Investigação em MGF - investigação passo a passo (terminado) Flashcards

1
Q

6 questões a colocar

A

Como construir uma boa questão de investigação

Como definir os objetivos e as hipóteses de um estudo

Qual o tipo de estudo a escolher

Como definir uma população de estudo e como selecionar uma amostra

Como definir e caraterizar as variáveis

Quais os métodos e processos de recolha de dados

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Como construir uma boa questão de investigação? - principal desafio

A

dificuldade em encontrar uma dúvida importante que possa ser transformada num estudo válido e exequível

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Como construir uma boa questão de investigação? - um dos aspetos prioritários

A

Aplicar os critérios FINER, para perceber se a dúvida tem possibilidade de conduzir a um bom estudo
o Exequível (Feasible)
o Interessante
o Nova (Novel)
o Ética
o Relevante

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Critérios FINER

A

o Exequível (Feasible)

o Interessante

o Nova (Novel)

o Ética

o Relevante

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Critérios FINER - F

A

Feasible
* Regra número 1 para não se perder tempo
* Ter pessoas experientes em investigação ajudará a reconhecer os potenciais problemas na execução do
estudo, e de desenhar estratégias que os evitem
* Todas as decisões têm prós e contras, e consequências
* Estudos piloto

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Critérios FINER - I

A

Interesting
* Porque é que a equipa de investigação irá investir inúmeras horas neste projeto?
* Qual é a motivação?
* Razões pelas quais seria aceite para uma publicação ou um congresso? Mesmo aceite, seria interessante
para discussão?
* Alguém o referenciará mais tarde?

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Critérios FINER - N

A

Novel
* A replicação tem o seu valor e importância em ciência, mas…
…um bom estudo acrescenta, ou reformula, o que já é conhecido

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Critérios FINER - E

A

Ethical
* Muitas vezes as questões éticas não são claras ou consensuais
* Uma parecer do entendimento ético das instituições, da comunidade e dos participantes é fundamental para que um estudo não seja comprometido ou desacreditado mais tarde

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Critérios FINER - R

A

Relevant
* O estudo será tanto mais relevante quanto mais o seu resultado (possível) avançar o conhecimento científico e a prática na área

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Como construir uma boa questão de investigação? - conhecimento

A

É necessário um conhecimento profundos da área em estudo

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Como construir uma boa questão de investigação? - construção do conhecimento

A

A construção deste conhecimento deve basear-se em pesquisas que simultaneamente contribuem para a definição de uma boa questão de investigação

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Como construir uma boa questão de investigação? - construção do conhecimento: literatura

A

o Editoriais são fontes ricas de questões por resolver;

o Bons artigos de revisão (sistemática);

o Secção de discussão de artigos com estudo originais;

o Cartas a comentar ou contestar aspetos publicados, indicam questões importantes mal resolvidas;

o As recomendações clínicas “baseadas na evidência” indicam quais as necessidades de decisão clínica que se encontram pouco fundamentadas – serão trabalhos muito bem recebidos, porque ajudam a
preencher evidências pouco fundamentadas;

o Hipóteses levantadas por casos clínicos, geralmente são difíceis de estudar

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Como construir uma boa questão de investigação? - construção do conhecimento: comunidade

A

o Perguntar aos profissionais que trabalham nessas realidades é muito importante;

o Falar com investigadores e orientadores;

o Pesquisar as comunicações publicadas em congressos e encontros na área dá uma noção de direção e dos avanços recentes

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Como construir uma boa questão de investigação? - construção do conhecimento: pontes entre áreas “distintas”

A

Por exemplo entre a saúde e… Sociologia, Economia, Ética, Comunicação social, Gestão, Informática, Educação, Ergonomia, Política, etc.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Como construir uma boa questão de investigação? - construção do conhecimento: estar atento a situações que “mudem as regras do jogo”

