Urgência Médica - Pneumonia adquirida na comunidade (terminado) Flashcards

1
Q

Pneumonia adquirida na comunidade, típica - definição

A

Infeção aguda do parênquima pulmonar adquirida fora do hospital ou em menos de 48 horas após a admissão hospitalar

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Q

Pneumonia adquirida na comunidade, típica - principal causa

A

Streptococcus pneumoniae

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Q

Pneumonia adquirida na comunidade, típica - clínica

A

Febre, tosse, expetoração purulenta, crepitações, dor torácica pleurítica, dispneia, taquicardia

MV brônquico e crepitações na auscultação

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4
Q

Pneumonia adquirida na comunidade, típica - achados especiais devido a consolidação lobar incluem…

A
  • egofonia (E a A)
  • pectoriloquia sussurrada (audição percetível das palavras pela auscultação sobre a parede torácica)
  • frémito tátil (aumentado)
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5
Q

Pneumonia adquirida na comunidade, típica - raio x tórax

A

Infiltrado

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6
Q

Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) - definição

A
  • Acontece fora do hospital
    OU
  • <48 horas depois do internamento, num doente que não estava hospitalizado nem residia em lar ou instituição equivalente
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7
Q

Pneumonia associada aos cuidados de saúde - definição

A

Acontece em qualquer doente que:
* Esteve internado em hospital de agudos ≥2 dias nos 90 dias anteriores à infeção;
OU
* Residia num lar ou instituição similar, recebeu antibioterapia intravenosa, quimioterapia, cuidados relacionados com uma ferida ou hemodiálise nos 30 dias anteriores à infeção

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8
Q

PAC - sensibilidade e especificidade da HDA e EO

A

A sensibilidade e a especificidade da HDA e EO são baixas

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9
Q

PAC - S do SOAP

A

Início agudo ou subagudo de:
* Maioria: febre, tosse (com ou sem expetoração), dispneia;
* Alguns doentes: hipersudorese, arrepios, calafrios; fadiga, mialgias; cefaleias; anorexia; desconforto torácico, dor tipo pleurítico, hemoptise; dor abdominal; confusão (idosos)

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10
Q

Pneumonia em idosos

A

Pneumonia em idosos: frequentemente com sintomas inespecíficos e sem febre

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11
Q

PAC - O do SOAP

A
  • S. Vitais: alteração da temperatura; taquipneia, taquicardia | Hipoxemia | “Ar doente”
  • Auscultação: fervores (crepitações) inspiratórios ou ruídos brônquicos
  • Percussão: macicez à percussão
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12
Q

PAC - raio x do tórax (F+P)

A
  • A confirmação do diagnóstico requer a realização de RxT mostrando infiltrado do parênquima
  • O RxT permite também avaliar a gravidade da doença e a resposta ao tratamento
  • Porém, na maioria dos casos, não é obrigatório perante suspeita de pneumonia sem necessidade de
    internamento
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13
Q

PAC - 3 condições em que é obrigatório raio x de tórax?

A

É imperativa a realização de Rx Tórax (F+P), nas seguintes situações
clínicas:

  • Quando existam dúvidas acerca do diagnóstico e o RxT possa ajudar no diagnóstico diferencial e na gestão da doença aguda;
  • O doente é considerado em risco de desenvolver uma patologia pulmonar subjacente (como o cancro do pulmão);
  • A evolução da doença, depois de iniciado o tratamento, não é
    satisfatória
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14
Q

Exames auxiliares de diagnóstico para além do raio x de tórax - para o tratamento ambulatório da pneumonia

A

Para o tratamento ambulatório da pneumonia, geralmente não são necessários outros meios auxiliares de diagnóstico

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15
Q

PAC - 3 condições em que pode ser adequado pedir exame cultural da expetoração

A

Pode ser adequado pedir exame cultural da expetoração em pessoas com DPOC grave, doença estrutural pulmonar ou
alcoolismo (por serem fatores de risco para infeção por Pseudomonas aeruginosa e outros Gram negativos)

