Saúde do Idoso - Avaliação Geriátrica Global (terminado) Flashcards
Definição de avaliação geriátrica global
Processo de cuidados que compreende várias etapas. Inicialmente, uma
avaliação multidisciplinar holística do idoso com objetivo de estabelecer
e coordenar um plano de cuidados, serviços e intervenções, que
respondam aos seus problemas, às suas necessidades e às suas
incapacidades
Posteriormente, o progresso é avaliado e o plano original
revisto em intervalos de tempo apropriados
Avaliação Geriátrica Global - 3 caraterísticas
- multidimensional
- multidisciplinar
- longitudinal
Avaliação Geriátrica Global - processo diagnóstico (4 caraterísticas)
- estruturado
- dinâmico
- identificação precoce de défices
- multidisciplinar
Avaliação Geriátrica Global - vantagens
- Melhorar a precisão diagnóstica nos planos clínico, funcional, mental e social
- Identificar problemas tratáveis não diagnosticados
previamente - Adequar medidas assistenciais
- Melhorar estado funcional e cognitivo
- Melhorar qualidade de vida
- Conhecer os recursos individuais e sociofamiliares do idoso
- Evitar, sempre que possível, a dependência e reduzir o n.º de hospitalizações e
institucionalizações - Diminuir a mortalidade
Avaliação Geriátrica Global - mais do que um processo diagnóstico
A AGG é muito mais que um processo diagnóstico,
pois implica a prestação de cuidados para resolver
os problemas encontrados
Para além de processo
diagnóstico é, essencialmente, um programa de intervenção
Avaliação Geriátrica Global - não existem critérios validados em relação aos idosos que podem beneficiar mais com a AGG; alguns dos mais usados são:
▪ Idade (e.g. ≥85 anos)
▪ Síndromes geriátricas
▪ Declínio da função física, cognitiva ou da capacidade funcional
▪ Pluripatologia e/ou polifarmácia
▪ Risco de complicações de um problema crónico, como doenças cardíacas, diabetes ou neoplasia
▪ Distúrbios psicossociais (e.g., depressão; isolamento)
▪ Recurso frequente aos cuidados de saúde
▪ Mudanças no sistema de apoio social
▪ Institucionalização, internamento, luto ou outra alteração recente do seu meio habitual
Avaliação Geriátrica Global - exclusão de idosos…
Pode considerar-se razoável a exclusão de idosos saudáveis e completamente funcionais e os com múltiplas comorbilidades e elevado grau de dependência (“too healthy” ou “too sick”), uma vez que estes podem não beneficiar
das intervenções propostas
Avaliação Geriátrica Global - domínios avaliados
- físico/ biológico
- funcional
- psicológico/ cognitivo
- socioeconómico
- ambiental
- farmacológico/ polifarmácia
Avaliação Geriátrica Global - ciclo
lista de problemas -> plano de cuidados -> intervenção -> reavaliação periódica -> lista de problemas…
Físico/ biológico: sentidos
Avaliação sumária com identificação da eventual necessidade de acessórios para correção:
- visão: usa óculos/lentes de contacto?
- audição: usa aparelho auditivo?