A

o Novo paradigma fisiopatológico;

o Novas tecnologias, novos medicamentos e novas intervenções;

o Novas regras de acesso e organização dos cuidados de saúde

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Como construir uma boa questão de investigação? - a hipótese em investigação deriva…

A

A hipótese em investigação deriva da questão em estudo e deve ser a consequência lógica da argumentação na
introdução do projeto à é o fator primário que justifica a população participante, os critérios de seleção, o processo de amostragem, as variáveis colhidas, a análise estatística, etc

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Como construir uma boa questão de investigação? - hipótese em investigação: definir (2)

A

o definir o que se sabe (state-of-art) sobre um tema

o definir o que não é ainda conhecido

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Como construir uma boa questão de investigação? - hipótese em investigação: justificar…

A

justificar o interesse e a novidade de propor um estudo que se dirija a essa incerteza, com um modelo
conceptual do fenómeno em estudo, com uma definição clara de como essa incerteza deve ser testada em termos quantitativos, e antecipando a relevância dos resultados deste estudo

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Como construir uma boa questão de investigação? - 5 situações que devem ser equacionadas e percebidas como situações a resolver

A

A resposta a estes e outros itens é importante para definir a questão em estudo

  • A quem se dirige este estudo? População geral, adulto, indivíduos com uma certa doença, com uma doença numa
    determinada fase, com determinados fatores de risco?
  • De que forma se pretende avaliar a situação? Descrevendo, comparando, verificando possíveis associações,…
  • Pretendem usar-se medições prospetivas ou retrospetivas? Transversais ou longitudinais? Neste último caso, qual o
    intervalo de tempo? Que tipo de medições?
  • Quais as variáveis / dimensões medidas e como (entrevistas, exames clínicos, dimensões medidas e como (entrevistas, exames clínicos, exames complementares, etc.)? Qual a variável dependente do estudo (ou resultado), e
    as principais variáveis independentes (ou fatores)?
  • Os participantes do estudo serão organizados em quantos grupos? Obtidos como? Quais as suas principais características?
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

Como construir uma boa questão de investigação? - a resposta a vários itens é importante para definir a questão em estudo através…

A

Da expressão da hipótese ou objetivo do projeto de investigação:
* hipóteses ou objetivos primários (que justificam o estudo por si só)
* hipóteses ou objetivos secundários (que completam ou enriquecem o estudo, mas não o justificam, ou decorrem do sucesso do objetivo primário)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

Como construir uma boa questão de investigação? - 4 erros a evitar

A
  • Não observar os critérios FINER
  • Perder o foco da questão de investigação, e pretender responder “a tudo” num único estudo:
    o Um estudo deve ter “massa crítica” suficiente para ser interessante e relevante, mas se muito pesado, além de se
    tornar menos exequível, torna-se menos motivador, e a sua mensagem torna-se menos clara
  • Desistir facilmente / não estar pronto a mudar de ideias
  • Não compreender que estes processos precisam de tempo para amadurecer, mas que também precisam de proatividade, envolvimento de redes de colaboração e de discussão
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

Como construir uma boa questão de investigação? - checklist (4)

A
  • Tenho a minha questão de investigação escrita?
  • Tenho os critérios FINER discutidos?
  • Fiz a revisão bibliografia, de material de congressos, etc., pensando e aperfeiçoando a minha
    questão de investigação?
  • Dei a minha questão de investigação e os critérios FINER a ler a outros investigadores e
    entendidos na área?
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

Como definir os objetivos e as hipóteses de um estudo? - os objetivos

A

o são a operacionalização da pergunta de investigação;

o têm que ser claros e precisos (sem ambiguidades);

o têm que ser definidos na fase inicial do projeto (constituem o eixo a partir do qual se desenvolve o desenho de
estudo);

o são suscetíveis de investigação específica;

o devem ser realistas e operativos;

o as principais perguntas a que se deseja responder;

o último parágrafo da Introdução;

o verbo no infinitivo

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

Existem dois grandes tipos de objetivos:

