Urgência médica - Infeções ginecológicas (terminado) Flashcards

1
Q

Até prova em contrário, todas as ulceras genitais…

A

Devem ser consideradas de etiologia infeciosa

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2
Q

Úlceras vulvares de causa infeciosa - agentes de transmissão venérea: vírus

A

HSV1
e
HSV2
- ambos são a causa mais frequente de úlceras vulvares (70-80%)

VIH

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3
Q

Úlceras vulvares de causa infeciosa - agentes de transmissão venérea: bactérias

A

Treponema pallidum ++

Haemophilus ducreyi ++

Chalmydia trachomatis

Klesbiella granulomatis

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4
Q

Úlceras vulvares de causa infeciosa - agentes de transmissão não venérea: fungos

A

Candida albicans ++

Histoplasma capsulatum

Cryptococcus neoformans

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5
Q

Úlceras vulvares de causa infeciosa - agentes de transmissão não venérea: vírus

A

VEB ++

CMV

VZV

Coxsackie A

Enterovirus 71

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6
Q

Úlceras vulvares de causa infeciosa - agentes de transmissão não venérea: bactérias

A

Salmonella ++

Mycoplasma pneumoniae ++

Staphylococcus

Streptococcus

Pseudomonas

Corynebacterium diphtheriae

Micobactérias

Actinomyces

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7
Q

Úlceras vulvares de causa infeciosa - agentes de transmissão não venérea: parasitas

A

Leishmania

Schistosoma

Entamoeba histolytica

Toxoplasma gondii

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8
Q

Úlceras vulvares de causa não infeciosa: dermatoses não bolhosas

A

Dermatite de contacto irritativa ++

Reação fixa a fármacos (++): sulfonamidas, tetraciclinas, penicilina, cefalosporinas, hidroclorotiazida, furosemida, bloqueadores beta, IECA, fenitoína, alopurinol, nicorandil, foscamet, vacinas, biológicos, AINEs, citotóxicos, metaqualona, barbitúricos, fluconazol

Líquen escleroso ++

Líquen plano ++

Doença de Crohn ++

Síndrome de Behçet ++

Doença de Darier

Pioderma gangrenosum

Hidradenite supurativa

Eritema necrolítico migratório

Lúpus eritematoso disseminado

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9
Q

Úlceras vulvares de causa não infeciosa - dermatoses bolhosas auto-imunes

A

Penfigoide bolhoso das membranas mucosas

Pênfigo vulgar

Penfigoide bolhoso

Doença de deposito linear por IgA

Epidermolise bolhosa adquirida

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10
Q

Úlceras vulvares de causa não infeciosa - não auto-imunes

A

Dermatite de contacto ++

Necrólise epidérmica tóxica

Hailey-Hailey

Epidermólise bolhosa hereditária

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11
Q

Úlceras vulvares de causa não infeciosa - condições pré-malignas/ malignas

A

VIN

Carcinoma basocelular

Carcinoma epidermoide

Doença de Paget extra-mamária

Melanoma

Linfoma

Leucemia

Histiocitose de células de Langerhans

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12
Q

Úlceras vulvares de causa não infeciosa - miscelânea

A

Nódulo reumatoide

Gangrena

Acrodermatite

Linfangiectasia

Doença de enxerto vs hospedeiro

Picada de aranha

Fissuras himeneais

Doença de Reiter

Granulomatose de Wegener

Neuropática

Mutilação genital feminina

Traumatismo

Auto-induzida

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13
Q

Úlceras vulvares - herpes genital: agente etiológico

A

HSV2 (65-80%); HSV1

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14
Q

Úlceras vulvares - herpes genital: 5 caraterísticas (localização das lesões, número de lesões, dor, aspeto das lesões, adenomegalias)

