Parasitologia: Nematódeos (ascaridíase, tricuríase e oxiurus) Flashcards

1
Q

Características gerais dos nematódeos.

A
  • Helmintos cilíndricos e alongados grego nematos ‘filamento’.
  • Corpo não segmentado revestido de cutícula resistente e quitinosa.
  • Sistema digestivo completo (boca e anus).
  • Sistema nervoso com anel anterior e nervos longitudinais.
  • Com camadas musculares longitudinais (flexão dorsoventral).
  • Animais dióicos (unissexuados).
  • Sem sangue, sistema circulatório e sistema respiratório.
  • Desenvolvimento: L1 > L2 > L3 > L4 > L5 (verme juvenil).
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2
Q

Epidemiologia dos nematódeos.

A
  • Fazem parte da lista da OMS das 7 Doenças Negligenciadas mais frequentes no mundo.
  • Predominam em áreas de clima quente e úmido, estrutura sanitária deficiente e assistência médica precária.
  • São geo-helmintos: transmissão dependente de uma fase no solo.
  • Grupos de risco: pré-escolares (crianças têm hábito de colocar a mão no chão e depois na boca) escolares e mulheres em idade reprodutiva.
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3
Q

Ciclo biológico da Ascaris lumbricoides (lombriga).

A
  • Vivem livres na luz do intestino delgado.
  • O verme adulto se move e fica no intestino, mas os ovos saem nas fezes, contaminando água e alimentos.
  • De início, o ovo não possui larva em seu interior, não sendo, portanto, infectante (ovos precisam de pelo menos 2-3 semanas para que as larvas se desenvolvam).
  • Ovo só se torna infectante a partir da Larva 3.
  • O desenvolvimento do ovo para formar larva interiormente depende do ambiente externo.
  • A larva fica muito protegida dentro do ovo e os ovos ficam viáveis no meio ambiente por muito tempo.
  • No intestino delgado, os ovos eclodem liberando as larvas L3 (larvas atravessam a parede do intestino delgado e alcançam a corrente sanguínea, onde chegam ao coração e pulmões, sofrendo nova muda).
  • O processo de infração da larva até o pulmão chama de ciclo de Loss.
  • No intestino, se estabelecem definitivamente e amadurecem sexualmente.
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4
Q

Ciclo de loss.

A
  • Intestino delgado > sistema porta-hepático > fígado > coração > pulmão (alta concentração de oxigênio) > árvore brônquica > muda para L4 > traqueia > deglutida (ou expelida) > intestino delgado.
  • Ao chegar no pulmão, a lombriga se torna L4 (processo é obrigatório, uma vez que o metabolismo da L4 é aeróbio, sendo que o intestino é anaeróbio).
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5
Q

Patologia da Ascaris lumbricoides (lombriga).

A
  • Casos agudos dependem da idade e da carga parasitária.
  • Ovos nas fezes.
  • Aumento de IgE, eosinofilía.
  • Alterações sistêmicas (febre) e alterações pulmonares (aumento de secreção e tosse devido ao ciclo pulmonar).
  • Síndrome de Loeffler: tosse, dispneia e até pneumonia.
  • Dor de barriga (barriga inchada), má absorção intestinal, deficiência de vitamina A (por competição aos alimentos).
  • Obstrução intestinal: muitas vezes requer retirada cirúrgica.
  • Pancreatite aguda, abscesso no fígado, apendicite: migração ectópica.
  • Situações estressantes para o verme fazem com que eles saiam por outras vias
  • Fármacos que irritam o verme mas não o matam estimula migração ectópica.
  • Deficiência protéico-energética, por competição de nutrientes
  • Crianças (grupo mais afetado): problemas de crescimento, cognição e aprendizagem.
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6
Q

Toxocara canis.

A
  • Larva migrans visceral: causada pela ingestão de ovos provenientes de Toxocara canis ou Toxocara cati que parasitam cães e gatos.
  • As larvas penetram a parede intestinal e migram através dos tecidos levando a alterações diversas, consequentes a uma resposta inflamatória imune.
  • Também podem causar sequelas oculares.
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7
Q

Ciclo biológico da Trichuris trichiura.

A
  • Adultos no cólon, reprodução sexuada e produção de ovos (ovos imaturos liberados nas fezes).
  • Embriogênese no meio externo demorada (cerca de 14 a 20 dias).
  • No solo a larva completa o amadurecimento no ovo (ovos embrionados ingeridos pelos humanos).
  • Ovo com L1 já é infectante para o humano (se desenvolve no corpo (mudas no intestino).
  • Ovos eclodem no intestino delgado (larva penetra na vilosidade intestinal, retorna para o lúmen intestinal, amadurece no ceco e forma vermes adultos que copulam e liberam ovos nas fezes).
  • O verme é um parasita tecidual, no qual toda sua região esofagianas penetra na camada epitelial da mucosa intestinal, onde se alojará e ficará por 3 a 4 anos.
  • Não ocorre o ciclo de loss. Todo o desenvolvimento ocorre no intestino.
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8
Q

Transmissão da Trichuris trichiura.

A
  • Ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos do parasito.
  • Ovos de Trichuris eliminados com as fezes contaminam o ambiente, em locais sem saneamento básico.
  • Os ovos são extremamente resistentes às condições ambientais (podem ser disseminados pelo vento ou pela água) e por sinantropia.
  • Ovo larvado L1 é a forma infectante.
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9
Q

Sintomas da Trichuris trichiura.

