Cirurgia Geral - patologia ano-retal aguda (terminado) Flashcards

(56 cards)

1
Q

Hemorroidas - definição

A

As hemorróidas são estruturas normais do canal anal. São “almofadas” fribromusculares submucosas
* Responsáveis pelo mecanismo de continência; proteção dos esfíncteres anais

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2
Q

2 tipos de hemorroidas

A

Dividem-se
o Internas: acima da linha pectínea
o Externas: abaixo da linha pectínea

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3
Q

Doença hemorroidaria - localização habitual

A

3h, 7h, e 11h

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4
Q

Doença hemorroidária - epidemiologia

A

o Cerca de 5% da população apresenta pelo menos um episódio de DH durante a vida

o Incidência similar entre géneros; pico entre 45-65 anos

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5
Q

Doença Hemorroidária - posição

A

Posição decúbito lateral esq – altamente recomendável

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6
Q

Doença Hemorroidária - clínica: 4 aspetos a avaliar

A

o Avaliar duração e gravidade de:
▪ Retorragias
▪ Prolapso
▪ Prurido anal (dor, por vezes)

o Hábitos intestinais (obstipação; uso de opioides)

o História alimentar (obesidade, ingestão de fibras e água)

o História familiar de adenoma, cancro coloretal ou DII

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7
Q

Doença Hemorroidária - exame físico

A

▪ Numa avaliação inicial, o doente deve ser observado simulando o esforço defecatório

▪ Inspeção ano-perineal

▪ Toque retal

▪ Anuscopia /retoscopia (Para a Cirurgia Geral)

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8
Q

Hemorroides Internas: etiologia

A

Esforço defecatório → ingurgitamento hemorroidário!

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9
Q

Hemorroides Internas: classificação

A

A de Galigher é a mais usada:
o Grau 1 → prolapso apenas demonstrado na retoscopia
o Grau 2 → prolapso com o esforço e redução espontânea
o Grau 3 → o prolapso com o esforço necessita de redução manual
o Grau 4 → proplaso permanente e irredutível

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10
Q

Hemorroides Internas: grau 1

A

Grau 1 → prolapso apenas demonstrado na retoscopia

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11
Q

Hemorroides Internas: grau 2

A

Grau 2 → prolapso com o esforço e redução espontânea

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12
Q

Hemorroides Internas: grau 3

A

Grau 3 → o prolapso com o esforço necessita de redução manual

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13
Q

Hemorroides Internas: grau 4

A

Grau 4 → proplaso permanente e irredutível

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14
Q

Hemorroides Internas: como estudar? - colonoscopia

A

A avaliação completa do colon (por colonoscopia) deve ser considerada em:
▪ >50 anos, sem estudo cólico prévio
▪ >40 anos ou 10 anos antes do caso índice de:
▪ Um familiar em 1ºgrau com CCR ou adenoma avançado em idade >60anos
▪ 2 familiares de 1ºgrau ou adenoma avançado
▪ PSOF positiva
▪ Pesquisa de DNA fecal positiva (teste imunoquímico)
▪ Suspeita clínica de neoplasia ou DII

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15
Q

Hemorroides Internas: como estudar? - retossigmoidoscopia

A

SE <50anos, SEM os critérios anteriores:
▪ Realizar retossigmoidoscopia flexível (para excluir formações polípodes, colites)

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16
Q

Hemorroidas Internas - tratamento: medidas higieno-dietéticas

A

Prevenir obstipação → aumentar aporte hídrico + dieta rica em fibras

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17
Q

Hemorroidas Internas - tratamento médico

A

Medicamentos Flebotónicos
▪ Efeito benéfico (estatisticamente signif.) nos sintomas de prurido, retorragias, escorrência
▪ Ex: Daflon 1000

Medicamentos analgésicos + AINE’s
▪ Indicados se trombose hemorroidária, principalmente se edema associado

Tópicos
▪ Anestésicos locais, corticoides, bismuto, agentes vasoconstritores
▪ Podem ser úteis no alívio sintomático de desconforto e da dor; sem qualquer ação sobre o prolapso ou
retorragias
▪ Uso prolongado é desaconselhado → dermite tóxica

