Urgência médica - Infeções ginecológicas (terminado) Flashcards

1
Q

Até prova em contrário, todas as ulceras genitais…

A

Devem ser consideradas de etiologia infeciosa

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2
Q

Úlceras vulvares de causa infeciosa - agentes de transmissão venérea: vírus

A

HSV1
e
HSV2
- ambos são a causa mais frequente de úlceras vulvares (70-80%)

VIH

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3
Q

Úlceras vulvares de causa infeciosa - agentes de transmissão venérea: bactérias

A

Treponema pallidum ++

Haemophilus ducreyi ++

Chalmydia trachomatis

Klesbiella granulomatis

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4
Q

Úlceras vulvares de causa infeciosa - agentes de transmissão não venérea: fungos

A

Candida albicans ++

Histoplasma capsulatum

Cryptococcus neoformans

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5
Q

Úlceras vulvares de causa infeciosa - agentes de transmissão não venérea: vírus

A

VEB ++

CMV

VZV

Coxsackie A

Enterovirus 71

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6
Q

Úlceras vulvares de causa infeciosa - agentes de transmissão não venérea: bactérias

A

Salmonella ++

Mycoplasma pneumoniae ++

Staphylococcus

Streptococcus

Pseudomonas

Corynebacterium diphtheriae

Micobactérias

Actinomyces

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7
Q

Úlceras vulvares de causa infeciosa - agentes de transmissão não venérea: parasitas

A

Leishmania

Schistosoma

Entamoeba histolytica

Toxoplasma gondii

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8
Q

Úlceras vulvares de causa não infeciosa: dermatoses não bolhosas

A

Dermatite de contacto irritativa ++

Reação fixa a fármacos (++): sulfonamidas, tetraciclinas, penicilina, cefalosporinas, hidroclorotiazida, furosemida, bloqueadores beta, IECA, fenitoína, alopurinol, nicorandil, foscamet, vacinas, biológicos, AINEs, citotóxicos, metaqualona, barbitúricos, fluconazol

Líquen escleroso ++

Líquen plano ++

Doença de Crohn ++

Síndrome de Behçet ++

Doença de Darier

Pioderma gangrenosum

Hidradenite supurativa

Eritema necrolítico migratório

Lúpus eritematoso disseminado

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9
Q

Úlceras vulvares de causa não infeciosa - dermatoses bolhosas auto-imunes

A

Penfigoide bolhoso das membranas mucosas

Pênfigo vulgar

Penfigoide bolhoso

Doença de deposito linear por IgA

Epidermolise bolhosa adquirida

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10
Q

Úlceras vulvares de causa não infeciosa - não auto-imunes

A

Dermatite de contacto ++

Necrólise epidérmica tóxica

Hailey-Hailey

Epidermólise bolhosa hereditária

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11
Q

Úlceras vulvares de causa não infeciosa - condições pré-malignas/ malignas

A

VIN

Carcinoma basocelular

Carcinoma epidermoide

Doença de Paget extra-mamária

Melanoma

Linfoma

Leucemia

Histiocitose de células de Langerhans

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12
Q

Úlceras vulvares de causa não infeciosa - miscelânea

A

Nódulo reumatoide

Gangrena

Acrodermatite

Linfangiectasia

Doença de enxerto vs hospedeiro

Picada de aranha

Fissuras himeneais

Doença de Reiter

Granulomatose de Wegener

Neuropática

Mutilação genital feminina

Traumatismo

Auto-induzida

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13
Q

Úlceras vulvares - herpes genital: agente etiológico

A

HSV2 (65-80%); HSV1

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14
Q

Úlceras vulvares - herpes genital: 5 caraterísticas (localização das lesões, número de lesões, dor, aspeto das lesões, adenomegalias)

A

Localização das lesões: colo uterino, vulva, vagina, períneo, coxas e nádegas

N.º de lesões: múltiplas

Dor: sim (por vezes, também ardor/prurido), pode ser muito intensa

Aspeto das lesões:
* Infeção primária: vulva eritematosa e edemaciada, com vesículas agrupadas, evoluindo para pústulas e
úlceras de base eritematosa; bilaterais e frequentemente coalescendo; bordos e base moles (resolução em duas semanas)
* Infeção recorrente: lesões menos exuberantes, edema discreto, unilaterais (resolução em 5-7 dias)