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16
Q

Decisão do local de tratamento

A

Utilização de uma das ferramentas:
* Índice de gravidade de pneumonia (PSI)
* Critérios CURB-65 ou CRB-65
+ juízo clínico

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17
Q

Critérios CURB-65

A

Fatores clínicos
- Confusão 1 ponto
- Urémia > 20 mg/dL (> 7 mmol/L) 1 ponto
- Frequência respiratória ≥ 30 ciclos / min 1 ponto
- Pressão arterial sistólica < 90 mm Hg ou diastólica < 60 mm Hg 1 ponto
- Idade ≥ 65 anos 1ponto

Pontuação CURB-65:
- 0 pontos: baixo risco: considerar tratamento em casa
- 1 ponto: baixo risco: considerar tratamento em casa
- 2 pontos: internamento em enfermaria
- 3 ou 4 ou 5: pneumonia grave; hospitalizar e considerar internamento em cuidados intensivos
(a decisão final acerca do local de tratamento deve ter em conta o juízo clínico e fatores sociais e de suporte no domicílio)

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18
Q

Critérios CRB-65

A

Fatores clínicos:
- Confusão 1 ponto
- Frequência respiratória ≥ 30 ciclos / min 1 ponto
- Pressão arterial sistólica < 90 mm Hg ou diastólica < 60 mm Hg 1 ponto
- Idade ≥ 65 anos 1 ponto

Pontuação CURB-65
- 0 pontos: Baixo risco: considerar tratamento em casa
- 1 ou 2 pontos: Risco intermédio: considerar referenciação ao hospital
- 3 ou 4 pontos: Risco elevado: referenciação urgente ao hospital
(a decisão final acerca do local de tratamento deve ter em conta o juízo clínico e fatores sociais e de suporte no domicílio)

19
Q

Índice de gravidade de pneumonia

A

Fatores demográficos
- Idade
. Homens: pontos [número de anos]
. Mulheres: pontos [número de anos – 10]
- Residente em lar (considerar como PAH - pneumonia adquirida no hospital): pontos +10

Comorbilidades
- Doença neoplásica (ativa): pontos +30
- Doença hepática crónica: pontos +20
- Insuficiência cardíaca congestiva: pontos +10
- Doença cerebrovascular: pontos +10
- Doença renal crónica: pontos +10

Achados do exame objetivo
- Alteração do estado mental: pontos +20
- Frequência respiratória ≥ 30 ciclos / min: pontos +20
- Pressão arterial sistólica < 90 mm Hg: pontos +20
- Temperatura < 35ºC ou ≥ 40 ºC: pontos +15
- Pulso ≥ 125 batimentos / min: pontos +10

Achados laboratoriais e/ou radiológicos
- pH arterial < 7,35: +30 pontos
- Urémia ≥ 30 mg/dL (11mmol/L): pontos +20
- Natrémia < 130 mmol/L: pontos +20
- Glicémia ≥ 250 mg/dL: pontos +10
- Hematócrito < 30%: pontos +10
- Hipoxémia por saturação de O2
. < 90% por oximetria de pulso
. < 60 mm Hg por gasimetria: pontos +10
- Derrame pleural na radiografia inicial: pontos +10

Classe de risco:
I: Idade < 50 + sem comorbilidades,
sinais vitais no intervalo normal, estado mental normal - tratamento em ambulatório
II: ≤ 70 pontos - ambulatório
III: 71 – 90 pontos - ambulatório / internamento curto
IV: 91 – 130 pontos - internamento
V: > 130 pontos: internamento

Nota: não estão incluídos fatores sociais (por exemplo, mecanismos de apoio em ambulatório, probabilidade de adesão ao tratamento)

20
Q

Decisão sobre o local de tratamento - recomendado

A

Recomenda-se que sejam preferidos os critérios CURB-65

21
Q

Decisão sobre o local de tratamento nos cuidados de saúde primários

A

Nos Cuidados de Saúde Primários: deve ser utilizada uma versão modificada dos critérios CURB-65 sem o
parâmetro uremia – CRB-65

22
Q

Saturação de oxigénio

A

Se estiver disponível, deve ser determinada a saturação de oxigénio (SO2) por oximetria de pulso

SO2 <94% (aa) → É uma indicação para referenciação ao hospital.