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18
Q

Daflon 1000 na doença hemorroidária

A

Crise hemorroidária
- 3 cps dia x 4 dias
- 2 cps dia x 3 dias

Posologia de manutenção
- 1 cp por dia

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19
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroidas Internas: tratamento médico (tópicos - exemplos)

A

▪ Nupercainal® (cloridrato de cinchocaína)

▪ Serti-Preparação H® (extrato de células de levedura + óleo de fígado de tubarão)

▪ Proctolog®

▪ Faktu® (policresuleno + cinchocaina)

▪ Scheriproct® (prednisolona + cinchocaína)

▪ Emoflon®

▪ Procto-Glyvenol® (lidocaína)

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20
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroidas Internas: tratamento não cirúrgico (tratamento instrumental) - 4

A

▪ Escleroterapia

▪ Fotocoagulação por Infra-vermelhos

▪ Laqueação elástica

▪ Crioterapia

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21
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroidas Internas: tratamento não cirúrgico (tratamento instrumental) - CIs

A
  • Hemorroides circulares grau III
  • Hemorroides grau IV
  • Hemorroides com trombose
  • Associação a fissura anal, processos supurativos, dor anal ou proctopatia rádica
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22
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroidas Internas: tratamento cirúrgico (2 indicações)

A

▪ Hemorroides grau III/IV

▪ Doentes em que o tratamento médico conservador e/ou instrumental não determinaram resultados adequados

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23
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroides Externas: clínica

A

Assintomáticas, por norma
▪ Trombose: dor intensa nas primeiras 48-72 horas

24
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroides Externas: etiologia