Avaliação da visão para longe
escala optométrica de Snellen (tradicional ou de “E”) ou grosseiramente
através da contagem de dedos
Avaliação da visão para perto
pedir para ler a linha de um livro
Visão - teste de Amsler
teste qualitativo, consistindo numa grelha que deve ser estabilizada, aproximadamente a 30 cm da face do utente
O teste é realizado monocular e o utente tem de fixar o ponto central e descrever como visualiza a grelha
A presença de áreas escuras/ausentes, ou visão
distorcida, sugere alterações na mácula ou nervo ótico (útil no rastreio/ acompanhamento da
degenerescência macular)
Doenças oculares frequentes no envelhecimento
Catarata, glaucoma (+ glaucoma primário de ângulo aberto), retinopatia diabética, degenerescência macular relacionada com a idade
Audição - avaliação
Avaliação através da voz ciciada (pedir para repetir palavras ou números)
Audiograma tonal e vocal
Alteração da audição mais frequente no idoso é…
Presbiacusia ou surdez neurossensorial relacionada
com a idade
Físico/ biológico: hipotensão postural
TA avaliada com o indivíduo deitado durante pelo menos 5 minutos, seguida de avaliação após permanecer em pé durante 3 minutos
Definição da hipotensão postural
TAS desce ≥20mmHg ou TAD ≥10mmHg; ou diminuição da TAS para ≤ 90mmHg
Físico/ biológico: pé e calçado
▪ Condição da pele e unhas;
- Lesões tróficas? Hiperqueratoses ou feridas?
▪ Alterações anatómicas;
▪ Presença de edemas;
▪ Avaliação da temperatura dos pés;
▪ Adequação do calçado;
▪ Avaliação da sensibilidade:
o Com monofilamento e superfície fria em pontos pré-definidos;
o Propriocetiva através da posição do hállux
Pé: alterações que podem não ser significativas em idosos
Diminuição ou ausência de reflexos aquilianos e perda da sensibilidade vibratória nos dedos dos pés podem não ser alterações significativas em idosos
Físico/ biológico: continência de esfíncteres
Avaliar existência de episódios de incontinência (urinária e/ou fecal) e se existirem caracterizá-los:
▪ Incontinência urinária
▪ Incontinência fecal (≥2 episódios num período de 4 semanas)
Incontinência urinária - avaliação: duas questões de rastreio
Aplicar duas questões de rastreio é efetivo na identificação da incontinência urinaria:
1. No ultimo ano já alguma vez perdeu a urina ou ficou molhado?
2. Se sim, alguma vez perdeu urina em pelo menos 6 dias separados?
Se positivo, explorar/caracterizar
Incontinência urinária - avaliação: se positivo para as questões de rastreio, explorar/ caraterizar… (5)
o Existem queixas agudas?
o IUU? IUE? Mista?
o Antecedentes Gin/Obst na mulher e de patologia prostática no homem;
o Avaliar consumo de fármacos que podem contribuir (e.g. diuréticos).
o Avaliar a frequência, gravidade e impacto na qualidade de vida: International Consultation on Incontinence Questionnaire-Urinary Incontinence Short Form (ICIQ-UI SF). Pontuação varia de 0 a 21, sendo classificada como leve (1-5), moderada (6-12), grave (13-18) e muito grave (19-21)
Incontinência fecal - definição
≥2 episódios num período de 4 semanas
Incontinência fecal - caraterização (3)
o Antecedentes de patologia GI?
o História de obstipação?
