As famílias na MGF (terminado) Flashcards

1
Q

Definição da WONCA

A

World Organization of National Colleges, Academies and Academic Associations
of General Practitioners/ Family Physicians

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2
Q

Definição europeia de Medicina Geral e Familiar da WONCA

A

A Medicina Geral e Familiar (MGF) é uma disciplina académica e científica, com os seus próprios conteúdos
educacionais, investigação, base de evidência e atividade clínica; é uma especialidade clínica orientada para os
cuidados de saúde primários

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Q

Árvore da WONCA - 6 competências nucleares

A
  • abordagem holística
  • gestão de cuidados de saúde primários
  • abordagem abrangente
  • competências específicas de resolução de problemas
  • cuidados orientados para a comunidade
  • cuidados centrados na pessoa e na família
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4
Q

Árvore da WONCA - caraterísticas da disciplina (competências específicas) relativamente à competência nuclear de abordagem holística

A

Biopsicossocial, cultural e existencial

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Q

Árvore da WONCA - caraterísticas da disciplina (competências específicas) relativamente à competência nuclear da gestão de cuidados de saúde primários

A

Primeiro contacto, acessibilidade, todos os problemas de saúde

Provedoria e coordenação de cuidados

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6
Q

Árvore da WONCA - caraterísticas da disciplina (competências específicas) relativamente à competência nuclear da abordagem abrangente

A

Problemas de saúde agudos e crónicos

Promoção da saúde e bem estar

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7
Q

Árvore da WONCA - caraterísticas da disciplina (competências específicas) relativamente à competência nuclear de competências específicas de resolução de problemas

A

Estadios iniciais indiferenciados

Decisão baseada na incidência e prevalência

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8
Q

Árvore da WONCA - caraterísticas da disciplina (competências específicas) relativamente à competência nuclear de cuidados orientados para a comunidade

A

Responsabilidade pela saúde da comunidade

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9
Q

Árvore da WONCA - caraterísticas da disciplina (competências específicas) relativamente à competência nuclear de cuidados centrados na pessoa e na família

A

Cuidados longitudinais

Promotores da capacitação da pessoa

Centrados na pessoa e nos contextos

Relação médico-doente

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10
Q

Árvore da WONCA - base da árvore (3)

A

Atitude

Ciência

Contexto

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11
Q

Árvore da WONCA - tronco da árvore (3)

A

Tarefas clínicas

Comunicação

Gestão da prática clínica

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12
Q

Caraterísticas da disciplina de Medicina Geral e Familiar (12)

A
  • Ser normalmente o primeiro ponto de contacto médico com o sistema de saúde, proporcionando um acesso
    aberto e ilimitado aos seus utentes e lidando com todos os problemas de saúde, independentemente da idade,
    sexo, ou qualquer outra característica da pessoa em questão
  • Utilizar eficientemente os recursos de saúde, coordenando a prestação de cuidados, trabalhando com outros
    profissionais no contexto dos cuidados primários e gerindo a interface com outras especialidades, assumindo um
    papel de advocacia do utente sempre que necessário
  • Desenvolver uma abordagem centrada na pessoa, orientada para o indivíduo, a família e a comunidade
  • Promover o empowerment do utente
  • Ter um processo de consulta singular em que se estabelece uma relação ao longo do tempo, através de uma
    comunicação médico-utente efetiva
  • Ser responsável pela prestação de cuidados continuados longitudinalmente consoante as necessidades do utente
  • Possuir um processo de tomada de decisão determinado pela prevalência e incidência de doença na comunidade
  • Gerir simultaneamente os problemas, tanto agudos como crónicos, dos pacientes individuais
  • Gerir a doença que se apresenta de forma indiferenciada, numa fase precoce da sua história natural, e que pode necessitar de intervenção urgente
  • Promover a saúde e bem-estar dos pacientes e ecossistemas em que vivem através de intervenções tanto
    apropriadas como efetivas
  • Ter uma responsabilidade específica pela saúde da comunidade
  • Lidar com os problemas de saúde em todas as suas dimensões física, psicológica, social, cultural, ambiental e
    existencial
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13
Q

Os médicos de família (MF) são: (2)

A
  • Médicos especialistas treinados nos princípios da sua disciplina
  • Médicos pessoais, principalmente responsáveis pela prestação de cuidados abrangentes e continuados a
    todos os indivíduos que os procurem, independentemente da idade, sexo ou afeção
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14
Q

Os médicos de família (MF) cuidam…

A

De indivíduos no contexto das suas famílias, comunidades e culturas, respeitando sempre a autonomia
dos seus utentes

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15
Q

Os médicos de família (MF) reconhecem ter uma responsabilidade…

A

Profissional para com a sua comunidade e ambiente

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16
Q

Os médicos de família (MF) ao negociarem planos de ação…

A

Com os seus utentes, integram fatores físicos, psicológicos, sociais, culturais,
ambientais e existenciais, recorrendo ao conhecimento e à confiança gerados pelos contactos repetidos

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17
Q

Os médicos de família (MF) exercem o seu papel profissional: (5)

A
  • Promovendo a saúde,
  • Prevenindo a doença,
  • Prestando cuidados curativos,
  • De acompanhamento ou paliativos,
  • Promovendo o empowerment e autocuidado
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18
Q

Os médicos de família (MF) devem responsabilizar-se…

A

Pelo desenvolvimento e manutenção das suas aptidões, equilíbrio e valores
pessoais, como base para a prestação segura e efetiva de cuidados de saúde aos utentes

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19
Q

Os médicos de família (MF), como outros profissionais médicos, devem assumir a responsabilidade de…

A

Monitorizar continuamente, manter e,
se necessário, melhorar os aspetos clínicos, serviços e organização, segurança e satisfação do utente com o
atendimento que prestam

