50 bq Flashcards

1
Q

2023ME3anual. Dentre técnicas e fármacos utilizados na analgesia multiomodal para o tratamento da dor aguda pós-operatória:

A. a gabapentina e a pregabalina têm eliminação hepática e devem ser utilizadas com cuidado em pacientes com a função diminuída.
B. os bloqueios periféricos ou centrais devem ser reservados para serem realizados no pós-operatório.
C. a associação da cetamina por via oral tem biodisponibilidade de mais de 80%.
D. o cetoralaco é analgésico potente com eficácia comparável à dos opioides.

A

D: cetorolaco

  • A
  • Gabapentina

Metabolismo: Uma das características distintivas da gabapentina é que ela não sofre metabolismo hepático significativo, o que reduz o risco de interações medicamentosas metabólicas.

Excreção: A gabapentina é excretada inalterada na urina, e sua eliminação é diretamente proporcional à função renal. Isso sugere que ajustes de dose podem ser necessários em pacientes com comprometimento renal.

  • Pregabalina

Metabolismo: A pregabalina não é extensivamente metabolizada no corpo. Isso minimiza o risco de interações medicamentosas relacionadas ao metabolismo hepático e reduz a variabilidade interindividual na resposta ao tratamento.

Excreção: A eliminação da pregabalina é realizada principalmente através da excreção renal na forma inalterada. A função renal é um fator determinante na clearance da pregabalina, portanto, ajustes de dose podem ser necessários em pacientes com insuficiência renal.

  • B

Segundo Miller, apesar de a “Anestesia Preemptiva/Preventiva” não ter mostrado o benefício teorizado nos ECR, o benefício clínico máximo do seu uso é observado quando há bloqueio multisegmentar completo de estímulos nocivos com extensão para o pós-operatório. Prevenir a sensibilização central com intervenções analgésicas multimodais intensivas poderia, teoricamente, reduzir a intensidade ou até mesmo eliminar a dor aguda/hiperalgesia pós-operatória e a dor crônica após a cirurgia.

  • C

Segundo Miller a biodisponibilidade da Ketamina via oral é de 20% (devido ao metabolismo de primeira passagem) em contraste com a biodisponibilidade de 93% quando administrada por via parenteral.

  • D

Segundo Longnecker, o Cetorolaco é um medicamento de escolha no pós-operatório imediato, se não houver contraindicações (como insuficiência renal). Também tem sido utilizado com sucesso em pacientes cirúrgicos pediátricos. Uma meta-análise recente também descobriu que os AINEs eram equivalentes aos opioides ou ao paracetamol no alívio da dor aguda da cólica renal.

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2
Q

2003TSA. Dentre os efeitos colaterais dos inibidores de COX-2, pode-se relatar:

  • V ou F

1- edema periférico
2- inibição plaquetária
3- risco de trombose coronariana aguda
4- ausência de efeitos gastrintestinais

A

VFVF

Várias toxicidades associadas a AINH ocorrem de maneira menos frequente com o uso de inibidores seletivos de COX2. Há menor toxicidade gastroduodenal, efeito mínimo ou ausente sobre a função plaquetária e reduzido risco de sangramento.

Em pacientes com ou sem doença cardiovascular o uso de AINH (seletivo para COX 2 ou não) está associado a aumento do risco de eventos cardiovasculares adversos, incluindo morte, IAM, falência cardíaca e AVC. O aumento de risco varia dependendo do risco cardiovascular basal, da droga escolhida e da dose utilizada.

Edema periférico também é um outro efeito adverso cardiovascular esperado com uso dessa classe de drogas.

Saiba mais:

A COX 1 é expressa na maioria dos tecidos de forma variável. Relacionada a citoproteção gástrica, homeostase vascular, agregação plaquetária e função renal.

A COX 2 é expressa no cérebro, no rim, no osso e no sistema reprodutivo feminino. Sua expressão está aumentada em estados inflamatórios.

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3
Q

2015ME3anual. Qual a escala adequada para avaliação de dor em criança de 2 anos de idade:

A. Escala comportamental de Flacc
B. Escala analógica visual
C. Escala de Wong-Baker
D. Escala de faces

A

A: Flacc

Pode ser usada em crianças de 1 a 18 anos; Flacc é um acrônimo de: Face, Pernas (Legs), Atividade, Choro, Consolabilidade. O paciente deve ser observado por pelo menos 1 a 2 minutos. Essa escala pode ser usada em pacientes pediátricos com déficit cognitivo.

