Insuficiência respiratória Flashcards
Definição de insuficiência respiratória aguda
Incapacidade do sistema respiratório de fornecer oxigênio para o funcionamento do organismo (diminuição da oxigenação) E/OU de eliminar o gás carbônico (diminuição da ventilação)
Etiologias da insuficiência respiratória aguda (3)
1) ↓ complacência pulmonar → Pneumonias extensas, EAP cardiogênico, SDRA, fibrose pulmonar
2) ↑ necessidade ventilatória → Sepse ou acidose metabólica
3) ↓ força muscular → ELA, polimiosite, miastenia gravis, Guillain-Barré
Fatores de mau prognóstico na insuficiência respiratória (4)
1) Alteração do sensório
2) Dessaturação
3) Desconforto respiratório
4) Iminência de PCR
Classificação da insuficiência respiratória aguda (2)
- Tipo 1 / Hipoxêmico / Insuficiência pulmonar
- Tipo 2 / Hipercápnico / Insuficiência ventilatória
Definição da insuficiência respiratória tipo 1
PaO2 < 60 mmHg (PCO2 diminuída devido taquipneia) → Defeito pulmonar (troca gasosa)
Causas da insuficiência respiratória tipo 1 (2)
- Cardiogênicas (PCP > 11 mmHg) → Insuficiência cardíaca congestiva
- Não cardiogênica (PCP < 18 mmHg) → Pneumonia, síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), tuberculose
Mecanismos fisiopatológicos da insuficiência respiratória tipo 1
1) Efeito espaço morto (Mais frequente) → Ventilação alveolar normal com perfusão diminuída (sangue não chega no pulmão → Choque, hipovolemia, TEV)
2) Efeito shunt → Perfusão normal com ventilação alveolar diminuída (Alvéolo preenchido por líquido ou alvéolo está colabado → Pneumonia, SDRA, atelectasia)
3) Alteração da difusão → Aumento da espessura da membrana alveolcapilar → Acúmulo de proteínas, edema intersticial
4) Hipoxemia circulatória → Exemplo: Anemia grave
Achados clínicos da insuficiência respiratória tipo 1 (7)
Taquipneia
Diaforese
Ansiedade
Confusão mental
Taquicardias e arritmias
Convulsões
Hipo/hipertensão.
Alterações gasométricas na insuficiência respiratória tipo 1
pH ↑
PaCO2 ↓
PaO2 ↓↓
Achados radiográficos na insuficiência respiratória aguda
Normal ou quase normal
Como estará o D(A-A)O2 na insuficiência respiratória tipo 1
Gradiente alvéolo-arterial de O2:
Vai estar aumentado, pois há dificuldade do oxigênio entrar no vaso sanguíneo, mas chega bem no alvéolo, deixando mais oxigênio no alvéolo que na artéria
Definição da insuficiência respiratória tipo 2
PaCO2 > 45 mmHg (PaO2 reduzida) → Defeito ventilatório / hipoventilação (aumento do espaço morto)
Causas de insuficiência respiratória tipo 2
- Alterações SNC: drogas depressoras, trauma raquimedular, Guillain Barré
- Alterações neuromusculares, periféricas: miastenias, polimiosite, miosite infecciosa
- Disfunção da parede torácica: cifoescoliose, obesidade, tórax instável
- Obstrução das vias aéreas superiores: epiglotite, edema de laringe, corpo estranho
Como estará o D(A-A)O2 na insuficiência respiratória tipo 1
Gradiente alvéolo-arterial de O2:
Vai estar normal, pois a dificuldade é tirar CO2 do alvéolo. O oxigênio chega bem no alvéolo e na artéria, sem diferença de pressão
Alterações gasométricas na insuficiência respiratória tipo 2
pH ↓↓
PaCO2 ↑↑
PaO2 ↓
Achados radiológicos na insuficiência respiratória mista
Opacidades pulmonares
Alterações gasométricas na insuficiência respiratória mista
pH ↓
PaCO2 ↑
PaO2 ↓↓
Achados radiológicos na insuficiência respiratória mista
Opacidades pulmonares
Qual tipo de oxigenação utilizar em paciente com insuficiência respiratória aguda?
- Paciente estável → Cateter nasal (2 a 4L/mim), máscara facial (5 a 10L/min), máscara de Venturi (10 a 15L/min) ou VNI
- Paciente instável → IOT + VM
- DPOC descompensado → VNI com BiPAP
- EAP cardiogênico compensado → VNI com CPAP ou BiPAP
Cuidados com ventilação mecânica na insuficiência respiratória
Ventilação protetora → Evitar pressões de pico e platô altas
Contraindicações a ventilação não invasiva
Definição de Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA)
Lesão inflamatória da barreira alvéolo-capilar com formação de edema alveolar rico em proteína
Causas de SDRA (2)
- Pulmonares → Pneumonia, aspiração, embolia gordurosa, contusão pulmonar, quase afogamento
- Extrapulmonares → Sepse, choque, Politrauma, múltiplas transfusões, pancreatite aguda, circulação extracorpórea, overdose de drogas, CIVD, queimaduras
Fases evolutivas de dano alveolar difuso na SDRA (3)
- Fase exsudativa (Até 7º dia):
– Quebra da integridade da membrana alveolocapilar
– Edema rico em proteínas que primeiro preenche os alvéolos e depois se transforma em membrana hialina
– Lesão pneumócitos tipo II (menor produção de surfactante → atelectasia). - Fase proliferativa (Até 14º dia) → Proliferação dos pneumócitos + inflamação intersticial
- Fase fibrótica (Após 14º dia) → Recuperação alveolar (maioria dos casos devido tratamento adequado) ou Fibrose (padrão difuso de espessamento alveolar)
Critérios diagnósticos de SDRA
Classificação de Berlim:
- Tempo → Desenvolvimento de SDRA em até uma semana após o início do fator causal
- Radiografia → Opacidade bilateral (Não justificada por derrame, atelectasia ou nódulos)
- Origem do edema → Não justificada por insuficiência cardíaca ou sobrecarga volêmica → Pressão Capilar Pulmonar (PCP) < 18 mmHg
- Oxigenação com IOT com PEEP ≥ 5 cmH2O (Relação PaO2/FiO2):
— Leve → 200 a 300 mmHg
— Moderado → 100 a 200 mmHg
— Grave → ≤ 100 mmHg