Adenomegalias: gânglios aumentados, sem flutuação, dolorosos (especialmente na infeção primária)

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15
Q

Úlceras vulvares - herpes genital: tratamento

A
  • Aciclovir 400 mg, 3 id
  • Aciclovir 200 mg, 5 id
  • Valaciclovir 1000 mg, 2 id

7 a 10 dias

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16
Q

Úlceras vulvares - herpes genital: doença recorrente (4 considerações sobre o tratamento)

A
  • Pode optar-se por tratamento sintomático das crises ou supressivo, de acordo com a frequência das crises e a
    vontade da doente
  • O tratamento supressivo diminui a transmissão
  • Há evidência relativamente à segurança destes esquemas durante pelo menos 6 anos (aciclovir)
  • O tratamento episódico, este deve ser iniciado no período prodrómico ou até 48 horas após o surgimento de lesões (deve ser portadora de medicação ou receita válida)
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17
Q

Úlceras vulvares - herpes genital: doença recorrente (tratamento episódico)

A

o Aciclovir 400 mg, 3 id, 5 dias
o Aciclovir 800 mg, 2 id, 5 dias
o Aciclovir 800 mg, 3 id, 2 dias
o Valaciclovir 500 mg, 2 id, 3 dias
o Valaciclovir 1000 mg, id, 5 dias

Se HIV:
o Aciclovir 400 mg, 3 id, 5-10 dias
o Valaciclovir 1000 mg, 2 id, 5-10 dias
o Imiquimod tópico id, 5 dias (se resistência aos anteriores)

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18
Q

Úlceras vulvares - herpes genital: doença recorrente (tratamento supressivo)

A

o Aciclovir 400 mg, 2 id
o Valaciclovir 1000 mg, id

Se HIV:
o Aciclovir 400-800 mg, 2-3 id
o Valaciclovir 500 mg, 2 id

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19
Q

Úlceras vulvares: sífilis primária (agente)

A

Treponema pallidum

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20
Q

Úlceras vulvares: sífilis primária - transmissão

A

Sexual, Vertical, Transfusão

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21
Q

Úlceras vulvares: sífilis primária - incubação

A

3 dias - 3 meses (x̅= 3 semanas)

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22
Q

Úlceras vulvares: sífilis primária - caraterísticas (local da infeção, nº de lesões, dor, aspeto das lesões, adenomegalias e evolução)

A

Local da infeção: no local de inoculação (+ nos grandes lábios ou no vestíbulo; frequentemente passa desapercebido - colo, vagina)

N.º de lesões: habitualmente única (70% dos casos)

Dor: indolor

Aspeto das lesões: inicialmente uma pápula, com evolução para úlcera (cerca de 2 cm); bordos bem definidos, elevados e duros; exsudado seroso; base vermelha e dura, sem crosta

Adenomegalias: gânglios aumentados uni ou bilaterais, firmes, móveis, indolores e sem flutuação

Evolução: cicatrização espontânea, sem cicatriz, em 1-2 meses

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23
Q

Úlceras vulvares: sífilis primária - serologia

A
  • Aconselhado pedir inicialmente um teste treponémico (maior sensibilidade na sífilis primária; positividade +
    precoce do que os não-treponémicos): TP-PA, FTA-ABS ou MHA-TP
  • Se positivo, repetir com um segundo teste treponémico (baixa especificidade dos testes)
  • Se se pedir inicialmente um teste não treponémico (VDRL) e este for positivo, deve ser pedida confirmação com um treponémico
  • Se serologias negativas, mas suspeita elevada, repetir ao fim de 2 semanas ou efetuar biópsia
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24
Q

Úlceras vulvares: sífilis primária - história natural

A

Sífilis precoce
- sífilis primária
- sífilis secundária
- sífilis latente precoce