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20
Q

Competências nucleares - definições

A
  • A definição da disciplina de MGF e do seu médico especialista deverá conduzir diretamente às competências nucleares
  • Por nucleares entende-se essenciais para a disciplina, independentemente do sistema de saúde em que sejam
    aplicadas
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21
Q

Caraterísticas centrais e competências nucleares

A

As 12 características centrais que definem a disciplina relacionam-se com as 12 capacidades que todos os MF
devem dominar e, podem ser agrupadas em 6 competências nucleares (em relação às características):
1. Gestão de cuidados de saúde primários
2. Cuidados centrados na pessoa
3. Aptidões específicas de resolução de problemas
4. Abordagem abrangente
5. Orientação comunitária
6. Modelação holística

Nota: particularmente no que se refere às competências 1 e 3 a melhoria da qualidade deve ser um aspeto
fundamental

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22
Q

Aspetos de fundo essenciais

A

Enquanto disciplina científica centrada na pessoa, três aspetos de fundo devem ser considerados como essenciais
na aplicação das competências nucleares:
- Aspetos do contexto
- Aspetos da atitude
- Aspetos científicos

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23
Q

Aspetos de fundo essenciais - aspetos do contexto

A

Compreender o contexto dos próprios médicos e do ambiente em que trabalham, incluindo as suas
condições de trabalho, comunidade, cultura, enquadramentos financeiros e regulamentares

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24
Q

Aspetos de fundo essenciais - aspetos da atitude

A

Baseados nas capacidades, valores e ética profissionais do médico

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25
Q

Aspetos de fundo essenciais - aspetos científicos

A

Adotar uma abordagem crítica da prática clínica, baseada na investigação científica, mantendo-a através
da aprendizagem e da melhoria da qualidade contínuas

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26
Q

3 parâmetros a conhecer na família

A
  • É útil saber qual a constituição do agregado familiar do utente que entra no consultório
  • Quem é quem, que tipo de parentesco existe e que relacionamento existe entre os elementos da família –
    conhecer a estrutura familiar
  • Face ao problema de saúde que o utente apresenta, perceber o tipo de resposta da família, ou seja, se a família
    “funciona” como um fator de apoio ou de stress – avaliar a funcionalidade familiar
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27
Q

Definição de estrutura familair

A

Quem é quem, que tipo de parentesco existe e que relacionamento existe entre os elementos da família

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28
Q

Definição de funcionalidade familiar

A

Face ao problema de saúde que o utente apresenta, perceber o tipo de resposta da família, ou seja, se a família
“funciona” como um fator de apoio ou de stress

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29
Q

6 instrumentos de avaliação familiar

A
  • Genograma familiar
  • Psicofigura de Mitchell
  • Círculo familiar de Thrower
  • Ciclo de vida familiar de Duvall
  • Linha de vida de Medalie
  • Apgar familiar
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30
Q

Método mais importante e mais usado na prática clínica para estudo e avaliação familiar

A

Genograma familiar

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31
Q

Genograma familiar - quando iniciar?

A

Sempre que possível deve ser iniciado na 1ª consulta

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32
Q

Genograma familiar - representação gráfica de… (2)

A
  • Composição e estrutura familiar;
  • Padrões de repetição ao longo das gerações
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33
Q

Genograma familiar na MGF

A

Construção e interpretação são competências básicas de um MF

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34
Q

Genograma familiar - e lista de problemas

A

Suplementa a lista de problemas:
- panorama dos principais problemas de saúde que afetam a família durante 3 ou mais gerações

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35
Q

Genograma familiar - maior barreira

A

Tempo de execução é a maior barreira. Mas:
- é para se ir construindo ao longo do tempo;
- múltiplas consultas aos diferentes elementos do agregado familiar;
- 1º nível: “Quem é quem e doenças crónicas”

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36
Q

Genograma familiar - 3 objetivos

A

Diagnóstico, preventivo e até terapêutico

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37
Q

Genograma familiar - vantagem

A

Pode condicionar positivamente o setting e mostrar-se, no futuro, poupador de tempo de consulta

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38
Q

Genograma familiar - 7 caraterísticas (em síntese)

A
  • Combina informação biomédica e psicossocial;
  • Integra o indivíduo no contexto da família e o impacto da família no indivíduo;
  • Localiza o problema de saúde no seu contexto histórico;
  • Clarifica padrões transgeracionais de doença, de comportamentos e de uso de serviços de saúde;
  • Permite ao MF e ao utente olhar e explorar os mitos familiares;
  • Permite o aconselhamento nos conflitos conjugais e de pais/filhos;
  • Tem valor diagnóstico e terapêutico
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39
Q

Genograma familiar - 2 indicações clínicas

A
  • Primeiras consultas, como método de diagnóstico, apoiando o raciocínio e a decisão clínica. Deve ser completado no futuro sempre que surja informação nova e pertinente
  • Quando o modelo biomédico não der resposta satisfatória aos problemas dos utentes por dificuldade de diagnóstico, falta de adesão ao plano, alta frequência de doenças agudas ou quando ocorra doença crónica ou
    terminal
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40
Q

Genograma familiar - 5 limitações

A
  • Pode demorar anos a completar
  • Existe o “Efeito Rashomam” → numa família o mesmo acontecimento suscita várias versões
  • Não avalia a dinâmica familiar nem é um bom método de avaliação da funcionalidade familiar
  • Existem problemas de fiabilidade dos dados (grande diversidade de dados anotados, diagnósticos realizados
    por terceiros, fiabilidade da memória,…)
  • Fazer diagnósticos definitivos ou estabelecer implicações clínicas ou terapêuticas apenas e só pela interpretação de um genograma, por mais completo que seja, será um erro (deve ser considerado pelo MF como mais um elemento a ter em conta quando avalia clinicamente qualquer sintoma ou problema de um utente)
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41
Q

Genograma familiar - componentes (10)

