinário.
Qual é a prevalência anual da litíase renal?
“A prevalência anual é de aproximadamente 1/ 1.000 da população geral.”
Em qual faixa etária é mais frequente a incidência de litíase renal?
“É mais frequente entre os 20 e 50 anos de idade.”
Qual é a proporção de homens afetados em comparação às mulheres?
“Homens são mais acometidos do que mulheres na proporção 3:1
Qual é a chance de recorrência após a primeira crise de litíase renal?
“A chance de recorrência após a primeira crise é de aproximadamente 50% em cinco anos.”
Quais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento de cálculos renais?
Países desenvolvidos apresentam maior índice de casos de litíase renal devido ao hábito dietético rico em sal e proteínas de origem animal. A dieta rica em sal aumenta a excreção uri nária de sódio e cálcio, o que pode levar à agregação de cristais e formação de cálculo. A dieta rica em proteínas de origem animal causa aumento da excreção urinária de cálcio, oxalato e ácido úrico (fatores promotores de formação de cálculo) e reduz a excreção urinária de citrato (fator protetor contra a formação de cálculo). Outro fator dietético que pode contribuir para a formação de cálculos renais é a ingestão insuficiente de água, por tornar a urina mais con centrada em solutos. Além dos fatores dietéticos, a localização geográfica parece ter relação com o desenvolvi mento de cálculos renais. Em regiões de clima quente e úmido, é observado um maior número de casos de litíase renal. Especula-se que a desidratação e que maiores níveis de vitamina D provenientes da exposição à luz solar sejam os fatores determinantes desse fenômeno.
Quais são os tipos de cálculos renais?
“Os tipos de cálculos renais mencionados são cálculos de cálcio contendo cálcio (oxalato de cálcio, fosfato de cálcio, ou oxalato e fosfato de cálcio), ácido úrico, estruvita, oxalato, cistina ou mistos. O cálculo de ácido úrico puro é radiotransparente. Os demais são radiopacos, podendo ser visu alizados à radiografia de abdômen. Todos são identificáveis pela tomografia computadorizada (TC) helicoidal de abdômen sem contraste, que é o exame padrão-ouro no diagnóstico de litíase renal. Apenas o cálculo de indinavir necessita de contraste no exame de TC, que torna esse tipo de cálculo distinguível das estruturas do trato urinário.
Qual é a composição dos cálculos de estruvita?
“Os cálculos de estruvita são compostos por fosfato de amônio e magnésio.”
Qual é a principal causa dos cálculos de estruvita?
“A principal causa dos cálculos de estruvita são infecções urinárias recorrentes.”
Quais são os sintomas mais comuns de litíase renal?
• cólica renal aguda;
• hematúria isolada;
• insuficiência renal obstrutiva;
• achado ocasional em exame de imagem.
Como ocorrem as dores na litíase renal?
“As dores geralmente ocorrem em cólica e não há remissão completa entre uma e outra onda.”
Quais sintomas podem acompanhar a dor na litíase renal?
Náu seas e vômitos podem acompanhar o quadro, além de disúria e hematúria.
Quais são algumas condições que devem ser consideradas no diagnóstico diferencial de litíase renal?
Diverticulite, apendicite aguda, prenhez ectópica, cisto ovariano roto, dissecção aguda de aorta, colecistite aguda etc. Um diagnóstico diferencial frequente é com dor lombar de origem osteo- muscular. Nessa situação, a dor é contínua, podendo ser irradiada para os membros inferiores e guarda relação com a posição corporal.
Como a dor de origem osteomuscular se diferencia da dor de litíase renal?
Nessa situação, a dor é contínua, podendo ser irradiada para os membros inferiores e guarda relação com a posição corporal.
Qual é uma apresentação menos frequente de litíase renal?
“Hematúria isolada sem dor.”
Quais são os diagnósticos diferenciais a serem considerados em casos de hematúria isolada?
“Tumores das vias urinárias ,
glomerulonefrites,
trauma ou infecção das vias urinárias.
O que sugere o diagnóstico de glomerulonefrite?
Proteinúria, hematúria com dismorfismo eritrocitário e/ou cilindros hemáticos na urina .
Quais complicações podem ocorrer em pacientes com litíase renal?
“Insuficiência renal aguda (IRA) ou crônica
Quais pacientes estão sob maior risco de desenvolver IRA obstrutiva?
