Cardio - Hipertensão e Crise Hipertensiva Flashcards
Etiologia da HAS
Primaria ou essencial
Secundaria
- Doença parenquimatosa renal
- Obstrução de arteria renal
- Hipercorsolemismo
- Hiperaldosteronismo primário
- Feocromocitoma
- Síndrome da apneia obstrutiva do sono.
- Coarctação de aorta
- ACO
*Hipertensão do avental branco
* Hipertensão mascarada
Manifestação Clinica da HAS
Em tese a HAS é uma doença assintomática
- HAS com sintomas amenos: cefaleia, epistaxe, tinutus (barulho no ouvido), sincope
- HAS emergência = sintomas de alerta associados
- HAS crise = acima de 180x110 assintomática (objetivo diminuir 10% da PA)
Fisiopatologia da HAS
Fatores genéticos, epigenéticos e ambientais:
■ Aumento da atividade do sistema nervoso simpático;
■ Aumento da atividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona;
■ Redução na síntese de vasodilatadores (óxido nítrico, peptídeos natriuréticos);
■ Alterações estruturais e funcionais nos vasos de resistência (rigidez vascular, disfunção endotelial);
■ Lesão renal subclínica progressiva.
Os principais fatores de risco para HAS são:
■ Idade (relação direta e linear; acima de 65 anos a prevalência ultrapassa 60%);
■ Sexo (mais elevada entre as mulheres, exceto em faixas mais jovens);
■ Etnia (em negros, a HAS tende a ser mais grave e mais precoce);
■ Sobrepeso e obesidade;
■ Apneia obstrutiva do sono;
■ Sedentarismo;
■ Elevada ingestão de sal e álcool, baixo consumo de potássio e cálcio;
■ Fatores socioeconômicos (mais prevalente quanto menor a escolaridade);
■ Fatores genéticos.
Preparo do Paciente para aferição da PA
■ Repouso de 5min. Não conversar durante a medida.
■ Pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado.
■ Esvaziar bexiga.
■ Evitar: exercícios físicos 60min antes; ingerir bebidas alcoólicas, café, alimentos ou fumo 30min antes.
■ Braço na altura do coração (4º espaço intercostal), livre de roupas, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido.
Diagnostico de HAS
- Pelo menos 2 aferições adequadas com PAS >ou= 140 e ou PAD > ou= 90 (tendo descartado possibilidade de HAS do jaleco branco)
- MRPA realizar obrigatoriamente três medidas pela
manhã e três à noite, , com intervalos de um minuto entre elas, durante cinco dias. São consideradas anormais as médias de PA ≥ 130 x 80 mmHg - MAPA (padrão-ouro) a medida automática da PA. São
consideradas anormais as médias de PA de 24h, vigília e sono - ≥ 130 x 80 mmHg nas 24 horas
- 135 x 85 mmHg em vigilia
- 120 x 70 mmHg sono
- AMPA (Automedida da PA) - é recomendado um número mínimo de sete medidas realizadas no período de 16 a 72 horas. São consideradas anormais as médias de PA ≥ 130 x 80 mmHg
Verdadeiro hipertenso
- média das aferições da PA, em duas ou mais consultas, acima do valor adotado como normal pelas diretrizes
- recomendado que, na primeira avaliação, as medidas sejam obtidas em ambos os membros superiores (aceitável uma diferença de pressão sistólica entre os membros superiores até 15 mmHg)
- O diagnóstico de HAS já deve ser considerado na primeira consulta nos pacientes de alto risco cardiovascular, com crises hipertensivas (urgência ou emergência) ou com níveis extremamente elevados (PA ≥ 180 x 110 mmHg)
OBS: HAS Mascarada» PA normal no consultório
Classificação da Pressão Arterial
<120 x 80 Otima
< 130 x 85-89 Normal
130-139 x 90-99 Normal limítrofe (Obs: EUA considera HAS)
140-159 x 100-109 Hipertensão leve (estágio 1)
160-179 x > 110 Hipertensão moderada (estágio 2)
> 180 x < 90 Hipertensão grave (estágio 3)
Pode acontecer uma Hipretensão sistolica ou diastólica isolada
Anamnese e Exame Físico
■ Tempo de diagnóstico, evolução e tratamento prévio.
■ Fatores de risco para doenças cardiovasculares e comorbidades.
■ Avaliação dietética (consumo de sal, ingestão alcoólica…).
■ Consumo pregresso ou atual de medicamentos ou drogas que podem elevar a PA.
■ História atual ou pregressa de gota, pré-eclâmpsia, eclampsia, doença pulmonar obstrutiva crônica, asma, disfunção sexual e apneia do sono.
■ Fatores ambientais e psicossociais, sintomas de depressão, ansiedade e pânico, situação familiar.
■ História familiar de diabetes mellitus, dislipidemias, doença renal, AVC, doença arterial coronariana ou mortes
prematuras (homens < 55 anos e mulheres < 65 anos).
■ Medição da PA nos dois braços.
