Arbovirose Flashcards
Agente etiológico da dengue
Arbovírus da família Flavivírus → São 5 sorotipos (no Brasil: Den1, Den2, Den3, Den4)
Imunidade pós-infecção da dengue
Permanente para cada sorotipo específico e transitória por 2 meses para os outros sorotipos
Forma de transmissão da dengue
Aedes aegypti → Tem 45 dias de vida, vivendo na área urbana, principalmente durante o dia.
Período de incubação da dengue
4 a 7 dias
Sintomas de dengue febril
90% oligossintomático e benigno
Febre alta (> 40º por 2 a 7 dias)
Mialgia (artralgia)
Náusea e vômitos
Cefaleia retro-orbitário
Exantema e petéquias (entre 5º e 7º dia)
Período de maior risco de dengue grave
No final ou após o período febril (a partir do 7º dia)
Achado da dengue grave
Disfunção de órgãos
- Hematológico → Sangramento TGI
- Cardiovascular → Hipotensão, taquicardia, TEC > 3seg, extremidades frias, pulsos filiformes, PA convergente
Como fica a PA na dengue grave?
PA convergente (vasocontrição periférica)
Sinais de alarme de dengue grave (9)
- Dor abdominal intensa
- Vômitos persistentes
- Sonolência
- Irritabilidade
- Hepatomegalia
- Sangramento de mucosa
- Hipotensão postural
- Derrames cavitários
- Aumento do hematócrito
Para que serve a prova do laço
Se teste positivo identifica os pacientes que tem < 100.000 plaquetas (fator de risco para hemorragia)
Como fazer a prova do laço
1) Marcar quadrado de 2,5cm de lado no antebraço
2) Verificar a pressão arterial
3) Manter o esfigmo no valor médio da PA por 5 minutos (3 minutos em crianças)
4) Contar a quantidade de petéquias dentro do quadrado
Quando considerar a prova do laço positiva e qual a conduta?
Adultos > 20 petéquias
Crianças > 10 petéquias
Solicitar hemograma + observação hospitalar
Sinais de alarme para dengue
Necessita de hidratação e/ou internação:
- Dor abdominal intensa e contínua
- Vômitos persistentes
- Acúmulo de líquidos (ascite, derrames)
- Hipotensão postural ou lipotimia
- Hepatomegalia > 2 cm do rebordo costal dolorosa
- Sangramento importante de mucosas
- Sonolência ou irritabilidade
- Aumento progressivo do hematócrito
Fatores de risco para complicação de dengue
- Idade < 2 anos
- Idade > 65 anos
- Gestantes
- Doenças cardiovasculares
- Uso de anticoagulantes
- Diabetes mellitus
- Obesidade
- Outras doenças crônicas
Definição de caso suspeito de dengue
Pessoa que viva ou tenha viajado nos últimos 14 dias para áreas com transmissão de dengue, apresentando FEBRE entre 2 a 7 dias com DOIS ou mais sintomas: náusea/êmese, exantema, mialgia, artralgia, cefaleia, dor retroorbitária, petéquias ou prova do laço positiva e leucopenia
Achados laboratoriais de dengue
Hemoconcentração (devido desidratação)
Leucopenia
Trombocitopenia
Elevação de transaminases, CPK e bilirrubina
Exames diagnósticos de dengue
Antígeno NS1 → Detecção de antígeno no início dos sintomas (Maior valor preditivo positivo em até três dias de sintomas)
Sorologia IgM → Só positiva após sete dias de sintomas
PCR → Somente para casos específicos / diagnóstico difícil, pois é caro → Até 5º dia
Profilaxia de dengue
Controle de vetores
Vacinação:
- Privado: 3 doses (50% de proteção)
- SUS: Entre 10 a 14 anos
Classificação operacional do MS para dengue
A: Dengue febril
B: Dengue febril com petéquias ou prova do laço positivo ou em grupo de risco*
C: Sinais de alarme
D: Dengue grave
- < 2 anos, > 65 anos, gestantes, DRC, comorbidades
Conduta em caso de suspeita de dengue categoria A
Acompanhamento ambulatorial:
Hidratação oral (adultos: 60 a 80ml/kg/dia)
Sintomáticos
Conduta em caso de suspeita de dengue categoria B
Acompanhamento hospitalar até resultado de exames
