Urgência Orto-trauma - cotovelo, punho e mãos (terminado) Flashcards
Epicondilite - fisiopatologia
o Representa a causa mais frequente de dor no cotovelo
o Representa uma tendinopatia da junção miotendinosa, por falência de uma cicatrização correta da
unidade músculo-tendão, com fibrodisplasia resultante
o Habitualmente, não consiste num processo inflamatório agudo
Epicondilite - lateral e medial (origem dos músculos)
o Epicôndilo lateral → tem origem os músculos extensores do punho
o Epicôndilo medial/troclea → tem origem os músculos flexores do punho
Epicondilite - mais prevalente
Epicondilite lateral é a mais prevalente
Epicondilite - causas
o Relacionadas com stress repetitivo
▪ Gestos laborais/ atividades de vida diária
▪ Movimentos repetitivos de pronossupinação, durante pelo menos 2horas/dia.
▪ Manusear cargas físicas com mais de 20kg
o Também relacionadas com overuse ou má técnica em desportos.
- Ténis → epicondilite lateral (cotovelo de tenista)
- Golfe → epicondilite medial/epitrocleite (cotovelo de golfista)
Epicondilite - stress repetitivo
▪ Gestos laborais/ atividades de vida diária (doença profissional)
▪ Movimentos repetitivos de pronossupinação, durante pelo menos 2horas/dia
▪ Manusear cargas físicas com mais de 20kg
Epicondilite - overuse ou má prática desportiva
Também relacionadas com overuse ou má técnica em desportos
o Ténis → epicondilite lateral (cotovelo de tenista)
o Golfe → epicondilite medial/epitrocleite (cotovelo de golfista)
Epicondilite - 3 outros fatores de risco
▪ Tabagismo
▪ Obesidade
▪ 45-54 anos
Epicondilite - diagnóstico
Diagnóstico clínico
Epicondilite - quadro clínico
o Dor de ritmo mecânico ou misto na área imediatamente distal ao epicôndilo (lateral ou medial)
o Irradiação proximal ou distal
o A dor surge com:
▪ Aperto de mãos; rodar a maçaneta; transportar mala de mão; segurar num livro; manusear teclado ou rato do computador
Epicondilite - exame objetivo
o Dor intensa à palpação das inserções musculares dos respetivos epicôndilos + estiramento + contração resistida
o A ausência de aumento de dor no EO não exclui o diagnóstico!!!
o Mobilidades ativa e passivas não se encontram afetadas
o Epicondilite lateral: Teste de Cozen e teste de Mill podem ajudar no diagnóstico
o Epicondilite medial/epitrocleíte: Teste de Cozen invertido
Epicondilite - exame objetivo: testes para epicondilite lateral
Teste de Cozen e teste de Mill podem ajudar no diagnóstico
Epicondilite - exame objetivo: testes para epicondilite medial
Epicondilite medial/epitrocleíte: Teste de Cozen invertido
Epicondilite - MCDTs e objetivo
o Radiografia do cotovelo
o Ecografia do cotovelo
Nota:
- Úteis para excluir causas de epicondilite recalcitrante
(sintomas que persistem mais de 6-12meses).
- Importante excluir:
* lesão de ligamentos colaterais
* fratura oculta
* osteoartrose
* corpos livres osteocondrais
Epicondilite - tratamento
o Tratamento conservador
o Infiltração com corticoide (casos mais graves)
o Acupuntura → benefícios a curto prazo.
o Tratamento cirúrgico
Epicondilite - tratamento conservador
▪ Durante 6 semanas: Repouso + Gelo dinâmico
▪ Durante 6 semanas: Modificação da atividade do cotovelo e antebraço
▪ AINE’s + analgésicos + transdérmicos → durante 10-21 dias
▪ Ortótese epicondiliana, não articular, colocada no antebraço 3-4 dedos distalmente ao epicôndilo
▪ Fortalecimento em excêntrico (ex: garrafa de água)
▪ Fisiatria
- Se em 6 semanas não obtiver melhoria, após reavaliação de EO + exclusão de outras patologias
Epicondilite - tratamento: infiltração com corticoide
(casos mais graves)
Epicondilite - tratamento: acupuntura
benefícios a curto prazo
Epicondilite - tratamento cirúrgico
o Descompressão tendinosa
o Sintomas graves, que não respondem a tx fisiátrico ao fim de ~6 meses
Bursite Olecraniana - fisiopatologia
o A bursa olecraniana situa-se no tecido subcutâneo
o Funciona como plano de deslizamento e amortecedor entre a pele e o olecrâneo.
