Comunicação médico-doente - A consulta em 7 passos Flashcards
3 fases
- Fase inicial
- Fase intermédia
- Fase final
7 passos
- Fase inicial
o Preparação
o Primeiros minutos - Fase intermédia
o Exploração
o Avaliação
o Plano - Fase final
o Encerramento
o Reflexão e notas finais
Mnemónica dos 7 passos
Mnemónica:
Praticar (preparação)
Prevenção (primeiros minutos)
Evita (exploração)
Adquirir (avaliação)
Patologia e (plano)
Enriquece a (encerramento)
Recuperação (reflexão e notas finais)
Fase inicial - descrição
- Esta fase requer um investimento na preparação do que se vai seguir
- É uma fase de concentração e de focalização de atenção e de energia, individualizando-se dois passos
Fase inicial - passo 1: Preparação
o Começar bem uma consulta implica prepará-la cuidadosamente
o A preparação da consulta visa relembrar e responder a um conjunto de perguntas, em especial, no que respeita ao doente, caso seja já uma consulta seguinte para ele. Esta preparação de cada consulta incide em três polos:
✓ O médico e o seu estado físico e emocional;
✓ O paciente;
✓ O contexto e o ambiente do gabinete, entre outros aspetos
Fase inicial - passo 1: preparação (objetivos)
A. Breve autoavaliação do médico – forças e fraquezas para a consulta que se segue; alguma necessidade fisiológica a satisfazer? Existem emoções que possam ser transportadas para a próxima consulta e a vão contaminar?
B. Rever quem é o próximo utente – consulta breve do processo: resumo, lista de problemas, terapêutica habitual, RMOP da última consulta, registos das últimas consultas e outra informação pertinente
C. Avaliar sumariamente as condições do ambiente do gabinete: arejamento, limpeza, arrumação, etc.
Fase inicial - passo 1: preparação (aspetos a ter em conta)
✓ Quanto ao médico:
- Estou preparado física e emocionalmente para passar à próxima consulta?
✓ Quanto ao paciente:
- Identificação: nome e eventuais títulos pelos quais o paciente gosta de ser tratado
- Contexto familiar e particularidades a ter em conta (doenças em familiares, etc..)
- Resumo da situação clínica e lista de problemas
- Alguns «alertas» a ter em conta
- Qual o conteúdo da última consulta? Existe algum Plano acordado?
- Quais os objetivos acordados?
- Aspeto(s) que tenha(m) ficado pendente(s) do(s) último(s) contacto(s)
✓ Quanto ao contexto e ambiente do gabinete:
- Ambiente (temperatura, luminosidade, etc..) e arrumação
- Necessidade de arejar o consultório?
- De proceder a alguma limpeza?
- Necessidade de preparar algum material específico para a consulta com o próximo doente?
Fase inicial - passo 2: os primeiros minutos
A qualidade da abertura da consulta é vital para o seu sucesso. As primeiras impressões são muito importantes
É neste passo que começa a preparar-se um clima terapêutico e onde se clarificam e acordam os problemas a abordar na consulta
Fase inicial - passo 2: os primeiros minutos (objetivos)
Os principais objetivos deste passo são:
A. Abrir a consulta e o processo de comunicação;
B. Captar eventuais indícios de algo latente;
C. Preparar a criação de uma relação terapêutica;
D. Esclarecer o(s) motivo(s) de consulta mais importantes;
E. Acordar os problemas a abordar na consulta – estabelecer a ordem de trabalhos da consulta, para
que ambos saibam o que há para abordar, podendo verificar o que foi feito e o que falta fazer
Fase inicial - passo 2: os primeiros minutos (aspetos a ter em conta)
✓ Chamada, cumprimento, acolhimento
✓ Comunicação inicial:
– Contacto visual
– Sinais corporais, gestuais e faciais
– Comunicação verbal, não verbal e paraverbal
– Contacto físico (aperto de mão, toque afetivo, por exemplo)
✓ Indícios particulares detetados sugerindo, por exemplo:
– Sofrimento
– Apreensão
– Agitação/ansiedade
– Preocupação
– Medo
– Mudanças repentinas do estado de humor (disforia)
– Perturbações da linguagem, etc
✓ Perguntas abertas sobre:
– Motivo(s) expresso(s) espontaneamente
– Motivo(s) adicionais expressos após solicitação não diretiva do médico
Exemplo: “Existe mais alguma razão para ter vindo à consulta?”; “Há mais alguma coisa que o preocupe?”; “Precisa de mais alguma coisa?”
✓ Explorar ideias e expectativas em relação à consulta
✓ Pergunta(s) diretivas do médico sobre algum problema ou aspeto importante detetado no Passo 1 (Preparação) e não referido pelo paciente
✓ Explorar eventual motivação latente que possa existir – “motivo escondido”
✓ Resumir e clarificar
Nota: Por vezes alguns motivos só emergem noutras fases ou até no final da consulta. Neste caso é útil refletir sobre este facto no Passo 7, designadamente se teria sido possível apurar este motivo logo no Passo 2
Fase intermédia - esta fase corresponde…
- Ao desenrolar da consulta, onde se faz a recolha sistematizada de dados e de informação, subjetivos e
objetivos - Processam intelectualmente os dados e a informação recolhidos para chegar, sempre com a participação e envolvimento do paciente, a uma avaliação e a um plano de ação
Embora os passos devam ser sequenciais, na prática ocorre alguma multidireccionalidade entre estes 3 passos
Pode acontecer, por exemplo, que certos dados só se apurem ao discutir o plano, o que se traduz, depois, num andar «de diante para trás» e vice-versa. É, assim, necessário manter a disciplina na condução do processo da
consulta, mas permitir a indispensável abertura e flexibilidade
Fase intermédia: passo 3 - exploração (caraterísticas)
Neste passo procede-se à recolha e análise de dados e informação (subjetiva e objetiva), quer biomédica, quer psicossociocultural
A informação recolhida deve ser sempre contextualizada