A
  • Dados sobre 3 ou mais gerações da família
  • Identificação (nomes) dos elementos da família
  • Ano de nascimento dos elementos da família
  • Falecimentos com datas e causas de morte
  • Doenças crónicas ou graves e problemas de saúde existentes ou que existiram nos elementos da família,
    especialmente de transmissão hereditária
  • Datas de casamento, separação e divórcio
  • Indicação dos elementos que coabitam na mesma casa
  • Legenda com símbolos utilizados
  • Data da realização do genograma
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42
Q

Genograma familiar - construção: conjunto de componentes, regras e simbologia própria (10)

A
  • Mulheres são representadas por círculos e homens por quadrados
  • Na representação gráfica da família, o pai/marido vem à esquerda e a mãe/esposa à direita unidos pela
    linha de casamento ou geracional
  • 1º filho que nasce em cada geração é colocado à esquerda, seguindo-se os irmãos por ordem de nascimento
  • Cada geração é representada na mesma linha e os símbolos devem ter o mesmo tamanho
  • Registo de 3 ou mais gerações, cada uma representada por um número romano
  • Indivíduos que coabitam são circundados por uma linha a tracejado que representa o agregado familiar
  • Utente (casal) em estudo deve ser assinalado com símbolo duplo ou uma seta
  • Se o médico usar símbolos para além dos estandardizados deve anotar a “chave” da simbologia usada
  • Pode ser desenhado pelo utente, pelo médico ou por ambos
  • É útil começar pela geração intermédia e depois recolher informação sobre as outras
  • Deve ser datado mas nunca está pronto, é para ir sendo contruído
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43
Q

Genograma familiar - símbolos

A

Os símbolos de um genograma podem diferir segundo o autor

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44
Q

Genograma familiar - seta

A

Quando temos uma “seta” (como no caso da relação dominante) ela
dirige-se: da pessoa que é responsável pela situação, para aquela em que é
aplicada a situação (dominador → dominado, por exemplo)

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45
Q

Genograma familiar - 6 tipos de relação

A

Relação conflituosa

Relação pobre

Relação escassa

Relação boa

Relação excelente

Relação dominante

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46
Q

Genograma familiar - agregado familiar

A

Que vivem na mesma casa

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47
Q

Psicofigura de Mitchel - definição e 4 caraterísticas

A
  • Componente mais subjetiva do genograma:
    o variável de membro para membro da família;
    o pode alterar-se ao longo do tempo
  • Usa traços em rede que unem alguns dos elementos que estamos a estudar e simbolizam a qualidade e a dinâmica das relações existentes em determinado ponto do tempo
  • Para melhor leitura e interpretação, deve ser apresentado isoladamente do genograma estrutural, com cores e
    traços de diferente espessura
  • Não dá informação de funcionalidade familiar!
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48
Q

Genograma familiar - interpretação (6)

A
  • 6 diferentes categorias interpretativas:
    A. Composição e estrutura da família:
    1. tipo de família;
    2. ordem de nascimento, sexo da fratria e intervalo de idades entre irmãos;
    3. outros fatores influenciadores.
    B. Ciclo de vida familiar;
    C. Acontecimentos de vida e função familiar;
    D. Padrões de repetição intergeracional;
    E. Padrões de relacionamento familiar e triangulação;
    F. Equilíbrio/desequilíbrio familiar
  • encarado como um “teste diagnóstico”, cuja leitura deve ser sistemática
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49
Q

Genograma familiar - interpretação: 3 parâmetros da composição e estrutura da família

A
  1. tipo de família;
  2. ordem de nascimento, sexo da fratria e intervalo de idades entre irmãos;
  3. outros fatores influenciadores
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50
Q

Genograma familiar - composição e estrutura da família: tipo de família

A

Nuclear (família de um 1º casamento com filhos biológicos), monoparental, reconstruída ou recombinada (pelo menos um dos cônjuges viveu uma relação conjugal anterior), alargada (pelo menos 3 gerações na mesma casa), unitária, com elementos não nucleares (avós e netos, tios e sobrinhos,…), tipo incomuns
(casamentos múltiplos, consanguíneos,…)

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51
Q

Genograma familiar - composição e estrutura da família: tipo de família (conforme a estrutura e dinâmica global)

A

Família Díade Nuclear

Família Grávida

Família Nuclear ou Simples

Família Alargada ou Extensa

Família com prole extensa ou numerosa

Família Reconstruída, Combinada ou Recombinada

Família Homossexual

Família Monoparental

Família Dança a Dois

Família Unitária

Família de Coabitação

Família Comunitária

Família Hospedeira

Família Adotiva

Família Consanguínea

Família com Dependente

Família com Fantasma

Família Acordeão

Família Flutuante

Família Descontrolada

Família Múltipla

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52
Q

Genograma familiar - composição e estrutura da família: tipo de família (conforme a relação conjugal)

A

Família Tradicional

Família Moderna

Família Fortaleza

Família Companheirismo

Família Paralela

Família Associação

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53
Q

Genograma familiar - composição e estrutura da família: tipo de família (conforme relação parental)

A

Família Equilibrada (estável)

Família Rígida (instável)

Família Superprotetora (instável)

Família Permissiva (instável)

Família Centrada nos filhos (instável)

Família Centrada nos pais (instável)

Família Sem objetivos (instável)

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54
Q

Família Díade Nuclear

A

Duas pessoas em relação conjugal sem filhos (não há descendentes comuns, nem de relações anteriores de cada elemento)

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55
Q

Família Grávida

A

Família em que uma mulher se encontra grávida, independentemente da restante estrutura

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56
Q

Família Nuclear ou Simples

A

Uma só união entre adultos e um só nível de descendência: pais e seu(s) filho(s)

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57
Q

Família Alargada ou Extensa

A

Coabitam ascendentes, descendentes e/ou colaterais por consanguinidade ou não, para além de progenitor(es) e/ou filho(s)

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58
Q

Família com prole extensa ou numerosa

A

Família com crianças e jovens de idades muito diferentes, independentemente da restante estrutura familiar

