PVHA Flashcards
Definição de infecção aguda de HIV
Replicação intensa do vírus nos tecidos linfoides → Carga viral elevada e redução de linfócitos
Quadro clínico da Síndrome Retroviral Aguda
Ocorre durante infecção aguda pelo HIV:
- Febre, cefaleia, astenia, adenopatia, faringite, exantema e mialgia
- Êmese, diarreia, perda de peso, úlceras orais
Autolimitado (3 a 4 semanas)
Marcador clínico precoce de imunossupressão grave por HIV
Candidíase oral
Achados definidores de aids (3)
1) Neoplasias (sarcoma de Kaposi, linfoma não Hodgkin e câncer de colo uterino, em mulheres jovens)
2) Infecções oportunistas (pneumocistose, neurotoxoplasmose, tuberculose pulmonar atípica ou disseminada, meningite criptocócica e retinite por citomegalovírus)
3) Dano direto a alguns órgãos (miocardiopatia, nefropatia e neuropatias).
Ordem cronológica para detecção de HIV pelos testes diagnósticos
1º) Carga viral → 19 dias
2º) Detecção de antígeno p24 (4º geração) → 24 dias
3º) Detecção de anticorpos IgM ELISA / Quimioluminuscência → 29 dias
4º) Western blot → 32 dias
Diagnóstico de HIV
2 testes rápidos positivos de fabricantes diferentes
OU
1 teste rápido positivo e método laboratorial tradicional positivo (ELISA ou Western blot)
Diagnóstico de aids
Sorologia positiva para HIV + manifestações de imunodeficiência avançada (doenças definidoras de aids)
Acompanhamento laboratorial de PVHA
CD4 e Carga viral do HIV no início do tratamento (avaliação inicial) e 1 a 2 meses após início da TARV (avaliar queda de carga viral)
(Espera-se carga viral indetectável (< 40 cópias) até 6 meses após início da TARV)
Exame padrão-ouro para monitorar eficácia da TARV e identificar problema de adesão
Carga viral
Principal causa de óbito por doença infecciosa em PVHA
Tuberculose
Investigação de tuberculose em PVHA
Assintomáticos:
- PPD < 5mm → Repete anualmente e após reconstituição imune
- PPD > 5 → Excluir TB ativa e iniciar tratamento de ILTB
Rastreamento de câncer de mama em PVHA
Mulheres entre 50 e 69 anos, com mamografia bianual
Rastreamento de câncer de colo uterino em PVHA
PCCU:
- Semestral no 1º ano e depois anualmente
Rastreamento de câncer de ânus em PVHA
Para pessoas com relação receptiva anal, antecedente de HPV, histologia vulvar ou cervical anormal, com toque retal e preventivo anal de forma anual; realizar anuscopia na presença de alterações patológicas
Imunização de PVHA
Todas as vacinas de agentes mortos
Agentes vivos depende da imunodeficiência:
- CD4 > 350 → Administrar
- CD4 entre 200 a 350 → Avaliar clínica e risco epidemiológico
- CD4 < 200 → Não vacinar
Indicações de genotipagem pré-tratamento com TARV
- Gestantes infectadas pelo HIV (maior risco de transmissão vertical)
- Crianças infectadas pelo HIV (nem todas as medicações podem ser administradas)
- Co-infecção TB-HIV (porque já tem muita resistência com o efavirenz)
- Pessoas que tenham se infectado com parceiro (atual ou pregresso) em uso de TARV – Casais sorodiferentes.
- Usuário de profilaxia pré-exposição que soroconverte
Esquema de TARV padrão em adultos
Tenofovir (TDF) +
Lamivudina (3TC) +
Dolutegravir (DTG)
Esquema de TARV padrão em adultos com alteração da função renal
Abacavir (ABC) +
Lamivudina (3TC) +
Dolutegravir (DTG)
Esquema de TARV padrão em adultos em uso de Oxcarbazepina, fenitoína, fenobarbital ou mulheres que desejam engravidar
Tenofovir (TDF) +
Lamivudina (3TC) +
Efavirenz (EFV)
Esquema de TARV em pacientes com co-infecção TB-HIV sem critérios de gravidade
Tenofovir (TDF) +
Lamivudina (3TC) +
Efavirens (EFV)
Se contraindicação a Efavirenz → Trocar por Raltegravir
Após concluir tratamento de TB → Trocar efavirenz/raltegravir por dolutegravir
Esquema de TARV em pacientes com co-infecção TB-HIV com critérios de gravidade
Tenofovir (TDF) +
Lamivudina (3TC) +
Raltegravir (RAL)
Após concluir tratamento de TB → Trocar Raltegravir por Dolutegravir
Critérios de gravidade em pacientes com co-infecção TB-HIV (4)
- CD4 < 100 cel/mm3
- Presença de outra infecção oportunista
- Necessidade de internação hospitalar/doença grave
- Tuberculose disseminada
Quando iniciar TARV em pacientes com Tuberculose?
