Urgência Orto-Trauma - fraturas (terminado) Flashcards
Fratura de Colles - epidemiologia
As fraturas da extremidade distal do antebraço correspondem a 1/6 de todas as fraturas do corpo
▪ Dessas 90% são fraturas de Colles
Fratura de Colles - epidemiologia, quanto a idade e sexo
São mais frequentes em 3 picos de idade (mas mais frequente nas mulheres)
▪ Entre os 5-14 anos
▪ Em homens <50 anos (acidentes de viação, laborais ou desportivos) → Intraarticulares
▪ Em mulheres >40 anos (Osteoporose – baixa energia; FOOSH (fall on an outstretched hand) → extra-articulares
Fratura de Colles - fator de risco
Osteoporose (aconselhável realizar DEXA após #Colles)
Fratura de Colles - após, deve realizar…
DEXA
Fratura de Colles - 3 lesões associadas
o Lesões da articulação radio-cubital
o Fraturas da estiloide radial
o Lesões de tecidos moles (ligamentos; mais frequente rotura do tendão do longo extensor do polegar)
Fratura de Colles - definição
distais do rádio, com deslocamento dorsal e encurtamento radial
4 tipos de fraturas distais do rádio, classificação por epónimos
- fratura de Colles
- fratura de Smith
- fratura de Barton
- fratura de Hutchinson Chauffeur
Fratura de Colles - clínica
o Normalmente, história de queda com a mão estendida – FOOSH
o Dor e edema do punho
o Deformidade do punho
Fratura de Colles - exame físico
o Inspeção
▪ Equimose e edema
▪ Dor difusa no punho
▪ Deformidade visível, se desvio
o Mobilidade → limitada por dor
Fratura de Colles - MCDTs
o Raio-X do punho (incidências AP, lateral e oblíqua)
o TC punho: se suspeita de fratura intra-articular ou para planeamento cirúrgico
Fratura de Colles - tratamento
o Não cirúrgico
▪ Redução fechada com imobilização com tala/gesso, durante 3-6 semanas (depende da gravidade/idade)
▪ Extra-articular
▪ <5mm de encurtamento
▪ Angulação dorsal <5º ou dentro de 20º do radio distal contralateral
▪ Desvio articular <2mm
o Cirúrgico
Fratura de Colles - se tratamento não cirúrgico
Necessidade de Rx precoce
dentro de 1-2 semanas, para
avaliar se não perde redução
Se perder, pode haver
necessidade de cirurgia
Fratura de Colles - 5 complicações
o Neuropatia do nervo mediano – complicação neurológica mais frequente
o Neuropatia do nervo cubital
o Roturas ligamentares
o Artrose radio-cárpica
o Síndrome de compartimento
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - epidemiologia
o Problema com grande impacto social e económico
o Prevê-se que a incidência global vá aumentando com o envelhecimento da população
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - epidemiologia: idade
Mais frequente em mulheres (relação mulher/homem 4:1)
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - epidemiologia: mortalidade
Mortalidade: 30% mortalidade ao ano (5% intra-hospitalar)
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - epidemiologia: morbilidade
▪ Cerca de 50% não recuperam a capacidade funcional prévia à fratura
▪ Aumento das comorbilidades associadas (descompensação de patologias de base)
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - classificação
(a mais importante do ponto de vista da terapêutica e prognóstico)
o Intracapsulares
o Extracapsulares
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - intracapsulares
▪ Afetam o colo femoral anatómico
▪ O principal problema é biológico (fratura interrompe a vascularização da cabeça femoral)
▪ O mais importante é decidir se estão alinhadas ou não
▪ Responsáveis por 50% das fraturas da anca
▪ Acontecem 3-10anos antes das extracapsulares → associadas a OP pós-menopausica
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - extracapsulares
▪ Afetam os maciços trocantéricos
▪ O principal problema é mecânico (submetidos a grandes forças musculares que tendem a desalinhar os fragmentos)
▪ O mais importante é decidir se são estáveis ou não
▪ Associadas a OP senil
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - clínica das fraturas de stress e impactadas (intracapsulares)
- Podem passar despercebidas:
fraturas ocultas - Menos frequentes
▪ Dor ligeira na virilha ou dor referida à região medial da coxa e joelho
▪ Por vezes, claudicação da marcha
▪ Mais relacionadas com adulto desportista (dor repetitiva)
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - clínica das fraturas desviada (intra ou extracapsulares)
Dor intensa em toda a região da anca; incapacidade funcional
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - exame objetivo das fraturas de stress e impactadas
▪ Sem deformidade clínica óbvia
▪ Desconforto ligeiro com mobilidade passiva ou ativa da anca; espasmo muscular nos extremos do movimento
▪ Dor com percussão do grande trocanter
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - exame objetivo das fraturas desviadas
Perna com rotação externa e abdução com encurtamento (mais marcado nas extracapsulares)
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - MCDTs: fraturas de stress e impactadas
▪ Rx bacia AP + perfil da anca (para ver algumas intracapsulares +
caracterização das extracapsulares)
▪ Podem não ser vistas no Rx → Repetir Rx em 10-15 dias
▪ RMN é o gold-standard (para as fraturas de stress)
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - MCDTs: fraturas deslocadas
Rx faz o diagnóstico!
