Patologia aguda na criança e adolescente - gastroenterite aguda (terminado) Flashcards

1
Q

Etiologia - vírus

A

(50-80%):
o Rotavírus;
o Adenovírus;
o Coronavírus;
o Astrovírus

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2
Q

Etiologia - bactérias

A

(5-10%):
o Salmonella;
o Escherichia coli;
o Campylobacter jejuni;
o Shigella Yersínia

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3
Q

Etiologia - outros

A

(1%):
o Giardia intestinalis;
o Entamoeba histolytica;
o Candida albicans

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4
Q

Clínica

A
  • Diarreia (↑ frequência das dejeções e ↓ consistência das fezes): sintoma principal
  • Pode acompanhar-se de vómitos e/ou febre
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5
Q

Clínica - duração

A

Habitualmente autolimitada

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6
Q

Complicações (2)

A

Complicações: desidratação e desnutrição (++ lactentes e crianças malnutridas)

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7
Q

Importante avaliar…

A

Importante avaliar o risco e o grau de desidratação

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8
Q

Fatores de risco: (5)

A

o Idade < 12 meses;

o Dejeções ≥ 8/dia;

o Vómitos ≥ 2/dia;

o Desnutrição;

o Aleitamento artificial

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9
Q

Desidratação ligeira

A

% de perda (aguda, em 24-48h) de peso corporal: < 5%

Estado geral bom, alerta

Sede normal

Olhos normais

Mucosas húmidas

Pele: sem prega cutânea

Densidade urinária < 1020

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10
Q

Desidratação moderada

A

% de perda (aguda, em 24-48h) de peso corporal: 5 – 10%

Estado geral irritado

Sede: sedento

Olhos: encovados

Mucosas secas

Pele: prega cutânea

Densidade urinária 1020 - 1030

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11
Q

Desidratação grave

A

% de perda (aguda, em 24-48h) de peso corporal: > 10%

Estado geral letárgico, inconsciente

Sede: dificuldade em beber

Olhos: muito encovados

Mucosas muito secas

Pele: prega cutânea acentuada

Densidade urinária > 1030

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12
Q

% de perda de peso corporal - cálculo

A

((peso anterior - peso atual)/ peso anterior) x 100

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13
Q

MCDTs - quando?

A

Se mau estado geral, desidratação grave ou suspeita de alterações hidroeletrolíticas (ex.:
hipernatremia)

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14
Q

MCDTs - deve incluir

A

ureia, creatinina, ionograma, pH

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15
Q

MCDTs - indicações para coprocultura e parasitológico de fezes

A

Se epidemia, diarreia sanguinolenta, história de toxinfeção alimentar, viagens recentes ou diarreia crónica

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16
Q

Referenciação ao Serviço de Urgência (6)

A
  • Desidratação moderada a grave;
  • Falência da hidratação oral:
    o Por incapacidade de administração dos prestadores de cuidados;
    o Por intolerância do doente (manutenção dos vómitos, ingestão insuficiente ou recusa de ingestão);
    o Por agravamento do quadro clínico, diarreia e/ou desidratação, apesar da reidratação correta
  • Idade < 3 meses;
  • Mau estado geral;
  • Doença de base;
  • Família insegura
17
Q

Tratamento - em ambulatório

A

o Desidratação ligeira a moderada

o Objetivos: correção e prevenção da desidratação + reintrodução da alimentação

18
Q

Tratamento - em ambulatório: 6 pilares (ESPGHAN 2014)

A

o 1. Corrigir a desidratação estimada, em 3-4h, utilizando soluções de reidratação oral (SRO)

o 2. Utilizar soluções hiposmolares (Na-60mmol/L, glucose-74-111 mmol/L)

o 3. Nunca suspender o aleitamento materno

o 4. Reiniciar a alimentação precocemente, no final das 4h de reidratação, com a dieta habitual da criança

o 5. Prevenir a recorrência da desidratação, suplementando com SRO (10mL/kg/dejeção diarreica) a terapêutica de manutenção

o 6. Não administrar medicação desnecessária

19
Q

Tratamento - corrigir a desidratação estimada, em 3-4h, utilizando soluções de reidratação oral (SRO)