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59
Q

Família Reconstruída, Combinada ou Recombinada

A

Família em que existe uma nova união conjugal, com ou sem descendentes de
relações anteriores, de um ou dos dois cônjuges

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60
Q

Família Homossexual

A

Família em que existe uma união conjugal entre 2 pessoas do mesmo sexo, independentemente da restante estrutura

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61
Q

Família Monoparental

A

Família constituída por um progenitor que coabita com o(s) seu(s) descendente(s)

62
Q

Família Dança a Dois

A

Família constituída por familiares (de sangue ou não) sem relação conjugal ou parental (ex: avó e neto, tia e sobrinha, irmãos, primos, cunhados,…)

63
Q

Família Unitária

A

Família constituída por uma pessoa que vive sozinha, independentemente de relação conjugal sem coabitação

64
Q

Família de Coabitação

A

Homens e /ou Mulheres que vivem na mesma habitação sem laços familiares ou conjugais, com ou sem objetivo comum (ex.: estudantes universitários, amigos, imigrantes,…)

65
Q

Família Comunitária

A

Família composta por homens e/ou mulheres e seus eventuais descendentes, coabitando na mesma casa ou em casas próximas (ex.: comunidades religiosas, seitas, comunas, ciganos,…)

66
Q

Família Acordeão

A

Família em que um dos cônjuges se ausenta por períodos prolongados ou frequentes (ex.: trabalhadores humanitários expatriados, militares em missão, emigrantes de longa duração)

67
Q

Família Flutuante

A

Família em que os elementos mudam frequentemente de habitação (ex.: progenitores com emprego de localização variável) ou em que o progenitor muda frequentemente de parceiro

68
Q

Família Descontrolada

A

Família em que um membro tem problemas crónicos de comportamento por doença ou adição (ex.: esquizofrenia, toxicodependência, alcoolismo, etc.)

69
Q

Família Múltipla

A

Família em que o elemento identificado integra duas ou mais famílias, constituindo agregados diferentes, eventualmente com descendentes em ambos

70
Q

Genograma familiar - composição e estrutura da família: outros fatores influenciadores

A

Outros fatores influenciadores da descendência, data de nascimento dos filhos e sua relação com a história
familiar, características particulares dos filhos, “Plano de vida” para os filhos, diferentes atitudes dos pais perante o
sexo dos filhos, relação entre a ordem de nascimento nas fratrias dos pais e filhos

71
Q

Genograma familiar - ciclo de vida familiar (2)

A
  • Fase do CVF e crises normativas/acidentais
  • Problemas com fases de transição e tarefas de desenvolvimento
72
Q

Genograma familiar - acontecimento de vida e função familiar (3)

A
  • Coincidências entre acontecimentos de vida (mortes, aniversários, festas)
  • Impacto de acontecimentos agudos ou crónicos (casamento, gravidez, pobreza)
  • Factos culturais, sociais, económicos ou políticos relevantes (minorias, migração, desastres naturais, guerra)
73
Q

Genograma familiar - padrões de repetição intergeracionais (4)

A
  • Padrões de morbilidade crónica (doenças ou sintomas)
  • Padrões comportamentais (somatização, dependência química, maus tratos)
  • Padrões relacionais (conflito, ruturas, excesso de coesão)
  • Padrões estruturais (divórcio, segundos casamentos)
74
Q

Genograma familiar - padrões de relacionamento familiar e triangulação (3)

A
  • Relações tipo entre a família (ruturas, conflitos, distanciamento, fusão)
  • Relações triangulares disfuncionais (pais-filhos, conjugais, em famílias monoparentais ou recombinadas,
    em famílias com filhos adotados, entre elementos de gerações diferentes)
  • Relações com elementos não familiares
75
Q

Genograma familiar - Equilíbrio/ Desequilíbrio familiar

A

Quanto à estrutura, regras, funcionalidade e apoios

76
Q

Círculo familiar e genograma

A

O genograma pode ser usado em conjunto com o círculo familiar:
o usados em conjunto os dois instrumentos permitem que o MF avalie o sistema familiar de um utente;
o começar pelo círculo: “aqui e agora” perceção do utente;
o depois o genograma: informação ao longo das gerações

77
Q

Diferenças entre o círculo familiar e o genograma - caraterísticas do círculo familiar

A
  • Realizado pelo paciente
  • Demora minutos a realizar
  • É datado
  • Mais confidencial
  • Mais subjetivo e opinativo
  • Informação mais mutável
  • Foca “o aqui e o agora”
  • Mais emocional que cognitivo
  • É projetivo e introspetivo
  • Não julga o paciente
  • Melhor na dinâmica, pior na estrutura
  • Dá resposta mais às necessidades do paciente
  • Centrado na opinião do paciente sobre a sua família e rede social
  • Difícil de valorizar por observação exterior
78
Q

Diferenças entre o círculo familiar e o genograma - caraterísticas do genograma

A
  • Realizado (maioritariamente) pelo médico
  • Demora anos a completar
  • É progressivo
  • Mais despersonalizado
  • Mais objetivo e factual
  • Informação mais estável
  • Foca “o presente e o passado”
  • Mais cognitivo que emocional
  • É vertical e horizontal
  • É um método diagnóstico
  • Melhor na estrutura, pior na dinâmica
  • Dá resposta mais às necessidade do médico
  • Centrado nos conhecimentos do médico sobre a estrutura, história clínica e relações da família
  • Valorizável por observador exterior
79
Q

Círculo familiar - realização (3)

A
  • Indivíduo segue instruções e representa-se a si próprio e a todos os elementos significativos da sua
    família/rede social de apoios
  • Realiza o desenho de círculos de dimensão e proximidade diferente, valorizando o relacionamento existente
    entre todos
  • Método breve, gráfico que reúne e avalia informação da família e da sua dinâmica na perspetiva do indivíduo
80
Q