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - tratamento
Intracapsulares + Extracapsulares
Tratamento cirúrgico (nas primeiras 24-48horas)
▪ Intracapsulares
- Osteossíntese: doentes jovens, fraturas agudas e não desviadas;
- Artroplastia: restantes
▪ Extracapsulares:
- Osteossíntese
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - tratamento (complicações)
▪ Mortalidade (14-63% em 1 ano)
▪ Tromboembolismo (40%)
▪ Infeção
▪ Desorientação/delirium
Fraturas do Tornozelo - existem 2 grandes grupos segundo o mecanismo lesional
o Torsão: Fraturas maleolares ou lesões ligamentares por rotação do astrágalo dentro da art. Tibio-peroneal
o Compressão axial: fraturas do pilão tibial
Fraturas do Tornozelo - fratura maleolar: mecanismo
Rotação do corpo sobre o pé fixo no chão
Fraturas do Tornozelo - fratura maleolar: classificação
Classificação AO/ASIF (Danis-Weber)
▪ É a mais utilizada atualmente. Descreve a localização do traço de fratura no peróneo relativamente à sindesmose
A. Infrasindesmótica (estáveis)
B. Transsindesmóticas (50% são estáveis)
C. Suprasindesmótica (100% instáveis)
▪ Fratura simples
▪ Fratura completa
▪ Fratura de Maissoneuve (mais proximal)
Fraturas do Tornozelo - fratura maleolar: epidemiologia
▪ Representam ~10% de todas as fraturas e é a2ª mais comum do MI (a seguir à anca)
▪ Dois picos de incidência:
- homens jovens (desporto); mulheres mais velhas (quedas de baixa energia)
Fraturas do Tornozelo - fratura maleolar: MCDTs (regras de Ottawa)
Dita necessidade de estudo Radiográfico
R/ Rx tornozelo:
▪ Dor na região maleolar +
o Dor à palpação do bordo posterior ou
porção distal do maléolo lateral ou
o Incapacidade de apoio do pé
R/ Rx pé
▪ Dor no zona do médio-pé +
o Dor à palpação da base do 5º metatarso ou
o Dor à palpação do osso navicular ou
o Incapacidade de apoio do pé
Fraturas do Tornozelo - fratura maleolar: MCDTs
▪ Radiografia do tornozelo (AP, lateral, de stress)
▪ TC: indicado em fratura articulares ou planeamento pré-op
▪ RMN: diagnóstico de lesões duvidosas da sindesmose e lesões osteocondrais)
Fraturas do Tornozelo - fratura maleolar: tratamento
▪ O tratamento mais usado é cirúrgico – deve ser realizado de forma urgente (antes das 6-8 horas)
▪ Sem carga até às 6-8 semanas
Fraturas do Tornozelo - fratura maleolar: complicações
▪ Pseudoartrose
▪ Consolidação viciosa
▪ Necrose do bordo da ferida cirúrgica
▪ Infeção
▪ Artrose
Fraturas do Tornozelo - fratura maleolar: complicações, em diabéticos
Aumento do risco de infeção, osteoporose, pseudoartrose,
desenvolvimento de neuropatias!
Fraturas do Tornozelo - fratura do pilão tibial: definição
Lesão traumática do extremo distal da tíbia que afeta a epífise e metáfise
Fraturas do Tornozelo - fratura do pilão tibial: consideração
Fratura grave, que exige técnica apurada; alto
risco de sequelas e maus resultados
Fraturas do Tornozelo - fratura do pilão tibial: mecanismo
carga axial (mais frequente); dorsiflexão forçada
▪ Quedas (> 2 metros); acidentes de viação ou desportivos
Fraturas do Tornozelo - fratura do pilão tibial: epidemiologia
▪ Representam ~7-10% de todas as fraturas da tíbia e ~1% das fraturas da extremidade inferior
▪ Predomínio em homens <50anos e mulheres >50 anos
▪ Bilateral em 5-10% dos casos; fratura aberta em 20-25%
Fraturas do Tornozelo - diferenças entre faturas maleolares e do pilão tibial
Maleolares:
- mecanismo: rotação
- velocidade de sobrecarga lenta
- traumatismo de baixa energia
- rotação sobre o astrágalo: lateral
- cominuição baixa
- lesão de partes moles: pouca
Pilão tibial:
- mecanismo: sobrecarga axial
- velocidade de sobrecarga rápida
- traumatismo de alta energia
- rotação sobre o astrágalo: proximal
- cominuição alta (articular e metafisária)
- lesão de partes moles: importante
Fraturas do Tornozelo - fratura do pilão tibial: clínica
Realizar avaliação sistematizada:
▪ Pesquisar lesões associadas, que são muito frequentes (atingimento contralateral, ráquis)
▪ Partes moles: edema; feridas
▪ Hiperpressão e necrose cutânea (#fechadas)
▪ Abrasões, contusões,hematomas
▪ Flictenas: claras (epidérmicas superficias) – surgem >12h; hemáticas (toda a espessura da derme) – antes
das 12h
▪ Estado neurovascular (pulsos)
▪ Síndrome compartimental (mais frequente em # com extensão diafisária)
Fraturas do Tornozelo - fratura do pilão tibial: MCDTs
▪ RX simples: AP, lateral + contralateral
▪ TC: planeamento da cirurgia
Fraturas do Tornozelo - fratura do pilão tibial: tratamento
Cirurgico
Fraturas do Tornozelo - fratura do pilão tibial: clínica grave
Síndrome compartimental → EMERGÊNCIA CIRÚRGICA!!!
- Aumento da pressão no compartimento por edema das partes moles
▪ Dor (desproporcional ao trauma)
▪ Edema (equimose e flictenas podem estar presentes)
▪ Parestesia
▪ Palidez
▪ Ausência de pulso