Parasitologia: Tricomoníase Flashcards
1
Q
Características da tricomoníase.
A
- Apenas Trichomonas vaginalis é patogênico, sendo ele responsável pela tricomoníase, doença sexualmente transmissível (DST) não-viral mais comum no mundo.
- É comumente encontrado no trato genital e urinário tanto da mulher como do homem.
- Parasito cosmopolita, sendo mais encontrado em mulheres de vida sexual ativa (via ato sexual).
- Prevalência menor no homem.
- O T. vaginalis é o patógeno mais encontrado nas DSTs (1/3 de todas as vaginites).
- Alta prevalência (pessoas de baixa renda, pacientes de clínicas ginecológicas, pré natais e serviços de DSTs).
2
Q
Características do T. Vaginalis.
A
- Não possui forma cística e há sobrevivência fora de seu habitat.
- Sobrevive menos de 3h na urina e 6h no sêmen.
- Anaeróbio facultativo.
- Cresce na faixa de pH entre 5 e 7,5, em temperaturas entre 20 e 40 graus.
3
Q
Fatores de virulência do T. vaginalis.
A
- Adesinas.
- Cisteína proteases: efeito citotóxico e homolítico e contra sistema imune.
- Capacidade de se revestir de proteínas do hospedeiro, impedindo o reconhecimento pelo sistema imune.
- Emissão de pseudópodes: internalização e degradação das células imunes nos vacúolos fagocíticos do parasito.
- Pseudópodes também úteis para capturar alimentos e se fixar em partículas sólidas.
4
Q
Ciclo da tricomoníase.
A
- Habita o trato genitourinário do homem e da mulher.
- O estabelecimento no sítio de infecção inicia com o aumento do pH.
- Redução de Lactobacillus acidophilus (bactérias comensais com função de secretar fatores ácidos que inibem ocorrência de infecções do trato genitourinário) e um aumento na proporção de bactérias anaeróbias.
- Pode se auto revestir de proteínas plasmáticas do hospedeiro, impedindo que o sistema imune reconheça o parasito como estranho.
- Reprodução: a multiplicação por divisão binária.
- Não há formação de cistos.
5
Q
Patogenia geral da tricomoníase.
A
- Protozoário célula-específica e espécie específica, sendo parasito extracelular da mucosa urogenital do ser humano.
- Principal aspecto patológico é a inflamação da uretra masculina e próstata.
- T. vaginalis invade mucosa vaginal, causa erosão e infiltrado inflamatório (eosinófilos, linfócitos e neutrófilos), gerando leucorreia abundante.
6
Q
Patogenia tricomoníase mulher.
A
- Infecta principalmente o epitélio do trato genital (adere na mucosa vaginal), e através disso, libera cisteína proteases (efeito citotóxico e hemolítico).
- Causa erosão na mucosa vaginal, que não leva à invasão.
- Provoca vaginite que se caracteriza por corrimento vaginal fluido abundante de cor amarelo-esverdeada, bolhoso, de odor fétido, mais frequente no período pré-menstrual.
- O processo infeccioso é acompanhado de prurido ou irritação vulvovaginal de intensidade variável e dores no baixo ventre.
- A mulher apresenta dor e dificuldade para as relações sexuais, desconforto nos genitais externos, dor ao urinar (disúria) e aumento da frequência miccional (poliúria).
- A vagina e a cérvice podem ser edematosas e eritematosas, com erosão e pontos hemorrágicos na parede cervical (colpitis macularis).
7
Q
Patogenia tricomoníase homem.
A
- A tricomoníase no homem é comumente assintomática ou apresenta-se como uma uretrite com fluxo leitoso ou purulento e uma leve sensação de prurido na uretra.
- Pela manhã, antes da passagem da urina, pode ser observado um corrimento claro, viscoso e pouco abundante, com desconforto ao urinar (ardência miccional) e por vezes hiperemia do meato uretral.
- Durante o dia, a secreção é escassa.
- Nos portadores assintomáticos, o parasito permanece na uretra, podendo alcançar a próstata.
- Promove a morte de hemácias para a aquisição de ferro da hemoglobina e também como fonte de ácidos graxos.