23
Q

Fatores que podem motivar o envio ao hospital

A
  • Comorbilidades pré-existentes (DPOC; Diabetes mellitus; Doença cardíaca, hepática ou renal crónica; Neoplasia; Alcoolismo; Esplenectomia;
    Imunossupressão)
  • Fragilidade
  • A inexistência de Suporte social ou familiar no domicílio
  • Gravidez
  • Incapacidade de tomar o antibiótico pela via Oral
  • Desejo do doente

[Devem ser tidas em consideração a capacidade do doente para aderir ao tratamento, a existência de redes de apoio familiar e social e avaliadas comorbilidades pré existentes]

24
Q

Para ser considerado clinicamente estável o doente tem que cumprir ≥ 6 dos critérios seguintes:

A

i. temperatura corporal ≤ 37,8ºC

ii. frequência cardíaca ≤ 100 bpm

iii. frequência respiratória ≤ 24 rpm

iv. tensão arterial sistólica ≥ 90mmHg

v. SpO2 ≥ 90% ou pO2 ≥ 60 mmHg

vi. manutenção da via oral

vii. sem alteração do estado mental

25
Q

Escolha do antibiótico - se previamente saudáveis
e sem antibioterapia nos 3
meses anteriores

A

1ª linha: amoxicilina 500mg 8/8 horas

Alternativas:
- Azitromicina 500mg por dia
- Claritromicina 500mg 12/12 horas
- Doxiciclina 200 mg dose inicial depois 100 mg 12/12 horas

26
Q

Escolha do antibiótico - se doentes com
comorbilidades ou
antibioterapia nos 3 meses
anteriores

A

Comorbilidades: DPOC; diabetes mellitus; doença cardíaca, hepática ou renal crónicas; neoplasia; alcoolismo; esplenectomia, imunocomprometido ou fármacos imunossupressores

1ª linha:
Amoxicilina (ou cefuroxima (250 a 500mg de 12/12
horas) é uma alternativa caso exista intolerância) 1gr 8/8h associada a uma das três seguintes:
- Azitromicina 500mg por dia ou
- Claritromicina 500mg 12/12 horas ou
- Doxiciclina 200 mg dose inicial depois 100 mg 12/12 horas

Alternativas:
- Levofloxacina 500mg 24/24 horas
- ou Moxifloxacina 400 mg 24/24 horas

27
Q

Duração do tratamento

A

A duração do tratamento deve ser de 7 dias, exceto quando se utilizar: azitromicina (3 dias); claritromicina ou
fluoroquinolona (5 ou 6 dias, caso o doente se apresente apirético há 48-72h e apresente estabilidade clínica)

28
Q

Para além do antibiótico, deve ser prescrito …

A

O tratamento de suporte necessário

29
Q

Pneumonia adquirida na comunidade: seleção empírica de antibióticos em ambulatório para adultos, segundo UpToDate

A

Pergunta inicial:
Estão presentes alguma das seguintes condições?
- Comorbilidades major
- Uso recente de antibióticos
- Idade avançada (≥65 anos)
- Tabagismo
- Dependência de álcool

Se sim e sem alergia ou intolerância a penicilina: amoxicilina + ácido clavulânico e 1 dos seguintes:
- macrólido (preferencial)
ou doxiciclina

Se sim e com alergia ou intolerância à penicilina: usar cefalosporinas se possivel (de 3ª geração mais macrolido, preferivel, ou doxiciclina); se sem possibilidade de usar cefalosporinas, usar fluoroquinolona respiratoria

Se nenhum dos fatores de risco presentes:
- sem alergia a penicilina: amoxicilina + macrolido (prefencial) ou doxiciclina OU monoterapia com amoxicilina
- se com alergia a penicilina: e pode usar cefalosporinas, usae de 3ª geração mais macrolido (preferencial) ou doxiciclina; se nao pode usar cefalosporinas, usar fluoroquinolona

30
Q

Segundo UpToDate: para todos os pacientes, os regimens empíricos têm como alvo cobrir:

A

Streptococcus pneumoniae (mais comum!!)

