Saúde do Idoso - Avaliação Geriátrica Global (terminado) Flashcards

1
Q

Definição de avaliação geriátrica global

A

Processo de cuidados que compreende várias etapas. Inicialmente, uma
avaliação multidisciplinar holística do idoso com objetivo de estabelecer
e coordenar um plano de cuidados, serviços e intervenções, que
respondam aos seus problemas, às suas necessidades e às suas
incapacidades

Posteriormente, o progresso é avaliado e o plano original
revisto em intervalos de tempo apropriados

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2
Q

Avaliação Geriátrica Global - 3 caraterísticas

A
  • multidimensional
  • multidisciplinar
  • longitudinal
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3
Q

Avaliação Geriátrica Global - processo diagnóstico (4 caraterísticas)

A
  • estruturado
  • dinâmico
  • identificação precoce de défices
  • multidisciplinar
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4
Q

Avaliação Geriátrica Global - vantagens

A
  • Melhorar a precisão diagnóstica nos planos clínico, funcional, mental e social
  • Identificar problemas tratáveis não diagnosticados
    previamente
  • Adequar medidas assistenciais
  • Melhorar estado funcional e cognitivo
  • Melhorar qualidade de vida
  • Conhecer os recursos individuais e sociofamiliares do idoso
  • Evitar, sempre que possível, a dependência e reduzir o n.º de hospitalizações e
    institucionalizações
  • Diminuir a mortalidade
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5
Q

Avaliação Geriátrica Global - mais do que um processo diagnóstico

A

A AGG é muito mais que um processo diagnóstico,
pois implica a prestação de cuidados para resolver
os problemas encontrados

Para além de processo
diagnóstico é, essencialmente, um programa de intervenção

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6
Q

Avaliação Geriátrica Global - não existem critérios validados em relação aos idosos que podem beneficiar mais com a AGG; alguns dos mais usados são:

A

▪ Idade (e.g. ≥85 anos)

▪ Síndromes geriátricas

▪ Declínio da função física, cognitiva ou da capacidade funcional

▪ Pluripatologia e/ou polifarmácia

▪ Risco de complicações de um problema crónico, como doenças cardíacas, diabetes ou neoplasia

▪ Distúrbios psicossociais (e.g., depressão; isolamento)

▪ Recurso frequente aos cuidados de saúde

▪ Mudanças no sistema de apoio social

▪ Institucionalização, internamento, luto ou outra alteração recente do seu meio habitual

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7
Q

Avaliação Geriátrica Global - exclusão de idosos…

A

Pode considerar-se razoável a exclusão de idosos saudáveis e completamente funcionais e os com múltiplas comorbilidades e elevado grau de dependência (“too healthy” ou “too sick”), uma vez que estes podem não beneficiar
das intervenções propostas

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8
Q

Avaliação Geriátrica Global - domínios avaliados

A
  • físico/ biológico
  • funcional
  • psicológico/ cognitivo
  • socioeconómico
  • ambiental
  • farmacológico/ polifarmácia
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9
Q

Avaliação Geriátrica Global - ciclo

A

lista de problemas -> plano de cuidados -> intervenção -> reavaliação periódica -> lista de problemas…

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10
Q

Físico/ biológico: sentidos

A

Avaliação sumária com identificação da eventual necessidade de acessórios para correção:
- visão: usa óculos/lentes de contacto?
- audição: usa aparelho auditivo?

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11
Q

Avaliação da visão para longe

A

escala optométrica de Snellen (tradicional ou de “E”) ou grosseiramente
através da contagem de dedos

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12
Q

Avaliação da visão para perto

A

pedir para ler a linha de um livro

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13
Q

Visão - teste de Amsler

A

teste qualitativo, consistindo numa grelha que deve ser estabilizada, aproximadamente a 30 cm da face do utente

O teste é realizado monocular e o utente tem de fixar o ponto central e descrever como visualiza a grelha

A presença de áreas escuras/ausentes, ou visão
distorcida, sugere alterações na mácula ou nervo ótico (útil no rastreio/ acompanhamento da
degenerescência macular)

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14
Q

Doenças oculares frequentes no envelhecimento

A

Catarata, glaucoma (+ glaucoma primário de ângulo aberto), retinopatia diabética, degenerescência macular relacionada com a idade