Sífilis precoce evolui para sífilis tardia

Sífilis tardia
- sífilis latente tardia
- sífilis terciária

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25
Q

Sífilis Secundária - caraterísticas

A

4-8 semanas após lesão primária

  • Lesões mucocutâneas (90%), não pruriginosas, com atingimento palmo-plantar
  • Envolvimento multissistémico
  • Febre, mal-estar
  • Linfadenopatia generalizada
  • Hepatite, esplenomegalia
  • Artrite
  • Glomerulonefrite
  • Resolução espontânea (4-12 semanas)
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26
Q

Sífilis latente

A
  • Serologia positiva, na ausência de manifestações clínicas
  • Dividida em 2 fases:
    o Sífilis latente precoce → infeção < 2 anos
    o Sífilis latente tardia → infeção ≥ 2 anos (ou duração de infeção desconhecida)

→ O UpToDate considera o cut off de 1 ano!

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27
Q

Sífilis terciária

A
  • 25% dos doentes não tratados
  • Até ≥ 30 anos após infeção
  • Pode afetar qualquer órgão/sistema
  • Principais manifestações:
    o Neurossífilis, doença cardiovascular, lesões gomatosas
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28
Q

Sífilis - 2 considerações

A
  • Coinfecção com VIH é muito frequente
  • DOENÇA DE DECLARAÇÃO OBRIGATÓRIA
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29
Q

Sífilis - tratamento

A
  • Sífilis precoce: Penicilina benzatínica 2,4 milhões de unidades, IM, dose única
  • Sífilis Tardia: Penicilina benzatínica 2,4 milhões de unidades, IM, 1 x semana, 3 semanas
    o Se suspeita de atingimento cardiovascular, ocular ou SNC → Referenciar ao hospital

Se alergia:
* Dessensibilização (preferencial)
* Doxiciclina 100 mg, 2 id, 14 dias
* Ceftriaxone 1 g IM, id, 10 dias
* Azitromicina 2 g, dose única
* Eritromicina 500 mg, 4 id (na alergia à penicilina)

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30
Q

Sífilis - seguimento

A

Testes treponémicos permanecem positivos após o tratamento

Titulação periódica de testes não-treponémicos (VDRL) permite monitorizar a resposta ao tratamento
o Diminuição do título ≥4x (ou ≥ 2 diluições) considerada significativa ( ex: 1:16 para 1:4)

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31
Q

Sífilis - seguimento (segundo UpToDate)

A

Monitorização após o tratamento – Os pacientes devem ser monitorizados clinicamente e com testes serológicos após o tratamento

Resposta serológica esperada – Uma redução de quatro vezes no título não-treponémico, equivalente a uma alteração de duas diluições (exemplo: de 1:32 para 1:8 ou de 1:16 para 1:4), é considerada uma resposta serológica adequada. Com o tempo, a maioria dos pacientes tratados com sucesso para sífilis apresenta serorreversão; no entanto, alguns podem ter uma redução adequada nos títulos, mas os títulos não-treponémicos não apresentam serorreversão

Frequência de testes – Para pacientes sem HIV, a frequência dos testes serológicos depende do estágio da doença:
- Sífilis precoce – Seis e 12 meses após o tratamento; espera-se uma resposta adequada até aos 12 meses.
- Sífilis tardia – Seis, 12 e 24 meses após o tratamento; pode demorar até dois anos para alcançar uma resposta adequada em pacientes com sífilis tardia

Pacientes com HIV são normalmente monitorizados com maior frequência

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32
Q

Úlceras vulvares: cancróide - agente

A

Haemophilus ducreyi

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33
Q

Úlceras vulvares: cancróide - prevalência

A

Muito raro nos países ocidentais (surtos esporádicos)

34
Q

Úlceras vulvares: cancróide - caraterísticas (local da infeção, nº de lesões, dor, aspeto das lesões, adenomegalias e evolução)

A

Local da infeção: no local de inoculação

Nº de lesões: uma ou duas (por vezes, múltiplas ou gigantes)

Dor: muito doloroso

Aspeto das lesões: pápula ou pústula no local de inoculação, inicialmente indolor, evoluindo para uma úlcera dolorosa, profunda, mole, de bordos mal definidos; base friável, com exsudado necrótico, com cheiro