Círculo familiar - 3 sistemas familiares

A

Tipificam-se 3 sistemas familiares, com particularidades, cujo conhecimento se mostra útil para o MF:
- família de tipo psicossomático ou emaranhada
- família emocionalmente desagregada
- família patriarcal ou matriarcal

81
Q

Círculo familiar - indicações

A

Quando certos pacientes têm dificuldade em “tocar” certas áreas
* Adolescentes
* Toxicómanos
* Alcoólicos
* Utentes deprimidos

Quando existe dificuldade na articulação/expressão verbal
* Utentes mudos
* Utentes com deficiência
* Utentes com baixo nível cultural e social
* Minorias étnicas

Casos particulares
* Grávidas primíparas
* Utentes menos empáticos
* Utentes que não aderem à terapêutica

82
Q

Círculo familiar - indicações: quando certos pacientes têm dificuldade em “tocar” certas áreas (4)

A
  • Adolescentes
  • Toxicómanos
  • Alcoólicos
  • Utentes deprimidos
83
Q

Círculo familiar - indicações: quando existe dificuldade na articulação/ expressão verbal (4)

A
  • Utentes mudos
  • Utentes com deficiência
  • Utentes com baixo nível cultural e social
  • Minorias étnicas
84
Q

Círculo familiar - indicações: casos particulares (3)

A
  • Grávidas primíparas
  • Utentes menos empáticos
  • Utentes que não aderem à terapêutica
85
Q

Círculo familiar - 5 limitações

A
  • Só exprime a perceção consciente que o paciente tem da sua família;
  • Só é possível de realizar se existir uma boa relação médico-utente;
  • É difícil de estandardizar;
  • É um método datado, suscetível de mudar ao longo do tempo;
  • É de difícil valorização por um observador exterior
86
Q

Como discutir um círculo familiar? (6)

A
  • O utente deve descrever e explicar o que desenhou;
  • O médico deve ter total respeito pelas explicações dadas e pela profundidade das mesmas;
  • O quê, onde, quando ou como são perguntas úteis, o porquê não é;
  • Muitas vezes esta explicação leva à discussão das relações familiares;
  • As relações familiares devem ser tratadas segundo vários aspetos – proximidade versus distanciamento,
    hierarquia de poder e tomada de decisão, regras e papéis na família, padrões de comunicação, fronteiras
    pessoais e subsistemas familiares;
  • O círculo familiar pertence ao utente e deve ser-lhe dada uma cópia
87
Q

Interpretação do círculo familiar envolve 3 níveis que se completam:

A
  • inicialmente o utente é convidado a interpretar o que desenhou
    o de forma espontânea e sem ser interrompido;
    o o médico deve estar atento à interpretação não verbal;
  • o médico faz perguntas dirigidas a clarificar alguns aspetos do que anteriormente foi exposto;
  • versão interpretativa consensual
88
Q

Ciclo de vida familiar de Duvall - sequências da fases ou estadios ordenados e previsíveis no percurso de uma família

A

o estabilidade na estrutura e nos papéis familiares;

o períodos de transição de mais curta duração e maior instabilidade;

o tarefas de desenvolvimento específicas → sucesso do desenvolvimento familiar

89
Q

Ciclo de vida familiar de Duvall - 3 critérios para delimitar as 8 fases

A

o composição familiar;

o idade dos seus membros;

o estatuto ocupacional do chefe de família

90
Q

Ciclo de vida familiar de Duvall - marcador dos estadios

A

A idade do filho mais velho é um importante marcador dos estadios caracterizados pela presença de filhos:
o centrado no crescimento, educação e autonomização dos filhos

91
Q

Ciclo de vida familiar de Duvall - permite avaliar…

A

Permite avaliar períodos de transição, prever dificuldades e prevenir instabilidade familiar → cuidados antecipatórios → apoio e preparação para a transição

92
Q

Ciclo de vida familiar de Duvall - fase I

A

Casal sem filhos - tarefas de desenvolvimento específicas de fase:
- Estabelecimento de uma relação conjugal mutuamente satisfatória
- Preparação para a gravidez e futura paternidade
- Adaptação à família alargada do outro cônjuge

93
Q

Ciclo de vida familiar de Duvall - fase II

A

Famílias com filhos até aos 30 meses - tarefas de desenvolvimento específicas de fase:
- Ter filhos e ajustar-se e encorajar o seu desenvolvimento
- Criar um lar satisfatório para pais e filhos

94
Q

Ciclo de vida familiar de Duvall - fase III

A

Famílias com filhos em idade pré-escolar - tarefas de desenvolvimento específicas de fase:
- Adaptar-se às necessidades de uma criança em idade pré-escolar.
- Lidar com o desgaste energético e com a diminuição de intimidade provocada pelo desempenho do papel de pais

95
Q

Ciclo de vida familiar de Duvall - fase IV

A

Famílias com filhos em idade escolar - tarefas de desenvolvimento específicas de fase:
- Assumir responsabilidades com crianças em idade escolar encorajando o desenvolvimento educacional das crianças
- Relacionar-se com famílias no mesmo estadio de desenvolvimento

96
Q

Ciclo de vida familiar de Duvall - fase V

A

Famílias com filhos adolescentes - tarefas de desenvolvimento específicas de fase:
- Facilitar o equilíbrio entre liberdade e responsabilidade no período de amadurecimento e emancipação dos adolescentes
- Estabelecimento de interesses pós-parentais

97
Q

Ciclo de vida familiar de Duvall - fase VI

A

Famílias com jovens adultos - tarefas de desenvolvimento específicas de fase:
- Permitir o lançamento dos filhos no exterior – no trabalho, serviço militar, universidade, casamento – com rituais adequados e
assistência
- Manter uma base de suporte familiar

