Registo médico orientado por problemas (terminado) Flashcards

1
Q

Organização dos registos clínicos

A

Pela abrangência e longitudinalidade de cuidados, é privilegiada a organização dos registos médicos segundo o
Registo Médico Orientado por Problemas (RMOP)

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2
Q

Vantagens do Registo Médico Orientado por Problemas (RMOP)

A
  • permite o acesso rápido aos dados básicos da pessoa;
  • fornece dados contínuos sobre os problemas de saúde;
  • acompanha as diferentes consultas;
  • possibilita a obtenção de dados para organizar medidas preventivas;
  • contribui para a formação contínua.
  • facilitador da relação médico-doente;
  • melhoria da performance da equipa de saúde;
  • aumento das oportunidades de intervenção de educação para a saúde e de empowerment da pessoa;
  • conhecimento do estado de controlo da doença;
  • possibilidade de caracterizar o perfil de consumo de cuidados de saúde, levando o médico muitas vezes a
    entender a verdadeira natureza subjacente do problema
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3
Q

O RMOP é um sistema de…

A

O RMOP é, pois, um sistema de resolução de problemas
- a organização da informação clínica facilita o conhecimento da pessoa e reflete os problemas de saúde identificados, levando à tomada de decisões de intervenção

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4
Q

RMOP é constituído por três componentes:

A
  • dados base;
  • notas clínicas progressivas;
  • lista de problemas.
  • Fluxograma / Folhas de resumo - controverso
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5
Q

RMOP - dados base

A

Os dados base da pessoa devem incluir, entre outros:
* identificação da pessoa, nome e/ou título pelo qual prefere ser tratada;
* escolaridade;
* hábitos saudáveis e nocivos;
* movimentos migratórios;
* composição do agregado familiar;
* identificação de recursos sociais e familiares, de eventuais apoios e cuidadores informais;
* condições de habitação;
* antecedentes familiares e pessoais, incluindo história familiar, social e laboral e as patologias, com
respetivos e cirúrgicos;
* medicação prolongada;
* sequelas resultantes, incapacidades e grau de dependência/autonomia;
* história ginecológica e obstétrica nas mulheres;
* alergias, estado de imunização e realização de rastreios preconizados;
* interesses e atividades e as relações sociais e familiares

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6
Q

RMOP - métodos de avaliação familiar

A

A inclusão dos resultados dos métodos de avaliação familiar nos registos clínicos não tem uma localização prédefinida

Quando há indicação para a utilização destes métodos, na maioria dos casos devem ser registados no O, enquanto resultado da aplicação de uma escala ou questionário

As exceções poderão ser o genograma, a linha de vida de Medalie e o ciclo de vida familiar de Duvall, cuja
localização natural será nos dados base

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7
Q

RMOP - notas clínicas progressivas

A

As notas clínicas progressivas (ou notas de seguimento) são os registos de cada consulta e organizam-se numa
estrutura de quatro itens designada pelo acrónimo SOAP

A abordagem da pessoa numa consulta tem como base a gestão destas notas de seguimento

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8
Q

RMOP - notas clínicas progressivas: S do SOAP

A
  • corresponde a «subjetivo»
  • inclui os motivos de consulta: referidos expressamente e também implícitos
  • deve registar-se o contexto: consulta com o médico de família (MF), programada ou não programada, da iniciativa de quem (própria pessoa, MF, enfermeiro, outro profissional de saúde, cuidador ou outro)
  • anamnese com esclarecimento e caracterização de eventuais sintomas, queixas e sentimentos (da agenda
    da pessoa)
  • resultado da exploração de questões levantadas pelo médico (relativas à agenda do médico)
  • perspetiva da pessoa sobre os seus problemas, as suas expectativas e a avaliação que faz dos recursos de que dispõe para resolver os seus problemas
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9
Q

SOAP - S: conteúdo

A

S de Subjetivo

  • contexto
    . intersubstituição/ outra
    . consulta programada/ outra
    . iniciativa médica/ de enfermagem/ outra
  • fonte da informação
  • motivos de consulta: expressos e reais
  • anamnese, incluindo sentimentos
    . agenda da pessoa
    . agenda do médico
  • perspetiva e expectativas da pessoa
  • recursos identificados pela pessoa
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10
Q

RMOP - notas clínicas progressivas: O do SOAP

A
  • corresponde a «objetivo»;
  • registo de informações factuais e objetiváveis, relativas à pessoa, como os dados do exame objetivo
    dirigido à natureza da consulta;
  • resultados de meios complementares de diagnóstico relevantes eventualmente apresentados na consulta,
    bem como resultados da aplicação de escalas ou questionários;
  • registo, quando relevante, quem acompanha a pessoa à consulta;
  • ponto não consensual: registo de informação clínica de outros prestadores (notas de alta de outros níveis de cuidados, relatórios ou registos de outras consultas)
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11
Q

O do SOAP - conteúdo

A

O de Objetivo

Apresentação
- acompanhado (por quem) ou não

Exame objetivo

Resultados relevantes de meios complementares de diagnóstico

Informação clínica de outros prestadores

Resultados de aplicação de escalas/ questionários

Resultados de aplicação de instrumentos de avaliação familiar

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12
Q

RMOP - notas clínicas progressivas: A do SOAP

A
  • deve refletir a avaliação que o médico faz dos problemas identificados na consulta;
  • tal como na lista de problemas, os problemas devem ser registados segundo a sua pertinência → registo diagnósticos bem definidos, problemas de saúde ou ainda sinais ou sintomas a esclarecer;
  • para cada problema, se aplicável, deve ser especificada a lateralidade, gravidade, grau de controlo e evolução;
  • sempre que aplicável, podem ser colocadas hipóteses de diagnósticos e diagnósticos diferenciais;
  • apenas devem ser listados os problemas identificados e abordados na consulta;
  • é a partir do A que se constrói a lista de problemas;
  • o caso de consultas de vigilância, no A cabe também o registo do tipo de vigilância em causa
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13
Q