Adenomegalias: gânglios aumentados unilateralmente, dolorosos (por vezes, de grandes dimensões, com flutuação
e drenagem crónica)

Evolução: cicatrização espontânea em 2 meses, com cicatriz; com tratamento, alívio sintomático ao fim de 3 dias e melhoria das lesões em 7 dias

35
Q

Cancróide - tratamento

A
  • Azitromicina 1g, dose única
  • Ceftriaxone 250 mg, IM, dose única
  • Ciprofloxacina 500 mg, 2 id, 3 dias
  • Eritromicina 500 mg, 3 id, 7 dias
  • Eventual aspiração/incisão e drenagem de gânglios inguinais
36
Q

Cancróide - 2 notas

A
  • Coinfecção com VIH e/ou T. pallidum é muito frequente
  • Pode haver distorção anatómica marcada, apesar do sucesso do tratamento
37
Q

Úlceras vulvares - linfogranuloma venéreo: agente

A

Chlamydia trachomatis

38
Q

Úlceras vulvares - linfogranuloma venéreo: prevalência

A

Raro em mulheres; a aumentar a frequência em MSM

39
Q

Úlceras vulvares - linfogranuloma venéreo: caraterísticas (localização das lesões, nº de lesões, dor, aspeto das lesões, adenomegalias e outros sintomas)

A

Localização das lesões: no local da inoculação

Nº de lesões: única

Dor: indolor

Aspeto das lesões: inicialmente, uma pápula, que posteriormente pode ulcerar (raramente observado) e cicatrizar
rapidamente

Adenomegalias: semanas depois do surgimento da pápula; usualmente unilaterais e dolorosos (bubões); podem fistulizar

Outros sintomas: sintomatologia de uretrite e/ou proctite

40
Q

Linfogranuloma venéreo - complicações

A
  • Elefantíase
  • Fistulização crónica dos bubões
41
Q

Linfogranuloma venéreo - tratamento

A

1ª linha
* Doxiciclina 100 mg, 2 id, 21 dias

2ª linha
* Eritromicina 500 mg 4 id, 21 dias
* Azitromicina 1g, 1x/semana, 3 semanas
* Drenagem por aspiração dos bubões maiores e com flutuação

42
Q

Úlceras vulvares - granuloma inguinal: agente

A

Klebsiella granulomatis

43
Q

Úlceras vulvares - granuloma inguinal: caraterísticas (localização das lesões, nº de lesões, dor, aspeto das lesões, adenomegalias e outros sintomas)

A

Localização das lesões: no local da inoculação (raramente no colo)

Nº de lesões: única ou múltiplas (em 50% dos casos)

Dor: indolor

Aspeto das lesões: inicialmente nódulos ou pápulas, que posteriormente sofrem erosão; lesões muito vascularizadas (vermelhas), sangrando muito facilmente, moles, bordos bem definidos (variantes: ulcerovegetativa, nodular,
hipertrófica e cicatricial); pode haver áreas de ulceração em expansão e outras em cicatrização na mesma lesão; frequente a extensão às pregas cutâneas e surgimento de fissuras profundas («knife cut like»)

Adenomegalias: raramente

Outros sintomas: pseudo-bubões; Extensão a órgãos pélvicos ou à distância (intra-abdominal, ossos e boca)

44
Q

Granuloma inguinal - tratamento

A

1ª linha
* Doxiciclina 100 mg,2 id, 21 dias

2ª linha:
* Ciprofloxacina 750 mg, 2 id, 21 dias
* Eritromicina 500 mg, 4 id, 21 dias
* Azitromicina 500 mg, id, 21 dias
* Azitromicina 1000 mg, 1x/semana, durante pelo menos três semanas
* Trimetoprim-sulfametoxazol 160/800 mg, 2 id, 21 dias
* Se ainda houver lesões ao fim de 3 semanas, prolongar o tratamento

