Fisiologia: Pâncreas Flashcards
Secreção pulsátil.
- Importante para não dessensibilizar o receptor.
- Evita a liberação contínua do hormônio, o qual ativaria o receptor de forma prolongada, podendo levar a sua
dessensibilização.
Regulação da glicose.
- Muitos os mecanismos que evitam a hipoglicemia, visto que a baixa de glicose é mais grave que a hiperglicemia. A hipoglicemia é de difícil diagnóstico e é causa frequente de morte súbita.
- GH.
- Glicocorticoides: cortisol tem ação mais longa.
- Adrenalina e noradrenalina.
- Glucagon: age sobretudo no fígado. Não tem ação periférica significativa.
- Possuem efeito sinérgico.
Mecanismo que evita hiperglicemia.
- Liberação de insulina.
- Consequências da glicemia elevada: glicose é um açúcar redutor, que faz reações não enzimáticas, como a glicação de proteínas. Liga-se ao radical -NH2 e proteína perde a função.
Hormônios do pâncreas.
- Insulina (junto ao peptídeo C).
- Glucagon.
- Amilina: cossecretada com a insulina pelas células beta do pâncreas (inibidor da ingestão alimentar).
- Somatostatina.
- PP: polipeptídeo pancreático.
Ilhotas de Langerhans.
- Muito irrigadas.
- Compõe cerca de 1-2% da massa pancreática.
- Células alfa (25%): predominam na região externa, produzindo glucagon.
- Células beta (60%): produzem insulina.
- Células F: produzem polipeptídeo pancreático (PP).
- Células delta: produzem somatostatina.
Insulina.
- Impede que a glicose atinja níveis muito elevados no sangue, impedindo a glicação de proteínas e a perda de função destas.
- É importante para manter estoque de glicose nas células, para quando for necessário.
- Sensor metabólica intramuscular: insulina transloca GLUT4 para captar glicose.
- Sensor AMP cinase: aumento da razão AMP/ATP é sensor para aumentar translocação de GLUT.
- Sensor sistêmico: células beta.
Mecanismo de iniciação da liberação de insulina.
- GLUT2: Transportador constitutivo que permite a entrada de glicose nas células β, seguindo o gradiente de concentração.
- Sensor Principal: Glicoquinase, que tem baixa afinidade pela glicose e precisa de um aumento significativo da glicemia para ativar a secreção de insulina.
- Metabolismo da glicose dentro da célula, gerando ATP.
- ATP age nos canais de K+ sensíveis ao ATP, fechando-os.
- O acúmulo de K⁺ dentro da célula causa despolarização.
- Isso ativa canais de cálcio voltagem-dependentes, permitindo a entrada de Ca²⁺, que induz a exocitose das vesículas de insulina (mecanismo semelhante à liberação de neurotransmissores).
Células beta.
- Hormônios intestinais ativam as células beta.
- Possui GLUT2: como um sensor metabólico, deve ter um transportador de glicose constitutivo, com baixa sensibilidade para não saturar facilmente, dispararando a resposta conforme variações da concentração de glicose ocorrem.
- Baixa glicose no plasma, ATP baixo dentro da célula e MgADP alto: não estimula nada.
- Alta glicose plasmática causa entrada de glicose pelo GLUT2: aumenta ATP intracelular e diminui MgADP, com liberação de insulina.
Por que a insulina sobe rapidamente após refeição rica em carboidrato?
- 1° fase: protege o corpo de picos elevados de glicose que poderiam ocorrer após as refeições. A absorção da glicose ingerida é rápida. Lembrar que a superfície de absorção do intestino delgado é cerca de 70 m².
- 2° fase: menor liberação.
Síntese da insulina.
- Pró-insulina.
- 3 pontes dissulfeto conferem a atividade.
- Peptídeo C é liberado junto à insulina: utilizado normalmente como sinalizador da produção pancreática de insulina.
Secreção de insulina.
- Fase rápida (pico rápido): libera os grânulos já prontos.
- Fase lenta (pico sustentado): libera os grânulos que estão se complexando (Pré-pró-insulina > Pró-insulina > Insulina ativa).
- Secreção bifásica.
Receptor de insulina e resposta celular.
