Tireoidites e nódulos de tireoide Flashcards

1
Q

Definição de tireoidites

A

É o processo inflamatório da tireoide levando a disfunção da tireoide de forma transitória ou permanente

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2
Q

Classificação e causas de tireoidites (4)

A

1) Aguda (Resolução em até 7 dias) → Tireoidite Supurativa / infecciosa

2) Subaguda (Resolução em poucos meses) → Tireoidite DeQuervain ou Tireoidite linfocítica subaguda

3) Crônica (Início insidioso sem resolução) → Tireoidite de Hashimoto ou Tireoidite de Riedel

4) Tireoidites induzidas por medicamentos → Amiodarona

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3
Q

Achados da cintilografia de tireoide nas tireoideites

A
  • Quente (muito captante): Grande produção hormonal levando a tireotoxicose
  • Frio (pouco captante): Destruição tireoidiana, liberando hormônios armazenados, levando a tireotoxicose
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4
Q

Sinônimo e epidemiologia da tireoidite aguda

A

Tireoidite infecciosa ou supurativa aguda

Rara, mais comum em imunossuprimidos

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5
Q

Etiologias das tireoideites infecciosas

A
  • Bacteriana (70%): S. aureus, S. pyogenes e S. pneumoniae
  • Fungos (imunossuprimidos): Aspergillus, Candida albicans e Pneumocystis jivorecii (PVHA)
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6
Q

Quadro clínico das tireoidites infecciosas

A
  • Nodulação cervical assimétrica dolorosa com sinais inflamatórios, febre, sudorese, astenia
  • Irradiação da dor para mandíbula ou ouvido ipsilateral
  • Pode apresentar Disfonia e disfagia
  • Quadros graves → Sepse ou mediastinite.
  • Raramente tem sintomas de hipertireoidismo transitório
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7
Q

Diagnóstico de tireoidite infecciosa

A

Clínica + Precedida por IVAS + PAAF

PAAF (Bacterioscopia ou cultura): Infiltrado leucocitário, necrose ou abscesso
USG (obrigatório): Localizar abscesso (anecoico com reforço acústico) ou processo supurativo
Cintilografia (Não obrigatório): Captação normal

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8
Q

Tratamento da tireoidite infecciosa

A
  • Drenagem
  • Antibiótico empírico
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9
Q

Principal causa de tireoidite subaguda

A

Tireoidite granulomatosa subaguda (de De Quervain)

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10
Q

Sinônimo da Tireoidite de DeQuervain (2)

A
  • Tireoidite Granulomatosa Subaguda
  • Tireoidite Subaguda Dolorosa Células Gigantes
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11
Q

Etiologias da Tireoidite de DeQuervain

A

Infecção viral semanas antes
→ Gera inflamação autoimune

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12
Q

Quadro clínico da Tireoidite de DeQuervain

A
  • Pródomos → Infecção viral VAS
  • Evolução → Febre elevada + dor tireoidiana (moderada / intensa) com irradiação para pescoço, mandíbula, garganta e ouvidos
  • Sinais e sintomas de hipertireoidismo (devido inflamação difusa da glândula)
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13
Q

Evolução da função tireoidiana na tireoidite de DeQuervain

A

Hipertireoidismo (Dolorosa aguda inicial) → Eutireoidismo → Hipotireoidismo → Eutireoidismo

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14
Q

Exames complementares na Tireoidite de DeQuervain

A

USG: Hipoecoico irregular e mal definido
Cintilografia: Hipocaptante ou normal
PAAF histológico: Infiltrado polimorfonuclear, mononuclear e células gigantes, microabscessos e fibrose

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15
Q

Tratamento da tireoidite de DeQuervain

A
  • Sintomático (AINE, corticoide, analgésicos)
  • Controlar sintomas de tireotoxicose (raro) → Betabloqueadores
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16
Q

Sinônimo da Tireoidite Linfocítica Subaguda

A

Tireoidite linfocítica indolor
Tireoidite silenciosa

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17
Q

Etiologia da Tireoidite linfocítica subaguda

A

Espontâneo ou pós-parto (↑ níveis de Anti-TPO no 1º trimestre de puerpério)