A

Descritivo
e
Analítico

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Q

Objetivo descritivo - definição

A

Tem que incluir o fenómeno a descrever (ex.: prevalência, incidência, sintomas), o problema (ex.: gripe) e a
população

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
26
Q

Objetivo descritivo - exemplo

A

“Determinar a prevalência de diabetes mellitus tipo 1 nas crianças da região norte”

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
27
Q

Objetivo analítico - definição

A

Tem que incluir a variável independente / exposição / intervenção (ex.: tabagismo), a variável dependente /
resposta (ex.: cancro do pulmão) e a população

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
28
Q

Objetivo analítico - exemplos

A

“Verificar se a educação para a saúde em grupo produz melhores resultados, do que a individual, no controlo
metabólico dos utentes com diabetes mellitus tipo 1, centro de saúde de Gaia”

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
29
Q

Objetivo analítico - traduz…

A

Traduz uma hipótese de investigação que no final do estudo irá ser ou não rejeitada pelo investigador
- As hipóteses podem ser formuladas recorrendo à hipótese nula e à hipótese alternativa

o Hipótese nula (H0): afirma independência entre variáveis
. Ex.: A educação para a saúde em grupo não produz resultados diferentes do que a educação individual
no controlo metabólico dos doentes com diabetes mellitus tipo 1

o Hipótese alternativa (H1): afirma não independência entre variáveis.o Ex.: A educação para a saúde em grupo produz resultados diferentes da educação individual no controlo
metabólico dos doentes com diabetes mellitus tipo 1

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
30
Q

Hipótese nula (H0)

A

Afirma independência entre variáveis
o Ex.: A educação para a saúde em grupo não produz resultados diferentes do que a educação individual
no controlo metabólico dos doentes com diabetes mellitus tipo 1

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
31
Q

Hipótese alternativa (H1)

A

Afirma não independência entre variáveis
o Ex.: A educação para a saúde em grupo produz resultados diferentes da educação individual no controlo
metabólico dos doentes com diabetes mellitus tipo 1

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
32
Q

A escolha do TIPO DE ESTUDO é essencial - caraterística

A

É um dos primeiros passos a ter em conta ao longo de um trabalho de investigação

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
33
Q

O tipo de estudo a utilizar depende…

A

O tipo de estudo a utilizar depende do OBJETIVO ou PERGUNTA DE INVESTIGAÇÃO e condiciona a estratégia de
análise dos resultados

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
34
Q

A decisão sobre o estudo a escolher pode basear-se…

A

Nos critérios FINER

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
35
Q

Os estudos de investigação em ciências da saúde podem dividir-se em: (2)

A

Observacionais
e
Experimentais

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
36
Q

Estudos observacionais (6)

A
  • estudos descritivos
  • estudos analíticos
  • ecológico
  • transversal
  • casos e controlos
  • coorte
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
37
Q

Estudo ecológico - sinónimo e unidade de estudo

A

Sinónimo: correlação

Unidade de estudo: população (conjunto)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
38
Q

Estudo transversal - sinónimo e unidade de estudo

A

Sinónimo: prevalência

Unidade de estudo: indivíduo

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
39
Q

Estudo casos e controlos - sinónimo e unidade de estudo

A

Sinónimo: caso-referência

Unidade de estudo: indivíduo

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
40
Q

Estudo coorte - sinónimo e unidade de estudo

A

Sinónimo: longitudinal (follow-up)

Unidade de estudo: indivíduo

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
41
Q

Estudos experimentais (4)

A

Ensaio clínico randomizado controlado

Ensaio clínico randomizado controlo com grupos (clusters)