98
Q

Ciclo de vida familiar de Duvall - fase VII

A

Casais na meia-idade (ninho vazio) - tarefas de desenvolvimento específicas de fase:
- Reconstruir a relação de casal
- Manter a relação com as gerações mais velhas e mais novas

99
Q

Ciclo de vida familiar de Duvall - fase VIII

A

Envelhecimento e pós-reforma - tarefas de desenvolvimento específicas de fase:
- Lidar com a viuvez e com o viver só
- Escolher um domicílio mais adaptado a esta fase de vida
- Lidar com a reforma

100
Q

Ciclo de vida familiar de Duvall - limitações (4)

A
  • Trata-se de um modelo datado, contextualizado à época:
    o não se adapta, tal como foi desenvolvido, às circunstâncias da atualidade;
    o desenvolvido à luz da realidade social, familiar e cultural do pós 2ª Guerra mundial
  • Apenas aplicável a famílias nucleares:
    o casais que optam por não ter filhos;
    o prolongamento da fase VI com a saída tardia dos filhos de casa;
    o novas escalas (modelo de Carter e McGoldrick)
  • Rigidez das tarefas a desempenhar ao longo das várias fazes do percurso
  • Escassa informação sobre as fases de transição e as crises normativas
101
Q

Linha de vida de Medalie - definição

A
  • Lista as ocorrências que aconteceram a um indivíduo num determinado período de tempo correlacionando cronologicamente os acontecimentos com problemas de saúde;
  • Padrão/impacto dos eventos de vida
102
Q

APGAR Familiar - definição

A

Instrumento de triagem psicossocial, facilmente exequível, que permite conhecer da funcionalidade da família através da satisfação do indivíduo em 5 dimensões:
o Adaptation (Adaptação)
o Partnership (Participação)
o Growth (Crescimento)
o Affection (Afeto)
o Resolve (Resolução/Dedicação)

103
Q

APGAR Familiar - 5 dimensões

A

o Adaptation (Adaptação)

o Partnership (Participação)

o Growth (Crescimento)

o Affection (Afeto)

o Resolve (Resolução/Dedicação)

104
Q

APGAR Familiar - avaliação

A

Avaliação mediante a aplicação de questionário de 5 perguntas, cuja resposta pode ser “nunca”, “às vezes” e “sempre” → pontua “0”, “1” e “2”, respetivamente

105
Q

APGAR Familiar - definição de família

A

Entende-se por família o(s) indivíduo(s) com quem o utente habitualmente vive. Se vive só, consideram-se família todos aqueles com quem mantém laços afetivos mais intensos

106
Q

APGAR Familiar - 6 indicações

A
  • Doença grave crónica ou incapacidade em qualquer elemento da família;
  • Somatizações;
  • Consumo excessivo de serviços de saúde;
  • Múltiplas queixas de saúde;
  • Grande lista de problemas;
  • Dor crónica
107
Q

APGAR Familiar - componente: adaptação

A

Estou satisfeito com a ajuda que recebo da minha família, sempre que alguma
coisa me preocupa?

108
Q

APGAR Familiar - componente: participação

A

Estou satisfeito pela forma como a minha família discute assuntos de interesse
comum e partilha comigo a resolução de problemas?

109
Q

APGAR Familiar - componente: crescimento

A

Acho que a minha família concorda com o meu desejo de encetar novas atividades ou de mudar o meu estilo de vida?

110
Q

APGAR Familiar - componente: afeto

A

Estou satisfeito com o modo como a minha família manifesta afeição e reage aos meus sentimentos, tais como irritação, pesar e amor?

111
Q

APGAR Familiar - componente: dedicação

A

Estou satisfeito com o tempo que passo com a minha família?

112
Q

APGAR Familiar - pontuação

A

“nunca”, “às vezes” e “sempre” → pontua “0”, “1” e “2”, respetivamente

7-10 família altamente funcional; 4-6 família com moderada disfunção; 0-3 família com disfunção acentuada

113
Q

APGAR Familiar - limitações (8)

A
  • Não aplicável a pessoas com incapacidade de insight sobre a sua família;
  • Difícil compreensão em utentes de baixo nível de instrução;
  • Não aplicável a menores de 10 anos;
  • Não indicado em famílias com disfunções complexas como o caso das emaranhadas;
  • Apenas traduz a forma individual como o indivíduo perceciona a sua família num determinado momento;
  • Avalia o grau de satisfação que o indivíduo conscientemente admite;
  • Validação do APGAR para a população portuguesa: sensibilidade de 57% (verdadeiros positivos) e uma especificidade de 86% (verdadeiros negativos) → semelhante a outras populações
  • Pode contribuir para o estudo de um padrão disfuncional de uma família em conjugação com outros métodos
114
Q

APGAR Familiar - outra designação

A

Smilkstein

115
Q

Método de Olson - definição

A

Avalia a funcionalidade familiar através:
* capacidade de adaptação (habilidade do sistema familiar em mudar a sua estrutura de poder, relações de papéis e regras de relacionamento);
* nível de coesão familiar (grau de autonomia individual e ligação emocional existente entre os seus membros);
* comunicação (que é facilitadora dos processos de mudança

116
Q

Método de Olson - funcionalidade (5)

A
  • A chefia/poder não são disputados habitualmente;
  • A autonomia individual é privilegiada, não existindo comportamentos controladores;
  • As responsabilidades são assumidas e partilhadas;
  • A ligação entre os elementos é sólida e equilibrada;
  • A comunicação é aberta e respeita diferentes pontos de vista, procurando ponto de equilíbrio
117
Q

Método de Olson - tipos de família equilibradas (4)

A

Separados
- flexível
- estrutural

Ligados
- flexível
- estrutural

118
Q

Método de Olson - tipos de família médias (8)

A

Separados
- caótica
- rígida

Desligados
- flexível
- estrutural

Ligados
- caótica
- rígida

Enredados
- flexível
- estrutural

119
Q

Método de Olson - tipos de família extremas (4)