A do SOAP - conteúdo

A

A de Avaliação

  • tipo de vigilância:
    . saude infantil e juvenil
    . saude materna
    . planeamento familiar
    . hipertensão arterial
    . diabetes
    . outra
  • problemas identificados na consulta:
    . lateralidade
    . gravidade
    . controlo
    . evolução
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14
Q

RMOP - notas clínicas progressivas: P do SOAP

A
  • plano de atuação ou intervenção acordado entre médico e doente;
  • para cada problema devem ser registados:
    o investigação diagnóstica;
    o terapêutica (farmacológica ou não);
    o aconselhamentos e intervenções motivacionais;
    o procedimentos preventivos (primários, secundários e terciários);
    o mobilização de recursos necessários (familiares, sociais e institucionais)
  • intervenções previstas a curto prazo, e também as intervenções previstas ou recomendadas a médio e a
    longo prazo
  • o registo das intervenções a implementar para cada problema identificado em A deve ser sistematizado e
    hierarquizado de acordo com a carga de doença ou grau de importância para a pessoa e os recursos
    disponíveis ou mobilizáveis
  • todos os procedimentos e intervenções a desenvolver, no âmbito da abordagem global (biopsicossocial);
  • registo de referenciações a outros prestadores, de documentos emitidos (certificados de incapacidade temporária, relatórios, etc.) e de consultas agendadas para reavaliação, vigilância de saúde ou noutros níveis de cuidados;
  • notas e reflexões do médico sobre a pessoa e a sua circunstância, assim como eventuais falhas a corrigir na consulta seguinte;
  • em contactos não presenciais (e-mail e telefone) entre médicos e doentes, o feedback dado pelo médico à pessoa por estes canais deve também ser registado no P
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15
Q

P do SOAP

A

P de Plano

  • plano de estudo (investigação diagnóstica)
  • plano terapêutico (farmacológico ou não)

Prazo
- curto: plano educacional
- médio: plano preventivo
- longo: recursos a mobilizar

Referenciações

Certificados e outros documentos emitidos

Consultas agendadas
- com médico de família
- com outros prestadores

Respostas a emails

Notas/ reflexões do médico

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16
Q

Lista de problemas - definição

A

Resumo dos problemas relevantes da pessoa

17
Q

Isoladamente, componente mais importante do RMOP

A

Lista de problemas

18
Q

Definição de problema de saúde

A

Não há uma definição consensual sobre o que constitui um problema de saúde…
* …. “tudo aquilo que preocupa o médico, o doente, ou ambos” OU “tudo o que for importante nos
cuidados da pessoa”

19
Q

Listagem de problemas

A

Os problemas devem ser listados ao mais alto nível de resolução a cada momento, podendo coexistir sintomas ou sinais para os quais (ainda) não exista uma explicação ou diagnóstico preciso, problemas familiares (como doenças
ou conflitos), problemas psicológicos ou sociais (como a pobreza ou o desemprego) e diagnósticos já estabelecidos

20
Q

Lista de problemas - componente…

A

Componente dinâmica, devendo ser atualizada sempre que problemas são resolvidos ou identificados de novo e sempre que um dos problemas listados é revisto e passa a integrar um novo problema ou diagnóstico

21
Q

Lista de problemas - designação

A

Cada problema listado deve ser designado de modo completo (incluindo, se aplicável, etiologia, estadio,
lateralidade e grau de controlo), consistente e rigoroso

22
Q

Lista de problemas - todos os problemas?

A

Para cumprir a sua função de índice ou de resumo nem todos os problemas da consulta devem transitar para a lista de problemas, devendo ser excluídos os problemas minor, isolados e/ou autolimitados

23
Q

Lista de problemas - problemas que devem constar na lista

A

Os problemas que devem constar na lista:
* doenças crónicas ou recidivantes;
* doenças com mau prognóstico;
* problemas que condicionaram tratamentos cirúrgicos, internamentos ou incapacidades;
* problemas que, ainda que resolvidos, possam condicionar a saúde ou as decisões terapêuticas futuras

24
Q

Lista de problemas - classificação como 2 tipos

A

Classificação como:
* “ativos”: afetem a pessoa à data da consulta;
* “passivos”: se encontrem resolvidos, mas tendo o potencial de voltar a afetar a pessoa ou de condicionar
decisões clínicas

25
Q

Lista de problemas - revisão

A

As listas de problemas devem ser periodicamente revistas, em função da complexidade de cada doente:
* o primeiro e o último passos da consulta;
* elaboração de relatórios clínicos;
* elaboração de cartas de referenciação;
* receção de informação de outros níveis de cuidados;
* qualquer momento de reavaliação da situação clínica da pessoa

26
Q

Fluxograma

A

A avaliação da evolução de determinada situação ou sintoma, especialmente em situações crónicas, pode ser
anotada sob a forma de um fluxograma

No fluxograma pode incluir-se:
* a frequência da sintomatologia
* a evolução da medicação
* a evolução de dados laboratoriais

27
Q
A