Patologia aguda na criança e adolescente - pneumonia adquirida na comunidade (terminado) Flashcards

1
Q

Definição

A
  • Infeção aguda do trato respiratório inferior
  • Adquirida fora do ambiente hospitalar: sem internamento nos 7 dias prévios ao diagnóstico ou internamento há menos de 48h
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2
Q

Apresentação clínica varia…

A

Apresentação clínica varia de acordo com a idade, o agente e a gravidade → não são suficientemente sensíveis ou específicas para diagnóstico etiológico

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3
Q

Clínica geralmente

A

Geralmente produz febre, tosse e dificuldade respiratória, com evidência radiológica de infiltrado
pulmonar agudo

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4
Q

Clínica em lactentes

A

Inespecífica sobretudo em lactentes: recusa alimentar, irritabilidade

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5
Q

Radiografia de tórax - etiologia

A

Padrão imagiológico da radiografia de tórax isoladamente não permite diferenciar a etiologia:
o Consolidação lobar: ++ infeção bacteriana
o Infiltrados intersticiais: ++ atípica ou vírica

MAS falta evidência científica da sensibilidade destes achados!

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6
Q

Bacteriana típica - 9 caraterísticas

A

Idade: qualquer

Início brusco (pode haver IVAS vírica prévia)

Febre > 39ºC

Estado geral afetado

Contactos: não

Tosse produtiva

Sintomas associados:
Dor pleurítica
Sinais de sépsis
Herpes labial

Auscultação:
↓ MV e crepitações localizadas

Radiografia torácica:
Condensação (+/- derrame)

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7
Q

Vírica - 9 caraterísticas

A

Idade: < 3-4 anos

Início Insidioso

Febre < 39ºC

Estado geral Conservado

Contactos: Simultâneo

Tosse Produtiva +/-

Sintomas associados:
Coriza
Conjuntivite
Mialgias

Auscultação:
Crepitações e sibilos bilaterais

Radiografia torácica:
Infiltrado interesticial,
hiperinsuflação, atelectasia

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8
Q

Atípica - 9 caraterísticas

A

Idade: > 4-5 anos

Início Insidioso

Febre < 39ºC

Estado geral Conservado

Contactos: Distante

Tosse Distante

Sintomas associados:
Cefaleia
Mialgias
Sintomas constitucionais

Auscultação:
Crepitações e/ou sibilos uni
ou bilaterais

Radiografia torácica:
Variável: + infiltrado
intersticial, - condensação

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9
Q

Critérios de referenciação ao hospital (8)

A
  • Hipoxemia (SpO2 <92%)
  • AP: ausência de sons respiratórios e percussão com macicez → possível derrame pleural
  • < 4 meses
  • Vómitos incoercíveis
  • Dificuldade respiratória significativa
  • Sinais de deterioração clínica, como agitação ou prostração significativas
  • Incapacidade dos familiares para prestação dos cuidados e vigilância adequadas
  • Febre persiste após 48h do início da terapêutica (tratamento em ambulatório)
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10
Q

Critérios de internamento: (11)

A
  • Idade < 4 meses
  • Dificuldade respiratória significativa / SDR moderado a grave ( FR > 70 cpm em lactentes e > 50 cpm
    em crianças, dispneia, tiragem, adejo, gemido, apneias, alterações do estado de consciência)
  • Hipoxemia (SatO2
    (aa) < 90-92%)
  • Aspeto tóxico
  • PAC complicada: derrame pleural, abcesso pulmonar, pneumatocelo, pneumotórax
  • Pneumonia multifocal
  • Doença subjacente com maior risco de evolução desfavorável (imunodeficiência, FQ, doença neuromuscular, renal ou cardíaca, anemia falciforme)
  • Crianças com incapacidade de alimentação/terapêutica oral
  • Suspeita de agente especialmente virulento (S. aureus, S. pyogenes)
  • Falência do tratamento ambulatório (agravamento ou ausência de melhoria em 48-72h)
  • Incapacidade dos familiares para prestação dos cuidados e vigilância adequadas
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11
Q

Etiologia - 15-30%

A

vírus respiratórios:

o +++ VSR, influenza, parainfluenza

o - metapneumovírus, adenovírus, coronavírus, rinovírus

o Co-infeção frequente

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12
Q

Etiologia - quando bacteriana (4)