o Avaliar consumo de fármacos que podem contribuir (e.g. laxantes)
Estado nutricional - História nutricional
diário alimentar e n.º de refeições
Estado nutricional - avaliação de fatores que podem interferir com o estado nutricional e capacidade de alimentação
Avaliação de fatores que podem interferir com o estado nutricional e capacidade de alimentação:
grau de dependência; estado da dentição; problemas socioeconómicos; patologias e fármacos
Estado nutricional - avaliação do estado de hidratação
Avaliação do estado de hidratação (diminuição da perceção de sede, aumento de perdas (e.g. diuréticos) aumentam o risco de desidratação); necessidade ~30mL/kg/dia
Estado nutricional - avaliação da presença de fatores de risco para desnutrição
o Perda de peso involuntária (>5% no ultimo mês ou >10% nos últimos 6 meses);
o IMC <20 Kg/m2
(nos ≥ 65 anos);
o Diminuição do apetite ou redução do aporte calórico
Estado nutricional - Recursos para avaliação nutricional estruturada
o MUST (Malnutrition Universal Screening Toolkit)
o Mini Nutricional Assessment MNA
Mini Avaliação Nutricional (MNA) - definição
Conjunto de itens que combinam dados subjetivos e objetivos que se distribuem por quatro grupos:
- Medidas antropométricas: IMC;
- Avaliação global: mobilidade, autossuficiência, alterações
crónicas, doenças agudas, condição neuropsicológica; - Avaliação de hábitos alimentares: dados de consumo alimentar e
capacidade de ingestão; - Avaliação subjetiva
Mini Avaliação Nutricional (MNA) - vantagens
- Instrumento fiável
- Pode ser administrado por pessoas sem treino específico
Mini Avaliação Nutricional (MNA) - definição de baixo peso e excesso de peso, por Lipschitz, 1994
- Baixo peso: IMC <22 Kg/m2
- Excesso de peso: IMC ≥ 27 Kg/m2
Mini Avaliação Nutricional (MNA) - classificação do IMC no idoso, por Ferry e Alix (2002)
IMC < 21 Desnutrição
IMC [21 - 25[ Risco de desnutrição
IMC [25 - 30[ Normal
IMC ≥ 30 Obesidade
Saúde oral
o Avaliação da cavidade oral e estado da dentição;
▪ Higiene adequada?
▪ Xerostomia?
▪ Perda de peças dentárias?
▪ Presença de periodontite, cáries ou outras alterações dos dentes e/ou gengivas?
▪ Uso de prótese dentária?
▪ Presença de lesões na cavidade oral?
▪ Medicação que provoque xerostomia (diuréticos, antidepressivos, anti-histamínicos)?
o Incentivo de higiene oral adequada
o Beneficiários do complemento solidário do idoso têm direito a 2 cheques dentista por ano
Saúde oral - cheques dentista
Beneficiários do complemento solidário do idoso têm direito a 2 cheques dentista por ano
Saúde oral - avaliação da cavidade oral e estado da dentição
▪ Higiene adequada?
▪ Xerostomia?
▪ Perda de peças dentárias?
▪ Presença de periodontite, cáries ou outras alterações dos dentes e/ou gengivas?
▪ Uso de prótese dentária?
▪ Presença de lesões na cavidade oral?
▪ Medicação que provoque xerostomia (diuréticos, antidepressivos, anti-histamínicos)?
Função sexual
Questionar ativamente se existem problemas da esfera sexual, de forma a conseguir intervir e orientar
Função sexual - perguntas abertas
As questões abertas para a avaliação da saúde sexual no idoso são:
- Pode dizer-me como expressa a sua sexualidade?
- O que o preocupa ou que questões tem sobre
atingir/realizar as suas necessidades sexuais? - De que forma a relação sexual com o seu parceiro/a se alterou com o envelhecimento?
- Que intervenção ou informação poderei dar-lhe para que possa sentir-se realizado sexualmente?