o Se inflamação ou degeneração em efusão da bursa → bursite
Bursite Olecraniana - causas mais prováveis
▪ Trauma agudo
▪ Lesão bursal por movimentos repetitivos (pequenos traumas repetitivos)
▪ Doenças infeciosas (~20% dos casos)
- Origem em pequenas soluções de continuidade transcutâneas
- Staphylococcus aureus é o agente mais frequente
- Maioria apresenta periodicidade sazonal (++ no verão)
▪ Doenças sistémicas
- Artrite Reumatóide; gota; condrocalcinose; Hemodiálise (7%)
▪ Idiopática (~25%)
Bursite Olecraniana - atividades de risco
Mecânico; jardineiros; canalizadores; ginastas; posicionamentos prolongados
Bursite Olecraniana - quadro clínico
o Dor durante o movimento e em repouso
o Tumefação sobre o olecrâneo
o Nas bursites crónicas:
▪ A dor e sinais inflamatórios podem estar ausentes
o Se dor intensa + calor + rubor + febre + mal-estar → Bursite sética ou por deposição de cristais
Bursite Olecraniana - exame objetivo
o Palpação de massa indolor flutuante sobre o olecrâneo
o Desconforto ou dor na flexão acima dos 90º
o Bursites crónicas
- Massa não é flutuante (bursa espessada)
- Crepitações na mobilização
Bursite Olecraniana - MCDTs
Aspiração de fluído bursal com respetiva avaliação laboratorial
o Nos casos de suspeita de bursite inflamatória ou infeciosa
Bursite Olecraniana - diagnóstico
Na maior parte dos casos, a história clínica + exame objetivo fazem o diagnóstico!!
Bursite Olecraniana - tratamento, se Bursite Olecranianas Traumáticas Não-inflamatórias e Não-infeciosas
o Educação do doente
▪ Repouso da articulação e reconhecimento dos fatores de agravamento
▪ Evitar qualquer tipo de trauma
o Proteção e compressão com cotoveleira elástica
o Uso de AINE’s
▪ Indometacina 75mg 2x/Dia; naproxeno 500 2x/dia
o Aspiração do conteúdo líquido nas bursites traumáticas e volumosas
Bursite Olecraniana - tratamento se Bursite Olecranianas crónica e persistente
Considerar intervenção cirúrgica com exérese da bursa olecraniana
Bursite Olecraniana - tratamento se bursite infeciosa
o Aspiração do conteúdo da bursa e respetiva avaliação laboratorial com teste de sensibilidade aos antibióticos
o Caso não haja flutuação
▪ Iniciar antibioterapia com cefalosporinas, durante 10 dias, pelo menos.
▪ O estado geral do doente determina a via de administração (oral ou ev).
o Imobilizar em 60º de flexão sem pressão no olecrâneo
o Analgesia + AINE’s
Bursite Olecraniana - tratamento: infiltração com corticoides
Infiltração com corticoides não está
recomendada! (risco de infeção, atrofia da pele, dor local crónica)
Bursite Olecraniana - tratamento: tratamento fisiátrico
Tratamento fisiátrico destina-se apenas aos
casos em que existe limitação após um período de imobilização
Bursite Olecraniana - tratamento: de eleição
O tratamento conservador é o de eleição!
A reabsorção é lenta (cerca de 6-12meses)
Síndrome do Túnel Cárpico - fisiopatologia
o É a neuropatia compressiva mais comum!
o Compressão do nervo mediano na passagem pelo retináculo flexor do punho
o Pode cursar bilateralmente, mais comum na mão dominante
Síndrome do Túnel Cárpico - epidemiologia
o >3/4 dos doentes são do sexo feminino
o Idade 40-60 anos
Síndrome do Túnel Cárpico - causas
▪ Idiopáticos (maioria)
▪ Associação a: DM, hipotiroidismo, obesidade; gravidez
▪ Trauma (fraturas distais do rádio)
▪ Quistos ganglionares
▪ Artrose/artropatias inflamatórias
Síndrome do Túnel Cárpico - quadro clínico
o Queixas de queimadura, formigueiro, picadas, choques e perda de sensibilidade no território do mediano
o Inicialmente, pior à noite.