Ensaios de campo

Ensaios comunitários

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
42
Q

Sinónimo de estudos experimentais

A

Estudos de intervenção

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
43
Q

Ensaio clínico randomizado controlado - sinónimo e unidade de estudo

A

Sinónimo: ensaios clínicos

Unidade de estudo: pacientes

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
44
Q

Ensaio clínico randomizado controlado com grupos (clusters) - unidade de estudo

A

Grupos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
45
Q

Ensaios comunitários - sinónimo e unidade de estudo

A

Sinónimo: estudos de intervenção na comunidade

Unidade de estudo: indivíduos saudáveis na comunidade

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
46
Q

Estudos observacionais - 2 caraterísticas

A
  • observar, medir e analisar determinadas variáveis
  • sem qualquer intervenção ou controlo no fator de estudo
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
47
Q

Estudos observacionais - 2 tipos

A
  • descritivos
  • analíticos
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
48
Q

Estudos observacionais - descritivos

A

Transversais

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
49
Q

Estudos observacionais - analíticos

A

Caso-Controlo

Coorte
- retrospetivo
- prospetivo

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
50
Q

Estudos observacionais descritivos (transversais) - finalidade

A

Têm como finalidade:
- descrever as características dos indivíduos estudados
- estimar a frequência de determinado problema de saúde
- avaliar a eficácia de um tratamento ou a fiabilidade de um instrumento de medida

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
51
Q

Estudos observacionais descritivos (transversais) - relações de causa-efeito

A

não investigam relações de causa-efeito

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
52
Q

Estudos observacionais analíticos - avaliam…

A

Avaliam a relação entre uma causa ou fator de estudo (por exemplo, um fator de risco) e um efeito ou variável de resposta (por exemplo, a frequência com que aparece uma doença)

53
Q

Estudos observacionais analíticos caso-controlo - escolha população

A

elege-se um grupo de pessoas que já têm, por exemplo, uma doença (casos) e um grupo que não tem, que se utiliza como controlo

54
Q

Estudos observacionais analíticos caso-controlo - descrição

A

Inicia com casos (pessoas com a doença) e controlos (pessoas sem a doença) e a direção do estudo é posterior, verificando os expostos e não expostos de cada grupo

55
Q

Estudos observacionais analíticos coorte (retrospetivo ou prospetivo) - escolha população

A

indivíduos classificam-se em função de estarem ou não
expostos ao fator de estudo e são seguidos durante um
determinado período de tempo para observar a frequência com que aparece o efeito da intervenção

56
Q

Estudos observacionais analíticos coorte (retrospetivo ou prospetivo) - descrição

A

Pessoas sem a doença
- verifica-se os expostos e os não expostos e dentro de cada desse grupo vê-se quem desenvolveu ou não doença

57
Q

Estudos experimentais - intervenção

A

o investigador controla a intervenção em estudo

58
Q

Estudos experimentais - utilizados para avaliar…

A

utilizado para avaliar a eficácia de determinada intervenção terapêutica ou atividade preventiva

59
Q

Estudos experimentais - podem ser…

A

os ensaios clínicos podem ser “não controlados” ou “controlados” à estes últimos podem ser “aleatorizados” ou “não aleatorizados”

60
Q

Estudos experimentais - exemplo mais paradigmático

A

O exemplo mais paradigmático deste tipo de estudos é o ensaio clínico aleatorizado (ECA)

61
Q

Estudos experimentais - ensaio clínico aleatorizado: descrição

A

População - exclusões e depois randomização
- intervenção (tratamento): depois avaliar se doença ou sem doença
- controlo (placebo): depois avaliar se doença ou sem doença