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15
Q

Audição - avaliação

A

Avaliação através da voz ciciada (pedir para repetir palavras ou números)

Audiograma tonal e vocal

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16
Q

Alteração da audição mais frequente no idoso é…

A

Presbiacusia ou surdez neurossensorial relacionada
com a idade

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17
Q

Físico/ biológico: hipotensão postural

A

TA avaliada com o indivíduo deitado durante pelo menos 5 minutos, seguida de avaliação após permanecer em pé durante 3 minutos

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18
Q

Definição da hipotensão postural

A

TAS desce ≥20mmHg ou TAD ≥10mmHg; ou diminuição da TAS para ≤ 90mmHg

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19
Q

Físico/ biológico: pé e calçado

A

▪ Condição da pele e unhas;
- Lesões tróficas? Hiperqueratoses ou feridas?

▪ Alterações anatómicas;

▪ Presença de edemas;

▪ Avaliação da temperatura dos pés;

▪ Adequação do calçado;

▪ Avaliação da sensibilidade:
o Com monofilamento e superfície fria em pontos pré-definidos;
o Propriocetiva através da posição do hállux

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20
Q

Pé: alterações que podem não ser significativas em idosos

A

Diminuição ou ausência de reflexos aquilianos e perda da sensibilidade vibratória nos dedos dos pés podem não ser alterações significativas em idosos

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21
Q

Físico/ biológico: continência de esfíncteres

A

Avaliar existência de episódios de incontinência (urinária e/ou fecal) e se existirem caracterizá-los:
▪ Incontinência urinária
▪ Incontinência fecal (≥2 episódios num período de 4 semanas)

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22
Q

Incontinência urinária - avaliação: duas questões de rastreio

A

Aplicar duas questões de rastreio é efetivo na identificação da incontinência urinaria:
1. No ultimo ano já alguma vez perdeu a urina ou ficou molhado?
2. Se sim, alguma vez perdeu urina em pelo menos 6 dias separados?

Se positivo, explorar/caracterizar

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23
Q

Incontinência urinária - avaliação: se positivo para as questões de rastreio, explorar/ caraterizar… (5)

A

o Existem queixas agudas?

o IUU? IUE? Mista?

o Antecedentes Gin/Obst na mulher e de patologia prostática no homem;

o Avaliar consumo de fármacos que podem contribuir (e.g. diuréticos).

o Avaliar a frequência, gravidade e impacto na qualidade de vida: International Consultation on Incontinence Questionnaire-Urinary Incontinence Short Form (ICIQ-UI SF). Pontuação varia de 0 a 21, sendo classificada como leve (1-5), moderada (6-12), grave (13-18) e muito grave (19-21)

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24
Q

Incontinência fecal - definição

A

≥2 episódios num período de 4 semanas

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25
Q

Incontinência fecal - caraterização (3)

A

o Antecedentes de patologia GI?

o História de obstipação?

o Avaliar consumo de fármacos que podem contribuir (e.g. laxantes)

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26
Q

Estado nutricional - História nutricional

A

diário alimentar e n.º de refeições

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27
Q

Estado nutricional - avaliação de fatores que podem interferir com o estado nutricional e capacidade de alimentação

A

Avaliação de fatores que podem interferir com o estado nutricional e capacidade de alimentação:
grau de dependência; estado da dentição; problemas socioeconómicos; patologias e fármacos

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28
Q

Estado nutricional - avaliação do estado de hidratação

A

Avaliação do estado de hidratação (diminuição da perceção de sede, aumento de perdas (e.g. diuréticos) aumentam o risco de desidratação); necessidade ~30mL/kg/dia

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29
Q

Estado nutricional - avaliação da presença de fatores de risco para desnutrição

A

o Perda de peso involuntária (>5% no ultimo mês ou >10% nos últimos 6 meses);

o IMC <20 Kg/m2
(nos ≥ 65 anos);

o Diminuição do apetite ou redução do aporte calórico

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30
Q

Estado nutricional - Recursos para avaliação nutricional estruturada

A

o MUST (Malnutrition Universal Screening Toolkit)

o Mini Nutricional Assessment MNA

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31
Q

Mini Avaliação Nutricional (MNA) - definição

A

Conjunto de itens que combinam dados subjetivos e objetivos que se distribuem por quatro grupos:

  1. Medidas antropométricas: IMC;
  2. Avaliação global: mobilidade, autossuficiência, alterações
    crónicas, doenças agudas, condição neuropsicológica;
  3. Avaliação de hábitos alimentares: dados de consumo alimentar e
    capacidade de ingestão;
  4. Avaliação subjetiva
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32
Q

Mini Avaliação Nutricional (MNA) - vantagens

A
  • Instrumento fiável
  • Pode ser administrado por pessoas sem treino específico
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33
Q

Mini Avaliação Nutricional (MNA) - definição de baixo peso e excesso de peso, por Lipschitz, 1994

A
  • Baixo peso: IMC <22 Kg/m2
  • Excesso de peso: IMC ≥ 27 Kg/m2
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34
Q

Mini Avaliação Nutricional (MNA) - classificação do IMC no idoso, por Ferry e Alix (2002)

A

IMC < 21 Desnutrição

IMC [21 - 25[ Risco de desnutrição

IMC [25 - 30[ Normal

IMC ≥ 30 Obesidade

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35
Q

Saúde oral

A

o Avaliação da cavidade oral e estado da dentição;
▪ Higiene adequada?
▪ Xerostomia?
▪ Perda de peças dentárias?
▪ Presença de periodontite, cáries ou outras alterações dos dentes e/ou gengivas?
▪ Uso de prótese dentária?
▪ Presença de lesões na cavidade oral?
▪ Medicação que provoque xerostomia (diuréticos, antidepressivos, anti-histamínicos)?

o Incentivo de higiene oral adequada

o Beneficiários do complemento solidário do idoso têm direito a 2 cheques dentista por ano

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36
Q

Saúde oral - cheques dentista

A

Beneficiários do complemento solidário do idoso têm direito a 2 cheques dentista por ano

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37
Q

Saúde oral - avaliação da cavidade oral e estado da dentição

A

▪ Higiene adequada?

▪ Xerostomia?

▪ Perda de peças dentárias?

▪ Presença de periodontite, cáries ou outras alterações dos dentes e/ou gengivas?

▪ Uso de prótese dentária?

▪ Presença de lesões na cavidade oral?

▪ Medicação que provoque xerostomia (diuréticos, antidepressivos, anti-histamínicos)?

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38
Q

Função sexual

A

Questionar ativamente se existem problemas da esfera sexual, de forma a conseguir intervir e orientar

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39
Q

Função sexual - perguntas abertas

A

As questões abertas para a avaliação da saúde sexual no idoso são:

  1. Pode dizer-me como expressa a sua sexualidade?
  2. O que o preocupa ou que questões tem sobre
    atingir/realizar as suas necessidades sexuais?
  3. De que forma a relação sexual com o seu parceiro/a se alterou com o envelhecimento?
  4. Que intervenção ou informação poderei dar-lhe para que possa sentir-se realizado sexualmente?
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40
Q

Vários fármacos interferem com a função sexual, como:

A

Anti-hipertensores (IECA, bloqueadores α e β, ACC e diuréticos tiazidicos); antidepressivos (SSRI, tricíclicos, inibidores da monoamina-oxidase); estatinas; antipsicóticos (e.g. risperidona); anticonvulsivantes (carbamazepina); bloqueadores H2 (cimetidina)

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41
Q

Função sexual - PLISSIT Modelo para avaliar o funcionamento sexual

A

Base da pirâmide - permissão: dar permissão aos pacientes para questionarem sobre o tema da sexualidade

2º passo - informação limitada: dar aos pacientes informação limitada sobre os efeitos secundários sexuais dos tratamentos

3º passo - sugestões específicas: fazer sugestões específicas baseadas numa avaliação completa dos problemas apresentados

4º passo - terapia intensiva: referenciar a terapia intensiva (inclui intervenções psicológicas, terapia sexual e/ou abordagens biomédicas)

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42
Q

Avaliação Geriátrica Global funcional (4)