Patogénios atípicos (ex. Legionella, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae)

31
Q

Segundo UpToDate: a cobertura é maior para quem tem comorbilidades, mais velho ou uso recente de ATB para incluir ou melhor tratar…

A

Haemophilus-influenzae produtor de beta-lactamases

Moraxella catarrhalis

Staphylococcus aureus suscetivel a meticilina

32
Q

Segundo UpToDate, para pacientes com doença pulmonar estrutural (ex. DPOC avançada) a cobertura de tratamento…

A

Deve ser expandida para cobrir Enterobacteriaceas como E. coli e Klebsiella

33
Q

Penicilina indicada

A

Amoxicilina 1g 3x dia

34
Q

Beta-lactâmicos de espectro alargado

A

Amoxicilina-ácido clavulânico 875 mg 12/12h

35
Q

Macrólidos

A

Azitromicina 500 mg no 1º dia e depois 250 mg por dia

Claritromicina 500 mg 12/12h ou 1g 1x dia

36
Q

Tetraciclinas

A

Doxiciclina 100 mg 12/12h

37
Q

Fluoroquinolonas respiratórias

A

Levofloxacina 750 mg 1x dia

38
Q

UpToDate - duração de tratamento

A

Para a maioria dos pacientes, 5 dias é suficiente

39
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - seguimento

A

Para manter o tratamento em ambulatório com segurança, tem de ser garantida a reavaliação:
* Até 72h após o início de tratamento; ou antes se apresentarem agravamento da sua situação.
* A variação dos critérios CRB-65 pode ser utilizada para monitorizar a progressão

A reavaliação pode ditar a realização de exames auxiliares de diagnóstico adicionais, alteração do local de
tratamento ou mudança de antibioterapia

40
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - quanto tempo demoram a desaparecer os sinais e sintomas?

A

Nos doentes anteriormente saudáveis, habitualmente a febre desaparece 2-3 dias depois do início da
antibioterapia e a leucocitose ao 4º dia, enquanto os outros sintomas físicos podem durar mais tempo

As alterações radiográficas são as mais demoradas a desaparecer, podendo persistir durante 4-12 semanas

41
Q

Nos doentes que não respondem ou têm uma resposta lenta ao tratamento, devem considerar-se: (3)

A
  • Situações não infeciosas:
    Edema pulmonar cardiogénico; Tromboembolismo pulmonar; Neoplasia do pulmão; Pneumopatias de
    hipersensibilidade ou radiação; Doenças do tecido conjuntivo
  • Agente não coberto pela antibioterapia:
    O agente responsável é outro OU o agente foi identificado corretamente, mas é resistente ou está em foco não acessível (abcesso ou empiema);
    O doente não está a fazer a medicação prescrita ou a dose ou frequência de administração estão erradas
  • Sobreinfeção com um novo agente
42
Q

São critérios para envio aos cuidados secundários: (5)

A
  • Falência da terapêutica em ambulatório;
  • Incapacidade para manter a via oral;
  • Exacerbação de uma comorbilidade pré-existente;
  • Existência de complicações (hipoxia, derrame pleural, sépsis, encefalopatia);
  • Outras necessidades médicas ou psicossociais (disfunção cognitiva, doença psiquiátrica, sem abrigo, abuso de drogas, falta de apoio ou compromisso do estado funcional)
43
Q

Repetição de raio x torax

A

Deve repetir-se o Rx Tórax 6 semanas depois do diagnóstico
para exclusão de uma neoplasia subjacente,
especialmente se:
* O doente tiver mais de 50 anos;
* O doente for fumador;
* A resolução da pneumonia tiver sido mais lenta que o habitual

44
Q
A