Hidratação oral (adultos: 60 a 80ml/kg/dia)
Se hematócrito normal: Alta com sintomáticos
Se hematócrito aumentado (> 44% mulheres / > 50% homens / > 38% crianças) → Manter de observação com hidratação oral supervisionada ou parenteral
Após hidratação tiver:
- Redução do hematócrito → Alta com sintomáticos
- Aumento do hematócrito ou sinal de alarme → Internação
Conduta em caso de suspeita de dengue categoria C
Internação mínima de 48h + exames laboratoriais
- Hidratação EV 10ml/kg/h em 1h
Se instabilidade clínica, redução diurese ou aumento de hematócrito → REPETIR Expansão volêmica até 3 vezes e internar em UTI
Se estabilidade clínica e queda de hematócrito: Manutenção de volume: 25ml/kg em 6 horas
Conduta em caso de suspeita de dengue categoria D
Internar em UTI + exames laboratoriais + Hidratação EV (20ml/kg em até 20 min - repetir 3x S/N)
Resposta inadequada:
- Aumento de hematócrito → Expansores plasmáticos
- Queda de hematócrito e persistência de choque → Investigar hemorragia e avaliar coagulação
Critérios de alta para pacientes internados com dengue
Preencher todas as condições:
- Estabilização hemodinâmica durante 48h
- Ausência de febre por 48h
- Melhora visível do quadro clínico
- Hematócrito normal e estável por 24h
- Plaquetas em elevação e acima de 50.000
- Ausência de sintomas respiratórios
Conduta em pacientes usuários de AAS com dengue
1) > 50.000 plaquetas → Alta mantendo AAS
2) Entre 50.000 e 30.000 plaquetas → Internar e manter AAS
3) < 30.000 plaquetas → Internar e suspender AAS
Solicitação de contagem de plaquetas diariamente
Principal causa de óbito por dengue
Choque hipovolêmico (entre 4º e 5º dia após inicio dos sintomas - após redução da febre)
Medicações contraindicadas na dengue e justificativa
AINEs e AAS
Aumenta risco de sangramento e Síndrome de Reye
Período de incubação da Chikungunya
3 a 7 dias
Forma de notificação compulsória das arbovirses
Notificação semana para casos suspeitos ou confirmados
Classificação dos sintomas de Chikungunya quanto a cronologia
Aguda: Até 7 dias
Subaguda: < 3 meses
Crônica: > 3 meses
Quadro clínico da Chikungunya
30% assintomático
- Febre
- Artralgia bilateral simétrica (pode ser artrite) → Acomete IFD
- Hiperemia ocular
- Rash cutâneo
Grupos de risco para desenvolver artrite ou artralgia prolongada por Chikungunya
> 45 anos
Mulheres
Artropatia crônica
Lesões intensas na fase aguda
Tratamendo da fase aguda da Chikungunya
Analgésicos e antitérmicos
Tratamento da fase crônica da Chikungunya
Tratamento de artrite/artralgia:
- Hidroxicloroquina
- Metotrexato
- Amitriptilina
Diagnóstico diferencial de artragia crônica transmitida por mosquito
Febre Chikungunya
Febre de Mayaro (Togavírus)
Diagnóstico de arbovirose que evolui com encefalite
Febre do Rocio
Formas de transmissão de Zika
- Aedes aegypitis
- Vertical
- Sexual
Quadro clínico da Zika
Oligossintomático:
- Rash pruriginoso
- Conjuntivite
- Febre baixa
Complicações da Zika
- Infecção na gestação: Microcefalia
- Tropismo por células nervosas: Guillain-Barré
Sintomas mais característicos na dengue
Febre muito alta
Mialgia
Cefaleia retro-ocular
Discrasia sanguínea
Sintomas mais característicos na Chikungunya
Febre alta
Artralgia / artrite
Sintomas mais característicos na Zika
Febre baixa
Conjuntivite
Linfonodomegalia
Acometimento neurológico
Agente etiológico da Febre amarela
Arbovírus da família Flaviviridae (RNA vírus)
Vetor transmissor da febre amarela
Mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes
Epidemiologia da febre amarela
Janeiro a março (chuva)
Áreas silvestres (floresta)
Tropismo do vírus da febre amarela
Fígado (principal)
Rins
Sistema de coagulação