A

o Quantidade de solução a administrar é correspondente à perda de peso

o Ex.: criança de 10 Kg com 5% de desidratação perdeu 500g → deve beber 500mL de SRO em 4h

o Reavaliação clínica 2h depois e no fim do tempo de reidratação

20
Q

Tratamento - utilizar soluções hiposmolares (Na-60mmol/L, glucose-74-111 mmol/L)

A

o Diarreias dos países desenvolvidos → associadas a perdas de Na+ entre 30 e 60 mmol/L

o Se ingestão de soluções com quantidades superiores → pode originar hipernatremia

o Não se recomendam preparados caseiros ou bebidas gaseificadas → contêm pouco Na+ e muita
glucose

21
Q

Tratamento - aleitamento materno

A

Nunca suspender o aleitamento materno

22
Q

Tratamento - reiniciar a alimentação precocemente, no final das 4h de reidratação, com a dieta habitual da criança

A

o Dieta hipoproteica ou hipocalórica → agrava a desnutrição, prolongando o quadro clínico

o Lactentes amamentados devem retomar o aleitamento materno ou as fórmulas habituais

o Nota: Uso de fórmulas sem lactose ou diluição das fórmulas não é recomendado

23
Q

Tratamento - prevenir a recorrência da desidratação, suplementando com SRO (10mL/kg/dejeção diarreica) a terapêutica de manutenção

A

o Depois de reidratada, a criança deve beber líquidos livremente (SRO, água ou leite)

o Refrigerantes, bebidas açucaradas, bebidas para desportistas→ não indicados

24
Q

Cálculo das necessidades hídricas

A

Manutenção:
100 ml/kg pelos primeiros 10kg de peso
50 ml/kg pelos seguintes 10kg de peso
20 ml/kg pelos restantes

Ex: criança c/22 kg: (10x100) + (10x50) + (2x20)= 1540 ml/ dia

Perdas correntes: 10 ml/kg por vómito ou dejeção

25
Q

Tratamento - não administrar medicação desnecessária: Ondansetron

A

(0,15mg/kg/toma, 1-3 tomas)→ pode ser eficaz em crianças com vómitos por GEA

Uso de outros antieméticos não recomendado

26
Q

Tratamento - não administrar medicação desnecessária: antidiarreicos (loperamida)

A

Não recomendados

27
Q

Tratamento - não administrar medicação desnecessária: racecadotril

A

Pode ser considerado no tratamento da GEA

28
Q

Tratamento - não administrar medicação desnecessária: probióticos (L. rhamnosus GG e S. boulardii - Atyflor®, UL-250®, Bivos®,…)

A

São eficazes na ↓duração e
intensidade da diarreia

29
Q

Tratamento - não administrar medicação desnecessária: simbióticos e prebióticos

A

não recomendados

30
Q

Tratamento - não administrar medicação desnecessária: antimicrobianos

A

não devem ser usados na grande maioria dos doentes

31
Q

Tratamento - não administrar medicação desnecessária: antimicrobianos (Shigella)

A

antibioterapia indicada

32
Q

Tratamento - não administrar medicação desnecessária: antimicrobianos (Salmonella spp)

A

antibioterapia indicada, se idade < 3 meses, imunodeficiência/imunossupressão, asplenia, acloridria, fármacos imunossupressores ou
corticoides

33
Q

Tratamento - não administrar medicação desnecessária: antimicrobianos (Campylobacter spp)

A

antibioterapia indicada, se forma disentérica

34
Q

Tratamento - não administrar medicação desnecessária: antimicrobianos (E. coli produtora da toxina Shiga)

A

não usar antibióticos

35
Q
A