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4
Q

2014TSA. É produto da ação da enzima lipoxigenase sobre o ácido araquidônico:

A. leucotrieno
B. interleucina
C. tromboxano
D. prostaglandina

A

A: leucotrieno

O ácido araquidônico é liberado de fosfolipídios da membrana pela fosfolipase A2 e metabolizado por duas vias enzimáticas:

  • Via 1: via das cicloxigenases -> forma prostaglandinas e o tromboxano
  • Via 2: via da lipoxigenase -> forma leucotrienos e lipoxinas
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5
Q

2009ME2anual. Substância(s) sintetizada(s) a partir do ácido araquidônico em reação catalisada pelas lipoxigenases:

  • V ou F

1 – tromboxano

2 – prostaciclina

3 – prostaglandina H2

4 – leucotrieno

A

FFFV

A via da ciclo-oxigenase (COX) leva a síntese de prostaglandinas, tromboxano e prostaciclinas, enquanto a via da lipo-oxiganase leva a produção de leucotrienos, que por sua vez tem ação de atração de neutrófilos, broncoconstrição, vasoconstrição (coronariana,por exemplo) e aumento da permeabilidade capilar.

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6
Q

No metabolismo do acido aracdonico, a via da ciclo-oxigenase (COX) leva a síntese de ___1___, , enquanto a via da lipo-oxiganase leva a produção de ___2___, que por sua vez tem ação de atração de neutrófilos, broncoconstrição, vasoconstrição (coronariana,por exemplo) e aumento da permeabilidade capilar.

A
  1. prostaglandinas, tromboxano e prostaciclinas
  2. leucotrienos
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7
Q

2011TSA. O estímulo nociceptivo chega ao Sistema Nervoso Central através do neuroeixo e se projeta para quatro regiões corticais e subcorticais maiores. Nessas projeções, distinguem-se quatro componentes, hierarquicamente arranjados, que interagem entre si e se modulam intrinsecamente. Assinale qual componente NÃO faz parte desse grupo:

A. cognitivo
B. comportamental
C. sensitivo aferente
D. sensorial discriminativo

A

C: sensitivo aferente

A percepção da dor apresenta os seguintes componentes:

  • Sistema sensitivo-discriminativo: mediado pelo córtex-somatosensitivo e responde a presença, tipo, localização e intensidade da dor.
  • Sistema afetivo-motivacional: mediado pelo sistema límbico e tronco cerebral e responde a resposta EMOCIONAL e COMPORTAMENTAL
  • Sistema cognitivo-avaliativo (mediado pelo córtex cerebral): comportamento aprendido por experiências dolorosas anterior
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8
Q

2013TSA. No manejo da dor pós-operatória em pacientes dependentes de opioides, a medida preventiva para a ocorrência de síndrome de abstinência no pós-operatório é:

A. antagonismo do efeito opioide ao final da cirurgia
B. transição para analgesia oral com agentes opioides de ação curta
C. analgesia controlada pelo paciente com infusão contínua de morfina
D. prescrição de opioides sob demanda para controle dos episódios de dor

A

C: analgesia controlada pelo paciente

Pacientes que utilizam opioide cronicamente costumam apresentar escores de dor mais elevados no pós-operatório. Deve-se antes de tudo suprir as necessidades basais de opioide, evitando a síndrome de abstinência que poder ter um impacto deletério importante no processo de recuperação.

A necessidade basal pode ser suprida inicialmente por via venosa e progredida para via oral assim que o paciente se encontrar em condições.

Um esquema que tem bons resultados e aceitação é uma infusão contínua basal associada à analgesia controlada pelo paciente (gabarito, letra C). O modelo “se necessário” é fortemente não recomendado, pois além do pior controle de dor, não oferece a necessidade basal do usuário crônico.

Lembrando que o antagonismo do efeito opioide ao final da cirurgia (letra A) é formalmente contraindicado em pacientes dependentes, podendo precipitar síndrome de abstinência.

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9
Q

2023TEAMuitas clínicas de tratamento da dor usam questionários para auxiliar e padronizar as avaliações iniciais. Entre os questionários mais usados, está o Inventário Breve da Dor de Wisconsin. Qual das seguintes alternativas representa uma das maiores vantagens dessa ferramenta?

  • V ou F

A. É aplicado pelo médico, diminuindo vieses indesejados.
B. Dispensa a representação gráfica do questionário de dor de McGill.
C. Entre os questionários mais simples, é considerado válido transculturalmente.
D. Dispensa o uso de diversas perguntas sobre as características da dor e os sintomas associados.

A

FFVV

A. Pode ser AUTOADMINISTRADO pelo paciente em cerca de 15 minutos. Assim, não é aplicado pelo médico. Alternativa falsa.

B. Incorpora duas características valiosas do questionário de McGill: uma representação gráfica da localização da dor e grupos de descritos qualitativos.

C. Evidências consistentes sugerem que este instrumento é válido transculturalmente e é particularmente útil quando pacientes não conseguem completar uma avaliação mais pormenorizada.