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18
Q

Diagnóstico diferencial de Tireoidite linfocítica subaguda

A

Depressão pós-parto

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19
Q

Quadro clínico da Tireoidite linfocítica subaguda

A

Quadro clínico e evolução da função tireoidiana semelhante a Tireidite de DeQuervain

  • Evolução → Febre elevada (INDOLOR)
  • Sinais e sintomas de hipertireoidismo (devido inflamação difusa da glândula)
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20
Q

Diferença da Tireoidite linfocítica subaguda para tireoidite de DeQuervain

A

Apenas o achado histológico

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21
Q

Formas de apresentação da função tireoidiana na Tireoidite linfocítica subaguda

A
  • Apenas hipertireoidismo transitório
  • Apenas hipotireoidismo transitório (mais comum)
  • Hipertireoidismo (inicia no 1º a 4º mês de puerpério, com duração de 4 a 8 semanas) → Hipotireoidismo (duração de 2 a 8 semanas) → Eutireoidimo (recuperação)
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22
Q

Tratamento da tireoidite linfocítica subaguda

A
  • Sintomático (AINE, corticoide, analgésicos)
  • Controlar sintomas de tireotoxicose (raro) → Betabloqueadores
  • Tratar hipotireoidismo (raro)
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23
Q

Principal causa de tireoidite crônica

A

Tireoidite linfocítica crônica (de Hashimoto)

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24
Q

Epidemiologia da Tireoidite de Hashimoto

A

Mulheres (5:1), ≥ 50 anos

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25
Q

Anticorpos presentes na tireoidite de Hashimoto (3)

A
  1. Anti-TPO (95-100%);
  2. Antitireoglobulina (60%);
  3. TRAb (15-20%)
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26
Q

Quadro clínico da tireoidite de Hashimoto

A

Tireoidite indolor com tireotoxicose (por 2-8 semanas) seguido de hipotireoidismo subclínico + formação de bócio

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27
Q

Achados laboratoriais de tireoidite de Hashimoto (3)

A
  1. ↓T4L;
  2. ↑TSH;
  3. ↑Anti-TPO
28
Q

Exame solicitado na presenta de Tireoidite de Hasimoto + Aspecto nodular

A

Biópsia (infiltrado linfocítico folicular)

29
Q

Tratamento de tireoidite de Hashimoto

A

Levotiroxina ad eternum

30
Q

Tireoidite de Hashimoto apresenta risco para qual lesão maligna?

A

Linfoma de tireoide

31
Q

Epônimo e epidemiologia da Tireoidite Fibrosante Invasiva

A

Tireoidite de Riedel

Rara, idosos 40 a 60 anos, feminino

32
Q

Doenças associadas a Tireoidite fibrosante invasiva (3)

A
  • Doença de Graves
  • Anemia perniciosa
  • Síndrome esclerosantes
33
Q

Quadro clínico da Tireoidite Fibrosante Invasiva

A
  • Fibrose extensa da glândula tireoide
  • Bócio de consistência endurecida e indolor
  • Crescimento cervical indolor insidioso e crônico
  • Sintomas de compressão (frequentes e graves): Disfagia, rouquidão, estridor, dispneia, tosse, asfixia
  • Acometimento extenso: Pode levar a hipotireoidismo
  • Pode apresentar hipoparatireoidismo associado
34
Q

Exames complementares na tireoidite fibrosante invasiva

A
  • Função tireoidiana normal, exceto se extenso
  • Anticorpos positivos em 67% dos casos
  • PAAF não é elucidativa e cintilografia é normal
  • USG e TC (delimitar extensão)
35
Q

Exame diagnóstico de Tireoidite Fibrosante Invasiva

A

Biópsia cirúrgica: Fibrose intensa, comprometendo a glândula e tecidos vizinhos

36
Q

Tratamento da tireoidite fibrosante invasiva

A
  • Geralmente não precisa tratar
  • Se tiver sintomas compressivos / suspeita de malignidade → Cirurgia
  • Alívio dos sintomas → Glicocorticoide, Tamoxifeno, metotrexato
37
Q