Período de incubação da febre amarela
3 a 6 dias
Letalidade da febre amarela
até 40% (rápida) → Devido insuficiência hepática e hemorragia
Fases clínicas da febre amarela
1) Infecção (Alta viremia) → febre com calafrios, cefaleia, mialgia, lombalgia, hepatomegalia e dor abdominal
2) Remissão (4º ou 5º dia de sintomas) → Melhora dos sintomas
3) Toxemia (produção de anticorpos) → Febre, icterícia, IRA, hemorragia, encefalopatia, coma/choque, óbito
Achados clínicos clássicos da febre amarela (3)
Febre elevada
Icterícia leve
Sinal de Faget (Dissociação entre temperatura e FC → ↑ temperatura e não ↑ FC)
Exames diagnósticos de febre amarela
Até 5º dia → PCR
A partir do 6º dia → Sorologia
Complicações da febre amarela
Injúria renal
Insuficiência cardíaca
Encefalopatia
Choque
Letalidade de 5% em pacientes com complicações
Indicação de internação em UTI devido febre amarela
Alterações hepáticas e/ou renais e/ou coagulograma
Profilaxia para febre amarela
Vacinação (vírus atenuado)→ Dose única entre 9 meses e os 59 anos
Demora 10 dias para vacina começar a fazer efeito
Complicações da vacina de febre amarela
Doença viscerotrópica e risco de reação vacinal grave
Contraindicação a vacina de febre amarela
< 9 meses
Imunodeprimidos
Doenças autoimunes
Alergia grave a ovo
Agente etiológico da malária
Plasmodium (protozoário)
- Vivax (+ comum)
- Falciparum (Tratamento difícil)
- Malarie (raro)
Vetor transmissor da malária
Fêmea do Anopheles darlingi (mosquito prego) → Picada no fim da tarde e no amanhecer
Epidemiologia da malária
Região amazônica
Quadro clínico da malária
- Febre terçã (a cada 48 horas)
- Calafrios intenso + tremores
- Hepatoesplenomealia
- Sudorese, cefaleia, náuseas e vômitos, mialgia.
- Palidez cutenaomucosa, icterícia leve
Definição de Hipnozoítos na malária
Forma latente hepática da malária, responsável por recaídas, que ocorre por infecção por plasmodium vivax
Diagnóstico clínico epidemiológico de malária
Febre recorrente e periódica associado a uma área de alta transmissão de malária
Diagnóstico clínico-laboratorial de malária
Febre recorrente e periódica associado a anemia, Plaquetopenia, hiperbilirrubinemia indireta (devido hemólise) e leve aumento de transaminases
Exames diagnósticos específicos da malária
Identifica o protozoário:
- Gota espessa (preferencial) → Identificação da quantidade de parasitas (quantificada em cruzes) em uma gota de sangue
- Esfregaço delgado → Identifica a espécie do plasmodium em casos de diagnóstico difícil
- Teste rápido → Identificação de anticorpos (para regiões remotas - continua positivo em quem já curou)
- PCR → Para diagnósticos difíceis
Formas graves de malária
Cerebral
Pulmonar
IRA
CIVD
Quadro clínico de malária grave
Hiperpirexia (temperatura > 41ºC), convulsão, vômitos repetidos, oligúria, dispneia, icterícia, hemorragias, hipotensão arterial
Indicações de internação devido malária
Crianças < 1 ano
Idosos > 70 anos
Imunodeprimidos
Malária grave
Tratamento da malária por Plasmodium vivax
Forma sanguínea: Cloroquina por 3 dias
Forma hepática (hipnzoítos): Primaquina por 7 dias
Tratamento da malária por plasmodium faciparum
Arteméter-lumefantrina OU Artesunato-mefluquina por 3 dias MAIS Primaquina dose única
Tratamento de malária em gestantes
Cloroquina por 3 dias + cloroquina profilática (2 comprimidos por semana até 1 mês de aleitamento) + primaquina após 1 mês de aleitamento
Tratamento de malária grave
Arterunato IM/EV por 3 doses MAIS Arteméter-lumefantrina por 3 dias OU Artesunato-mefluquina por 3 dias
Prevenção de malária
- Diagnóstico precoce e tratamento dos doentes
- Uso de repelentes e mosquiteiros