“Portadores de rim único e aqueles com obstrução em nível uretral.”
O que pode ser observado em casos de obstrução persistente na litíase renal?
“Hidronefrose e progressivo afilamento do córtex renal
Qual condição pode levar à necessidade de terapia renal substitutiva a longo prazo?
“Pielonefrite crônica e perda da função renal devido a repetidos episódios de obstrução e infecção do trato urinário.”
O que deve ser considerado na decisão de investigação e tratamento de litíase renal assintomática?
“Diversos fatores clínicos e a razão pela qual os exames de imagem foram realizados.”
Quais são as prioridades na avaliação inicial de pacientes com litíase renal aguda?
• estabelecer o diagnóstico de cólica renal aguda causada por litíase renal, excluindo ou tros diagnósticos diferenciais de dor abdominal;
• controlar a dor com analgésicos, antiespasmódicos e/ou anti-inflamatórios não hormo nais (AINH);
• corrigir desidratação. O uso desnecessário de soluções cristalóides pode agravar a crise de cólica renal devido ao aumento do tluxo urinário e consequente deslocamento do cálculo através de um ureter “inflamado”;
• tratar sintomas associados como náuseas e vômitos;
• excluir a possibilidade de obstrução do trato urinário, infecção e insuficiência renal as sociada.
Quais métodos são usados para diagnóstico de obstrução urinária?
“Ultrassonografia (USG) de rins e vias urinárias.”
Qual é a vantagem da USG na avaliação de litíase renal?
A USG de rins e vias urinárias é um método acessível na maioria dos hospitais, não invasivo e com razoável sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de obstrução urinária.
Qual exame é importante para suspeita de insuficiência renal obstrutiva?
“Dosagem de creatinina sérica e medida do volume urinário.”
O que pode ocorrer com o fluxo urinário em casos de obstrução unilateral?
“Pode permanecer normal ou até mesmo aumentado.”
Onde deve ser realizada a investigação metabólica urinária?
“No seguimento ambulatorial”
Qual é a abordagem para pacientes que procuram assistência médica ambulatorial para litíase renal?
“Investigação de fatores que promovem o desenvolvimento de litíase renal e avaliação da necessidade de remoção do cálculo.”
Quais fatores devem ser identificados na anamnese de pacientes com litíase renal?
-
Hábitos alimentares:
- Baixa ingestão de água
- Excesso de consumo de sal
- Dieta rica em purinas, oxalato ou proteínas
-
Doenças renais:
- Anatômicas: rins policísticos, estenose de junção ureteropielocalicial, rins em ferradura
- Funcionais: acidose tubular renal, hiperparatiroidismo primário
-
Antecedentes familiares:
- Ocorrência de litíase em familiares de 1° grau
-
Profissões:
- Cozinheiros
- Padeiros
- Trabalhadores de indústrias siderúrgicas e de cerâmica
- Profissões sedentárias
-
Medicamentos:
- Indinavir
- Sulfadiazina
- Triantereno
- Vitamina D e análogos
- Vitamina C
- Salicilatos
- Probenecide
-
Cirurgias/doenças intestinais:
- Síndrome do intestino curto
- Doença de Crohn
-
Doenças sistêmicas:
- Hipertensão arterial
- Gota
-
Infecção do trato urinário:
- Bactérias produtoras de urease (Proteus, Klebsiella, entre outras)
Por que a investigação anatômica e metabólica pode ser trabalhosa e custosa?
“Nem todos os pacientes são beneficiados
Quando podemos conduzir pacientes sem investigação aprofundada e tratamento específico?
“Quando há episódio isolado de cólica renal aguda ou achado ocasional em exame de imagem
Quais orientações gerais são recomendadas para pacientes com litíase renal sem progressão da doença?
“Aumento do consumo de água e redução do consumo de sal e proteínas de origem animal.”
Quando deve ser repetida a USG para pacientes com litíase renal?
“Após seis meses
Quais exames podem ser necessários se houver progressão da doença?
“Exames de sangue
O que investigamos na urina de 24 horas em pacientes formadores de cálculos?
“Excreção de sódio
Quais solutos na urina de 24 horas atuam como fatores protetores contra a agregação de cristais?
“Citato e magnésio.”
Como deve ser coletada a urina de 24 horas para correta avaliação?
“Mantendo a rotina alimentar do paciente e utilizando frascos com conservante ácido ou alcalino.”