Vários fármacos interferem com a função sexual, como:
Anti-hipertensores (IECA, bloqueadores α e β, ACC e diuréticos tiazidicos); antidepressivos (SSRI, tricíclicos, inibidores da monoamina-oxidase); estatinas; antipsicóticos (e.g. risperidona); anticonvulsivantes (carbamazepina); bloqueadores H2 (cimetidina)
Função sexual - PLISSIT Modelo para avaliar o funcionamento sexual
Base da pirâmide - permissão: dar permissão aos pacientes para questionarem sobre o tema da sexualidade
2º passo - informação limitada: dar aos pacientes informação limitada sobre os efeitos secundários sexuais dos tratamentos
3º passo - sugestões específicas: fazer sugestões específicas baseadas numa avaliação completa dos problemas apresentados
4º passo - terapia intensiva: referenciar a terapia intensiva (inclui intervenções psicológicas, terapia sexual e/ou abordagens biomédicas)
Avaliação Geriátrica Global funcional (4)
Barthel e Katz
Lawton & Brody
Marcha de Holden
Timed Up and Go Test
Avaliação Geriátrica Global funcional - Barthel e Katz
Avaliação das Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD)
Avaliação Geriátrica Global funcional - Lawton & Brody
- Avaliação das Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD)
- Avalia capacidade de usar telefone, fazer compras, preparar refeição, limpeza do domicílio, lavagem de roupa, uso de transportes, gestão medicamentosa e controlo de finanças) » implicações socioculturais/ diferenças de género
Avaliação Geriátrica Global funcional - Marcha de Holden
- Avalia mobilidade e locomoção (escala 0=ineficaz a 5 =independente)
- Avalia grau de autonomia na marcha do idoso, em relação ao tipo de ajuda física ou supervisão necessária em função da superfície ser plana, inclinada ou em degraus
- Informação pode resultar da observação direta do profissional ou questionando o indivíduo/ cuidador
Avaliação Geriátrica Global funcional - Timed Up and Go Test
≥ 12 segundos representa risco aumentado de queda
Avaliação Geriátrica Global funcional - Katz
Inclui a avaliação de 6 AVD básicas (classificadas em independente vs dependente)
o banho; vestir; utilização do WC; transferência do cadeirão/cadeira de rodas para a cama; controlo de esfíncteres e alimentação
Avaliação Geriátrica Global funcional - Barthel
Inclui a avaliação de 10 AVD básicas
o alimentação; transferências; higiene pessoal; utilização do WC; banho; mobilidade; subir e
descer escadas; vestir; controlo intestinal; controlo urinário)
o Mede atividades muito básicas da vida diária, o que pode subestimar o grau de dependência
Vantagens do índice de Barthel (vs Katz): (2)
✓ maior discriminação e compreensão pela abrangência dos seus itens e pontuação, o que também
permite uma maior sensibilidade às mudanças de estado
✓ incluído no SClínico
Avaliação Geriátrica Global funcional - Timed Up and Go Test
Velocidade da Marcha
Marcar distância de 4 metros e pedir ao utente para os percorrer:
- se ≥5s = velocidade de marcha < a 0,8 m/s = FRAGILIDADE
Considera-se normal se < 10 – 14 seg (variável em ≠ estudos)
≥ 12 segundos para completar o TUG representa risco aumentado de queda
Questionar idosos sobre a
ocorrência de quedas!
Avaliação Geriátrica Global - Psicológico/Cognitivo: avaliação clínica (parâmetros a avaliar)
- Nível de escolaridade, profissão e contexto social;
- Comorbilidades e fatores de risco cardiovasculares;
- História familiar de demência;
- Antecedentes psiquiátricos, alterações psicológicas e comportamentais, alterações do humor;
- Consumo de fármacos com potenciais efeitos prejudiciais na cognição;
- Consumo de álcool, tabaco e outras drogas;
- Tempo de evolução dos sintomas;
- Insight e impacto funcional das alterações;
- Sintomas que possam mimetizar ou associar-se a demência como a défice motor/sensorial, tremor, desequilíbrio, quedas, dificuldade na marcha, incontinência urinária;
- Sintomas neuropsiquiátricos (alterações de comportamento, agitação, alucinações visuais, alterações no sono);
- Exame neurológico