A

o Streptococcus pneumoniae: o mais frequente

o Haemophilus influenza tipo B: virtualmente eliminada com a vacinação → poderá ser considerada
em crianças muito pequenas, não completamente imunizadas

o Mycoplasma pneumpniae e Chlamydophila pneumoniae: ++ em crianças em idade escolar e
adolescentes

o Staphylococcus aureus: muito raro; maior causador de pneumatocelos e pneumonia necrotizante

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13
Q

Etiologia - Streptococcus pneumoniae

A

o mais frequente

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14
Q

Etiologia - Haemophilus influenza tipo B

A

virtualmente eliminada com a vacinação → poderá ser considerada em crianças muito pequenas, não completamente imunizadas

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15
Q

Etiologia - Mycoplasma pneumpniae e Chlamydophila pneumoniae

A

++ em crianças em idade escolar e adolescentes

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16
Q

Etiologia - Staphylococcus aureus

A

muito raro; maior causador de pneumatocelos e pneumonia necrotizante

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17
Q

Etiologia - 1 a 3 meses

A

VSR

Vírus Parainfluenza

Adenovirus

Metapneumovirus

Streptococcus pneumoniae

Staphylococcus aureus

Chlamydophila trachomatis

Haemophilus influenza tipo b

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18
Q

Etiologia - 3 meses a 5 anos

A

VSR

Vírus Parainfluenza

Vírus Influenza

Adenovirus

Metapneumovirus

Streptococcus pneumoniae

Mycoplasma pneumoniae

Staphylococcus aureus

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19
Q

Etiologia - > 5 anos

A

Mycoplasma pneumoniae

Streptococcus pneumoniae

Chlamydophila trachomatis

Streptococcus pyogenes

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20
Q

Sazonalidade

A

++ no Inverno

o Maior circulação de vírus: VSR, Influenza

o Maior permanência das crianças em espaços fechados

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21
Q

MCDTs - PAC sem critérios de internamento

A

Não há indicação para a realização de MCDT em crianças com PAC sem critérios de internamento

22
Q

Radiografia do tórax

A

o Não indicada por rotina, se infeção ligeira

o Pode ser considerada em crianças < 4 anos

23
Q

Ionograma e função renal

A

Apenas indicados se desidratação ou suspeita de SIHAD, nas crianças com critérios de internamento

24
Q

Hemograma

A
  • Se internamento e/ou doença grave
  • Pode ser justificável em casos menos graves, mas dúvida na terapêutica a instituir:
    o Leucócitos > 15000/uL e/ou desvio à esquerda → ++ bacteriana;
    o Leucopenia ou neutropenia → doença grave
25
Q

VS

A

o Mau marcador!

o > 100 → doença grave

26
Q

Leucocitose + ↑ PCR + ↑ procalcitonina

A

específicas de PAC bacteriana

27
Q

Alterações do EA específicas de PAC bacteriana

A

Leucocitose + ↑ PCR + ↑ procalcitonina

28
Q

Hemocultura

A

Deve ser efetuado em internamento, antes de iniciar antibioterapia

29
Q

Investigação etiológica específica

A

Recomendada em internamento, se doença grave, suspeita de complicações, de surto na
comunidade ou agente incomum (com terapêutica específica)

30
Q

Tratamento - decisão baseia-se em…

A

o Critérios epidemiológicos (frequência do infantário, contexto familiar, agentes mais frequentes no
grupo etário, vacinação antipneumocócica)

o Apresentação clínica

31
Q

Tratamento - medidas gerais

A

o Controlo da febre;
o Hidratação;
o Oxigenação

32
Q

Tratamento - se necessidade de antibioterapia

A

o Via oral → recomendada, segura e eficaz;

o Via EV → se quadro sético, pneumonia complicada ou incapacidade de absorção oral (vómitos);

o Duração: 7 a 10 dias

o Se após 48-72h há persistência da febre, agravamento ou ausência de melhoria do quadro →
reavaliação!