Para que serve o exame de urina tipo I e a urocultura com antibiograma?
“Para avaliar o pH urinário e a presença de infecção associada.”
Que tipo de cálculo renal é comum em pacientes com infecção urinária de repetição e pH urinário alcalino?
“Cálculos de estruvita.”
Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento de litíase renal mencionados na Tabela 1?
“Hábitos alimentares inadequados
Quais valores são avaliados na urina de 24 horas para controle do tratamento de litíase renal recorrente?
“Volume urinário
Por que é importante usar frascos com conservante para coletar urina de 24 horas?
“Para evitar a precipitação dos sais e permitir a correta dosagem de cálcio
Quais são algumas profissões de risco para o desenvolvimento de litíase renal?
“Cozinheiros
Quais medicamentos podem estar associados ao desenvolvimento de litíase renal?
“Indinavir
Quais doenças intestinais podem ser fatores de risco para litíase renal?
“Síndrome do intestino curto e doença de Crohn.”
Que tipo de cálculos renais crescem rapidamente e podem assumir a forma de coral?
“Cálculos de estruvita.”
Quais são os sinais vitais comuns em pacientes com crise de cólica renal?
Taquicardia e hipertensão arterial devido à dor.
Qual é um sinal clínico que pode indicar infecção urinária associada à litíase renal?
Febre.
O que pode ser extremamente doloroso na avaliação física de um paciente com cólica renal?
Punho-percussão da região costo-vertebral.
Quais são os sinais de desidratação em pacientes com cólica renal?
Pacientes podem apresentar vômitos e inapetência.
O que pode ser observado em pacientes com obstrução urinária baixa?
Presença de bexigoma e dor à palpação suprapúbica.
Como pode ser a palpação abdominal em casos de cólica renal?
Dolorosa na região de projeção do cálculo.
Qual é a posição comum adotada por pacientes com cólica renal para aliviar a dor?
Posição antálgica.
O que diferencia a dor lombar de origem osteomuscular de cólica nefrética?
A palpação da musculatura é dolorosa, e a dor piora com movimentação do tronco ou membros inferiores.
Quais exames são importantes para diagnosticar dissecção de aorta?
Aferir a pressão e pulso nos quatro membros e auscultar a região da aorta abdominal e artérias renais.
Quais exames de urina são recomendados para pacientes com litíase renal?
Urina tipo I, urocultura e antibiograma, urina de 24 horas para análise de cálcio, oxalato, citrato, magnésio, sódio, ácido úrico, cistina.
Quais exames de sangue são relevantes para o diagnóstico de litíase renal?
Ácido úrico, cálcio, paratormônio.
Por que é importante analisar a composição do cálculo renal?
Para identificar anomalias metabólicas subjacentes e orientar o tratamento.
Quais exames de imagem são utilizados no diagnóstico de cólica renal?
USG de rins e vias urinárias, radiografia de abdômen, TC helicoidal de abdômen, urografia excretora, renografia isotópica com diurético.
Qual exame tem alta sensibilidade e especificidade para diagnóstico de hidronefrose?
Ultrassonografia (USG) de rins e vias urinárias.
O que a USG pode determinar em casos de hidronefrose?
Tamanho e forma dos rins, presença de dilatação na pelve e nos cálices, afilamento do córtex.
Qual é a sensibilidade da USG combinada à radiografia de abdômen para cálculo urinário obstrutivo?
0.78
Para quais pacientes a urografia intravenosa é indicada em casos de suspeita de obstrução do trato urinário superior?
Pacientes com função renal normal, não alérgicos ao contraste e mulheres não gestantes.
Quais dados a urografia intravenosa pode fornecer?
Dados anatômicos e funcionais, particularmente do ureter, e a localização da obstrução.
Por que a urografia intravenosa tem sido substituída por outros exames?
Devido à nefrotoxicidade do material de contraste, especialmente em pacientes de alto risco como diabéticos e renais crônicos.
Quais exames complementares têm substituído a urografia intravenosa?
Ultrassonografia (USG) e Tomografia Computadorizada (TC).
Por que a urografia intravenosa ainda é considerada útil para o diagnóstico?
Devido à sua alta capacidade de detectar o local da obstrução e descrever a anatomia do trato urinário.
Qual é a sensibilidade da renografia isotópica com diurético para diagnóstico de obstrução do trato urinário superior?
90% de sensibilidade.