Avaliação Geriátrica Global - Psicológico/Cognitivo: avaliação clínica (recomenda-se…)
Recomenda-se a presença de uma segunda pessoa na consulta (familiar/amigo) para reportar eventuais sintomas observados e transmitir as informações ao doente posteriormente
Avaliação Geriátrica Global – Psicológico/Cognitivo: 2 métodos globais de avaliação cognitiva
Breve (screening)
e
Compreensiva detalhada
Avaliação cognitiva breve (screening) - 5
Mini-Cog
Mini Mental State Examination (MMSE)
Clock Draw Test (CDT)
Montreal Cognitive Assessment (MoCA)
Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage
Avaliação cognitiva - 6 parâmetros a ter em atenção
Ambiente
Fadiga
Integridade sensorial
Experiência anterior
Efeitos farmacológicos
Perturbações afetivas
Avaliação cognitiva - Mini-Cog
- Rápida aplicação (< 5 minutos)
- Combina a memorização de 3 palavras e o desenho do relógio
- Bom desempenho diagnóstico para demência e relativamente simples e curto em comparação
com o MMSE - Anormal se o doente não consegue recordar as três palavras ou se o doente apenas se recorda de uma ou duas palavras e o desenho do relógio está alterado
Avaliação cognitiva - Mini Mental State Examination (MMSE): avalia…
Avalia 5 domínios cognitivos:
* Orientação;
* Memória;
* Atenção e cálculo;
* Linguagem;
* Capacidade construtiva
Avaliação cognitiva - Mini Mental State Examination (MMSE): limitações
- Reduzida complexidade das tarefas - efeito de
teto: Desadequado para doentes com elevada
inteligência pré-mórbida/escolaridade (falsos negativos) - Não avalia as funções executivas, apresentando
sensibilidade limitada para défice cognitivo ligeiro,
demência frontotemporal e demência ligeira
Avaliação cognitiva - Mini Mental State Examination (MMSE): para atenuar as limitações…
✓ Acrescentar outro teste específico (CDT)
✓ Substituição por outro teste (MoCA)
Avaliação Geriátrica Global - Cognitivo: Clock Draw Test (CDT) - o que avalia…
Avalia os domínios cognitivos:
* Capacidade visuoespacial;
* Capacidade construtiva;
* Funções executivas (ex. planeamento, organização)
Avaliação Geriátrica Global - Cognitivo: Clock Draw Test (CDT) - vantagens
- CDT + MMSE: melhor deteção de défice cognitivo
- Relativa independência das capacidades verbais: útil na
avaliação de doentes com alterações da linguagem/ afasia
Avaliação Geriátrica Global - Cognitivo: Clock Draw Test (CDT) - limitações
Efeito de chão: pode ser desadequado para doentes com iliteracia
Avaliação Geriátrica Global - Cognitivo: Montreal Cognitive Assessment (MoCA) - avalia…
Avalia os domínios cognitivos:
* Funções executivas;
* Capacidade visuoespacial;
* Memória a curto prazo;
* Atenção e concentração;
* Memória de trabalho;
* Linguagem;
* Orientação
Avaliação Geriátrica Global - Cognitivo: Montreal Cognitive Assessment (MoCA) - vantagens
- Tarefas mais complexas, com ênfase nas funções executivas e atenção
- Maior sensibilidade para DCL e fases iniciais de demência
Avaliação Geriátrica Global - Cognitivo: Montreal Cognitive Assessment (MoCA) - limitações
- Inclui tarefas inadequadas para analfabetos
- Baixa especificidade para demência
Défice cognitivo ligeiro
Sem impacto relevante nas AVDs
Suspeita de défice cognitivo e baixa escolaridade ou idade avançada
Mini Mental State Examination (MMSE)
+
Clock Draw Test (CDT)
Suspeita de défice cognitivo e DCL e fases iniciais de défice cognitivo ou elevada escolaridade
Montreal Cognitive Assessment (MoCA)
Depressão - caraterísticas
Início bem demarcado
História familiar e pessoal de depressão
Queixas de perdas cognitivas pelo próprio
História de dificuldades psicológicas ou crise de vida
recente
Perdas cognitivas posteriores à sintomatologia
depressiva
Pouco esforço durante a aplicação do exame
neuropsicológico
Maiores défices na memória a longo prazo
Melhoria de défices cognitivos com antidepressivos
Demência - caraterísticas
Início mais frequentemente insidioso
História familiar de demência
Poucas queixas (do próprio) de perdas cognitivas
História de dificuldades psicológicas ou crise de vida
pouco frequente