A
  • Depende da carga parasitária, mas também da idade, estado nutricional e distribuição dos vermes adultos no intestino.
  • Intenso infiltrado eosinofílico devido à lesão da mucosa do intestino grosso.
  • Dor de cabeça e da barriga, diarréia, náusea, vômitos.
  • Sintomas associados principalmente às alterações da mucosa do intestino grosso.
  • Manifestação grave: colite, síndrome de disenteria crônica, aumento da permeabilidade intestinal, prolapso retal (ocorre devido ao relaxamento do músculo anal).
  • Síndrome Disentérica Crônica: anemia, déficit de absorção de íons como zinco (pode ter déficit de crescimento), aumento das células produtoras de TNF alfa (falta de apetite e apatia).
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10
Q

Epidemiologia de Enterobius vermicularis (oxiúros).

A
  • Enterobius vermicularis e E. gregorii em humanos de regiões temperadas.
  • E. gregorii em humanos na África, Ásia e Europa.
  • Não há relatos de reservatórios animais.
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11
Q

Ciclo biológico de Enterobius vermicularis (oxiúros).

A
  • Ingestão de ovos com o embrião pela pessoa.
  • Larvas eclodem no intestino delgado e amadurecem L1-L4 (adultos no lúmen do ceco, com copulação no ceco).
  • Fêmeas grávidas migram para a região perianal a noite, botando os ovos.
  • A fêmea não simplesmente libera dos ovos, ela desce a região perianal e libera eles ali, de forma que eles ficam presos nesta região.
  • Ovos nas pregas perianais (larvas dentro dos ovos maturam em 2 a 4 horas para a forma infectante).
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12
Q

Transmissão de Enterobius vermicularis (oxiúros).

A
  • Heteroinfecção: ovos presentes na poeira ou alimentos atingem um novo hospedeiro ou o mesmo hospedeiro que os eliminou.
  • Auto-infecção: roupa de cama, banho, irmãos (família toda infectada).
  • Auto-infecção externa ou direta: a criança ou o adulto levam os ovos da região perianal a boca (principal mecanismo).
  • Auto-infecção interna: as larvas eclodem ainda dentro do reto e migram até o ceco.
  • Retro-infecção: as larvas eclodem na região perianal (externamente), penetram pelo ânus e migram pelo intestino grosso chegando até o ceco.
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13
Q

Patologia e Clínica de Enterobius vermicularis (oxiúros).

A
  • Maioria dos casos sem causar sintomas graves.
  • Prurido anal, principalmente à noite.
  • Às vezes o verme encontra-se nas fezes (“lagartinha”).
  • Em infecções maiores, pode provocar enterite catarral por ação mecânica e irritativa. O ceco apresenta-se inflamado e, às vezes, o apêndice também é atingido.
  • O ato de coçar a região anal pode lesar ainda mais o local, possibilitando infecção bacteriana secundária.
  • O prurido ainda provoca perda de sono e nervosismo.
  • Enterobiose urogenital: a presença de vermes nos órgãos genitais femininos pode levar a vaginite, metrite, salpingite e ovarite.
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14
Q

Diagnóstico de nematódeos.

A
  • Ascaridíase e tricuríase: exame direto em Salina (para cargas altas), sedimentação espontânea (método de Lutz (HPJ) e de Kato-Katz) e método de fita durex/fita gomada/método de Graham.
  • Para Oxiúros não adianta fazer exame de fezes (não tem ovo). fazer exame da fita tomada ou swab anal.
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15
Q

Método Kato-Katz.

A
  • Passa-se amostra fecal em tela metálica ou Nylon, que permite que ovos e pequenos detritos passem pelo filtrado.
  • O filtrado é passado por um orifício de volume conhecido pressionado contra uma lamínula sobre uma lâmina.
  • Conta-se a quantidade de ovos na lâmina e multiplica por 24 para saber a quantidade de ovos por grama (quantitativo).
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16
Q

Método Lutz ou HPJ ou EPF ou sedimentação espontânea.

A
  • Dilui-se a amostra de fezes em água e o líquido filtrado para dentro de um funil, onde é deixado sedimentando por 2 horas.
  • O sedimento é colhido e analizado em microscópio.
  • Qualitativo, por permitir o diagnóstico de parasitoses, sem indicar a carga parasitária.
17
Q

Tratamento contra nematódeos.

A
  • Albendazol (vantagem: dose única).
  • Mebendazol.
  • Levamisole.
  • Pirandello.
  • Tratamento para vermes aumenta taxa de crescimento e ganho de peso de crianças em áreas endêmicas.
  • Tratamento em larga escala da população de risco.
18
Q

Profilaxia contra nematódeos.

A
  • Higiene para reduzir a probabilidade de contaminação, assim como a limpeza frequente dos quartos das crianças.
  • As roupas das crianças devem ser trocadas frequentemente, e as suas unhas cortadas.
  • Banho diário e o lavar as mãos antes de qualquer refeição para evitar a reinfecção.
  • Todos os materiais infectados ou em contato com o corpo do doente deve ser lavado com água quente (superior a 55°C por alguns segundos) e sabão.
  • Água sanitária diluída em água (à razão de 1 parte para 3 de água) também serve para desinfectar brinquedos e roupas.