45
Q

Granuloma inguinal - 4 notas

A
  • Suspeitar em indivíduos provenientes, que tenham viajado, ou com contacto com indivíduos das Caraíbas, África, Austrália, Sul da Índia, América do Sul ou Sudeste Asiático
  • Podem ocorrer recorrências, 6-18 meses, mesmo apesar de aparente tratamento com sucesso
  • A transmissão pode ser não venérea
  • Sem tratamento, evolução para cura espontânea ao fim de vários meses, mas com destruição extensa de tecidos
46
Q

As 3 doenças + frequentemente associadas a corrimento vaginal são

A

Vaginose bacteriana; candidíase; tricomoníase

47
Q

Vaginose bacteriana - clínica

A

Corrimento branco-acinzentado, fino e homogéneo, que reveste as paredes da vagina e vestíbulo, com odor
intenso a peixe, não irritativo (sem prurido ou eritema vulvovaginal)

  • ≈ 50% assintomáticas
48
Q

Vaginose bacteriana - diagnóstico

A

Baseia-se em sinais e sintomas clínicos e pode ser apoiado por testes laboratoriais.
* critérios clínicos – Critérios Diagnósticos de Amsel
* exame microscópico a fresco (amostra de corrimento colhida das paredes da vagina com um cotonete)
* exame Gram (método laboratorial gold standard para o seu diagnóstico): Critérios de Hay-Ison

49
Q

Vaginose bacteriana - Critérios Clínicos Diagnósticos de Amsel

A

(presença de ≥3 critérios):
1. corrimento vaginal homogéneo, branco-acinzentado
2. pH vaginal > 4.5
3. corrimento vaginal com odor a peixe (se não for reconhecido, usar algumas gotas de KOH 10%) | Teste do olfato, das aminas ou de Wiff
4. presença de clue cells ao exame microscópico a fresco

50
Q

Vaginose bacteriana - quem tratar?

A

Indicações
* mulheres sintomáticas
* mulheres assintomáticas que vão ser submetidas a cirurgia ginecológica

Não é recomendado o tratamento dos parceiros sexuais

51
Q

Vaginose bacteriana - durante o tratamento

A

Durante o tratamento, usar preservativo ou evitar relações sexuais

52
Q

Vaginose bacteriana - recorrências

A

Muitas doentes tem recorrência da infeção dentro de 3-12 meses,
qualquer que seja a terapêutica usada

53
Q

Vaginose bacteriana - tratamento das recorrências

A

Metronidazol tópico 2x semana, 4 a 6 meses

54
Q

Vaginose bacteriana - tratamento

A

Esquemas terapêuticos recomendados
(Evidência nível Ia, grau A)
- Metronidazol 500 mg, p.o., 2 id, 7 dias
ou
- Clindamicina* creme vaginal 2%, 7 dias
ou
- Metronidazol óvulos vaginais 500 mg, 5 dias

  • O creme de clindamicina reduz a eficácia dos preservativos devido aos óleos minerais

Esquemas alternativos
- Tinidazol 2 g, p.o., id, 2 dias
ou
- Tinidazol 1 g, p.o., id, 5 dias
ou
- Clindamicina 300 mg, p.o., 2 id, 7 dias
ou
- Cloreto de dequalínio comprimidos vaginais 10 mg, id, 6 dias

55
Q

Vaginose bacteriana - tratamento na gravidez

A

O tratamento é recomendado nas grávidas sintomáticas

  • Metronidazol 500 mg, p.o., 2 id, 7 dias
    ou
  • Metronidazol 250 mg, p.o., 3 id, 7 dias
    ou
  • Clindamicina 300 mg, p.o., 2 id, 7 dias

Notas:
- O metronidazol pode ser utilizado em todos os trimestres da gravidez
(categoria B). Não foram demonstrados efeitos teratogénicos ou mutagénicos no feto
- O tinidazol não deve ser utilizado, pois, a sua segurança não esta comprovada na gravidez (categoria C)

56
Q

Vaginose bacteriana - tratamento se infeção por HIV

A

Embora as recorrências sejam mais frequentes nas mulheres HIV positivas, o seu tratamento segue o esquema terapêutico adotado para as HIV negativas

57
Q

Candidíase - etiologia

A

Candida albicans (90%); Outras espécies de Candida sp. (C. glabrata, C. krusei, C. tropicalis…)