Perdas cognitivas anteriores aos sintomas depressivos
Frequente luta para executar as tarefas cognitivas
Maiores défices na memória a curto prazo
Melhoria pouco significativa dos défices com medicação
antidepressiva
Depressão vs demência - início
Depressão - Início bem demarcado
Demência - Início mais frequentemente insidioso
Depressão vs demência - início
Depressão - Início bem demarcado
Demência - início mais frequentemente insidioso
Depressão vs demência - história familiar
Depressão - história familiar e pessoal de depressão
Demência - história familiar de demência
Depressão vs demência - queixas de perdas cognitivas
Depressão - queixas de perdas cognitivas pelo próprio
Demência - poucas queixas (do próprio) de perdas cognitivas
Depressão vs demência - história de dificuldades psicológicas ou crise de vida
Depressão - história de dificuldades psicológicas ou crise de vida recente
Demência - história de dificuldades psicológicas ou crise de vida pouco frequente
Depressão vs demência - perdas cognitivos e sintomatologia depressiva
Depressão - perdas cognitivas posteriores à sintomatologia depressiva
Demência - perdas cognitivas anteriores aos sintomas depressivos
Depressão vs demência - esforço para executar tarefas cognitivas
Depressão - pouco esforço durante a aplicação do exame neuropsicológico
Demência - frequente luta para executar as tarefas cognitivas
Depressão vs demência - défices na memória
Depressão - maiores défices na memória a longo prazo
Demência - maiores défices na memória a curto prazo
Depressão vs demência - antidepressivos
Depressão - melhoria de défices cognitivos com antidepressivos
Demência - melhoria pouco significativa dos défices com medicação antidepressiva
Delirium - definição
- Alteração cognitivo-comportamental de início agudo e curso flutuante
- Alterações da atenção e da vigília, das funções cognitivas (sensoriais e de perceção), do comportamento e do ciclo sono-vigília
Delirium - caraterísticas
- Agravamento frequente ao fim do dia e durante a noite (sundowning)
- Alternância de períodos de sonolência/prostração e agitação psicomotora
- Alucinações visuais e complexas, envolvendo pessoas ou animais
- Delírios de falsa identificação: Capgras (familiar é impostor), Fregoli (desconhecidos são familiares)
Delirium - contexto
Mais frequentemente no contexto de disfunção metabólica sistémica em indivíduos com baixa
reserva cognitiva – causa orgânica
Delirium - consequências
Aumento da morbimortalidade e pior prognóstico vital
Delirium - escala
Confusion Assessment Method (CAM): escala validada em português
Fatores de risco para depressão major no idoso
- Antecedentes de perturbação depressiva;
- Multimorbilidade;
- Sintomas físicos sem causa orgânica identificada;
- Dor crónica;
- Sobreutilização dos serviços de saúde;
- Acontecimentos vitais desencadeantes, como o falecimento do cônjuge, problemas económicos,
hospitalização ou institucionalização
Risco de suicidio
Idosos com depressão têm maior risco de suicídio que pessoas mais jovens
Deve-se questionar sobre ideação suicida.
Fatores de risco para suicídio nos idosos:
✓ Idade mais avançada;
✓ Sexo masculino;
✓ Isolamento social ou luto;
✓ Tentativas prévias e/ou evidência de planeamento;
✓ Dor crónica ou incapacidade;
✓ Abuso de álcool e drogas
Depressão - avaliação (2)
Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage (GDS-15)
Patient Health Questionnaire (PHQ) de 2 ou 9 itens
Ansiedade no idoso - escala
Geriatric Anxiety Inventory (GAI)
Ansiedade no idoso - avaliação clínica
- Excluir a presença de patologia orgânica: patologia cardiovascular (arritmias, angina, EAM, IC);
endócrina (hipertiroidismo, hipoglicemia, feocromocitoma); neurológica (doenças do movimento, DCL,
Demência de Alzheimer, AVC) ou respiratória (DPOC, asma, TEP); - Rever medicação (cafeína, nicotina, levotiroxina; corticosteróides; psicotrópicos; simpatomiméticos
(pseudoefedrina, beta-agonistas); broncodilatadores, entre outros fármacos) - Excluir estados de abstinência (álcool, benzodiazepinas, SSRI).