A

Barthel e Katz

Lawton & Brody

Marcha de Holden

Timed Up and Go Test

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43
Q

Avaliação Geriátrica Global funcional - Barthel e Katz

A

Avaliação das Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD)

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44
Q

Avaliação Geriátrica Global funcional - Lawton & Brody

A
  • Avaliação das Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD)
  • Avalia capacidade de usar telefone, fazer compras, preparar refeição, limpeza do domicílio, lavagem de roupa, uso de transportes, gestão medicamentosa e controlo de finanças) » implicações socioculturais/ diferenças de género
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45
Q

Avaliação Geriátrica Global funcional - Marcha de Holden

A
  • Avalia mobilidade e locomoção (escala 0=ineficaz a 5 =independente)
  • Avalia grau de autonomia na marcha do idoso, em relação ao tipo de ajuda física ou supervisão necessária em função da superfície ser plana, inclinada ou em degraus
  • Informação pode resultar da observação direta do profissional ou questionando o indivíduo/ cuidador
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46
Q

Avaliação Geriátrica Global funcional - Timed Up and Go Test

A

≥ 12 segundos representa risco aumentado de queda

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47
Q

Avaliação Geriátrica Global funcional - Katz

A

Inclui a avaliação de 6 AVD básicas (classificadas em independente vs dependente)

o banho; vestir; utilização do WC; transferência do cadeirão/cadeira de rodas para a cama; controlo de esfíncteres e alimentação

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48
Q

Avaliação Geriátrica Global funcional - Barthel

A

Inclui a avaliação de 10 AVD básicas

o alimentação; transferências; higiene pessoal; utilização do WC; banho; mobilidade; subir e
descer escadas; vestir; controlo intestinal; controlo urinário)

o Mede atividades muito básicas da vida diária, o que pode subestimar o grau de dependência

49
Q

Vantagens do índice de Barthel (vs Katz): (2)

A

✓ maior discriminação e compreensão pela abrangência dos seus itens e pontuação, o que também
permite uma maior sensibilidade às mudanças de estado

✓ incluído no SClínico

50
Q

Avaliação Geriátrica Global funcional - Timed Up and Go Test

A

Velocidade da Marcha

Marcar distância de 4 metros e pedir ao utente para os percorrer:
- se ≥5s = velocidade de marcha < a 0,8 m/s = FRAGILIDADE

Considera-se normal se < 10 – 14 seg (variável em ≠ estudos)

≥ 12 segundos para completar o TUG representa risco aumentado de queda

Questionar idosos sobre a
ocorrência de quedas!

51
Q

Avaliação Geriátrica Global - Psicológico/Cognitivo: avaliação clínica (parâmetros a avaliar)

A
  • Nível de escolaridade, profissão e contexto social;
  • Comorbilidades e fatores de risco cardiovasculares;
  • História familiar de demência;
  • Antecedentes psiquiátricos, alterações psicológicas e comportamentais, alterações do humor;
  • Consumo de fármacos com potenciais efeitos prejudiciais na cognição;
  • Consumo de álcool, tabaco e outras drogas;
  • Tempo de evolução dos sintomas;
  • Insight e impacto funcional das alterações;
  • Sintomas que possam mimetizar ou associar-se a demência como a défice motor/sensorial, tremor, desequilíbrio, quedas, dificuldade na marcha, incontinência urinária;
  • Sintomas neuropsiquiátricos (alterações de comportamento, agitação, alucinações visuais, alterações no sono);
  • Exame neurológico
52
Q

Avaliação Geriátrica Global - Psicológico/Cognitivo: avaliação clínica (recomenda-se…)

A

Recomenda-se a presença de uma segunda pessoa na consulta (familiar/amigo) para reportar eventuais sintomas observados e transmitir as informações ao doente posteriormente

53
Q

Avaliação Geriátrica Global – Psicológico/Cognitivo: 2 métodos globais de avaliação cognitiva

A

Breve (screening)
e
Compreensiva detalhada

54
Q

Avaliação cognitiva breve (screening) - 5

A

Mini-Cog

Mini Mental State Examination (MMSE)

Clock Draw Test (CDT)

Montreal Cognitive Assessment (MoCA)

Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage

55
Q

Avaliação cognitiva - 6 parâmetros a ter em atenção

A

Ambiente

Fadiga

Integridade sensorial

Experiência anterior

Efeitos farmacológicos

Perturbações afetivas

56
Q

Avaliação cognitiva - Mini-Cog

A
  • Rápida aplicação (< 5 minutos)
  • Combina a memorização de 3 palavras e o desenho do relógio
  • Bom desempenho diagnóstico para demência e relativamente simples e curto em comparação
    com o MMSE
  • Anormal se o doente não consegue recordar as três palavras ou se o doente apenas se recorda de uma ou duas palavras e o desenho do relógio está alterado
57
Q

Avaliação cognitiva - Mini Mental State Examination (MMSE): avalia…

A

Avalia 5 domínios cognitivos:
* Orientação;
* Memória;
* Atenção e cálculo;
* Linguagem;
* Capacidade construtiva

58
Q

Avaliação cognitiva - Mini Mental State Examination (MMSE): limitações

A
  • Reduzida complexidade das tarefas - efeito de
    teto: Desadequado para doentes com elevada
    inteligência pré-mórbida/escolaridade (falsos negativos)
  • Não avalia as funções executivas, apresentando
    sensibilidade limitada para défice cognitivo ligeiro,
    demência frontotemporal e demência ligeira
59
Q

Avaliação cognitiva - Mini Mental State Examination (MMSE): para atenuar as limitações…

A

✓ Acrescentar outro teste específico (CDT)

✓ Substituição por outro teste (MoCA)

60
Q

Avaliação Geriátrica Global - Cognitivo: Clock Draw Test (CDT) - o que avalia…

A

Avalia os domínios cognitivos:
* Capacidade visuoespacial;
* Capacidade construtiva;
* Funções executivas (ex. planeamento, organização)

61
Q

Avaliação Geriátrica Global - Cognitivo: Clock Draw Test (CDT) - vantagens

A
  • CDT + MMSE: melhor deteção de défice cognitivo
  • Relativa independência das capacidades verbais: útil na
    avaliação de doentes com alterações da linguagem/ afasia
62
Q

Avaliação Geriátrica Global - Cognitivo: Clock Draw Test (CDT) - limitações

A

Efeito de chão: pode ser desadequado para doentes com iliteracia

63
Q

Avaliação Geriátrica Global - Cognitivo: Montreal Cognitive Assessment (MoCA) - avalia…

A

Avalia os domínios cognitivos:
* Funções executivas;
* Capacidade visuoespacial;
* Memória a curto prazo;
* Atenção e concentração;
* Memória de trabalho;
* Linguagem;
* Orientação

64
Q

Avaliação Geriátrica Global - Cognitivo: Montreal Cognitive Assessment (MoCA) - vantagens

A
  • Tarefas mais complexas, com ênfase nas funções executivas e atenção
  • Maior sensibilidade para DCL e fases iniciais de demência
65
Q

Avaliação Geriátrica Global - Cognitivo: Montreal Cognitive Assessment (MoCA) - limitações

A
  • Inclui tarefas inadequadas para analfabetos
  • Baixa especificidade para demência
66
Q

Défice cognitivo ligeiro

A

Sem impacto relevante nas AVDs

67
Q

Suspeita de défice cognitivo e baixa escolaridade ou idade avançada

A

Mini Mental State Examination (MMSE)
+
Clock Draw Test (CDT)

68
Q

Suspeita de défice cognitivo e DCL e fases iniciais de défice cognitivo ou elevada escolaridade

A

Montreal Cognitive Assessment (MoCA)