A

Desligados
- caótica
- rígida

Enredados
- caótica
- rígida

120
Q

Método de Olson - avalia 2 parâmetros da família

A

Coesão e adaptabilidade

121
Q

Desenho infantil - 3 caraterísticas

A
  • O desenho deve ser utilizado sistematicamente, após os 2 anos de idade, na consulta de saúde infantil
  • Dos 2 aos 5 anos de idade, é desejável usar o desenho sistematicamente para melhorar o conhecimento da criança e avaliar o seu desenvolvimento → informação com valor técnico
  • A descrição do desenho por parte da criança, é importante para perceber a sua realidade
122
Q

Desenho infantil - equivalente

A

O circulo de Thrower pode ser usado como equivalente ao desenho infantil nas crianças mais velhas a partir dos 10 anos em que é frequente dizerem “não sei desenhar”

123
Q

Escala de readaptação social de Holmes Rahe: avalia

A

Avalia o stress social (dificuldades a que o indivíduo/família estiveram sujeitos) determinando a probabilidade de vir a sofrer de doença psicossomática

124
Q

Escala de readaptação social de Holmes Rahe: acontecimentos geradores de maior stress

A

A separação conjugal e o divórcio são, depois da morte do cônjuge, os acontecimentos geradores de maior stress

125
Q

Escala de readaptação social de Holmes Rahe: validação

A

Validada para o contexto espanhol mas não para Portugal

126
Q

Escala de readaptação social de Holmes Rahe: acontecimentos de vida geradores de stress

A

Considera 43 acontecimentos de vida geradores de stress (denominados unidades de mudança vital) que têm pontuações relativas:
o soma >150 pontos → possibilidade de afetar a família ou o estado de saúde dos seus membros → maior incidência de doenças

127
Q

Escala de readaptação social de Holmes Rahe: lista de acontecimentos de vida geradores de stress (de maior para menor)

A

1 Morte do cônjuge

2 Divórcio

3 Separação conjugal

4 Saída da cadeia

5 Morte de um familiar próximo

6 Acidente ou doença grave

7 Casamento

8 Despedimento

9 Reconciliação conjugal

10 Reforma

11 Doença grave de familiar

12 Gravidez

13 Problemas sexuais

14 Aumento do agregado familiar

15 Readaptação profissional

16 Mudança na situação económica

17 Morte de um amigo íntimo

18 Mudança do tipo de trabalho

19 Alteração nº discussões c/cônjuge

20 Contrair um grande empréstimo

21 Acabar de fazer um grande empréstimo

22 Mudanças de responsabilidades no trabalho

23 Filho que abandona o lar

24 Dificuldades c/ familiares do cônjuge

25 Acentuado sucesso pessoal

26 Cônjuge que inicia ou termina um emprego

27 Início ou fim de escolaridade

28 Mudança nas condições de vida

29 Alteração dos hábitos pessoais

30 Problemas com o patrão

31 Mudança de condições ou horário de trabalho

32 Mudança de residência

33 Mudança de escola

34 Mudança de diversões

35 Mudança de actividade religiosa

36 Mudança de actividades sociais

37 Contrair uma pequena dívida

38 Mudança nos hábitos de sono

39 Mudança do nº de reuniões familiares

40 Mudança dos hábitos alimentares

41 Férias

42 Natal

43 Pequenas transgressões à lei

128
Q

Escala de Graffar - definição

A

Caracterização socioeconómica
- permite ter a noção do nível socioeconómico do agregado, das condições da habitação, dos recursos disponíveis
- por vezes, é difícil questionar o utente e abordar o tema

129
Q

Escala de Graffar - critérios

A

5 critérios: profissão; nível de instrução; fontes de rendimento; conforto do alojamento; aspeto do bairro onde habita

130
Q

Escala de Graffar - soma dos pontos

A

Pontuação:
- 5 a 9: classe alta
- 10 a 13: classe média alta
- 14 a 17: classe média
- 18 a 21: classe média baixa
- 22 a 25: classe baixa

131
Q

Escala de risco familiar de Segovia Dreyer - definição

A
  • Escala de risco familiar
  • Não se encontra publicada nem tem estudos de validação ou análise de fiabilidade e consistência interna
132
Q

Escala de risco familiar de Segovia Dreyer - pontuação

A

17 itens, nove dos quais classificados com 1 ponto e oito classificados com 2 pontos:
o >3 pontos: família de médio risco;
o >6 pontos: família de alto risco

133
Q

Escala de risco familiar de Segovia Dreyer - parâmetros

A

1 ponto:
* Morbilidade crónica
* Invalidez
* Hospitalizações frequentes
* Mãe analfabeta
* Mãe solteira
* Chefe da família desempregado
* Ausência temporária de um dos pais
* Chefe de família com emprego precário

2 pontos:
* Alcoolismo
* Droga
* Desnutrição
* Ausência de um dos pais
* Pais analfabetos
* APGAR < 4
* Filho com grande deficiência
* Chefe de família preso
* Filho com carências afectivas graves

134
Q

Escala de risco familiar de Garcia-Gonzalez: definição

A
  • Escala de risco familiar;
  • Identifica famílias vulneráveis avaliando parâmetros demográficos, socioeconómicos e de saúde;
  • Sem publicações relativas a construção, validação ou análise de validade ou consistência interna
135
Q

Escala de risco familiar de Garcia-Gonzalez: pontuação

A

6 itens, valendo 1 ponto cada:
o >2 pontos: médio risco;
o >4 pontos: alto risco

136
Q

Escala de risco familiar de Garcia-Gonzalez: parâmetros

A
  • Famílias compostos por pais jovens e por filhos pequenos que moram todos num quarto alugado
  • Famílias cuja dinâmica de relação esteja alterada e em que pelo menos metade dos filhos estejam sujeitos a insucesso escolar
  • Famílias que solicitam em excesso os cuidados do centro de saúde
  • Famílias cujos membros, na sua totalidade ou na grande maioria, compartilhem um fator de risco comum (fumadores, obesos ou alcoólicos)
  • Famílias nas quais um membro seja centro da atenção dos outros e que por isso altere as relações intrafamiliares (deficiente mental ou físico que não é aceite, pai alcoólico, …)
  • Famílias que, pelos seus antecedentes familiares, estejam sujeitas a um risco mais elevado de padecer de determinado tipo de doenças, embora essas doenças não estejam presentes na atualidade
137
Q

