Farmacologia: Analgésicos Opioides Flashcards
1
Q
Dor e nocicepção.
A
- Dor envolve o componente emocional, enquanto que a nocicepção está relacionada à propagação do estímulo sensorial.
- Dor é uma resposta adaptativa, no entanto, pode promover efeitos adversos em função do bem estar psicológico e social.
2
Q
Analgésicos.
A
- Fármacos que aliviam a dor sem causar inconsciência ou percepção dos estímulos.
- Os analgésicos associados a uma dor mais branda são denominados não opióides, enquanto os associados a dores moderadas ou intensas são chamados opióides.
3
Q
Princípio da Escada Analgésica da OMS.
A
- Em dores agudas, dores crônicas sem controle ou crises agudas de dor crônica recomenda-se um trajeto descendente na escada de acordo com a resposta do paciente em cada um dos degraus.
- Já em dores crônicas ou dor oncológica recomenda-se o trajeto ascendente na escada.
4
Q
Opióides.
A
- Tem como protótipo a morfina.
- Denominam-se opiáceos as drogas derivadas do ópio, obtido das sementes da papoula.
- Os opióides abrangem tanto agonistas naturais ou sintéticos quanto antagonistas dos receptores opióides.
- Efeitos positivos: analgesia, sedação e euforia.
- Efeitos negativos: constipação, náusea, vômitos, dependência, tolerância, depressão respiratória e broncoconstrição.
5
Q
Receptores opióides.
A
- Receptores μ (dos tipos I e II associados à morfina).
- Receptores kappa (dos tipos I, II e III associados à cetociclazocina).
- Receptores delta (dos tipos I e II associados à delta-alanina).
- Todos estão ligados a uma proteína GI.
6
Q
Mecanismo de ação de receptores opióides.
A
- Receptores metabotrópicos, acoplados a uma proteína G inibitória.
- Levam à menor liberação de neurotransmissores pelos neurônios e abertura de canais de potássio, que resultará em um fenômeno de hiperpolarização.
7
Q
Locais de ação de drogas analgésicas opioides.
A
- Neurônio aferente primário: diminui a sensação de dor.
- Vias ascendentes da nocicepção da medula espinal.
- Vias descendentes inibitórias da dor.
8
Q
Efeitos clínicos dos opióides no SNC.
A
- Analgesia: reduzir os aspectos sensoriais e afetivos da dor.
- Euforia: sensação prazerosa companhada de redução da ansiedade e algumas situações de angústia.
- Disforia: estado desagradável caracteriza-se por inquietação e mal-estar.
- Sedação: sonolência e lentificação mental (não promovem amnésia).
- Depressão Respiratória: normalmente não observada em doses terapêuticas.
- Supressão da tosse.
- Miose: ação excitatória nervo parassimpático.
- Náusea e vômitos: Estimulação direta zona deflagradora quimiorreceptora para êmese.
9
Q
Efeitos periféricos dos opióides.
A
- Pele: rubor e alergia.
- Coração: hipotensão ortostática e desmaio.
- Trato gastrointestinal: constipação (redução da liberação de acetilcolina).
10
Q
Fentanil e derivados.
A
- Pelo menos 100x mais potentes do que a morfina.
- Envolvidos na crise dos opioides nos EUA.
- O desenvolvimento de várias formas de administração desses fármacos levou a diferenças em sua biodisponibilidade e em seu tempo de início da ação, o que facilitou a ação analgésico, mas também deu origem a questões de abuso e dependência dessas substâncias.
11
Q
Naloxona e a naltrexona.
A
- Antagonistas opióides: antagonistas competitivos dos receptores μ, kappa e delta, possuindo maior afinidade pelos primeiros.
- Naloxona possui início de ação rápido após administração parenteral, mas possui baixa biodisponibilidade via oral (utilizada em casos de efeitos adversos agudos promovidos pelos opióides (intoxicação ou overdose)).
- Naltrexona é efetiva oralmente e possui longa duração de ação, sendo utilizada em casos de desintoxicação e tratamento de dependência.
- Terapia de substituição: agonista fraco + naltrexona.
12
Q
Tolerância a opioides.
A
- Se desenvolve rapidamente e não ocorre para todos os efeitos promovidos pelos opióides.
- Efeitos que estão sujeitos a tolerância rápida são a analgesia, euforia, sedação, depressão respiratória, antidiurese, náusea/vômitos e supressão da tosse.
- Tolerância a curto prazo se desenvolve a partir da dessensibilização e internalização de receptores ou fosforilação de alguns receptores por proteína quinase C.
- Tolerância a longo prazo, a tolerância se desenvolve por um aumento na atividade da adenilato ciclase, como um mecanismo regulatório após a diminuição do cAMP promovido pelos opióides.
- A exposição prolongada a opioides resulta na adaptação de alguns níveis da cascata de sinalização.
13
Q
Dependência a opioides.
A
- Retirada brusca do medicamento promove efeitos fisiológicos adversos, resultando num fenômeno denominado síndrome de abstinência.
- A síndrome de abstinência se manifesta como efeitos contrários promovidos pelo uso do medicamento.
- O tratamento da abstinência, principalmente de morfina e heroína, se dá pelo uso de agonistas fracos dos receptores opióides e de ação prolongada, como a metadona, associados com naltrexona.
14
Q
Interações farmacocinéticas relevantes dos opioides.
A
- Codeína: é uma pró-droga que é metabolizada pelo fígado, pela CYP2D6, em morfina, gerando analgesia.
- Meperidina: é inativada pela CYP2D6 hepática para ser eliminada do organismo.
- Ambas as drogas se relacionam com antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina (SSRI), uma vez que estes SSRI irão inibir a ação da CYP2D6.
- Em casos de detecção da disfunção dessa isoforma, utiliza-se medicamentos que não dependem da atividade da CYP2D6, como a buprenorfina e o fentanil.
15
Q
Interações farmacodinâmicas relevantes de opioides.
A
- Meperidina X Inibidores de MAO
- MAO: enzima responsável pela degradação de monomanias, como a serotonina e noradrenalina.
- Meperidina também inibe a recaptação de se serotonina e noradrenalina.
- Gera-se uma condição chamada síndrome serotoninérgica, que resulta no excesso de serotonina (causa delírio, hipertermia, dor de cabeça, hipertensão, rigidez muscular e convulsões.
- A interação entre tramadol (análogo sintético da codeína que inibe a recaptação de serotonina e de noradrenalina) e SSRI também pode causar o mesmo efeito.
- Assim, na hora de se prescrever um opioide para um paciente em uso de antidepressivos, deve-se questionar que tipo de antidepressivo está sendo utilizado.