A

Localização das lesões: colo uterino, vulva, vagina, períneo, coxas e nádegas

N.º de lesões: múltiplas

Dor: sim (por vezes, também ardor/prurido), pode ser muito intensa

Aspeto das lesões:
* Infeção primária: vulva eritematosa e edemaciada, com vesículas agrupadas, evoluindo para pústulas e
úlceras de base eritematosa; bilaterais e frequentemente coalescendo; bordos e base moles (resolução em duas semanas)
* Infeção recorrente: lesões menos exuberantes, edema discreto, unilaterais (resolução em 5-7 dias)

Adenomegalias: gânglios aumentados, sem flutuação, dolorosos (especialmente na infeção primária)

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15
Q

Úlceras vulvares - herpes genital: tratamento

A
  • Aciclovir 400 mg, 3 id
  • Aciclovir 200 mg, 5 id
  • Valaciclovir 1000 mg, 2 id

7 a 10 dias

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16
Q

Úlceras vulvares - herpes genital: doença recorrente (4 considerações sobre o tratamento)

A
  • Pode optar-se por tratamento sintomático das crises ou supressivo, de acordo com a frequência das crises e a
    vontade da doente
  • O tratamento supressivo diminui a transmissão
  • Há evidência relativamente à segurança destes esquemas durante pelo menos 6 anos (aciclovir)
  • O tratamento episódico, este deve ser iniciado no período prodrómico ou até 48 horas após o surgimento de lesões (deve ser portadora de medicação ou receita válida)
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17
Q

Úlceras vulvares - herpes genital: doença recorrente (tratamento episódico)

A

o Aciclovir 400 mg, 3 id, 5 dias
o Aciclovir 800 mg, 2 id, 5 dias
o Aciclovir 800 mg, 3 id, 2 dias
o Valaciclovir 500 mg, 2 id, 3 dias
o Valaciclovir 1000 mg, id, 5 dias

Se HIV:
o Aciclovir 400 mg, 3 id, 5-10 dias
o Valaciclovir 1000 mg, 2 id, 5-10 dias
o Imiquimod tópico id, 5 dias (se resistência aos anteriores)

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18
Q

Úlceras vulvares - herpes genital: doença recorrente (tratamento supressivo)

A

o Aciclovir 400 mg, 2 id
o Valaciclovir 1000 mg, id

Se HIV:
o Aciclovir 400-800 mg, 2-3 id
o Valaciclovir 500 mg, 2 id

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19
Q

Úlceras vulvares: sífilis primária (agente)

A

Treponema pallidum

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20
Q

Úlceras vulvares: sífilis primária - transmissão

A

Sexual, Vertical, Transfusão

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21
Q

Úlceras vulvares: sífilis primária - incubação

A

3 dias - 3 meses (x̅= 3 semanas)

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22
Q

Úlceras vulvares: sífilis primária - caraterísticas (local da infeção, nº de lesões, dor, aspeto das lesões, adenomegalias e evolução)

A

Local da infeção: no local de inoculação (+ nos grandes lábios ou no vestíbulo; frequentemente passa desapercebido - colo, vagina)

N.º de lesões: habitualmente única (70% dos casos)

Dor: indolor

Aspeto das lesões: inicialmente uma pápula, com evolução para úlcera (cerca de 2 cm); bordos bem definidos, elevados e duros; exsudado seroso; base vermelha e dura, sem crosta

Adenomegalias: gânglios aumentados uni ou bilaterais, firmes, móveis, indolores e sem flutuação

Evolução: cicatrização espontânea, sem cicatriz, em 1-2 meses

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23
Q

Úlceras vulvares: sífilis primária - serologia

A
  • Aconselhado pedir inicialmente um teste treponémico (maior sensibilidade na sífilis primária; positividade +
    precoce do que os não-treponémicos): TP-PA, FTA-ABS ou MHA-TP
  • Se positivo, repetir com um segundo teste treponémico (baixa especificidade dos testes)
  • Se se pedir inicialmente um teste não treponémico (VDRL) e este for positivo, deve ser pedida confirmação com um treponémico
  • Se serologias negativas, mas suspeita elevada, repetir ao fim de 2 semanas ou efetuar biópsia
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24
Q