69
Q

Depressão - caraterísticas

A

Início bem demarcado

História familiar e pessoal de depressão

Queixas de perdas cognitivas pelo próprio

História de dificuldades psicológicas ou crise de vida
recente

Perdas cognitivas posteriores à sintomatologia
depressiva

Pouco esforço durante a aplicação do exame
neuropsicológico

Maiores défices na memória a longo prazo

Melhoria de défices cognitivos com antidepressivos

70
Q

Demência - caraterísticas

A

Início mais frequentemente insidioso

História familiar de demência

Poucas queixas (do próprio) de perdas cognitivas

História de dificuldades psicológicas ou crise de vida
pouco frequente

Perdas cognitivas anteriores aos sintomas depressivos

Frequente luta para executar as tarefas cognitivas

Maiores défices na memória a curto prazo

Melhoria pouco significativa dos défices com medicação
antidepressiva

71
Q

Depressão vs demência - início

A

Depressão - Início bem demarcado

Demência - Início mais frequentemente insidioso

72
Q

Depressão vs demência - início

A

Depressão - Início bem demarcado

Demência - início mais frequentemente insidioso

73
Q

Depressão vs demência - história familiar

A

Depressão - história familiar e pessoal de depressão

Demência - história familiar de demência

74
Q

Depressão vs demência - queixas de perdas cognitivas

A

Depressão - queixas de perdas cognitivas pelo próprio

Demência - poucas queixas (do próprio) de perdas cognitivas

75
Q

Depressão vs demência - história de dificuldades psicológicas ou crise de vida

A

Depressão - história de dificuldades psicológicas ou crise de vida recente

Demência - história de dificuldades psicológicas ou crise de vida pouco frequente

76
Q

Depressão vs demência - perdas cognitivos e sintomatologia depressiva

A

Depressão - perdas cognitivas posteriores à sintomatologia depressiva

Demência - perdas cognitivas anteriores aos sintomas depressivos

77
Q

Depressão vs demência - esforço para executar tarefas cognitivas

A

Depressão - pouco esforço durante a aplicação do exame neuropsicológico

Demência - frequente luta para executar as tarefas cognitivas

78
Q

Depressão vs demência - défices na memória

A

Depressão - maiores défices na memória a longo prazo

Demência - maiores défices na memória a curto prazo

79
Q

Depressão vs demência - antidepressivos

A

Depressão - melhoria de défices cognitivos com antidepressivos

Demência - melhoria pouco significativa dos défices com medicação antidepressiva

80
Q

Delirium - definição

A
  • Alteração cognitivo-comportamental de início agudo e curso flutuante
  • Alterações da atenção e da vigília, das funções cognitivas (sensoriais e de perceção), do comportamento e do ciclo sono-vigília
81
Q

Delirium - caraterísticas

A
  • Agravamento frequente ao fim do dia e durante a noite (sundowning)
  • Alternância de períodos de sonolência/prostração e agitação psicomotora
  • Alucinações visuais e complexas, envolvendo pessoas ou animais
  • Delírios de falsa identificação: Capgras (familiar é impostor), Fregoli (desconhecidos são familiares)
82
Q

Delirium - contexto

A

Mais frequentemente no contexto de disfunção metabólica sistémica em indivíduos com baixa
reserva cognitiva – causa orgânica

83
Q

Delirium - consequências

A

Aumento da morbimortalidade e pior prognóstico vital

84
Q

Delirium - escala

A

Confusion Assessment Method (CAM): escala validada em português

85
Q

Fatores de risco para depressão major no idoso

A
  • Antecedentes de perturbação depressiva;
  • Multimorbilidade;
  • Sintomas físicos sem causa orgânica identificada;
  • Dor crónica;
  • Sobreutilização dos serviços de saúde;
  • Acontecimentos vitais desencadeantes, como o falecimento do cônjuge, problemas económicos,
    hospitalização ou institucionalização
86
Q

Risco de suicidio

A

Idosos com depressão têm maior risco de suicídio que pessoas mais jovens

Deve-se questionar sobre ideação suicida.

87
Q

Fatores de risco para suicídio nos idosos:

A

✓ Idade mais avançada;
✓ Sexo masculino;
✓ Isolamento social ou luto;
✓ Tentativas prévias e/ou evidência de planeamento;
✓ Dor crónica ou incapacidade;
✓ Abuso de álcool e drogas

88
Q

Depressão - avaliação (2)

A

Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage (GDS-15)

Patient Health Questionnaire (PHQ) de 2 ou 9 itens

89
Q

Ansiedade no idoso - escala

A

Geriatric Anxiety Inventory (GAI)