Necessidade de avaliação familiar, quando: (4)

A
  • se trata de um utente que procura o médico pela primeira vez
  • o problema de saúde implica mudança de papéis na família
  • um acontecimento negativo, com sérias consequências, afeta a família (p. ex doença crónica)
  • a história clínica do utente, de uma forma aberta ou coberta, sugere disfunção familiar na etiologia do problema de saúde
138
Q

Necessidade de avaliação familiar, quando: se trata de um utente que procura o médico pela primeira vez

A

o obter informação da estrutura da família no sentido de antecipar problemas de saúde e iniciar medidas de prevenção

o perceber a dinâmica familiar para melhor compreender o impacto do problema de saúde no utente e vice-versa

139
Q

Necessidade de avaliação familiar, quando: o problema de saúde implica mudança de papéis na família

A

o fundamental ao nível da adesão terapêutica

o importante avaliar cuidadores e o impacto dos cuidados na saúde dos mesmos

140
Q

Necessidade de avaliação familiar, quando: um acontecimento negativo, com sérias consequências, afeta a família (p. ex doença crónica)

A

o divórcio, morte, separação, diagnóstico de doença crónica;

o fundamental o MF ajudar a família a encontrar soluções e a referenciar, se necessário;

o nem sempre as famílias precisam de ajuda externa

141
Q

Necessidade de avaliação familiar, quando: a história clínica do utente, de uma forma aberta ou coberta, sugere disfunção familiar na etiologia do problema de saúde

A

o frequentemente aspetos disfuncionais apresentam-se disfarçados em sintomas físicos, problemas psicossomáticos, ausência de sintomas de doença orgânica;

o inúmeros sintomas físicos e visitas a múltiplos profissionais de saúde;

o em situações de somatização, utilização exagerada dos serviços de saúde, queixas múltiplas e dor crónica
→ imprescindível a avaliação familiar

142
Q

Situações em que a avaliação familiar é mandatória: (10)

A
  • Sintomas inespecíficos (cefaleias, lombalgias, dores abdominais…) em utentes com grande frequência de consultas sem doença orgânica;
  • Utilização excessiva dos serviços de saúde ou consultas frequentes a diferentes membros da família (muito suspeito de disfunção familiar);
  • Dificuldade de controlo de doenças crónicas;
  • Problemas emocionais ou de comportamento, graves;
  • Efeito mimético (sobretudo após ter ocorrido uma situação anterior grave na família);
  • Problemas conjugais e sexuais;
  • Triangulação, sobretudo com a criança;
  • Doenças relacionadas com estilo de vida e ambiente;
  • Doenças nas fases de transição do ciclo de vida;
  • Morte na família, acidente grave, divórcio,…;
  • Sempre que o modelo bio-médico tradicional se apresente inadequado ou insuficiente (não adesão à terapêutica, ineficácia do tratamento)
143
Q

Avaliação familiar e Sclínico

A

A inclusão dos resultados dos métodos de avaliação familiar nos registos clínicos não tem uma localização pré-definida

Quando há indicação para a utilização destes métodos, na maioria dos casos devem ser registados no “O”, enquanto resultado da aplicação de uma escala ou questionário

As exceções poderão ser o genograma, a linha de vida de Medalie e o ciclo de vida familiar de Duvall, cuja localização natural será nos dados base

144
Q

Fatores familiares protetores de doença (5)

A
  • Coesão familiar;
  • Competências de coping do cuidador;
  • Relações de suporte mútuas;
  • Organização familiar;
  • Comunicação direta acerca da doença
145
Q

Fatores familiares de risco de doença (6)

A
  • Conflito;
  • Criticismo;
  • Trauma psicológico relacionado com a doença;
  • Isolamento familiar;
  • Disrupção das tarefas familiares devido à doença;
  • Rigidez ou perfecionismo
146
Q

Fatores familiares protetores na doença em crianças: (7)

A
  • Aproximação emocional entre os membros da família;
  • Coping parental eficaz face às exigências da doença;
  • Aliança entre a família e o profissional de saúde;
  • Conhecimentos sobre a doença (criança e família);
  • Bom coping na relação entre os fatores de risco/proteção;
  • Boa adaptação à doença;
  • Disponibilidade de tempo para lazer, por parte da família
147
Q

Fatores familiares de risco na doença em crianças: (4)

A
  • Conflito e criticismo nos membros da família;
  • Trauma psicológico resultado da doença e seu tratamento;
  • Isolamento por parte do cuidador (mãe);
  • Presença de outros agentes de stress externos de elevada intensidade
148
Q

Fatores familiares associados a uma boa adaptação à doença em crianças com doença crónica (9)

A
  • Equilíbrio entre a doença e as outras necessidades da família;
  • Existência de fronteiras claras;
  • Competência a nível da comunicação;
  • Atribuição de significado positivo à situação;
  • Flexibilidade familiar;
  • Coesão familiar;
  • Coping ativo;
  • Manutenção do apoio social;
  • Desenvolvimento de uma relação de colaboração com os profissionais de saúde
149
Q

Fatores familiares protetores na doença em adultos: (2)

A
  • Funcionamento familiar;
  • Suporte emocional familiar
150
Q

Fatores familiares de risco na doença em adultos: (3)

A
  • Falta de apoio familiar;
  • Não exprimir emoções;
  • Negatividade ao nível da relação marital
151
Q
A