- CD4 < 50 ou sinais de aids → 2 semanas após início do tratamento de TB
- Demais casos → 8ª semana de tratamento de TB
Esquema de TARV em gestantes
Tenofovir +
Lamivudina +
Raltegravir
Se genotipagem sensível a Efavirenz → Trocar Raltegravir por Efavirenz
Efeitos adversos do Atazanavir
Icterícia (BI), prolongamento do intervalo QRS e PR e nefrolitíase
Efeitos adversos do Efavirens
Alterações neuripsiquiátricas (sonolência, insônia, tontura, sonhos vívidos, sensação de embriaguez, ansiedade, depressão e confusão mental)
Convulsões
Hepatotoxicidade
Ginecomastias
Efeitos adversos do Dolutegravir
Reação de hipersensibilidade e hepatotoxicidade
Efeitos adversos do Raltegravir
Rabdomiólise, miopatia, mialgia, hepatotoxicidade e rash cutâneo
Efeitos adversos da Lamivudina
Sem efeitos colaterais importantes
Efeitos adversos do Tenofovir
Toxicidade renal e Síndrome de Fanconi
↓ densidade óssea
Acidose lática ou hepatomegalia grave com esteatose
Definição de falha virológica no HIV
Falha da TARV → CV-HIV detectável após seis meses do início ou da modificação do tratamento, ou rebote da CV-HIV em indivíduos que haviam atingido supressão viral sob tratamento (confirmado com nova CV em 4 semanas)
Principais causas de falha virológica no HIV (6)
- Má adesão ao tratamento
- Resistência viral adquirida (devido má adesão)
- Resistência transmitida (infecção por vírus resistente)
- Esquemas inadequados
- Interações medicamentosas
- Comorbidades
Interações medicamentosas com a TARV
- Contraceptivos hormonais;
- Medicações antituberculosas, em especial a rifampicina;
- Estatinas;
- Inibidores da bomba de próton (IBP) e antiácidos;
- Anticonvulsivantes e antidepressivos;
- Medicações para hepatite C;
- Antimaláricos
Definição da Síndrome Inflamatória da Reconstituição Imune
Quadro clínico de caráter inflamatório exacerbado, que se manifesta como piora “paradoxal” de doenças preexistentes, geralmente autolimitadas, mas que podem assumir formas graves, após melhora da imunidade com uso de TARV
Diagnóstico da síndrome inflamatória da reconstituição imune
É clínico → Sinais e sintomas inflamatórios que ocorrem 4 a 8 semanas após início ou modificação da TARV
Achado laboratorial (não obrigatório) → ↑ CD4 e ↓ CV
Tratamento da síndrome inflamatória da reconstituição imune
Leve a moderado → Sintomáticos e suporte (Não interromper TARV)
Grave → Interromper TARV + Corticoide em dose imunossupressora
Infecções oportunistas em PVHA com CD4 < 500
Pneumonia ou meningite bacteriana
Tuberculose
Herpes-simples
Herpes-zóster
Neurossífilis
Infecções oportunistas em PVHA com CD4 < 200
Pneumocistose
Toxoplasmose
Criptococose
Candidíase oral e esofagiana
Infecções oportunistas em PVHA com CD4 < 50
Histoplasmose
Micobasteriose disseminada
Citomegalovírus disseminada
Quadro clínico de infecção disseminada por citomegalovírus
- Acometimento ocular
- Acometimento do TGI (esôfago e estômago)
- Febre
Tratamento de citomegalovírus em PVHA
Ganciclovir
Quadro clínico da candidíase orofaríngea
Placas removíveis esbranquiçadas, queilite angular ou pápulas eritematosas na mucosa
Quadro clínico candidíase esofagiana
Dor retroesternal difusa, disfagia e/ou odinofagia, normalmente sem febre
Tratamento da candidíase na PVHA
Fluconazol:
- Oral → 100mg/dia por 7 a 14 dias
- Esofagiana → 200 a 400mg/dia por 7 a 14 dias
Causa da Pneumocistose
Pneumocystis jiroveci (fungo)
Causa mais comum de doença pulmonar oportunista em PVHA com CD4 < 200
Pneumocistose
Quadro clínico da pneumocistose
Febre baixa, dispneia progressiva aos esforços, tosse seca, desconforto torácica → CD4 < 200
Pode apresentar fadiga e perda de peso.