- 2 cadeia alfa externas, 2 cadeias beta internas, radicais tirosina, que podem ser fosforilados e desencadear uma cascata de transdução de sinais. Essa cascata ativa vias ligadas ao anabolismo, como aumentar reserva de glicogênio.
- Efeito sobre a vasculatura pode ser de vasoconstrição ou relaxamento, dependendo da via.
- Efeito principal da ligação da insulina a seu receptor é a translocação do GLUT4.
Tipos de GLUT.
- GLUT-1: captação de glicose.
- GLUT-2: fígado, célula beta, rim, intestino delgado. O GLUT-2 tem baixa sensibilidade e estão presentes em células que são sensores e que independem da insulina.
- GLUT-3: cérebro, neurônios.
- GLUT-4: músculo, tecido adiposo, coração. Presença em tecidos de alta atividade metabólica nos quais a captação de glicose depende de insulina.
Incretinas: GIP e GLP-1.
- GLP-1: principal incretina responsável por aumentar a potência da insulina.
- Pequenas quantidades de insulina tornam-se mais eficazes.
- Indústria farmacêutica desenvolveu um fármaco 10x mais potente que o GLP-1 natural. Ainda não se sabe os efeitos desse medicamento a longo prazo.
- Problemas de acesso: diabéticos tipo 2 têm dificuldade em obter o medicamento. Alto custo devido à patente.
Mecanismo de Ação do GLP-1.
- O GLP-1 ativa seu receptor, o que estimula a proteína quinase A (PKA). Isso faz com que a célula β pancreática secrete mais insulina e mais rapidamente.
- No diabético tipo 2, esse medicamento restaura o primeiro pico de insulina, melhorando o controle da glicemia.
- GLP-1 tem efeito anorexigênico: reduz a fome porque a insulina é anorexigênica.
- Atua no cérebro, inibindo a sinalização de fome.
- Esse efeito tem sido explorado para tratamento da obesidade.
Ações biológicas da insulina no músculo.
- Maior transporte de aminoácidos e a síntese protéica, por meio da fosforilação de uma serina/treonina proteína-quinase, conhecida como alvo de rapamicina de mamíferos (mTOR, de mammalian target of rapamycin).
- Maior síntese de glicogênio via inibição da enzima glicogênio fosforilase e estimulação da glicogênio sintase.
- Favorece o armazenamento de lipídeos no músculo.
Ações biológicas da insulina no tecido adiposo.
- Aumento do transporte de glicose.
- Formação de glicogênio a partir de glicose.
- Transformação do piruvato em acetil-CoA.
- Aumento da transformação da acetil-CoA em malonil CoA.
- Ativação da lipase lipoproteica, levado à maior captação de ácidos graxos das lipoproteínas.
- Inibição da lipólise e da cetogênese via inibição da enzima lipase sensível ao hormônio (HSL), o que leva a inibição da degradação dos triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol.
Ações biológicas da insulina no fígado.
- Glicose entre nos hepatócitos por transportadores GLUT2 (independentes de insulina).
- Maior síntese de glicogênio.
- Glicose é oxidada e fosforilada (glicose 6-P, não sai da célula). Esse processo de fosforilação é mediado pela insulina, ou seja, a insulina controla a glicose que permanece no hepatócito, para posterior síntese de glicogênio.
- Inibe produção de corpos cetônicos.
- Inibe gliconeogênese.
Efeitos a longo prazo da insulina.
- Maior síntese de enzimas lipogênicas e a repressão de enzimas gliconeogênicas.
- Os efeitos da insulina na promoção do crescimento e os efeitos mitogênicos são respostas a longo prazo mediadas pela via da MAPK.
- A MAPK e, em particular, a ativação crônica da quinase receptora extracelular pela ligação do receptor de insulina levam a um crescimento celular excessivo.
- Importância no câncer devido à proliferação celular induzida pela insulina pela via da MAPK.
Fatores neurais na secreção de insulina.
- SNA Parassimpático ativa positivamente a secreção de insulina.
- SNA Simpático ativa positivamente ou negativamente a secreção, predominando o negativo. Em baixas quantidades, estimula a secreção de insulina, e em altas quantidades, inibe.
Síntese de glucagon.
- Hormônio proteico.
- Forma inicial: pró-glucagon, clivado no fígado para produzir glucagon ativo.