- A hemólise pode ser mediada pela inserção de poros na membrana da hemácia, formados pela liberação de proteínas do tipo perforinas ou através da interação entre receptores eritrocíticos e adesinas do parasito, o que provoca a aderência entre as células e a eritrofagocitose pelo protozoário.
8
Q
Problemas extras da tricomoníase.
A
- Gravidez: ruptura prematura de membrana endometrite, parto prematuro, pode causar natimortos.
- Isto ocorre devido a resposta imune liberar diversas citocinas (dentre elas a TGF-β2) que tem uma maior afinidade pelo tecido muscular liso.
- Fertilidade: por conta da doença inflamatória pélvica, que infecta o trato urinário superior e causa resposta inflamatória que danifica as células ciliadas da mucosa tubária.
- Transmissão do HIV: aumento na porta de entrada para o vírus em indivíduos HIV- negativos.
9
Q
Sintomas tricomoníase.
A
- Mulheres: vaginite aguda causada por T. vaginalis frequentemente têm corrimento devido a infiltração por leucócitos.
- Há também odor vaginal anormal e prurido vulvar.
- A vagina e a cérvice podem ser edematosas e eritematosas, com erosão e pontos hemorrágicos na parede cervical, conhecidos como colpitis macularis, ou cérvice com aspecto de morango.
- Corrimento abundante (amarelo-esverdeado).
- Odor fétido, aspecto bolhoso ou espumoso.
- Prurido e irritação da vulva e vagina.
- Homens: maioria assintomáticos, principalmente devido à concentração de zinco no líquido prostático.
- O zinco é altamente tóxico para T. vaginalis, e é possível que muitos homens refratários a esta infecção tenham quantidades consideráveis deste metal no fluido prostático.
- Pela manhã, observa-se secreção clara e viscosa. Durante o dia é escasso.
- Dor ao urinar e prurido.
10
Q
Fatores que favorecem a implantação de T. Vaginalis.
A
- Modificação da microbiota vaginal: isso porque a microbiota vaginal confere resistência a diferentes infecções
- Diminuição da acidez local: excesso de H+ aumenta o potencial de oxirredução, aumentando a concentração de radicais livres e isso aumenta a dificuldade de microrganismos anaeróbios (a Trichomonas é anaeróbia).
- Diminuição do glicogênio nas células do epitélio vaginal pelo fato de que os bacilos de doderlein produzem ácido lático que leva à redução do pH vaginal (fator de proteção contra o T. Vaginalis).
- Acentuada descamação epitelial (período menstrual).
- Fatores podem ser de natureza hormonal, inflamatória ou irritativa.
- Períodos susceptíveis: menopausa e período menstrual.
11
Q
Transmissão da tricomoníase.
A
- Contato sexual.
- Quase 100% dos homens são assintomáticos, contribuindo para a transmissão.
- O T. vaginalis é transmitido através da relação sexual e pode sobreviver por mais de uma semana sob o prepúcio do homem sadio, após o coito com mulher infectada.
- Com a ejaculação, os tricomonas presentes na mucosa da uretra são levados a vagina pelo esperma.
12
Q
Diagnóstico da tricomoníase.
A
- Diagnóstico laboratorial por amostras coletadas das mucosas e observadas por microscópio (diferenciar espécies de triconomas).
- Diagnóstico clínico: corrimento, prurido, cérvice com aspecto de morango (típico, mesmo ocorrendo em poucos casos (sintomas são muito inespecíficos)).
- Diagnóstico laboratorial para mulher: exame do esfregaço do conteúdo vaginal e papa nicolau.
- Diagnóstico laboratorial para homem: exame do líquido prostático, exame do sedimento urinário.
13
Q
Tratamento tricomoníase.
A
- Atualmente, os fármacos usados para o tratamento são o metronidazol e o tinidazol.
- Gestantes: uso de tratamentos locais, como cremes e géis
14
Q
Profilaxia da tricomoníase.
A
- Uso de preservativos
- Hábitos de higiene adequados
- Abstinência de contatos sexuais com pessoas infectadas.
- Limitação das complicações patológicas pela administração de um tratamento imediato e eficaz, tanto para casos sintomáticos como para assintomáticos, ou seja, tratamento simultâneo para parceiros sexuais.