Úlceras vulvares: sífilis primária - história natural

A

Sífilis precoce
- sífilis primária
- sífilis secundária
- sífilis latente precoce

Sífilis precoce evolui para sífilis tardia

Sífilis tardia
- sífilis latente tardia
- sífilis terciária

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25
Sífilis Secundária - caraterísticas
4-8 semanas após lesão primária * Lesões mucocutâneas (90%), não pruriginosas, com atingimento palmo-plantar * Envolvimento multissistémico * Febre, mal-estar * Linfadenopatia generalizada * Hepatite, esplenomegalia * Artrite * Glomerulonefrite * Resolução espontânea (4-12 semanas)
26
Sífilis latente
* Serologia positiva, na ausência de manifestações clínicas * Dividida em 2 fases: o Sífilis latente precoce → infeção < 2 anos o Sífilis latente tardia → infeção ≥ 2 anos (ou duração de infeção desconhecida) → O UpToDate considera o cut off de 1 ano!
27
Sífilis terciária
* 25% dos doentes não tratados * Até ≥ 30 anos após infeção * Pode afetar qualquer órgão/sistema * Principais manifestações: o Neurossífilis, doença cardiovascular, lesões gomatosas
28
Sífilis - 2 considerações
* Coinfecção com VIH é muito frequente * DOENÇA DE DECLARAÇÃO OBRIGATÓRIA
29
Sífilis - tratamento
* Sífilis precoce: Penicilina benzatínica 2,4 milhões de unidades, IM, dose única * Sífilis Tardia: Penicilina benzatínica 2,4 milhões de unidades, IM, 1 x semana, 3 semanas o Se suspeita de atingimento cardiovascular, ocular ou SNC → Referenciar ao hospital Se alergia: * Dessensibilização (preferencial) * Doxiciclina 100 mg, 2 id, 14 dias * Ceftriaxone 1 g IM, id, 10 dias * Azitromicina 2 g, dose única * Eritromicina 500 mg, 4 id (na alergia à penicilina)
30
Sífilis - seguimento
Testes treponémicos permanecem positivos após o tratamento Titulação periódica de testes não-treponémicos (VDRL) permite monitorizar a resposta ao tratamento o Diminuição do título ≥4x (ou ≥ 2 diluições) considerada significativa ( ex: 1:16 para 1:4)
31
Sífilis - seguimento (segundo UpToDate)
Monitorização após o tratamento – Os pacientes devem ser monitorizados clinicamente e com testes serológicos após o tratamento Resposta serológica esperada – Uma redução de quatro vezes no título não-treponémico, equivalente a uma alteração de duas diluições (exemplo: de 1:32 para 1:8 ou de 1:16 para 1:4), é considerada uma resposta serológica adequada. Com o tempo, a maioria dos pacientes tratados com sucesso para sífilis apresenta serorreversão; no entanto, alguns podem ter uma redução adequada nos títulos, mas os títulos não-treponémicos não apresentam serorreversão Frequência de testes – Para pacientes sem HIV, a frequência dos testes serológicos depende do estágio da doença: - Sífilis precoce – Seis e 12 meses após o tratamento; espera-se uma resposta adequada até aos 12 meses. - Sífilis tardia – Seis, 12 e 24 meses após o tratamento; pode demorar até dois anos para alcançar uma resposta adequada em pacientes com sífilis tardia Pacientes com HIV são normalmente monitorizados com maior frequência
32
Úlceras vulvares: cancróide - agente
Haemophilus ducreyi
33
Úlceras vulvares: cancróide - prevalência
Muito raro nos países ocidentais (surtos esporádicos)
34
Úlceras vulvares: cancróide - caraterísticas (local da infeção, nº de lesões, dor, aspeto das lesões, adenomegalias e evolução)