Em que situações a renografia isotópica com diurético pode resultar em diagnóstico falso-positivo?
Dilatação da pelve renal ou de ureter devido a causas não obstrutivas.
Por que a renografia isotópica não é útil em situações de emergência?
Porque demanda tempo e não faz diagnóstico etiológico.
Qual é o uso da renografia com diurético?
Diferenciar a dilatação com obstrução de dilatação sem obstrução.
O que acontece após a administração de um diurético em casos de dilatação com obstrução?
Não ocorre aumento da eliminação urinária do radioisótopo.
Qual é o tratamento inicial para um episódio agudo de cólica renal?
Manejo conservador com medicações por via oral ou intravenosa.
Quais medicações são utilizadas para o controle da dor em cólica renal?
AINH (como diclofenaco sódico), analgésicos comuns (dipirona e paracetamol), tramadolol e morfina.
Qual é o benefício adicional dos AINH no tratamento da cólica renal?
Diminuem o espasmo ureteral, auxiliando no controle da dor.
Que outros medicamentos podem ser recomendados para facilitar a eliminação de cálculos durante um episódio agudo de cólica renal?
Bloqueadores de canal de cálcio e alfa-adrenérgicos.
Quais antiespasmódicos podem ser empregados no tratamento de cólica renal?
Brometo de n-butilescopolamina (Buscopan).
Qual é o efeito adverso dos AINH em pacientes com disfunção renal preexistente?
Podem diminuir a filtração glomerular e agravar a disfunção renal.
Qual é a abordagem para pacientes com cálculo de ácido úrico?
Alcalinizar a urina com citrato de potássio ou bicarbonato de sódio.
Qual é o pH urinário ideal para dissolver cálculos de ácido úrico?
Entre 6,5 e 7,0.
Por que a hiper-hidratação não é recomendada em pacientes com cólica renal aguda?
Gera aumento do fluxo urinário e da pressão intratubular, causando mais dor.
Quando a hidratação intravenosa é indicada para pacientes com cólica renal?
Para pacientes desidratados devido a vômitos ou dor intensa, usando solução fisiológica a 0,9%.
O que deve ser feito após o controle dos sintomas de cólica renal aguda?
O paciente deve receber alta e ser orientado a procurar um nefrologista para consulta ambulatorial.
Por que pacientes acompanhados por especialistas têm taxas de recorrência reduzidas?
Devido ao acompanhamento especializado e orientação adequada.
O que deve ser feito com os cálculos eliminados pelo paciente?
Devem ser guardados para posterior análise de sua composição.
Em quais casos de litíase renal o paciente deve ser internado?
Litíase renal com ITU, dor intratável, hematúria macroscópica intensa, e obstrução do trato urinário.
Qual é o tratamento inicial para ITU associada à litíase renal?
Antibioticoterapia empírica, como ceftriaxone 1g a cada 12 horas, após coleta de urocultura.
O que sempre devemos orientar o paciente a fazer após um episódio de cólica renal aguda?
Guardar os cálculos eliminados para posterior análise de sua composição.
Em quais casos o paciente com litíase renal deve ser internado?
Litíase renal com ITU, dor intratável, hematúria macroscópica intensa e obstrução do trato urinário.
O que deve ser consultado em casos de litíase renal complicada?
Um médico urologista para avaliar a possibilidade de remoção do cálculo durante o episódio agudo.
Qual é a antibioticoterapia empírica recomendada em casos de ITU associada à litíase renal?
Ceftriaxone 1g a cada 12 horas, após coleta de urocultura.
O que pode ser necessário em casos de hematúria macroscópica significativa?
Sondagem vesical de demora de três vias e irrigação com solução fisiológica 0,9% fria.
Quais medicamentos podem ser suspensos em casos de hematúria macroscópica?
Varfarina, ácido acetilsalicílico (AAS), heparina e derivados.
Quais exames solicitar em casos de hematúria macroscópica?
Dosagem de plaquetas e coagulograma.
O que deve ser incluído nas orientações dietéticas gerais para pacientes com litíase renal?
Ingestão de líquidos para produzir volume urinário entre 2 a 2,5 L por dia.
Quais sucos podem aumentar ou diminuir o risco de formação de cálculos?
Suco de maçã, tomate ou uva pode aumentar o risco; suco de laranja ou limão pode diminuir o risco.
Que bebidas parecem reduzir o risco de litíase em mulheres?