D. Inclui uma série de questões sobre as características da dor e sintomas associados, incluindo a origem da dor e os efeitos dos tratamentos prévios. A gravidade da dor é avaliada por uma série de escalas de 0 a 10. Avalia a dor no seu melhor momento, no seu pior momento e na sua média. O nível de interferência nas atividades diárias também é quantificado.

As escalas multidimensionais, como o inventário breve da dor, avaliam e medem várias dimensões da dor e não somente sua intensidade. Avaliam a dor no seu espectro sensorial, afetivo e avaliativo.

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10
Q

2010ME3anual. A dor aguda causa diminuição da secreção de:

A. catecolaminas
B. cortisol
C. vasopressina
D. insulina

A

D: insulina

A dor estimula o hipotálamo, determinando o aumento da secreção de catecolaminas e dos hormônios cortisol, ACTH, vasopressina, aldosterona e angiotensina II. Causa também aumento do fator inflamatório interleucina I. Os hormônios anabólicos insulina e testosterona estão diminuídos.

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11
Q

O tratamento da dor aguda, segundo a recomendação da Organização Mundial de Saúde, deve seguir, respectivamente, os seguintes passos:

A. Opioide fraco, opioide forte e métodos invasivos.
B. Métodos invasivos, opioide forte e opioide fraco.
C. Opioide forte, opioide fraco e métodos invasivos.
D. Métodos invasivos, opioide fraco e opioide forte.

A

B

  • A escada analgésica da OMS foi criada para dor oncológica. Neste contexto, nós subimos a escada. Mas quando extrapolada para dor aguda (que é o que pergunta a questão), temos que lembrar: descemos a escada.

Alguns autores advogam que no quarto degrau da escada estariam os métodos invasivos de tratamento da dor; assim, na dor aguda, começamos por eles!

  • Terceiro degrau da escada: opioides fortes
  • Segundo degrau da escada: opioides fracos
  • Primeiro degrau da escada: analgésicos simples e anti-inflamatórios.

Os adjuvantes não foram representados na questão, mas estão em todos os degraus da escada. São os fármacos que não são primariamente analgésicos, mas que podem ser necessários para tratar os efeitos adversos das drogas, para intensificar seus efeitos ou para tratar comorbidades do paciente.

Saiba mais: é importante sabermos estimar o grau de estímulo álgico de cada procedimento. Se é um procedimento pouco cruento, podemos usar AINES, dipirona ou paracetamol. Se esperamos dor moderada, vamos opioide fraco. Se esperamos dor forte, vamos utilizar um opioide forte.

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12
Q

2022TEA. Na analgesia multimodal, utilizamos varias classes de drogas que agem em diferentes receptores e vias da dor. A cetamina um antagonista do receptor N-metil-D-aspartato, tem sido utlizada em baixas doses com qual objetivo?

A. Evitar a salivação intensa no pós operatório.
B. Provocar alodinia nos usuários crônicos de opioide.
C. Evitar a hiperalgesia dos opiodes no pós operatório.
D. Aumentar a sensibilização central e a tolerância aos opioides.

A

C: Evitar hiperalgesia dos opioides no pós operatório.

A cetamina á um antagonista não competitivo dos receptores NMDA. Tais receptores são glutamatérgicos, associados à nocicepção, regulação e controle de sinapses (plasticidade e desenvolvimento) e processamento e associação de sinais sensoriais entre tálamo e córtex.

Um efeito adverso da cetamina é o aumento das secreções salivares (alternativa A incorreta) e brônquicas, com risco para broncoespasmo. Pode ser necessária a administração de anti-sialogogos.

A cetamina exerce um papel importante na via nociceptiva relacionada aos opioides. Esse efeito pode ser explicado através da intercomunicação entre receptores NMDA e opioides na superfície celular – quando o receptor opioide é ativado, ocorre fosforilação do NMDA, com redução da ligação do magnésio e aumento do influxo de cálcio, ocorrendo down regulation (tolerância) e resposta exacerbada (hiperalgesia e alodinia) dos receptores opioides. Quando o antagonista NMDA é administrado, esse mecanismo é bloqueado, reduzindo a sensibilização dos receptores opioides, a tolerância (necessidade de doses maiores para obter o mesmo efeito) e a alodinia (resposta dolorosa a um estímulo que normalmente não causa dor (alternativas B e D incorretas) e prevenindo hiperalgesia (resposta dolorosa exacerbada a um estímulo doloroso) (alternativa C correta).

Segundo o Manica, a cetamina em baixas doses não é analgésica per se, atuando justamente na diminuição da hiperalgesia, alodinia e tolerância aos opioides, sendo adjuvante no tratamento da dor associada a sensibilização central.

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