Local da infeção: no local de inoculação Nº de lesões: uma ou duas (por vezes, múltiplas ou gigantes) Dor: muito doloroso Aspeto das lesões: pápula ou pústula no local de inoculação, inicialmente indolor, evoluindo para uma úlcera dolorosa, profunda, mole, de bordos mal definidos; base friável, com exsudado necrótico, com cheiro Adenomegalias: gânglios aumentados unilateralmente, dolorosos (por vezes, de grandes dimensões, com flutuação e drenagem crónica) Evolução: cicatrização espontânea em 2 meses, com cicatriz; com tratamento, alívio sintomático ao fim de 3 dias e melhoria das lesões em 7 dias
35
Cancróide - tratamento
* Azitromicina 1g, dose única * Ceftriaxone 250 mg, IM, dose única * Ciprofloxacina 500 mg, 2 id, 3 dias * Eritromicina 500 mg, 3 id, 7 dias * Eventual aspiração/incisão e drenagem de gânglios inguinais
36
Cancróide - 2 notas
* Coinfecção com VIH e/ou T. pallidum é muito frequente * Pode haver distorção anatómica marcada, apesar do sucesso do tratamento
37
Úlceras vulvares - linfogranuloma venéreo: agente
Chlamydia trachomatis
38
Úlceras vulvares - linfogranuloma venéreo: prevalência
Raro em mulheres; a aumentar a frequência em MSM
39
Úlceras vulvares - linfogranuloma venéreo: caraterísticas (localização das lesões, nº de lesões, dor, aspeto das lesões, adenomegalias e outros sintomas)
Localização das lesões: no local da inoculação Nº de lesões: única Dor: indolor Aspeto das lesões: inicialmente, uma pápula, que posteriormente pode ulcerar (raramente observado) e cicatrizar rapidamente Adenomegalias: semanas depois do surgimento da pápula; usualmente unilaterais e dolorosos (bubões); podem fistulizar Outros sintomas: sintomatologia de uretrite e/ou proctite
40
Linfogranuloma venéreo - complicações
* Elefantíase * Fistulização crónica dos bubões
41
Linfogranuloma venéreo - tratamento
1ª linha * Doxiciclina 100 mg, 2 id, 21 dias 2ª linha * Eritromicina 500 mg 4 id, 21 dias * Azitromicina 1g, 1x/semana, 3 semanas * Drenagem por aspiração dos bubões maiores e com flutuação
42
Úlceras vulvares - granuloma inguinal: agente
Klebsiella granulomatis
43
Úlceras vulvares - granuloma inguinal: caraterísticas (localização das lesões, nº de lesões, dor, aspeto das lesões, adenomegalias e outros sintomas)
Localização das lesões: no local da inoculação (raramente no colo) Nº de lesões: única ou múltiplas (em 50% dos casos) Dor: indolor Aspeto das lesões: inicialmente nódulos ou pápulas, que posteriormente sofrem erosão; lesões muito vascularizadas (vermelhas), sangrando muito facilmente, moles, bordos bem definidos (variantes: ulcerovegetativa, nodular, hipertrófica e cicatricial); pode haver áreas de ulceração em expansão e outras em cicatrização na mesma lesão; frequente a extensão às pregas cutâneas e surgimento de fissuras profundas («knife cut like») Adenomegalias: raramente Outros sintomas: pseudo-bubões; Extensão a órgãos pélvicos ou à distância (intra-abdominal, ossos e boca)
44
Granuloma inguinal - tratamento
1ª linha * Doxiciclina 100 mg,2 id, 21 dias 2ª linha: * Ciprofloxacina 750 mg, 2 id, 21 dias * Eritromicina 500 mg, 4 id, 21 dias * Azitromicina 500 mg, id, 21 dias * Azitromicina 1000 mg, 1x/semana, durante pelo menos três semanas * Trimetoprim-sulfametoxazol 160/800 mg, 2 id, 21 dias * Se ainda houver lesões ao fim de 3 semanas, prolongar o tratamento