62
Q

Ensaios clínicos - vantagens

A

Maior controlo do fator de estudo

Menor possibilidade de vieses

Reprodutíveis e comparáveis

63
Q

Ensaios clínicos - desvantagens

A

Caros

Limitações éticas

Dificuldades de generalização

64
Q

Estudo de coorte - vantagem

A

Estimam INCIDÊNCIAS

65
Q

Estudo de coorte - desvantagens

A

Caros e de difícil execução

Pouco úteis em doenças raras

Requerem amostras grandes

Risco de perda de casos no seguimento

66
Q

Estudo caso-controlo - vantagens

A

Mais baratos e de curta duração

Permitem analisar vários fatores de risco para uma mesma doença

67
Q

Estudo caso-controlo - desvantagens

A

Não estimam diretamente a incidência

A sequência temporal entre exposição e doença nem
sempre é fácil de estabelecer

68
Q

Estudos descritivos - vantagens

A

Fáceis de executar e relativamente baratos

Estudar diferentes variáveis ao mesmo tempo

69
Q

Estudos descritivos - desvantagem

A

Não são úteis em doenças raras/de curta duração

70
Q

Qual o tipo de estudo a escolher: erros a evitar

A
  • Decidir qual o tipo de estudo a fazer antes de ter uma boa pergunta de investigação
  • Iniciar a investigação sem antes estabelecer um protocolo de atuação
  • Selecionar um tipo de estudo inadequado à pergunta que desejamos responder
71
Q

O que é a população?

A

é o grupo de elementos sobre os quais incide a pergunta de investigação e a quem se aplicam os resultados do estudo

72
Q

População - define-se por…

A

define-se por critérios de inclusão e de exclusão

73
Q

Amostra - definição

A
  • consiste num subconjunto dos elementos da população
74
Q

Amostra - os resultados obtidos na amostra permitem…

A

os resultados obtidos na amostra permitem estimar os verdadeiros resultados da população de onde foi
retirada, caso a amostra seja representativa

75
Q

Amostra - os elementos da população têm determinada probabilidade de serem selecionados para o estudo

A
  • se todos os elementos da população tiverem a mesma probabilidade: a amostra é aleatória
  • se os elementos da população tiverem diferente probabilidade: a amostra é não aleatória
76
Q

Amostra aleatória - definição

A

só acontece quando se utiliza a técnica aleatória simples com reposição

77
Q

Amostra aleatória - quando não se utiliza a reposição…

A

quando não se utiliza a reposição, a probabilidade de ser selecionado só é igual para o primeiro a ser escolhido

Exemplo: a chave do totoloto não é uma amostra aleatória pura pois a probabilidade de sair é diferente à medida que
vão saindo bolas: 1/49; 1/48; 1/47; 1/46; 1/45; 1/44

78
Q

Amostra aleatória - as duas técnicas mais utilizadas de amostragem aleatória são…

A

A simples e a sistemática

79
Q

Amostragem aleatória simples - definição

A

Consiste em obter, através de programas informáticos (www.random.org) ou por consulta de tabelas, números aleatórios numa listagem de indivíduos a selecionar do total da população

80
Q

Amostragem aleatória sistemática - definição

A

O investigador tem a listagem da população e decide selecionar um indivíduo de x em x números (ex.: selecionar 1
de 10 em 10)

O valor de x será determinado por: número total de indivíduos da população/número total da amostra (ex. se quero selecionar 200 de uma população de 3000, devo retirar um indivíduo de 15 em 15, porque 3000/200=15)

81
Q

Amostragem aleatória sistemática - exemplo

A

Neste tipo de amostragem o primeiro número a ser retirado deve ser obtido de forma aleatória simples (no exemplo anterior seleciono um número aleatório de 1 a 15)

82
Q

Amostra não aleatória - probabilidades

A
  • as probabilidades dos elementos da população serem selecionados são completamente diferentes
  • as probabilidades são definidas por critérios do investigador, habitualmente por motivos de ordem prática e de acessibilidade aos dados
83
Q

Amostra não aleatória - compromete…

A

A amostragem não aleatória compromete a inferência estatística dos resultados para a população devido ao forte viés de seleção introduzido

84
Q

Tipos de amostragens não aleatórias:

A
  • Amostragem de conveniência
  • Amostragem acidental ou ocasional
  • Amostragem por voluntários
  • Amostragem consecutiva
  • Amostragem de típicos
85
Q