- O fígado produz glucagon e outros peptídeos, mas nem todos são ativos.
- O glucagon possui meia-vida curta (5 a 10 minutos) e é degradado principalmente no fígado.
Regulação da Secreção de Glucagon.
- Células Alfa (α) possuem GLUT-1, que tem alta sensibilidade à glicose.
- Glicoquinase vai induzir a Glicose-6-fosfato a produzir ATP a partir da glicose.
- Com pouca glicose, se produz ATP, que bloqueia os canais de K+.
- Ocorrerá pequena despolarização, que ativará os canais de cálcio e liberação de glucagon.
Efeitos biológicos do glucagon.
- Aumentar as concentrações plasmáticas de glicose, estimulando a produção hepática de novo de glicose pela gliconeogênese e pela degradação do glicogênio.
- Aumenta a lipase sensível ao hormônio, a enzima envolvida na degradação dos triglicerídeos (gordura armazenada) em diacilglicerol e ácidos graxos livres (AGL), liberando-os na circulação.
- No fígado, os AGL são utilizados para reesterificação ou podem sofrer β-oxidação conversão em corpos cetônicos.
Regulação da secreção de glucagon.
- Glicose.
- Insulina.
- Somatostaina.
- Cetona.
- Ácidos graxos livres.
- GLP.
- SNA Parassimpático ativa mais a insulina, que inibe a produção de glucagon de forma parácrina.
- SNA Simpático ativa positivamente a secreção de glucagon.
Somatostatina.
- Tem efeito inibitório generalizado em praticamente todas as funções gastrintestinais e do pâncreas exócrino e endócrino.
- Liberação estimulada por refeições ricas em gordura e carboidratos e particularmente ricas em proteínas e em resposta a H+ no lúmen gástrico.
- Administração exógena de somatostatina suprime de modo efetivo a liberação tanto da insulina quanto da glicose e é utilizada no contexto clínico para o tratamento de tumores produtores de insulina ou de glucagon.
Polipeptídeo Pancreático.
- Liberado na circulação após ingestão de alimento, exercício e estimulação vagal.
- Função: inibição da secreção pancreática exócrina (CCK), contração da vesícula biliar, modulação da secreção de ácido gástrico e motilidade gastrintestinal.
- O polipeptídeo pancreático parece regular o comportamento alimentar.
Insulinoma.
- Tumores que produzem quantidades excessivas de insulina, e os pacientes apresentam episódios de hipoglicemia, confusão, agressividade, palpitações, sudores convulsões e mesmo perda da consciência.
- Esses sintomas são observados principalmente antes do desjejum e após o exercício físico.
- A resposta compensatória ou contrarreguladora do corpo consiste na liberação catecolaminas, glucagon, cortisol e hormônio do crescimento.
Glucagonomas.
- Tumores que podem produzir sintomas de diabetes.
- A produção excessiva de glucagon pelo tumor também pode resultar em efeito catabólico global sobre o tecido adiposo e o músculo, acarretando grave perda de peso e anorexia.
Diabetes mellitus.
- Tipo 1: destruição das células β (insulinodependente).
- Tipo 2: 90% dos casos de diabetes, com dessensibilização dos tecidos periféricos à insulina.
- Pode causar hiperglicemia, poliúria e polidipsia e cetoacidose.
Teste oral de tolerância à glicose.
- Absorção intestinal.
- Liberação de incretinas (GLP-1 e GIP).
- Aumenta secreção de insulina, com maior captação de glicose que no teste intravenoso.
Hemoglobina glicada.
- Excesso de glicose gera glicação irreversível de hemoglobina.
- Pode ser avaliado os níveis dos últimos 90 dias.
Teste com peptídeo C.
- Peptídeo C demora a ser degradado, e insulina é rápidamente degradada.
- Podem ser detectados para avaliação dos níveis de insulina produzidas (1:1).
Síndrome de Munchausen.
- O peptídeo C é utilizado no diagnóstico da Síndrome de Munchausen.
- Pacientes com a síndrome podem se injetar insulina exógena para simular hipoglicemia.
- Como a insulina injetada não contém peptídeo C, a medição desse peptídeo permite diferenciar se a insulina é endógena (produzida pelo corpo) ou exógena (injetada artificialmente).