90
Q

Ansiedade no idoso - avaliação clínica

A
  • Excluir a presença de patologia orgânica: patologia cardiovascular (arritmias, angina, EAM, IC);
    endócrina (hipertiroidismo, hipoglicemia, feocromocitoma); neurológica (doenças do movimento, DCL,
    Demência de Alzheimer, AVC) ou respiratória (DPOC, asma, TEP);
  • Rever medicação (cafeína, nicotina, levotiroxina; corticosteróides; psicotrópicos; simpatomiméticos
    (pseudoefedrina, beta-agonistas); broncodilatadores, entre outros fármacos)
  • Excluir estados de abstinência (álcool, benzodiazepinas, SSRI).
  • Avaliar sinais e sintomas de ansiedade: taquicardia, taquipneia, sudorese e tremor
91
Q

Diário do sono

A

Hora habitual de dormir, quanto tempo leva para adormecer, número de despertares noturnos,
horário típico de acordar e sair da cama, se ressona e se tem sonolência diurna

92
Q

Distúrbios mais comuns no idoso:

A
  • Apneia do sono;
  • Insónia;
  • Distúrbio do sono do ritmo circadiano (ou seja, estar acordado à noite e sonolento durante o dia);
  • Distúrbio comportamental do movimento rápido dos olhos (REM) (pode ser observado em idosos com demência, doença de Parkinson e atrofia de múltiplos sistemas);
  • Síndrome das pernas inquietas (anemia e a insuficiência renal crónica são fatores de risco)
93
Q

Sono - ter em conta…

A

. Expectativas irrealistas relativamente ao número de horas de sono;

. Má higiene do sono;

. Medicamentos (narcóticos, benzodiazepínicos, antidepressivos, diuréticos, betabloqueadores, donepezilo…);

. Comorbidades (e.g. ICC, DPOC, depressão, ansiedade, demência, DRGE e distúrbios neuromusculares)

94
Q

Hábitos (4)

A

Álcool

Tabaco

Fármacos prescritos

Drogas ilícitas

95
Q

Álcool

A

(frequência de consumo, quantidade e o tipo de bebida)

o Ingestão de álcool diária de baixo risco no idoso: igual ou inferior a uma bebida padrão;

o Para identificar e avaliar o consumo de álcool considerado de risco ou nocivo na população idosa, são recomendadas as seguintes escalas / questionários: AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test); SMASTG (Short Michigan Alcoholism Screening Test-Geriatric) e ARPS (Alcohol-Related Problems Survey)

96
Q

Tabaco

A

Exposição ao fumo do tabaco deve ser quantificada e expressa em UMA (Unidades Maço Ano =
nº cigarros fumados por dia / 20 x nº anos)

97
Q

Prescrição racional - 4 considerações

A
  • Responder com base na evidência científica disponível (muitas vezes limitada na população idosa);
  • Espírito crítico perante informação disponibilizada;
  • Simplificar esquemas posológicos;
  • Revisão da medicação que o doente está a cumprir, incluindo inaladores, tópicos e produtos não sujeitos a
    receita médica
98
Q

Reconciliação Terapêutica - definição

A

processo de manter atualizada a lista da medicação, com o objetivo de evitar discrepâncias, omissões, duplicações ou
doses inadequadas, promovendo a adesão à terapêutica e contribuindo para a prevenção de incidentes; essencial a
sua aplicação nas transições de cuidados

99
Q

Reconciliação Terapêutica - passos

A

Reavaliar medicação crónica -> verificar compliance do doente -> se necessário, reformular plano terapêutico -> emitir nova folha de medicação crónica

100
Q

Que idosos mais beneficiam da desprescrição?

A

Polimedicados

Multimorbilidade

Insuficiência renal

Múltiplos prescritores/ transição de cuidados (reconciliação terapêutica)

Baixa adesão terapêutica

Esperança média de vida reduzida

Fragilidade

Demência

101
Q

Quais as etapas do processo de desprescrição? (5)