Achado radiográfico típico de pneumocistose
Infiltrado/Opacidade intersticial peri-hilar e simétrico
Tomografia SEMPRE está alterada → Opacidade em vidro fosco bilateral, pode ter cistos
Diagnóstico definitivo de pneumocistose
Identificação do agente por meio das colorações de azul de toluidina, Grocott, Giemsa ou técnica de imunofluorescência a partir de espécimes respiratórios
Marcador laboratorial clássico de pneumocistose
DHL elevado
Tratamento de pneumocistose
- Leve a moderado → SMX-TMP oral 6/6h por 21 dias
- Grave (se hipoxêmico ou PO2 <70%) → SMX-TMP EV 6/6h 21 dias + corticoide
(Alternativa: Clindamicina)
Profilaxia secundária para pneumocistose em PVHA
SMX-TMP 800-160mg 3x/sem até CD4 > 200 por pelo menos três meses
Quadro clínico de neurotoxoplasmose
Cefaleia
Sinais focais (hemiparesia, disfasia)
Febre
Convulsão
Alteração do estado mental
Diagnóstico definitivo de neurotoxoplasmose
Histopatológico
Achado tomográfico de toxoplasmose
Uma ou mais lesões cerebrais, hipodensas, com realce anelar ou nodular após contraste, associadas a edema perilesional
Tratamento de neurotoxoplasmose em PVHA
Sulfadiazina 1.000mg (< 60kg) a 1.500mg(> 60kg), VO, 6/6h
Pirimetamina 200mg no primeiro dia, seguido de 75mg/dia
Ácido folínico 10mg/dia
Por seis semanas
Alternativa: SMX-TMP, 12/12h por 6 semanas
Iniciar TARV imediatamente, independente do CD4
Causa mais comum de meningite oportunista em PVHA
Criptococose
Manifestações clínicas de meningite criptocócica
Cefaleia, febre, mal-estar geral, náuseas e/ou vômitos, e rebaixamento do nível de consciência
Comprometimento sistêmico:
- Pulmonar: consolidação lobar, infiltrados nodulares ou intersticiais
- Cutâneo: Pápulas umbilicadas semelhantes às lesões de molusco contagioso
Achados líquoricos sugestivos de meningite criptocócica
- Proteína: Normal ou elevada
- Glicose: Reduzida
- Predomínio de linfócitos
- Tinta da China positivo
Fatores de pior prognóstico de meningite criptococica
- Contagem de leucócitos <20 céls/mm3 no LCR
- Rebaixamento do nível de consciência
- Hipertensão intracraniana não controlada
- Elevada carga fúngica liquórica
Tratamento de meningite criptococica
Indução: Anfotericina B desoxicolato + Flucitosina/Fluconazol 800mg/dia
Consolidação (pelo menos 8 semanas): Fluconazol 400 a 800mg/dia
Manutenção / Profilaxia secundária (Pelo menos 12 semanas e dois CD4 > 200 com intervalo de 6 meses): Fluconazol 200mg/dia
Pode precisar de punção lombar diária para descomprimir hipertensão intracraniana
Quando iniciar TARV em paciente com meningite criptococica?
4 a 6 semanas após início de tratamento antifúngico
Quando clínico de histoplasmose em PVHA
Febre, perda de peso, hepatoesplenomegalia, linfadenomegalia, alterações pulmonares e lesões mucocutâneas numerosas, que se iniciam como pápulas, progredindo para pequenos nódulos umbilicados e úlceras
Plaquetopenia é frequente
Achado radiográfico de pneumonia por histoplasmose em PVHA
Infiltrado pulmonar retículo-nodular difuso o achado
Tratamento para histoplasmose em formas leve a moderada em PVHA
- Inicial (até melhora clínica): Itraconazol 200mg 3x/dia
- Consolidação (> 12 semanas): Itraconazol 200mg 2x/dia
- Profilaxia secundária: Intraconazol 200mg/dia até 1 ano de tratamento ou ausência de sintomas com CD4 > 150
Tratamento para histoplasmose em formas grave ou neurológica em PVHA
- Inicial: Anfotericina B lopossomal ou desoxicolato até melhora clínica
- Consolidação: Itraconazol 200mg 2x/dia (> 12 semanas)
- Profilaxia secundária: Intraconazol 200mg/dia até 1 ano de tratamento ou ausência de sintomas com CD4 > 150
Indicações de profilaxia pós-exposição
Acidente ocupacional com material perfuro-cortante
Exposição sexual sem uso de preservativo
Profilaxia pós-exposição de HIV
Tenofovir + Lamivudina + Dolutegravir, iniciando em até 72 horas após a exposição, por 28 dias
Indicações de profilaxia pré-exposição de HIV
Relação sexual anal ou vaginal sem preservativo nos últimos 6 meses E/OU episódios recorrentes de IST E/OU uso repetido de PEP
- Homens que fazem seco com homens
- Pessoas trans
- Trabalhadores do sexo
- Parcerias sorodiferentes → Relação sexual ou vaginal sem preservativo
Cuidados durante tratamento de profilaxia pré-exposição de HIV
Solicitar teste de HIV antes do início e a cada 3 meses + orientar que não protege contra outras ISTs
Profilaxia pré-exposição de HIV
Tenofovir + Entricitabina