Consumo moderado de café, chá ou vinho.
Qual deve ser o volume urinário diário para pacientes com litíase por cistina?
Em torno de 4 L por dia.
Qual é a recomendação de consumo de sal para pacientes com hipercalciúria?
Restrição do consumo de sal para cerca de 3 g por dia.
Como o médico pode monitorar o consumo de sal nas consultas?
Dosagem de sódio urinário em 24 horas e reforço da importância da medida.
Quais alimentos industrializados devem ser evitados devido ao alto teor de sódio?
Mostarda, shoyu, extrato de tomate, entre outros.
Quais são as indicações comuns para a remoção de cálculos das vias urinárias?
Infecção do trato urinário, obstrução do trato urinário, dor intratável.
Quando é mandatório a remoção de cálculo em pacientes com obstrução?
Em pacientes com rim único, como transplantado renal, ou quando a probabilidade de eliminação espontânea é pequena.
Quando a persistência da dor justifica a remoção do cálculo?
Quando a dor persiste por mais de 72 horas, apesar da analgesia adequada.
Quais alimentos industrializados devem ser evitados devido ao alto teor de sódio?
Conservas de milho, azeitonas, palmitos, embutidos como mortadela e salame, alimentos conservados na salmoura como bacalhau e carne seca, e temperos prontos.
Qual diurético é recomendado para pacientes com hipercalciúria e qual é a dose inicial?
Diuréticos tiazídicos, como hidroclorotiazida (dose inicial de 12,5 mg/dia) ou clortalidona.
O que deve ser monitorado após o início do tratamento com diurético tiazídico?
Nível sérico de potássio após 7-10 dias do início do tratamento.
Qual é a eficácia dos diuréticos tiazídicos na redução da calciúria?
Podem reduzir a calciúria em até 50%.
Qual é a recomendação de consumo de proteínas de origem animal para pacientes com hipercalciúria ou hiperuricosúria?
Restrição a 0,8 a 1,0 g/kg/dia.
Por que a ingestão de proteínas de origem animal deve ser restrita em pacientes com hipercalciúria ou hiperuricosúria?
Aumenta a produção de íons sulfato, hipercalciúria, acidose metabólica, reduz pH urinário e citrato urinário, e aumenta uricosúria.
Qual é a recomendação atual de ingestão de cálcio para pacientes com litíase renal?
Em torno de 800 a 1.200 mg/dia.
Por que a restrição de cálcio não é recomendada para pacientes com litíase renal, mesmo com hipercalciúria?
A falta de cálcio no lúmen intestinal aumenta a absorção de oxalato, resultando em hiperoxalúria secundária.
Quais alimentos devem ser evitados por pacientes com hiperuricosúria?
Miúdos e vísceras, frutos do mar, sardinha, bacon, bacalhau, espinafre, couve-flor, feijões e aspargos.
Qual é a abordagem terapêutica para hipercalciúria?
Restrição de sódio e proteínas de origem animal, consumo de cálcio de 1.000 mg/dia, tratar hipocitratúria e hiperuricosúria associadas, uso de diuréticos tiazídicos, evitar vitamina D e análogos.
Qual é a abordagem terapêutica para hiperuricosúria?
Restrição de purinas da dieta, uso de alopurinol em situações de hiperuricemia, tratar hipocitratúria associada, alcalinização urinária com citrato de potássio ou bicarbonato de sódio.
Qual é a abordagem terapêutica para hipocitratúria?
Aumentar consumo de alimentos ricos em citrato, usar citrato de potássio.
Qual é a abordagem terapêutica para hiperoxalúria?
Restrição de alimentos que contêm oxalato, uso de carbonato de cálcio, magnésio e piridoxina, tratar doenças intestinais disabsortivas, evitar uso de ácido ascórbico, considerar uso de ortofosfato, transplante renal e/ou hepático pode ser necessário na hiperoxalúria primária.
Qual é a abordagem terapêutica para cistinúria?
Aumento do volume urinário, uso de D-penicilamina, tiopronina e captopril.
Como tratar pacientes com hiperuricosúria e litíase por ácido úrico?
Alcalinizar o pH urinário com citrato de potássio, iniciar com doses de 40 a 50 mmol/dia em doses fracionadas, e titular a dose para atingir um pH urinário em torno de 6,5 a 7.