A

Lista de medicamentos e indicações

Identificar medicamentos potencialmente inapropriados

Determinar se a medicação pode ser suspensa e priorizar

Implementar plano

Monitorizar

102
Q

Fármacos PIM (Potentially Inappropriate Medication) devem ser…

A

evitados em idosos

103
Q

Fármacos PIM (Potentially Inappropriate Medication) - alguns exemplos

A

digoxina, amiodarona, sulfunilureias, benzodiazepinas, AD tricíclicos…

104
Q

Fármacos PIM (Potentially Inappropriate Medication) - 8 caraterísticas

A

sem indicação (situação resolvida ou que não implica tratamento crónico)

sem evidência cientifica

causam reações adversas

ineficácia terapêutica

doses inadequadas

objetivo preventivo em situação terminal

sem adesão

resultados de cascata de prescrição

105
Q

Fármacos PIM - 4 critérios/listas

A

Critérios de Beers

Lista PRISCUS

Critérios STOPP/START

EU(7)-PIM

106
Q

Critérios STOPP/START

A
  • Mais adequados à população europeia
  • Tradução validada para língua portuguesa
107
Q

Critérios EU (7) PIM

A

Operacionalizados para a população portuguesa

108
Q

3 sites de interações farmacológicas

A
  • Drugs.com Interactions Checker
  • Medscape Drug Interaction Checker
  • Anticolinergic Burden Calculator
109
Q

slide 43

A

slide 43

110
Q

Farmacologico: Alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas (2 consequencias com a idade)

A

Diminuição da massa magra
= menor % corporal de água
(sarcopenia e desidratação)

Aumento da % massa gorda

111
Q

Farmacologico: Alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas (diminuição da massa magra = menor % corporal de água)

A

(Sarcopenia, Desidratação)

Fármacos hidrossolúveis
- Menor volume de distribuição, atingem mais
rapidamente o pico de concentração;
- Menor semivida; + toxicidade
- e.g. paracetamol, lítio, digoxina, diclofenac,
morfina, gentamicina, etc

->
* Doses menores (iniciar e
escalar dose)
* Administração mais
frequente, se necessário

112
Q

Farmacologico: Alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas (aumento da % da massa gorda)

A

Fármacos lipossolúveis
- Maior volume de distribuição, atingem mais
lentamente o pico de concentração;
- Maior semivida/acumulação; + toxicidade
- e.g. naproxeno, ibuprofeno, opióides exceto
morfina e hidromorfona, diazepam, ADT, etc

->
* Start low, go slow
(esperar pelo menos 3
semividas antes de
aumentar dose)
* Aumentar intervalo
entre as administrações,
se necessário

113
Q

Farmacológico: revisão e conciliação terapêutica consoante 4 caraterísticas

A

Função renal: redução das opções terapêuticas

Risco de hipoglicemia: maior vulnerabilidade às complicações da hipoglicemia

Estado cognitivo: menor capacidade de cuidados

Interações medicamentosas e reações adversas: múltiplas patologias, polifarmácia

114
Q

Socioeconómico e espiritual - avaliação breve

A

▪ Agregado e dinâmica familiar;

▪ Condições de habitação e onde se localiza;

▪ Apoios familiares (ou de outras pessoas de referência);

▪ Cuidadores formais ou informais;

▪ Recursos financeiros (com impacto no processo de decisão diagnóstica e terapêutica);

▪ Sinais suspeitos de violência e maus-tratos

115
Q

Socioeconómico e espiritual - sobrecarga dos cuidadores

A

Sobrecarga dos cuidadores deve ser avaliada periodicamente: Escala de
Sobrecarga do Cuidador (ESC) (versão traduzida e validada da Zarit Burden
Interview) ou Questionário de Avaliação da Sobrecarga para Cuidadores
Informais (QASCI)

116
Q

Socioeconómico e espiritual - vontade

A

Diretivas Antecipadas de Vontade

117
Q

Espiritualidade

A

Questionário HOPE

  • H - fontes de esperança, forca, conforto, significado, paz, amor e conexão (hope);
  • O - papel da religião organizada para o paciente (organized religion);
  • P - espiritualidade e práticas pessoais (personal spirituality and practices);
  • E - efeitos sobre os cuidados médicos e decisões de fim de vida (Effects on medical care and end-of-life issues)
118
Q

Socioeconómico - 4 fontes de informação

A
  • Guia dos Cuidadores
  • Associação Nacional de Cuidadores
    Informais
  • Manual de Violência Interpessoal da
    Direção Geral da Saúde (inclui capítulo
    sobre violência contra pessoas idosas e
    dependentes)
  • Balcão da inclusão - INR, I.P.
119
Q
A