45
Granuloma inguinal - 4 notas
* Suspeitar em indivíduos provenientes, que tenham viajado, ou com contacto com indivíduos das Caraíbas, África, Austrália, Sul da Índia, América do Sul ou Sudeste Asiático * Podem ocorrer recorrências, 6-18 meses, mesmo apesar de aparente tratamento com sucesso * A transmissão pode ser não venérea * Sem tratamento, evolução para cura espontânea ao fim de vários meses, mas com destruição extensa de tecidos
46
As 3 doenças + frequentemente associadas a corrimento vaginal são
Vaginose bacteriana; candidíase; tricomoníase
47
Vaginose bacteriana - clínica
Corrimento branco-acinzentado, fino e homogéneo, que reveste as paredes da vagina e vestíbulo, com odor intenso a peixe, não irritativo (sem prurido ou eritema vulvovaginal) * ≈ 50% assintomáticas
48
Vaginose bacteriana - diagnóstico
Baseia-se em sinais e sintomas clínicos e pode ser apoiado por testes laboratoriais. * critérios clínicos – Critérios Diagnósticos de Amsel * exame microscópico a fresco (amostra de corrimento colhida das paredes da vagina com um cotonete) * exame Gram (método laboratorial gold standard para o seu diagnóstico): Critérios de Hay-Ison
49
Vaginose bacteriana - Critérios Clínicos Diagnósticos de Amsel
(presença de ≥3 critérios): 1. corrimento vaginal homogéneo, branco-acinzentado 2. pH vaginal > 4.5 3. corrimento vaginal com odor a peixe (se não for reconhecido, usar algumas gotas de KOH 10%) | Teste do olfato, das aminas ou de Wiff 4. presença de clue cells ao exame microscópico a fresco
50
Vaginose bacteriana - quem tratar?
Indicações * mulheres sintomáticas * mulheres assintomáticas que vão ser submetidas a cirurgia ginecológica Não é recomendado o tratamento dos parceiros sexuais
51
Vaginose bacteriana - durante o tratamento
Durante o tratamento, usar preservativo ou evitar relações sexuais
52
Vaginose bacteriana - recorrências
Muitas doentes tem recorrência da infeção dentro de 3-12 meses, qualquer que seja a terapêutica usada
53
Vaginose bacteriana - tratamento das recorrências
Metronidazol tópico 2x semana, 4 a 6 meses
54
Vaginose bacteriana - tratamento
Esquemas terapêuticos recomendados (Evidência nível Ia, grau A) - Metronidazol 500 mg, p.o., 2 id, 7 dias ou - Clindamicina* creme vaginal 2%, 7 dias ou - Metronidazol óvulos vaginais 500 mg, 5 dias * O creme de clindamicina reduz a eficácia dos preservativos devido aos óleos minerais Esquemas alternativos - Tinidazol 2 g, p.o., id, 2 dias ou - Tinidazol 1 g, p.o., id, 5 dias ou - Clindamicina 300 mg, p.o., 2 id, 7 dias ou - Cloreto de dequalínio comprimidos vaginais 10 mg, id, 6 dias
55
Vaginose bacteriana - tratamento na gravidez
O tratamento é recomendado nas grávidas sintomáticas - Metronidazol 500 mg, p.o., 2 id, 7 dias ou - Metronidazol 250 mg, p.o., 3 id, 7 dias ou - Clindamicina 300 mg, p.o., 2 id, 7 dias Notas: - O metronidazol pode ser utilizado em todos os trimestres da gravidez (categoria B). Não foram demonstrados efeitos teratogénicos ou mutagénicos no feto - O tinidazol não deve ser utilizado, pois, a sua segurança não esta comprovada na gravidez (categoria C)
56
Vaginose bacteriana - tratamento se infeção por HIV
Embora as recorrências sejam mais frequentes nas mulheres HIV positivas, o seu tratamento segue o esquema terapêutico adotado para as HIV negativas
57
Candidíase - etiologia