Erros a evitar na definição da população de estudo e seleção da amostra

A
  • Confundir população de estudo com a população geral
  • Incluir na população indivíduos sem qualquer hipótese de serem selecionados
  • Classificar mal a técnica de amostragem
  • Optar por usar amostras não aleatórias sempre que é possível usar uma amostra aleatória (amostras aleatórias são as menos enviesadas)
86
Q

Variáveis - definição

A

É muito importante definir bem o que se vai medir, como se vai medir e através de que métodos se vão colher os dados

A definição das variáveis e a forma de as objetivar é muito relevante num estudo

87
Q

Variáveis - muitos problemas que se investigam na área da saúde…

A

Muitos problemas que se investigam na área da Saúde são difíceis de medir, por conterem em si alguma subjetividade

Nestes casos, em que não existe uma medição universalmente aceite, há que tentar objetivar e operacionalizar o conceito que queremos medir, de forma a aumentar a fiabilidade (precisão; repetibilidade) e a validade (eliminar o erro sistemático) dos nossos resultados

Ex: intensidade da dor, qualidade de vida, gravidade da doença

88
Q

A variável é…

A

O nome ou descrição do conceito que queremos medir

Ex: Obesidade; tabagismo

89
Q

A definição operacional da variável é…

A

O formato atribuído à variável no contexto do estudo à é o que se vai medir:

Ex: Peso ou IMC para medir obesidade; n.º de cigarros ou UMA para medir consumo de tabaco

90
Q

Na definição de uma variável: (3)

A
  • evitar a ambiguidade entre o que medimos e o que pretendemos medir
  • preferir aquelas que facilitem a comparação dos nossos resultados com os de outros trabalhos
  • adotar definições standard, sempre que possível
91
Q

Que variáveis escolher? (5)

A
  • Que permitam avaliar a aplicabilidade de um protocolo (critérios de seleção)
  • Que permitam medir os fatores em estudo e as variáveis de resposta
  • Que possam atuar como possíveis fatores de confundimento
  • Que possam atuar como modificadoras do efeito
  • Que possam atuar como passos intermédios da cadeia causal
92
Q

As variáveis podem ser caraterizadas podem ser caraterizadas em (2)

A
  • Variáveis independentes: variável à qual atribuímos o efeito causa
  • Variáveis dependentes: variável à qual atribuímos o efeito consequência

Exemplo: Fumar (variável independente) é fator de risco para ter cancro do pulmão (variável dependente)

93
Q

As variáveis de confundimento são variáveis…

A

Eventualmente responsáveis por parte do efeito verificado

94
Q

Variáveis de confundimento - exemplo

A
  • Num determinado estudo de investigação provou-se a existência de uma relação de risco entre ter cancro do
    pulmão e o género masculino, a ingestão de café e o fumo de tabaco
  • Possivelmente quem mais toma café é simultaneamente quem mais fuma, e esta última é que é a verdadeira variável independente, sendo o café a variável de confundimento. O mesmo se passa com o género masculino: sendo os homens (variável de confundimento) os que mais fumam (variável independente), são os que mais têm cancro de pulmão (variável dependente)
95
Q

Variáveis de confundimento - descrição

A

Exposição -> outcome
(o confundimento causa a exposição e o outcome, mas a exposição não causa o outcome, ao contrário do que se possa achar)

96
Q

Variáveis qualitativas - definição

A

2 ou mais categorias mutuamente exclusivas

97
Q

Variáveis qualitativas - 2 tipos

A

Nominais

Ordinais

98
Q

Variáveis qualitativas - nominais

A

não existe uma ordem natural (Ex.: sexo: feminino/masculino)

99
Q

Variáveis qualitativas - ordinais

A

existe uma ordem hierárquica (Ex.: classe social de Graffar: I, II, III, IV)

100
Q

Variáveis quantitativas: 2 tipos

A

Discretas

Contínuas

101
Q

Variáveis quantitativas: discretas

A

Discretas (números inteiros) (Ex.: nº de filhos; nº de internamentos hospitalares)

102
Q

Variáveis quantitativas: contínuas

A

Contínuas (Ex.: peso; temperatura)