58
Q

Candidíase - clínica

A
  • Corrimento branco, grumoso e espesso, tipo requeijão, inodoro, que forma placas aderentes às paredes vaginais, eritema, edema e fissuras vulvares
  • Ardor e prurido vulvar, dispareunia superficial
  • 10-20% assintomáticas
59
Q

Candidíase recorrente - definição

A

≥ 4 episódios sintomáticos por ano

60
Q

Candidíase não complicada - 4 caraterísticas

A

Esporádica ou pouco frequente

Ligeira a moderada

C. albicans provável

Mulher não imunocomprometida

61
Q

Candidíase complicada - 4 caraterísticas

A

Recorrente

Severa

Candidíase não albicans

Mulher imunodeprimida, com diabetes descompensada ou debilitada

62
Q

Candidíase - diagnóstico

A

Essencialmente clínico. Pode ser confirmado laboratorialmente com zaragatoa vaginal, por exame microscópico a
fresco e/ou cultural

  • pH vaginal: normal (< 4.5)
  • Teste do olfato, das aminas ou de Wiff: negativo
63
Q

Candidíase - exame microscópico com solução salina

A

Pseudohifas (40-60% dos casos); blastosporos (a adição de 2 gotas de KOH a 10% lisa as células epiteliais e torna mais visíveis as hifas)

64
Q

Candidíase - exame Gram

A

esporos / pseudohifas (≥ 65% nos casos sintomáticos)

65
Q

Candidíase - indicações para tratamento

A
  • Mulheres sintomáticas
  • Parceiro sexual sintomático, com balanite
66
Q

Candidíase não complicada - tratamento

A

Tratamento oral:
- Fluconazol: 150 mg, toma única
ou
- Itraconazol:
200 mg, 2 vezes ao dia, toma única
ou 1 g, 2 tomas (12/12h)

Tratamento intravaginal
- Clotrimazol:
Creme vaginal 1%, durante 6 dias
ou
Comprimido vaginal 500 mg, dose única
ou
Comprimidos vaginais 200 mg, durante 3 dias consecutivos ou 100 mg durante 6 dias consecutivos
- Miconazol:
Creme vaginal 2%, durante 6 dias
ou
Econazol creme vaginal 1%, durante 6 dias
ou
Econazol óvulo vaginal 150 mg, durante 3 dias
ou
Econazol óvulo vaginal 300 mg, dose única
- Sertaconazol:
Comprimido vaginal 500 mg, dose única
ou
Creme vaginal 2%, durante 6 dias
- Isoconazol:
Creme vaginal 1%, durante 6 dias
- Tioconazol:
Comprimido vaginal 100 mg, dose única
- Fenticonazol:
Creme vaginal 2%, durante 6 dias
ou
Óvulo vaginal 200 mg, durante 6 dias
- Nistatina:
Comprimido vaginal, 1 vez ao dia, durante 14 dias

Nota: as terapêuticas tópicas, com óvulos e cremes vaginais, diminuem a eficácia dos preservativos

67
Q

Candidíase complicada - tratamento

A

Severa
- Fluconazol:
150 mg, via oral (p.o.), toma única e repetir após 3 dias (dias 1 e 4).
e/ou
- Terapêutica antifúngica tópica:
Durante 14 dias

Recorrente
- Tratamento inicial:
. Fluconazol: 150 mg ou 200 mg, a cada 3 dias, num total de 3 tomas (dias 1, 4 e 7).
e/ou
. Terapêutica antifúngica tópica: 7 a 14 dias.
- Tratamento de manutenção:
. Fluconazol (100 mg, 150 mg ou 200 mg): 1 vez por semana, durante 6 meses.
. Caso não seja possível a terapêutica oral:
Terapêutica tópica intermitente, após a menstruação

68
Q

Candidíase complicada - quando o prurido vulvar é intenso…

A

A aplicação tópica de hidrocortisona em creme dá um alívio sintomático mais rápido