Substâncias que podem levar a tireoidite induzida por medicamentos

A

Amiodarona
Lítio
Ingestão de T3 (Tireotoxicose factícia por ingestão de T3)

38
Q

Principal causa de Tireoidite induzida por medicamentos

A

Amiodarona (Rico em iodo)

Pode levar a:
- Hipotireoidismo: Efeito Wolff-Chaikoff
- Hipertireoidismo: Efeito Jod-Basedow

39
Q

Tipos de tireoidite induzidas por amiodarona e tratamento

A

Tireotoxicose tipo1 (Autoimune / Graves-Like) → Hipercaptante na cintilografia
— Tionamidas em doses elevadas
— Perclorato de potássio
— Definitivo: > 10% captação: Iodoterapia / < 10% captação: Cirurgia

Tireotoxicose tipo 2 (inflamatória) → Hipercaptante na cintilografia
— Corticoide por 3 meses → Refratário: Cirurgia

Hipotireoidismo: Hipocaptante na cintilografia
— Levotiroxina e avaliar suspender amiodarona

40
Q

Manifestação da tireoidite actínica

A

Hipertireoidismo podendo ser dolorosa, após administração de iodo radioativo

41
Q

Exame solicitado na suspeita de nódulo tireoidiano

A

USG de tireoide (deve ser realizada em todos os pacientes com suspeita de nódulo tireoidiano ou bócio nodular no exame físico ou com nódulos observados incidentalmente em outros estudos de imagem

42
Q

Características ultrassonográficas de malignidade do nódulo de tireoide

A

> 1cm
Sólido
Hipoecoide
Microcalcificações
Margens irregulares
Mais alto que largo
Fluxo sanguíneo central

43
Q

Fatores preditivos de malignidade de nódulos de tireoide

A

Idade < 20 ou > 70
Masculino
História de radioterapia cervical
Microcalcificação
Fluxo sanguíneo central
Nódulo frio à cintilografia

44
Q

Investigação de nódulo de tireoide

A
45
Q

Características do nódulo espongiforme de tireoide

A

Nódulo benigno
Partes sólidas e partes líquidas no interior (“Esponja”)

46
Q

Indicações de PAAF no nódulo de tireoide

A
  • Risco de câncer alto ou suspeito de metástase linfonodal: ≥ 0,5cm
  • Hipoecoico ≥ 1,0cm
  • Hiperecoico ≥ 1,5cm
  • Espongiforme ≥ 2,0cm (pode só observar)
  • Parcialmente cístico sem outras características de malignidade ≥ 2,0cm (pode só observar)
47
Q

Quando não realizar PAAF no nódulo de tireoide

A

Nódulos puramente císticos

48
Q

Avaliação citológica da PAAF do nódulo de tireoide

A

Classificação de Bethesda

I: Repetir PAAF
II: Acompanhamento
III: Repetir PAAF em 6 meses ou testes moleculares
IV: Tireoidectomia ou testes moleculares
V e VI: Tireoidectomia

49
Q

Cuidado com Bethesda IV

A

Não dá para diferenciar adenoma folicular de carcinoma folicular → Tem que fazer tireoidectomia

50
Q

Conduta frente a classificação de Bethesda para nódulos de tireoide

A

I: Repetir PAAF
II: Sem procedimento adicional
III: Repetir PAAF
IV: Tireoidectomia
V: Tireoidectomia
VI: Tireoidectomia

51
Q

Técnica cirúrgica indicada para nódulos de tireoide

A

Cirurgia minimamente invasiva assistida por robótica via transoral ou transaxilar (Inclusive para alguns nódulos malignos)

52
Q

Tipos de Câncer de Tireoide

A

1) Cânceres diferenciados:
- Carcinoma papilífero
- Carcinoma folicular
2) Câncer medular
3) Câncer indiferenciado (Anaplásico)

53
Q

Tipos de câncer de tireoide mais comuns

A

Cânceres diferenciados:
1) Carcinoma papilífero (85%)
2) Carcinoma folicular (12%)