Candida albicans (90%); Outras espécies de Candida sp. (C. glabrata, C. krusei, C. tropicalis...)
58
Candidíase - clínica
* Corrimento branco, grumoso e espesso, tipo requeijão, inodoro, que forma placas aderentes às paredes vaginais, eritema, edema e fissuras vulvares * Ardor e prurido vulvar, dispareunia superficial * 10-20% assintomáticas
59
Candidíase recorrente - definição
≥ 4 episódios sintomáticos por ano
60
Candidíase não complicada - 4 caraterísticas
Esporádica ou pouco frequente Ligeira a moderada C. albicans provável Mulher não imunocomprometida
61
Candidíase complicada - 4 caraterísticas
Recorrente Severa Candidíase não albicans Mulher imunodeprimida, com diabetes descompensada ou debilitada
62
Candidíase - diagnóstico
Essencialmente clínico. Pode ser confirmado laboratorialmente com zaragatoa vaginal, por exame microscópico a fresco e/ou cultural * pH vaginal: normal (< 4.5) * Teste do olfato, das aminas ou de Wiff: negativo
63
Candidíase - exame microscópico com solução salina
Pseudohifas (40-60% dos casos); blastosporos (a adição de 2 gotas de KOH a 10% lisa as células epiteliais e torna mais visíveis as hifas)
64
Candidíase - exame Gram
esporos / pseudohifas (≥ 65% nos casos sintomáticos)
65
Candidíase - indicações para tratamento
* Mulheres sintomáticas * Parceiro sexual sintomático, com balanite
66
Candidíase não complicada - tratamento
Tratamento oral: - Fluconazol: 150 mg, toma única ou - Itraconazol: 200 mg, 2 vezes ao dia, toma única ou 1 g, 2 tomas (12/12h) Tratamento intravaginal - Clotrimazol: Creme vaginal 1%, durante 6 dias ou Comprimido vaginal 500 mg, dose única ou Comprimidos vaginais 200 mg, durante 3 dias consecutivos ou 100 mg durante 6 dias consecutivos - Miconazol: Creme vaginal 2%, durante 6 dias ou Econazol creme vaginal 1%, durante 6 dias ou Econazol óvulo vaginal 150 mg, durante 3 dias ou Econazol óvulo vaginal 300 mg, dose única - Sertaconazol: Comprimido vaginal 500 mg, dose única ou Creme vaginal 2%, durante 6 dias - Isoconazol: Creme vaginal 1%, durante 6 dias - Tioconazol: Comprimido vaginal 100 mg, dose única - Fenticonazol: Creme vaginal 2%, durante 6 dias ou Óvulo vaginal 200 mg, durante 6 dias - Nistatina: Comprimido vaginal, 1 vez ao dia, durante 14 dias Nota: as terapêuticas tópicas, com óvulos e cremes vaginais, diminuem a eficácia dos preservativos
67
Candidíase complicada - tratamento
Severa - Fluconazol: 150 mg, via oral (p.o.), toma única e repetir após 3 dias (dias 1 e 4). e/ou - Terapêutica antifúngica tópica: Durante 14 dias Recorrente - Tratamento inicial: . Fluconazol: 150 mg ou 200 mg, a cada 3 dias, num total de 3 tomas (dias 1, 4 e 7). e/ou . Terapêutica antifúngica tópica: 7 a 14 dias. - Tratamento de manutenção: . Fluconazol (100 mg, 150 mg ou 200 mg): 1 vez por semana, durante 6 meses. . Caso não seja possível a terapêutica oral: Terapêutica tópica intermitente, após a menstruação
68
Candidíase complicada - quando o prurido vulvar é intenso...
A aplicação tópica de hidrocortisona em creme dá um alívio sintomático mais rápido
69
Candidíases recorrentes - regressão
Nas candidíases recorrentes 30-40% regridem após tratamento prolongado Nestas, o tratamento do parceiro sexual é discutível e é recomendada a dupla abordagem terapêutica (oral e tópica)
70
Candidíase por Candida não albicans - tratamento
