Investigação em MGF - prescrição farmacológico racional (terminado) Flashcards
Prescrição - definição
ordem escrita que inclui instruções detalhadas sobre o fármaco a ser administrado a uma determinada pessoa e respetiva formulação, dose e via, bem como a hora, frequência e duração de administração
Prescrição racional e adequada
A PRESCRIÇÃO RACIONAL (rational prescribing) e prescrição adequada (good prescribing):
o caracteriza o resultado de um processo de decisão que maximiza os ganhos individuais de saúde face aos recursos disponíveis
o distingue-se prescrição racional como sendo o processo e a prescrição adequada como sendo o resultado
A prescrição racional é o ato de ponderação que se centra em quatro componentes principais:
- maximizar a efetividade
- minimizar os riscos
- minimizar os custos
- respeitar a escolha do doente
Todo este processo da prescrição racional culmina na determinação de cinco parâmetros:
o dose adequada
o seleção do fármaco correto
o para um diagnóstico preciso de um doente
o com o tempo
o e via de administração apropriados
Para a concretização de uma prescrição racional é necessário o conhecimento detalhado da: (3)
o fisiopatologia da doença em causa
o farmacodinâmica
o farmacocinética
Evidência Científica
Fiabilidade (o gold standard é o ensaio clínico controlado e aleatorizado, e/ou revisões sistematizadas de ensaios clínicos), disponibilidade, avaliação crítica, número de doentes que é necessário tratar/lesar (number needed to treat/harm)
Alternativas e respetiva eficácia
Classe igual ou distinta, modalidades terapêuticas diferentes
Contra-indicações
Hipersensibilidade, grupos etários (crianças, idosos), grávidas, aleitamento materno, insuficiência renal ou hepática
Interações medicamentosas e caraterísticas farmacológicas, dose e duração ótimas
Mecanismos de acção ou efeitos adversos semelhantes, indutores
ou inibidores enzimáticos, janela terapêutica estreita, farmacocinética/farmacodinâmica, via de administração, peso e superfície corporal do doente, semi-vida plasmática do fármaco, erros de cálculo (corrigir unidades)
Formulação ou via de administração
Alvo terapêutico, rapidez de início de acção, biodisponibilidade, frequência da administração, aceitação pelo doente
Adesão
Polimedicação, frequência da administração, efeitos adversos potenciais, capacidade do doente, crenças do doente, aconselhamento adequado
Efeitos adversos
Interpretação e comunicação do risco aos doentes
Monitorização
Objectiva ou subjectiva, eficácia (sintomas, marcadores de doença,
níveis sanguíneos), toxicidade
Disponibilidade
Custo (medicamento genérico vs de marca), formulários, normas de orientação clínica
Componentes da prescrição farmacológica racional
Evidência Científica
Alternativas e respetiva eficácia
Contra-indicações
Interações medicamentosas e caraterísticas farmacológicas, dose e duração ótimas
Formulação ou via de administração
Adesão
Efeitos adversos
Monitorização
Disponibilidade
A pesquisa da evidência científica permitirá …
A pesquisa da evidência científica permitirá a avaliação crítica e posteriormente a seleção da informação que melhor
responde à questão clínica inicialmente colocada
As questões clínicas são habitualmente classificadas como:
o avançadas, ou de perito (foreground question)
Ex: Qual é a opção mais correta de prevenir um AVC, anticoagulação ou
antiagregação?
(Paciente
Intervenção
Comparação
Outcome (resultado))
o de base, ou de noviço (background question)
Ex.: Quais são as complicações mais frequente da pancreatite aguda?
As fontes potenciais de informação incluem:
o experiência pessoal ou de peritos
o livros de texto
o artigos originais publicados em periódicos
o revisões sistemáticas da literatura
o normas de orientação clínica baseadas nas anteriores
As fontes de informação mais importantes:
o artigos originais publicados em periódicos
o revisões sistemáticas da literatura
o normas de orientação clínica baseadas nas anteriores
Nota:
- são as que mais servem para classificar uma
atuação de “baseada na evidência científica”
- são as que formam a base de decisão em clínica, por outras palavras, as mais importantes
O passo seguinte será responder à questão:
“Quais são os critérios de seleção de fontes de informação para apoio à prática clínica?”