33
Q

Tratamento, se pneumonia bacteriana típica e idade < 2 anos

A

Agentes etiológicos:
- Streptococcus pneumoniæ
- Haemophilus influenza
- Staphylococcus aureus
- Streptococcus Grupo A

ATB:
Amoxicilina
ou
Amoxicilina + ác. clavulânico* (formulação 7:1)

  • Utilizar preferencialmente em crianças com esquema vacinal incompleto para Haemophilus influenza
34
Q

Tratamento, se pneumonia bacteriana típica e idade > 2 anos

A

Agentes etiológicos:
- Streptococcus pneumoniæ
- Streptococcus Grupo A

ATB:
Amoxicilina
ou
Amoxicilina + ác. clavulânico* (formulação 7:1)

  • Utilizar preferencialmente em crianças com esquema vacinal incompleto para Haemophilus influenza
35
Q

Tratamento, se pneumonia atípica - inferior a 6 meses

A

Agente etiológico
- Chlamydia trachomatis

ATB
- Azitromicina

35
Q

Tratamento, se pneumonia atípica - idade escolar

A

Agente etiológico
- Mycoplasma pneumoniæ
- Chlamydia trachomatis

ATB
- Azitromicina

35
Q

Tratamento - ATB: amoxicilina

A

Via de administração: oral

Dose:
80 – 100 mg/kg/dia

Intervalo 8/8h

Duração 7-10 dias

36
Q

Tratamento - ATB: Ampicilina

A

Via de administração: EV

Dose:
150 – 200 mg/kg/dia

Intervalo 6/6h

Duração 7-10 dias

37
Q

Tratamento - ATB: Amoxicilina / Ác. Clavulânico

A
  • Via de administração: Oral
  • Dose:
    75 – 90 mg/kg/dia
  • Intervalo 8/8h
  • Duração 7-10 dias

OU

  • Via de administração: EV
  • Dose:
    150 mg/kg/dia
  • Intervalo 8/8h
  • Duração 7-10 dias
38
Q

Tratamento - ATB: Azitromicina

A

Via de administração: Oral

Dose:
10 mg/kg/dia

Intervalo 24/24h

Duração 3 dias

39
Q

Tratamento - ATB: Cefotaxime

A

Via de administração: EV

Dose:
200 mg/kg/dia

Intervalo 8/8h

Duração 7-10 dias

40
Q

Tratamento - ATB: Ceftriaxone

A

Via de administração: EV

Dose:
50 – 100 mg/kg/dia

Intervalo 24/24h

Duração 7-10 dias

41
Q

Tratamento - ATB: Claritromicina

A

Via de administração: Oral ou EV

Dose:
15 mg/kg/dia

Intervalo 12/12h

Duração 7-10 dias

42
Q

Tratamento - ATB: Eritromicina

A

Via de administração: Oral ou EV

Dose:
40 – 50 mg/kg/dia

Intervalo 6/6h

Duração 7-10 dias

43
Q

Tratamento - ATB: Flucloxacilina

A

(Quando suspeita de infeção estafilocócica)

  • Via de administração: Oral
  • Dose:
    50 mg/kg/dia
  • Intervalo 8/8h
  • Duração 7-10 dias

OU

  • Via de administração: EV
  • Dose:
    100 - 200 mg/kg/dia
  • Intervalo 8/8h
  • Duração 7-10 dias
44
Q

Prevenção (3)

A
  • Higienização das mãos
  • Imunização
  • Aleitamento materno
45
Q

Prevenção - Higienização das mãos

A

Transmissão do vírus ocorre por contacto direto com secreções nasais infetadas

46
Q

Prevenção - Imunização

A

Haemophilus, Pertussis, Pneumococcus e Influenza → tem revelado eficácia na ↓ incidência da PAC

47
Q

Prevenção - Aleitamento materno

A

Associa-se a < incidência e < gravidade da PAC

48
Q

PAC - suspeita ou confirmada: algoritmo de abordagem

A

Critérios para referenciação?
- não: tratar em ambulatório
. PAC bacteriana: não -> medidas gerais -> se sintomas persistem, deve-se reavaliar
. PAC bacteriana: sim -> ATB -> se sintomas persistem, deve-se reavaliar

Critérios para referenciação?
- sim: referenciar para o hospital
. critérios para internamento: sim -> internar
. se sem critérios de internamento: tratar em ambulatório -> se sintomas persistem, deve-se reavaliar

49
Q
A