103
Q

Variáveis compostas - definição e exemplo

A

São variáveis formadas por mais que uma variável simples

Exemplo: IMC (peso; estatura)

104
Q

Variáveis universais - definição e exemplo

A

De tal modo frequentes que a sua inclusão num estudo é quase sistemática

Exemplo: Sexo; idade

105
Q

Definição e caraterização das variáveis - 2 erros a evitar

A
  • Categorizar as variáveis durante a fase de colheita de dados
  • Preferir variáveis qualitativas, em vez de utilizar variáveis quantitativas (as quantitativas contêm mais
    informação e permitem a utilização de provas estatísticas mais potentes)
106
Q

Todo o processo de recolha de dados é, em última análise, “validado”…

A

Pelo resultado final
- Isto é, em que medida contribuiu para dar respostas possíveis e adequadas às perguntas inicialmente formuladas?

107
Q

Como saber os métodos e processos de recolha de dados?

A

o Que dados necessitamos recolher, tendo em conta as variáveis em estudo, para responder à(s) pergunta(s) de investigação formulada(s)?

o Que tipo de dados recolher? Primários? Secundários?

o Que processo de colheita de dados adotar?

o Que instrumento(s) de recolha de dados utilizar?

o Como garantir a qualidade e fiabilidade dos dados recolhidos?

o Como garantir a melhor eficiência (económica e técnica) possível na recolha de dados?

108
Q

Colheita de dados - componente dispendiosa

A

é, frequentemente, a componente mais dispendiosa (em tempo, esforço e dinheiro) de um projeto de investigação

109
Q

Colheita de dados - preparação

A

deve ser preparada com muito cuidado, tendo em conta a forma mais simples, precisa, sistematizada e
económica que for possível -> garantir o seu sucesso e reduzir custos e desperdício de tempo e de recursos

110
Q

Colheita de dados - evitar

A

evitar eventuais dúvidas, fontes de confusão, extravios

111
Q

Colheita de dados - os métodos de recolha de dados podem variar…

A

conforme se trate de um estudo quantitativo ou qualitativo…
… o essencial é que as decisões sobre os processos e instrumentos de colheita de dados estejam em
consonância com os objetivos do estudo e com a natureza e características das variáveis selecionadas

112
Q

Colheita de dados - operacionalização das variáveis

A

a “operacionalização das variáveis” antecede, determina e é crucial para as decisões sobre os dados a recolher e como os recolher

113
Q

2 tipos de dados

A

Dados primários e dados secundários

114
Q

Dados primários - definição

A

recolhidos pelo investigador junto de cada unidade de observação (Ex: peso, valores de pressão arterial, perímetro abdominal)

115
Q

Dados primários - exemplos

A

o observação e descrição de fenómenos

o registo fotográfico (quer descritivo, quer comparativo, documentando por exemplo situações antes e depois de
uma intervenção)

o medição de parâmetros “objetivos”, recorrendo, por exemplo, a instrumentos físicos de medida (balanças,
craveiras)

o medição de parâmetros “subjetivos”, usando, por exemplo escalas (escala visual analógica de dor)

o entrevista (aberta, semi-estruturada, estruturada)

o questionários

116
Q

Dados secundários - definição

A

foram previamente recolhidos por outrem e já estão disponíveis em fichas, ficheiros, bases de
dados, publicações estatísticas

117
Q

Dados secundários - exemplos e considerações

A

o a colheita de dados secundários é feita a partir de fichas previamente existentes em ficheiros, dossiers eletrónicos e bases de dados, em publicações estatísticas disponibilizadas por entidades oficiais internacionais,
nacionais, regionais ou locais

o exemplos destas entidades: OMS, INE, DGS, ARS, entre outras

o o investigador deve averiguar o grau de fiabilidade que pode esperar desses dados e entrar com esse parâmetro em linha de conta nas análises que fizer e, sobretudo, na interpretação e discussão dos resultados que obtiver