54
Q

Tipo de câncer mais agressivo

A

Indiferenciado (Anaplásico) → Letalidade próxima de 100% em 4 meses

55
Q

Características do Carcinoma papilífero

A
  • Mais comum (85%)
  • Mais associado a exposição a radiação
  • Metástase com disseminação linfonodal (80%)
  • Dica na biópsia: Corpos Psanomatosos e núcleos em vidro fosco ou olhos da órfã Annie
  • Conduta: Tireoidectomia total + ablação comiodo
  • Seguimento: Tireoglobulina
56
Q

Características do Carcinoma folicular

A
  • Segundo câncer de tireoide mais comum (12%)
  • Mais comum em áreas de deficiência de iodo
  • Metástase com disseminação hematogênica (10 a 15%) → Pulmão e ossos
  • Conduta: Tireoidectomia total + ablação com iodo
  • Seguimento: Tireoglobulina
57
Q

Sítios de metástase do carcinoma folicular de tireoide

A

Pulmões e ossos

58
Q

Definição do Carcinoma de Células de Hürthle

A

Variante do Carcinoma folicular de tireoide (3% dos CA de tireoide) → Tem comportamento agressivo

59
Q

Indicações de radioiodoterapia pós-tireoidectomia

A

Indicado para cânceres diferenciados de tireoide:
- Fazer se alto risco de recorrência local
- Considerar se risco intermediário de recorrência local
Não fazer se baixo risco de recorrência local

60
Q

Características do Câncer Medular de tireoide (CMT)

A
  • 1 a 2% dos cânceres de tireoide
  • Tumor de células parafoliculares (Células C) produtoras de Calcitonina (↓ reabsorção de cálcio ósseo e renal)
  • 25% associado a NEM tipo 2 (Mutação no gene RET)
    — NEM 2a → Carcinoma medular tireoide + Feocromocitoma + Hiperparatireoidismo primário
    — NEM 2b → Carcinoma medular tireoide + Feocromocitoma + hábito marfanoide (ganglioneuromas)
  • Conduta: Tireoidectomia total
  • Seguimento: Dosagem de calcitonina
  • Em caso de NEM, opera-se o tumor com doença presente, se mais de um tumor concomitantemente: priorizar feocromocitoma
61
Q

Características do câncer indiferenciado (anaplásico) de tireoide

A
  • Raros e extremamente agressivos
  • Mais comum em idoso em áreas com deficiência de iodo
  • Massa tireoideiana com metástase a distância (90%)
  • Conduta: Tireoidectomia (se tumor operável e sem metástase)
62
Q

Tratamento do câncer medular de tireoide

A

Tireoidectomia total e ressecção de metástases locais e reginais

Se doença residual ou recorrente: Quimio ou radioterapia

63
Q

Complicações da tireoidectomia

A

1) Hipotireoidismo (todos os casos de tireoidectomia total)

2) Hipoparatireoidismo transitório (Paratireoidectomia acidental) → PTH baixo, hipocalcemia, hiperfosfatemia → Reposição de gluconato de cálcio

3) Lesões de nervo laríngeo recorrente:
– Unilateral: Paresia ou paralisia da corda vocal ipsilateral → Disfonia (rouquidão) e dispneia
– Bilateral: Dispneia grave, estridor e oclusão respiratória (Traqueostomia)

4) Lesão do nervo laríngeo superior: ↓ capacidade de modular a voz (Dificuldade para emitir timbres agudos) e disfonia

5) Síndrome de Horner: Lesão do SN autônomo simpático: Miose, anidrose e ptose

64
Q

Complicação da tireoidectomia mais precoce

A

Hipoparatireoidismo transitório

65
Q

Achados do hipoparatireodismo transitório decorrente da complicação da tireoidectomia

A
  • Hipocalcemia transitória (até 6 meses) ou definitiva ( > 6 meses)
  • Manifestação da hipocalcemia:
    — Sinal de Chvostek: Espasmo da musculatura do nervo facial quando percutido
    — Sinal de Trousseau: Espasmo carpal até 3 min após esfigmo inflado acima da PAS
66
Q

Monitorização de câncer de tireoide após tratamento

A
  • USG cervical
  • Antitireoglobulina
  • Tireoglobulina (Apenas após tireoidectomia total)
  • Calcitonina (Para CA medular - Antes e após tireroidectomia)