Por que não se deve alcalinizar a urina acima de pH 7 em pacientes com litíase por ácido úrico?
Para não causar a precipitação de fosfato de cálcio.
Catabolismo celular intenso e ácido úrico
Prescrever alopurinol na dose inicial de 100 mg/dia. Investigar e tratar diarreia crônica para evitar depleção de bicarbonato e formação de cálculos de ácido úrico.
Cálculos de ácido úrico
Aferir níveis de citrato urinário de 24 horas em mais de uma ocasião. Uso de citrato de potássio (Litocid®) e alimentos ricos em citrato. Doses iniciais de 40 a 50 mmol/dia em doses fracionadas.
Hiperoxalúria
Restringir alimentos com oxalato (espinafre, beterraba, chocolate, chá preto, refrigerantes à base de cola). Consumo de cálcio de 1.000 mg/dia. Uso de carbonato de cálcio (250 a 500 mg) duas vezes ao dia às refeições.
Doenças intestinais inflamatórias
Dieta sem glúten na doença celíaca ou tratamento da doença de Crohn para controlar a formação de cálculos.
Hiperoxalúria primária
Uso de ortofosfato. Transplante hepático e/ou renal pode ser necessário em casos de doença renal crônica progressiva.
Cálculos de estruvita
Abordagens clínica e cirúrgica agressivas. Remoção completa do cálculo. Antibióticos específicos para a bactéria isolada na urocultura.
Cálculos de cistina
Grande ingestão de líquidos. Uso de D-penicilamina ou tiopronina. Captopril pode ser efetivo. Alcalinização urinária com citrato de potássio.
Litíase renal
Remoção do cálculo ou desobstrução das vias urinárias. Técnicas: litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO), ureteroscopia, nefrolitotomia percutânea e cirurgia aberta.
Intervenção urológica
Indicação de remoção em casos de dor intratável, obstrução das vias urinárias ou complicações. Litotripsia é a técnica de escolha em 78% dos casos.
Remoção de cálculos por ureteroscopia
Em cerca de 20% dos casos, o cálculo pode ser removido por ureteroscopia.
Técnicas menos comuns de remoção
Em menos de 2% dos casos, são empregadas as técnicas de nefrolitotomia percutânea e cirurgia aberta.
Indicação de tratamento urológico da litíase renal
Não está indicado em todos os casos. Cálculos de até 4 a 6 mm em trajeto ureteral têm mais de 80% de chance de serem eliminados espontaneamente.
Intervenção urológica necessária
Pode ser necessária para cálculos de apenas 5 mm, dependendo da localização no trato urinário, dor intratável ou infecção concomitante.
Aguardar liberação espontânea do cálculo
Baseado em tamanho e localização. Se não houver eliminação após 2 a 4 semanas, o paciente deve ser encaminhado ao urologista.
Litotripsia
Sessões de cerca de 30 minutos sob analgesia e anestesia, com 1.500 a 2.000 ondas de choque aplicadas em direção ao cálculo. O número de sessões depende do tamanho, composição e número de cálculos.
Complicações da litotripsia
Hemorragias, hematomas, infecção e arritmias são as complicações mais comuns.
Nefrolitotomia percutânea
Usada para cálculos maiores de 3 cm ou coraliformes, difíceis de serem pulverizados pela litotripsia, localizados no polo renal inferior, ou em pacientes com obesidade mórbida.
Complicações da nefrolitotomia percutânea
Podem incluir sepse, hemorragia, lesão intestinal ou esplênica.
Tratamento de cálculos coraliformes
Geralmente submetidos à nefrolitotomia percutânea e litotripsia.
Tratamento de cálculos caliciais e ureterais superiores
Com diâmetro >6mm, são tratados com litotripsia.
Tratamento de cálculos em ureter distal
Podem ser tratados com ureteroscopia ou litotripsia.
Tratamento de cálculos de estruvita
Abordagem urológica precoce e liberal. Cálculos até 2 cm respondem bem à litotripsia, enquanto cálculos maiores podem necessitar de nefrolitotomia percutânea seguida ou não de litotripsia.
A terapia preventiva para litíase renal recorrente (acima de um episódio) consiste em mudanças no estilo de vida, terapia medicamentosa ou uma combinação destas ações.
Verdadeiro ou falso?