118
Q

Questionários - definição

A
  • Instrumentos de recolha de dados largamente utilizados
  • São, por definição, listas de perguntas
119
Q

Questionários - não à tentação…

A

Não à tentação de, “já agora”, incluir no questionário mais isto e aquilo, por parecer interessante

120
Q

Questionários - complexidade

A

É um processo relativamente complexo e existe vasta bibliografia sobre como construir e validar questionários à
colaboração de investigador (habitualmente da área das ciências sociais e humanas) com experiência na construção e na validação de questionários

121
Q

Questionários - design

A

O design gráfico do questionário é de enorme utilidade: facilitar ou dificultar, quer as respostas quer, posteriormente,
o processo de tratamento dos dados à própria ficha do questionário com coluna (geralmente na margem direita) para uso exclusivo dos investigadores onde se procede à codificação dos valores da resposta dada a cada pergunta

122
Q

“…e esse questionário está validado?”

A

o questão da validação é, ao mesmo tempo, mais complexa e mais simples do que por vezes se supõe

o o conceito de validação pode aplicar-se apenas a alguma(s) pergunta(s), ou a um setor do questionário

o por validade entende-se, sucintamente: o que se está a “medir” é efetivamente o que se quer “medir”

o nas perguntas simples, óbvias e lógicas e para perguntas independentes entre si a respetiva “validação” pode consistir simplesmente em confirmar que a pergunta é clara e precisa à que obtém a informação que se procura saber e que, quem vai responder, compreende claramente o que é perguntado

o é muito útil, até pela possibilidade de comparar resultados, usar questionários já trabalhados e validados por outros autores

123
Q

Perguntas abertas:

A
  • propiciam respostas mais difíceis de tratar e de analisar
  • devem ser simples, claras e diretas, embora possibilitem resposta livre por parte do inquirido
124
Q

Perguntas fechadas:

A
  • devem esgotar todas as possibilidades de resposta e devem admitir as hipóteses “não sei”, “não respondo”, e,
    eventualmente, “não aplicável”
  • quando não for possível esgotar as possibilidades de resposta deve sempre incluir-se a alínea “outro” e deixar espaço para escrita
  • podem utilizar-se escalas do tipo Likert
125
Q

Perguntas - pré-teste

A

Tem de ser óbvio que o que é perguntado corresponde à operacionalização adequada da variável em estudo à deve ser analisado, criticado e testado previamente por peritos e potenciais respondentes: “pré-teste”

126
Q

Erros a evitar nos métodos e processos de recolha de dados

A
  • Iniciar a recolha de dados sem ter planeado e preparado cuidadosamente todo o processo
  • Recolher dados desconectados das variáveis em estudo
  • Trabalhar com dados e variáveis sem relação com os objetivos e as hipóteses definidos
  • Usar instrumentos de medida/recolha de dados que não sejam cuidadosamente preparados e/ou calibrados
  • Usar traduções de questionários sem validação dessa tradução (habitualmente por tradução cruzada) e adaptação cultural, apesar de os originais terem sido validados para outras línguas e culturas
  • Usar questionários que não tenham sido sujeitos a um “pré-teste”
  • Colaboradores não instruídos e treinados quanto à harmonização a seguir na recolha de dados
127
Q

Quais os métodos e processos de recolha de dados? - cheklist

A
  • Processo de recolha de dados foi meticulosamente preparado para evitar desperdício de tempo e recursos?
  • Dados a recolher são adequados, tendo em conta as variáveis em estudo?
  • Existe alinhamento entre os dados a recolher e o plano para o seu tratamento e análise?
  • Os métodos e processos de recolha são adequados tendo em conta o tipo de estudo, os objetivos e as hipóteses definidas?
  • Os instrumentos de recolha de dados são válidos e precisos em relação ao que procuram
    medir?
  • Os colaboradores na recolha de dados estão ou vão estar devidamente instruídos e
    treinados?
128
Q
A