1. a sua base científica (qual a validade dos estudos? a evidência está hierarquizada em termos da sua força? pode aceder-se às fontes primárias?)
2. a sua abrangência e especificidade (a área de interesse está efetivamente coberta e responde às questões importantes sobre diagnóstico, tratamento, prognóstico?)
3. facilidade de utilização (resumos bem estruturados? motor de busca eficaz?)
4. disponibilidade (encontra-se facilmente? é dispendioso?)
“Quais são os critérios de seleção de fontes de informação para apoio à prática clínica?”
- a sua base científica (qual a validade dos estudos? a evidência está hierarquizada em termos da sua força? pode aceder-se às fontes primárias?)
- a sua abrangência e especificidade (a área de interesse está efetivamente coberta e responde às questões importantes sobre diagnóstico, tratamento, prognóstico?)
- facilidade de utilização (resumos bem estruturados? motor de busca eficaz?)
- disponibilidade (encontra-se facilmente? é dispendioso?)
Pirâmide de evidência
Base - estudos originais
2º passo - sínteses (revisões sistemáticas da literatura)
3º passo - sinopses (revistas de especialidade baseadas na evidência)
4º passo - sumários (normas de orientação clínica)
5º passo (topo da pirâmide) - sistemas (sistemas informáticos de apoio à decisão)
Estudos (studies)
- estudos primários de base (ex: ensaios clínicos, estudos diagnósticos e prognósticos), que se encontram nas bases
de dados mais conhecidas (ex: Medline, EMBASE), sem qualquer processamento específico - os utilizadores têm de analisar cada artigo per si, pelo que são algo difíceis de utilizar devido às aptidões
necessárias para selecionar (ie. construção de filtros de pesquisa) e avaliar (grelhas de avaliação crítica) os estudos - existem literalmente milhões
Sínteses
- são os estudos secundários (dos quais os paradigmas são as revisões sistemáticas da literatura) que sintetizam a evidência cuidadosamente avaliada segundo critérios explícitos previamente definidos
- são relativamente simples de utilizar
- existem milhares publicadas
Exemplos: Cochrane Database of Systematic Reviews, DARE
Estudos que devem ser pesquisados em primeiro lugar
Os estudos secundários (revisões sistematizadas e meta-análises) e os ensaios clínicos aleatorizados fornecem informação de maior qualidade e validade à devem ser pesquisados em primeiro lugar
Caso não estejam disponíveis, utilizam-se as fontes imediatamente a seguir na hierarquia da evidência clínica
Sinopses
- são descrições sucintas de um estudo ou de uma revisão individual incorporando guias ou aconselhamento de
aplicação por peritos clínicos - a evidência é avaliada externamente, com descrição das suas forças e fraquezas no contexto da sua aplicação
- são de fácil utilização
- o seu número anda pelos milhares
Exemplos: Evidence Based Medicine, ACP Journal Club, Essential Evidence Plus
Sumários
- são livros de texto totalmente baseados na evidência, com atualizações periódicas de curta duração e que procuram integrar a informação dos níveis inferiores, de modo a fornecer uma abordagem prática
- apresentam integração avançada da evidência e constituem uma fonte de apoio à decisão muito útil
- existe um número reduzido destes instrumentos
Exemplos: UpToDate, DynaMed, EBM Guidelines, Clinical Evidence
Sistemas
- estes são os instrumentos mais avançados que existem, integrando dados do doente individual com os da investigação clínica relevante ao caso individual, através de sistemas informáticos
- o seu número é escasso
Exemplos: software de apoio à decisão de internar o doente com dor retroesternal no serviço de urgência ou de estratificação de risco do doente coronário (QRISK, Framingham scores, Euroscore)