o Nos casos mais graves, a dor pode irradiar para o antebraço
o Sintomas agravam com a mobilização do punho
o Nos casos graves: pode haver fraqueza e amiotrofia dos músculos da eminência tenar
Síndrome do Túnel Cárpico - exame objetivo
o Pesquisar sensibilidade palmar dos 1º,2º, 3º e metade lateral do 4º dedos
o Avaliar força muscular
o Testes específicos:
▪ Teste de Tinel
▪ Teste de Phalen / Teste de Phalen invertido (útil nos idosos, “pôr a rezar”)
Síndrome do Túnel Cárpico - exame objetivo: testes específicos
▪ Teste de Tinel
▪ Teste de Phalen
▪ Teste de Durkan
Síndrome do Túnel Cárpico - MCDTs
Electromiografia dos MS’s → exame gold-standard
Síndrome do Túnel Cárpico - tratamento
o Cirurgia → tratamento de 1ª linha, ++ mais quando há défice motor
o Tratamento MFR + analgesia devem ser considerados
▪ Infiltração ecoguiada
▪ Neuromodeladores (gabapentina, pregabalina)
▪ Anti-depressivos tricíclicos (Amitriptilina)
▪ Patchs de lidocaína
Tenossinovite de Quervain - definição
Tenossinovite estenosante do primeiro compartimento dorsal, que inclui 2 tendões:
▪ Longo abdutor do polegar
▪ Curto extensor do polegar
o Atinge mais o punho dominante
Tenossinovite de Quervain - epidemiologia
Afeta mais sexo feminino, idade 30-50 anos
Tenossinovite de Quervain - fatores de risco
▪ Uso excessivo dos constituintes do compartimento
▪ Trauma local
▪ Gravidez
▪ AR
Tenossinovite de Quervain - quadro clínico
o Início insidioso de dor localizada no lado radial do punho (sintoma dominante)
o Dor agrava com movimentos tipo apanhar e elevar objetos
Tenossinovite de Quervain - exame objetivo
o Inspeção: edema do 1º compartimento dorsal ao nível da estiloide radial
o Sem limitação da mobilidade do punho
o Testes específicos:
▪ Teste de Finkelstein: examinador agarra o polegar do doente → movimento repentino de desvio
cubital do punho e mão
▪ Teste de Eichoff: doente fecha o polegar num punho cerrado e seguidamente é realizado movimento
súbito de desvio cubital do punho e mão
Tenossinovite de Quervain - exame objetivo: testes específicos
▪ Teste de Finkelstein: examinador agarra o polegar do doente → movimento repentino de desvio cubital do punho e mão
▪ Teste de Eichoff: doente fecha o polegar num punho cerrado e seguidamente é realizado movimento súbito de desvio cubital do punho e mão
Tenossinovite de Quervain - tratamento
o Tratamento conservador
▪ AINE’s
▪ Repouso
▪ Imobilização com ortótese
▪ Infiltração com corticoide (em casos refratários)
▪ MFR
o Cirurgia
▪ Refratário a tratamento conservador após 6 meses
▪ Sintomatologia severa que interfira com as AVD’s
teste de cozen - descriçao
paciente com antebraço em pronação (palma voltada para baixo) e apoiado, e o cotovelo flexionado a 90º, examinador estabiliza cotovelo com uma mão e coloca a outra mão sobre o dorso da mão do paciente
o paciente faz extensão ativa do punho (dobrar o punho) para trás contra resistência (positivo se dor no epicôndilo lateral)
teste de cozen invertido - descrição
antebraço em supinação (palma voltada para cima) e cotovelo flexionado a 90º; examinador estabiliza o cotovelo do paciente com uma mão e segura o punho com a outra; paciente faz flexão do punho (dobrar punho para baixo) contra a resistência (positivo se dor no epicondilo medial)
teste de Mill - descrição
paciente com braço estendido no lado do corpo e cotovelo em extensão total; o examinador estabiliza cotovelo com uma mão; com a outra mão, o examinador prende o punho do paciente e realiza uma flexão passiva do punho (dobra o punho para baixo), mantendo o antebraço em pronação (palma voltada para baixo) e o cotovelo em extensão; o examinador também pode estender o braço do paciente enquanto o punho está flexionado para aumentar a tensão no epicondilo lateral
teste de phalen invertido - descrição
unir palmas voltadas para cima como se estivesse a rezar, durante 60 segundos
teste de tinel - descrição
punho voltado para cima, exposto e apoiado; percussao leve sobre o nervo mediano
teste de phalen
flexao maxima dos punhos, com dorsos das maos encostados um no outro, estendendo os cotovelos à altura do ombro; posição mantida durante 60 segundos
teste de durkan
palma voltada para cima e examinador com os 2 polegares aplicar pressão direta sobre o túnel do carpo (na parte interna do punho) durante 30 segundos