- Avaliar sinais e sintomas de ansiedade: taquicardia, taquipneia, sudorese e tremor
Diário do sono
Hora habitual de dormir, quanto tempo leva para adormecer, número de despertares noturnos,
horário típico de acordar e sair da cama, se ressona e se tem sonolência diurna
Distúrbios mais comuns no idoso:
- Apneia do sono;
- Insónia;
- Distúrbio do sono do ritmo circadiano (ou seja, estar acordado à noite e sonolento durante o dia);
- Distúrbio comportamental do movimento rápido dos olhos (REM) (pode ser observado em idosos com demência, doença de Parkinson e atrofia de múltiplos sistemas);
- Síndrome das pernas inquietas (anemia e a insuficiência renal crónica são fatores de risco)
Sono - ter em conta…
. Expectativas irrealistas relativamente ao número de horas de sono;
. Má higiene do sono;
. Medicamentos (narcóticos, benzodiazepínicos, antidepressivos, diuréticos, betabloqueadores, donepezilo…);
. Comorbidades (e.g. ICC, DPOC, depressão, ansiedade, demência, DRGE e distúrbios neuromusculares)
Hábitos (4)
Álcool
Tabaco
Fármacos prescritos
Drogas ilícitas
Álcool
(frequência de consumo, quantidade e o tipo de bebida)
o Ingestão de álcool diária de baixo risco no idoso: igual ou inferior a uma bebida padrão;
o Para identificar e avaliar o consumo de álcool considerado de risco ou nocivo na população idosa, são recomendadas as seguintes escalas / questionários: AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test); SMASTG (Short Michigan Alcoholism Screening Test-Geriatric) e ARPS (Alcohol-Related Problems Survey)
Tabaco
Exposição ao fumo do tabaco deve ser quantificada e expressa em UMA (Unidades Maço Ano =
nº cigarros fumados por dia / 20 x nº anos)
Prescrição racional - 4 considerações
- Responder com base na evidência científica disponível (muitas vezes limitada na população idosa);
- Espírito crítico perante informação disponibilizada;
- Simplificar esquemas posológicos;
- Revisão da medicação que o doente está a cumprir, incluindo inaladores, tópicos e produtos não sujeitos a
receita médica
Reconciliação Terapêutica - definição
processo de manter atualizada a lista da medicação, com o objetivo de evitar discrepâncias, omissões, duplicações ou
doses inadequadas, promovendo a adesão à terapêutica e contribuindo para a prevenção de incidentes; essencial a
sua aplicação nas transições de cuidados
Reconciliação Terapêutica - passos
Reavaliar medicação crónica -> verificar compliance do doente -> se necessário, reformular plano terapêutico -> emitir nova folha de medicação crónica
Que idosos mais beneficiam da desprescrição?