A

Esforço defecatório, atividade física violenta

25
Doença Hemorroidária – Hemorroides Externas: tratamento
o Até 72 horas → excisão em gomo o Após 72 horas → tratamento conservador
26
Fissura Anal - definição
Ulceração linear da anoderme do canal anal que se estende da linha pectínea à margem do ânus. * Patologia benigna, MAS poderá ter um percurso arrastado, com atraso da cicatrização, múltiplas tentativas terapêuticas e recorrências
27
Causa mais comum de dor anal
Fissura anal - É a causa mais comum de DOR anal; um dos motivos de consulta mais frequentes em Proctologia
28
Fissura anal - epidemiologia
Mais habitual em adultos jovens; afeta de igual modo os sexos
29
Fissura anal - localização
As fissuras anais típicas localizam-se na linha média do canal anal (90% na comissura posterior; 10% na anterior) Atípicas (1%): apresentação múltipla ou localização lateral → são suspeitas ▪ Excluir: doença de Chron; colite ulcerosa; neoplasia; VIH; DST’s; tuberculose
30
Fissura anal - classificação de acordo com a evolução temporal
Agudas ou Crónicas
31
Fissura anal aguda
evolução até 6-8semanas; laceração linear simples que cicatriza com medidas simples em até 60% dos casos
32
Fissura anal crónica - definição
evolução > 6-8 semanas; leito escavado, exposição das fibras do esfíncter anal interno, fibrose, edema e bordos elevados ; pode apresentar também uma marisca cutânea sentinela
33
Fissura anal - etiologia
o Trauma da anoderme (obstipação, diarreia, pós-parto, penetração anal) o Hipertonicidade do esfíncter anal interno o Hipoperfusão das comissuras anterior e posterior
34
Fissura anal - clínica
o Dor associada à defecação, tipo corte ou rasgar, muito intensa (~90% dos doentes) o Retorragias, pequena quantidade (sangue vermelho vivo na sanita ou no papel higiénico
35
Fissura anal - diagnóstico
O diagnóstico é clínico, confirma-se através de exame proctológico: o Com inspeção perianal e anal + Toque retal (nem sempre necessário)
36
Fissura anal - tratamento médico não específico
Tratamento médico não específico reduzir trauma local + amolecimento das fezes ▪ Aumentar ingestão hídrica ▪ Dieta rica em fibras ▪ Laxantes: podem ser usados, MAS usar com cautela para evitar diarreia ▪ Banhos de assento: alívio sintomático; água norma durante 5-10 minutos, 2x/Dia e após cada dejeção ▪ Anestésicos locais com lidocaína, vitaminas ou corticoides (Hemofissural®; Scheriproct®…) - Não mostraram ser superiores ao placebo na cicatrização da fissura - Podem ser considerados para alivio sintomático: Máx, 7 dias (para evitar sensibilização cutânea)
37
Fissura anal - tratamento médico específico
Tratamento médico específico: objetivo é o relaxamento do EAI ▪ 2ª linha no tx da fissura anal aguda; 1ª linha no tx da fissura anal crónica - Alguns autores defendem este tx 1ª linha na fissura anal aguda ▪ Aplicação tópica de: - Nitroglicerina 0,1% ou 0,2%: 2-3x/dia, durante 8 semanas (Retogesic®) - Bloq. Canais de cálcio (diltiazem e nifedipina): 2-3x/dia, durante 8 semanas (Anotrit®) - Toxina Botulínica
38
Fissura anal - tratamento cirúrgico (4)
▪ Fissura anal aguda incapacitante e com intratabilidade clínica ▪ Fissura anal complicada ▪ Fissural anal atípica ▪ Fissura anal crónica refratária ao tx médico
39
Fissura anal - recorrência
Recorrência elevada
40
Abcesso anoretal - etiologia
o Infeção com origem nas glândulas que rodeiam o canal anal e se abrem nas criptas anais na linha pectínea o Obstrução dos ductos por trauma ou fezes → infeção o Corpos estranhos, perfurações por ossos/espinhas de peixe
41
Abcesso anoretal - clínica
o Dor perianal intensa o Febre; mal-estar
42
Abcesso anoretal - exame objetivo
Abcesso perianal ou isquioretal ▪ Área perianal eritematosa e flutuante Abcesso interesfinteriano ou supraelevador ▪ Sem alterações externas ▪ Massa palpável ao toque retal ▪ TC pélvica quando há duvida diagnóstica
43
Abcesso anoretal - localização mais comum
Localização perianal
44
Abcesso anoretal - classificação
Classificação de Parks A - supraelevador B - interesfinteriano C - isquioretal D - perianal
45
Abcesso anoretal - tratamento
o Drenagem adequada é o tratamento recomendado! ▪ NUNCA drenar abcessos perianais sob anestesia local ▪ Drenagem no bloco operatório - Abcessos complexos ou recidivados - Imunodeprimidos - Interesfinteriano ou supraelevador o Se drenagem adequada → sem indicação para antibiótico o Analgesia, laxantes, banhos de assento
46
Depois de um abcesso… 3 coisas podem acontecer
1. Cicatrização completa sem recorrência de sintomas 2. O abcesso pode recidivar no futuro mas sem fístula 3. Fístula perianal
47
Fístula Anal - definição
Trajeto anómalo que estabelece comunicação entre o reto/canal anal e um orifício externo na região perianal
48
Fístula Anal - causa
As fístulas perianais originam-se após drenagem espontânea ou cirúrgica dos abcessos perianais
49
Fístula Anal - origem
90% tem origem criptoglandular * Abcesso → Fístula (35-50%) * Outras causas (10%): DII; sífilis; tuberculose; neoplasia; trauma
50
Fístula Anal - clínica
o Apresentação insidiosa; podem ter drenagem parcial e intermitente o Dor, tumefação, hemorragia e diarreia o Abcessos recorrentes ao nível da pele da região perianal o Maceração perineal (drenagem que contacta com a pele perianal)
51
Fístula anal - exame objetivo
o Procurar identificar e caracterizar: ▪ Orifício interno e externo da fístula ▪ Trajeto fistuloso ▪ Deformidades do ânus secundárias a cicatrizes de doença supurativa perianal ou cirurgias anteriores o Avaliar tonicidade esfincteriana e grau de continência esfincteriana
52
Fístula anal - regra
Regra de Goodsall
53
Fístula anal - MCDTs
o RMN: Gold-standard o Colonoscopia, manometria anoretal, ecoendoscopia (consoante suspeita diagnóstica)
54
Fístula Anal - classificação
CLASSIFICAÇÃO de Parks: (importante para decidir o seu tratamento cirúrgico) o 4 tipos de fístulas de acordo com a relação do trajeto primário com o aparelho esfincteriano. ▪ Fístulas interesfinterianas (45%) 1 ▪ Fístulas transesfinterianas (30%) 2 ▪ Fístulas supraesfinterianas (20%) 3 ▪ Fístulas extraesfinterianas (5%) 4
55
Fístula Anal - tratamento
Cirúrgico
56