69
Q

Candidíases recorrentes - regressão

A

Nas candidíases recorrentes 30-40% regridem após tratamento prolongado

Nestas, o tratamento do parceiro sexual é discutível e
é recomendada a dupla abordagem terapêutica (oral e tópica)

70
Q

Candidíase por Candida não albicans - tratamento

A
  • O tratamento ótimo não está definido. A Candida glabrata e Krusei são resistentes ao fluconazol
  • Recomenda-se o tratamento oral ou tópico, 7 a 14 dias, com outro imidazol, ou a utilização intravaginal de um
    manipulado de ácido bórico, 14 dias (comprimido vaginal, 600 mg)
71
Q

Candidíase na gravidez

A
  • As preparações orais antifúngicas não devem ser usadas na gravidez
  • Usar formulações tópicas, durante 6 dias
72
Q

Candidíase e infeção por HIV

A

As vulvovaginites sintomáticas são mais frequentes, contudo, o tratamento adotado não difere das mulheres HIV
negativas

73
Q

Tricomoníase - agente

A

Trichomonas vaginalis

74
Q

Tricomoníase - clínica

A
  • Corrimento: espumoso (arejado) em > 70%; amarelo-esverdeado em 10-30%
  • Eritema vulvar; vaginite; colo “em framboesa” em ≈2%
  • Irritação e prurido vulvar; disúria
  • 10-50% assintomáticas
75
Q

Tricomoníase - diagnóstico

A

Baseia-se em dados clínicos e testes laboratoriais:
* Exame microscópico a fresco em solução salina – identifica o protozoário flagelado em 40-80% dos casos; o exame microscópico deve ser efetuado tão cedo quanto
possível, porque a motilidade do protozoário diminui com o tempo.
* Teste Wiff ou das aminas - usualmente positivo
* pH > 4.5

76
Q

Tricomoníase - tratamento: indicações

A

Mulheres sintomáticas

Tratamento epidemiológico dos parceiros sexuais

77
Q

Tricomoníase - tratamento

A

Esquemas terapêuticos recomendados (evidência nível Ia, grau A)
- metronidazol 2 g p.o. toma única (taxa de cura 90-95%)
ou
- tinidazol 2 g p.o. toma única (taxa de cura 86-100%)
ou
- secnidazol 2 g p.o. toma única

  • Devido às altas taxas de infeção da uretra e glândulas parauretrais, a administração via sistémica é preferencial. Não se recomendam os tratamentos locais
  • Evitar relações sexuais até estar terminada a terapêutica prescrita e ficarem assintomáticos (a doente e o parceiro)
78
Q

Tricomoníase - tratamento, se recorrência

A

Tinidazol* ou metronidazol 2 g, p.o, id, 5 dias

  • O tinidazol tem maior semivida sérica que o metronidazol e atinge níveis séricos mais elevados nos tecidos génito-urinários; algumas espécies de T. vaginalis têm concentrações
    inibitórias mínimas mais baixas para o tinidazol que para o metronidazol
79
Q

Tricomoníase - tratamento, se gravidez

A

É recomendado tratar as grávidas sintomáticas

  • esquema terapêutico recomendado: metronidazol 2 g p.o. toma única
  • esquema alternativo: metronidazol 500 mg 2 id, 7 dias
  • Apesar da tricomoníase estar associada a resultados adversos na gravidez, particularmente rotura prematura de membranas pré-termo, parto pré-termo e recém-nascidos de
    baixo peso, o tratamento não parece demonstrar redução da morbilidade perinatal
  • Nas grávidas assintomáticas pode considerar-se o tratamento depois das 37 semanas, tendo em conta o risco de transmissão ao RN – infeção respiratória e genital
80
Q

Tricomoníase - tratamento, se infeção por HIV

A
  • A infeção por T. vaginalis em mulheres HIV positivas aumenta o risco de transmissão de HIV, por aumento da concentração viral nas secreções vaginais
  • O rastreio anual é recomendado, tal como a avaliação 3 meses após o tratamento de uma infeção

Esquema terapêutico:
- metronidazol 500 mg p.o. 2 id, 7 dias
ou
- metronidazol/ tinidazol 2 g, p.o. 5 dias

81
Q
A