* O tratamento ótimo não está definido. A Candida glabrata e Krusei são resistentes ao fluconazol * Recomenda-se o tratamento oral ou tópico, 7 a 14 dias, com outro imidazol, ou a utilização intravaginal de um manipulado de ácido bórico, 14 dias (comprimido vaginal, 600 mg)
71
Candidíase na gravidez
* As preparações orais antifúngicas não devem ser usadas na gravidez * Usar formulações tópicas, durante 6 dias
72
Candidíase e infeção por HIV
As vulvovaginites sintomáticas são mais frequentes, contudo, o tratamento adotado não difere das mulheres HIV negativas
73
Tricomoníase - agente
Trichomonas vaginalis
74
Tricomoníase - clínica
* Corrimento: espumoso (arejado) em > 70%; amarelo-esverdeado em 10-30% * Eritema vulvar; vaginite; colo “em framboesa” em ≈2% * Irritação e prurido vulvar; disúria * 10-50% assintomáticas
75
Tricomoníase - diagnóstico
Baseia-se em dados clínicos e testes laboratoriais: * Exame microscópico a fresco em solução salina – identifica o protozoário flagelado em 40-80% dos casos; o exame microscópico deve ser efetuado tão cedo quanto possível, porque a motilidade do protozoário diminui com o tempo. * Teste Wiff ou das aminas - usualmente positivo * pH > 4.5
76
Tricomoníase - tratamento: indicações
Mulheres sintomáticas Tratamento epidemiológico dos parceiros sexuais
77
Tricomoníase - tratamento
Esquemas terapêuticos recomendados (evidência nível Ia, grau A) - metronidazol 2 g p.o. toma única (taxa de cura 90-95%) ou - tinidazol 2 g p.o. toma única (taxa de cura 86-100%) ou - secnidazol 2 g p.o. toma única * Devido às altas taxas de infeção da uretra e glândulas parauretrais, a administração via sistémica é preferencial. Não se recomendam os tratamentos locais * Evitar relações sexuais até estar terminada a terapêutica prescrita e ficarem assintomáticos (a doente e o parceiro)
78
Tricomoníase - tratamento, se recorrência
Tinidazol* ou metronidazol 2 g, p.o, id, 5 dias * O tinidazol tem maior semivida sérica que o metronidazol e atinge níveis séricos mais elevados nos tecidos génito-urinários; algumas espécies de T. vaginalis têm concentrações inibitórias mínimas mais baixas para o tinidazol que para o metronidazol
79
Tricomoníase - tratamento, se gravidez
É recomendado tratar as grávidas sintomáticas - esquema terapêutico recomendado: metronidazol 2 g p.o. toma única - esquema alternativo: metronidazol 500 mg 2 id, 7 dias * Apesar da tricomoníase estar associada a resultados adversos na gravidez, particularmente rotura prematura de membranas pré-termo, parto pré-termo e recém-nascidos de baixo peso, o tratamento não parece demonstrar redução da morbilidade perinatal * Nas grávidas assintomáticas pode considerar-se o tratamento depois das 37 semanas, tendo em conta o risco de transmissão ao RN – infeção respiratória e genital
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Tricomoníase - tratamento, se infeção por HIV
* A infeção por T. vaginalis em mulheres HIV positivas aumenta o risco de transmissão de HIV, por aumento da concentração viral nas secreções vaginais * O rastreio anual é recomendado, tal como a avaliação 3 meses após o tratamento de uma infeção Esquema terapêutico: - metronidazol 500 mg p.o. 2 id, 7 dias ou - metronidazol/ tinidazol 2 g, p.o. 5 dias
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