Polimedicados
Multimorbilidade
Insuficiência renal
Múltiplos prescritores/ transição de cuidados (reconciliação terapêutica)
Baixa adesão terapêutica
Esperança média de vida reduzida
Fragilidade
Demência
Quais as etapas do processo de desprescrição? (5)
Lista de medicamentos e indicações
Identificar medicamentos potencialmente inapropriados
Determinar se a medicação pode ser suspensa e priorizar
Implementar plano
Monitorizar
Fármacos PIM (Potentially Inappropriate Medication) devem ser…
evitados em idosos
Fármacos PIM (Potentially Inappropriate Medication) - alguns exemplos
digoxina, amiodarona, sulfunilureias, benzodiazepinas, AD tricíclicos…
Fármacos PIM (Potentially Inappropriate Medication) - 8 caraterísticas
sem indicação (situação resolvida ou que não implica tratamento crónico)
sem evidência cientifica
causam reações adversas
ineficácia terapêutica
doses inadequadas
objetivo preventivo em situação terminal
sem adesão
resultados de cascata de prescrição
Fármacos PIM - 4 critérios/listas
Critérios de Beers
Lista PRISCUS
Critérios STOPP/START
EU(7)-PIM
Critérios STOPP/START
- Mais adequados à população europeia
- Tradução validada para língua portuguesa
Critérios EU (7) PIM
Operacionalizados para a população portuguesa
3 sites de interações farmacológicas
- Drugs.com Interactions Checker
- Medscape Drug Interaction Checker
- Anticolinergic Burden Calculator
slide 43
slide 43
Farmacologico: Alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas (2 consequencias com a idade)
Diminuição da massa magra
= menor % corporal de água
(sarcopenia e desidratação)
Aumento da % massa gorda
Farmacologico: Alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas (diminuição da massa magra = menor % corporal de água)
(Sarcopenia, Desidratação)
Fármacos hidrossolúveis
- Menor volume de distribuição, atingem mais
rapidamente o pico de concentração;
- Menor semivida; + toxicidade
- e.g. paracetamol, lítio, digoxina, diclofenac,
morfina, gentamicina, etc
->
* Doses menores (iniciar e
escalar dose)
* Administração mais
frequente, se necessário
Farmacologico: Alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas (aumento da % da massa gorda)
Fármacos lipossolúveis
- Maior volume de distribuição, atingem mais
lentamente o pico de concentração;
- Maior semivida/acumulação; + toxicidade
- e.g. naproxeno, ibuprofeno, opióides exceto
morfina e hidromorfona, diazepam, ADT, etc
->
* Start low, go slow
(esperar pelo menos 3
semividas antes de
aumentar dose)
* Aumentar intervalo
entre as administrações,
se necessário
Farmacológico: revisão e conciliação terapêutica consoante 4 caraterísticas
Função renal: redução das opções terapêuticas
Risco de hipoglicemia: maior vulnerabilidade às complicações da hipoglicemia
Estado cognitivo: menor capacidade de cuidados
Interações medicamentosas e reações adversas: múltiplas patologias, polifarmácia
Socioeconómico e espiritual - avaliação breve
▪ Agregado e dinâmica familiar;
▪ Condições de habitação e onde se localiza;
▪ Apoios familiares (ou de outras pessoas de referência);
▪ Cuidadores formais ou informais;
▪ Recursos financeiros (com impacto no processo de decisão diagnóstica e terapêutica);
▪ Sinais suspeitos de violência e maus-tratos
Socioeconómico e espiritual - sobrecarga dos cuidadores
Sobrecarga dos cuidadores deve ser avaliada periodicamente: Escala de
Sobrecarga do Cuidador (ESC) (versão traduzida e validada da Zarit Burden
Interview) ou Questionário de Avaliação da Sobrecarga para Cuidadores
Informais (QASCI)
Socioeconómico e espiritual - vontade
Diretivas Antecipadas de Vontade
Espiritualidade
Questionário HOPE
- H - fontes de esperança, forca, conforto, significado, paz, amor e conexão (hope);
- O - papel da religião organizada para o paciente (organized religion);
- P - espiritualidade e práticas pessoais (personal spirituality and practices);
- E - efeitos sobre os cuidados médicos e decisões de fim de vida (Effects on medical care and end-of-life issues)
Socioeconómico - 4 fontes de informação
- Guia dos Cuidadores
- Associação Nacional de Cuidadores
Informais - Manual de Violência Interpessoal da
Direção Geral da Saúde (inclui capítulo
sobre violência contra pessoas idosas e
dependentes) - Balcão da inclusão - INR, I.P.