■ Peso, altura, IMC e FC.
■ Circunferência Abdominal (CA).
■ Sinais de LOA.
Lesões de Órgão Alvo
- Coração: Hipertrofia de VE, Insuficiência cardíaca (Sis/Dias), Doença coronariana aterosclerótica
- Cérebro: AVE, declínio cognitivo e demência
- Vasos Sanguíneos: aneurisma, dissecção de aorta, aterosclerose
- Rim: Pode ser causa de HAS, mas também é acometido pala HAS: Nefrosclerose benigna (crônica) e maligna (aguda)
- Benigna: alterações nas arteríolas pré-glomerulares (depósitos hialinos e esclerose de arteríolas aferentes e artéria interlobular), levando a alterações isquêmicas nos glomérulos (glomeruloesclerose isquêmica) e atrofia tubular. Dano direto ao glomérulo devido ao hiperfluxo padrão GEFS
- Maligna: arterioloesclerose hiperplásica (aspecto “em bulbo de cebola”) da arteríola aferente e necrose fibrinoide,
obliteração da luz e necrose focal do tofo glomerular, com hemorragias intersticiais - Retinopatia (Grau I e II são crônicas e III e IV agudas)
■ Grau I: estreitamento arteriolar.
■ Grau II: cruzamento Arteríola/Vênula patológico (com afinamento da vênula)
■ Grau III: manchas algodonosas, hemorragias em chama de vela.
■ Grau IV: papiledema
Exames de Rotina para o Paciente Hipertenso
■ Análise de urina.
■ TSH
■ Microalbuminúria de amostra isolada
■ Potássio plasmático.
■ Creatinina plasmática e taxa de filtração glomerular estimada.*
■ Glicemia de jejum e HbA1c.
■ Colesterol total; HDL-colesterol e triglicerídeos.**
■ Ácido úrico plasmático.
■ Eletrocardiograma convencional
Principais Exames para pesquisa de órgão alvo
■ Radiografia de tórax: suspeita clínica de comprometimento cardíaco e/ou pulmonar; hipertensos com acometimento da aorta quando ECO não disponível.
■ Ecocardiograma: indícios de HVE no ECG ou suspeita clínica de insuficiência cardíaca.
■ Albuminúria: hipertensos diabéticos com síndrome metabólica ou com dois ou mais fatores de risco.
■ USG de carótidas e vertebrais: presença de sopro carotídeo, sinais de doença cerebrovascular ou doença aterosclerótica
em outros territórios.
■ Teste ergométrico: suspeita de doença coronariana estável, diabético ou antecedente familiar para doença coronariana em paciente com pressão arterial controlada.
■ Ressonância nuclear magnética (RM) do cérebro: indicada em pacientes com distúrbios cognitivos e demência para detectar infartos silenciosos e micro-hemorragias.
■ Velocidade de Onda de Pulso (VOP)**: indicada em hipertensos de baixo e médio risco, sendo considerado um método útil para avaliação da rigidez arterial, ou seja, do dano vascular.
Tratamento não medicamentoso
OBS: por 6 meses em pacientes de baixo risco, idosos frágeis»_space; essas mesmas orientações precisam ser dadas e seguidas por qualquer pct independendo do risco
- Perda ponderal de 10% do peso corpóreo
- Dieta DASH
- Redução da ingestão de sal (<2gr/dia)
- Atividade física (150 min/semanais)
- Cessar tabagismo
- Diminuir consumo de bebida alcoólica
- Evitar estresse
Tratamento medicamentoso
Alvo PA < 140 x 90 mmHg (Diretrizes Brasileira e Europeia) Risco CDV moderado
Alvo 129 x 80 Risco CDV alto
OU PA < 130 x 80 mmHg (AHA).
Coronariopata <130x80 com PAD <70
Idoso Frágil <160 x 90
■ Drogas de primeira linha:
❯ Diuréticos;
❯ Inibidores da ECA (IECA);
❯ Bloqueadores do receptor ATI da Angio II (BRA-II);
❯ Antagonistas dos Canais de Cálcio (ACC).
*Os betabloqueadores foram retirados da lista de drogas de primeira linha, a menos que haja uma indicação específica para o uso da classe (ex.: IC com FE reduzida).
■ Drogas de segunda linha: metildopa, clonidina, rilmenidina, moxonidina, hidralazina, minoxidil, reserpina
- HAS resistente = PA não controlada mesmo com o uso de 3 medicamentos com dose plena (sendo um deles HCTZ) -> pensar em causa secundaria
- HAS refrataria = PA não controla com 5 classes
*Monoterapia: HAS estagio 1 com baixo RCV ou pre-HAS com alto RCV: DIU HCTZ ou BCC
Combinações das medicações para HAS
HAS resistente
PA não controlada mesmo com o uso de 3 medicamentos com dose plena (sendo um deles HCTZ) -> pensar em causa secundaria
- Quando se descarta a causa secundaria de HAS»_space; HAS resistente real»_space; a 4ª medicação é a ESPIRONOLACTONA