Verdadeiro
A terapia preventiva para litíase renal recorrente (acima de um episódio) consiste em mudanças no estilo de vida, terapia medicamentosa ou uma combinação destas ações. Certas medidas preventivas são aplicáveis a todos os pacientes com cálculos renais, são elas:
• Ingestão de líquidos: ingerir líquidos suficiente para produzir consistentemente pelo menos 2 litros de urina por dia.
• Limitar a ingestão de sódio: limitar a ingestão de sódio na dieta para abaixo de 100 mEq (2.300 mg) por dia.
• Aumentar a ingestão de frutas e vegetais: alimentos ricos em potássio, principalmente frutas e vegetais, podem ser benéficos e reduzir o risco de formação de cálculos de oxalato de cálcio. Este benefício é principalmente o resultado do aumento da excreção de citrato.
• Perda de peso: o controle de peso pode ser útil na prevenção da recorrência de cálculos, uma vez que obesidade e ganho de peso são fatores de risco para cálculos renais, principalmente em mulheres.
• Ingestão de cálcio: pacientes com cálculos de oxalato de cálcio não devem fazer uma dieta pobre em cálcio.
• Evitar dietas hiperproteicas: alterações adversas na excreção urinária de cálcio e citrato podem ser induzidas por uma dieta rica em proteínas, uma vez que o metabolismo de aminoácidos contendo enxofre aumenta a carga ácida diária, gerando ácido sulfúrico.
O consumo de sódio e de cálcio deve ser restrito em pacientes com nefrolitíase .
Verdadeiro ou falso?
Falso. O consumo de sódio deve ser restrito, enquanto o consumo de cálcio não deve ser restrito, pois a diminuição do cálcio intestinal livre pode causar supersaturação da urina em relação ao oxalato de cálcio e uma tendência aumentada à formação de cálculos.
O estímulo à ingestão hídrica é uma recomendação universal para o tratamento crônico de cálculos renais.
Verdadeiro: A ingestão aumentada de líquidos é fundamental para prevenir a formação de novos cálculos.
Para pacientes com hipercalciúria idiopática, é recomendado restringir a ingestão de cálcio na dieta.
Falso: Não se deve restringir o cálcio na dieta; a restrição pode aumentar a absorção de oxalato e, consequentemente, a formação de oxalato de cálcio.
A restrição de sódio e proteína na dieta pode ajudar a controlar a hipercalciúria.
Verdadeiro: Reduzir a ingestão de sódio e proteína ajuda a diminuir a excreção de cálcio na urina.
O uso de tiazídicos é eficaz para reduzir a excreção de cálcio urinário, mesmo em pacientes sem hipertensão.
Verdadeiro: Tiazídicos são utilizados para diminuir a calciúria, sendo eficazes mesmo em pacientes normotensos.
Em casos de hiperoxalúria entérica, a suplementação de cálcio durante as refeições pode ajudar a reduzir a absorção de oxalato.
Verdadeiro: O cálcio suplementar se liga ao oxalato no intestino, reduzindo sua absorção e a excreção renal de oxalato.
A colestiramina é usada para ligar o cálcio no intestino e prevenir a formação de cálculos de oxalato de cálcio.
Falso: A colestiramina liga-se ao oxalato, não ao cálcio, ajudando a reduzir a hiperoxalúria entérica.
O tratamento da infecção urinária é essencial para prevenir a formação de cálculos de estruvita.
Verdadeiro: Cálculos de estruvita estão associados a infecções urinárias, portanto, o tratamento com antibióticos é crucial.
O ácido aceto-hidroxâmico é utilizado como inibidor da urease em casos refratários de cálculos de estruvita.
Verdadeiro: Esse medicamento reduz o pH urinário e é utilizado em casos difíceis de tratar.
Para prevenir a formação de cálculos de ácido úrico, é recomendado restringir a ingestão de purinas na dieta.
Verdadeiro: A restrição de purinas reduz a produção de ácido úrico e, consequentemente, a formação de cálculos.
O citrato de potássio é utilizado para acidificar a urina e prevenir a formação de cálculos de ácido úrico.
Falso: O citrato de potássio alcaliniza a urina, o que ajuda a prevenir a precipitação de ácido úrico.
O alopurinol é indicado para reduzir os níveis de ácido úrico em pacientes com cálculos de ácido úrico, especialmente se as medidas dietéticas forem insuficientes.
Verdadeiro: O alopurinol reduz a produção de ácido úrico e é indicado quando as mudanças na dieta não são suficientes.