Parasitologia: Doença de Chagas Flashcards

1
Q

Agente etiológico da Chagas: Trypanossoma cruzi.

A
  • Ordem: kinetoplastida, caracterizado pela presença de cinetoplasto, região da mitocôndria que concentra muito material genético, chamado de KDNA.
  • Função do cinetoplasto: fornecer energia para o flagelo.
  • Variabilidade minicírculo do cinetoplasto pode explicar a ampla patogênese observada nas infecções por T. cruzi.
  • Editoração: “conserto” dos transcritos do DNA mitocondrial (confere maior flexibilidade na expressão gênica e permite ao parasito adaptar-se a mudanças ambientais, como mudar o metabolismo energético).
  • Organismos unicelulares.
  • Apresentam um único flagelo e uma única mitocôndria, na qual está localizado o cinetoplasto.
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2
Q

Forma epimastigota da Chagas.

A
  • Forma evolutiva que replica no barbeiro (não serve para testes diagnósticos no hospedeiro vertebrado).
  • Diferencia-se em tripomastigota metacíclica (nesta forma, é liberado pelo vetor via fezes ou urina).
  • Replicação via mitose (assexuada).
  • Não causa doenças em mamíferos, uma vez que é combatida pelo sistema do complemento.
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3
Q

Forma tripomastigota da Chagas.

A
  • Forma infectante, encontrada tanto no barbeiro quanto no mamífero.
  • Não se replica: sua função é invadir as células
  • Tem a capacidade de invadir qualquer célula nucleada, inclusive as fagocíticas: importante para alcançar os tecidos onde a infecção se estabelecerá.
  • Apresenta duas formas: sanguínea (encontrada nos exames parasitológicos) e metacíclica (forma infectante presente nas fezes ou urina do barbeiro).
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4
Q

Forma amastigota da Chagas.

A
  • Forma que se replica nos mamíferos, por meio de divisão binária.
  • Possui flagelo vestigial.
  • Possui um sensor de nutrientes.
  • Presente na fase crônica, sendo visualizado no tecido cardíaco.
  • Forma intracelular.
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5
Q

Ciclo de vida da Chagas.

A
  • Penetração das tripomastigotas metacíclicas no repasto sanguíneo de triatomínios.
  • Depois da invasão das células do hospedeiro, forma o vacúolo parasitólogo.
  • No citoplasma, ocorre a diferenciação em amastigotas, os quais começam a se replicar intensamente.
  • Estresse nutricional induz a diferenciação de amastigotas em tripomastigotas sanguíneos.
  • Ocorre a lise celular e liberação do parasita na corrente sanguínea.
  • Tripomastigotas sanguíneos também podem ser absorvidos por outro triatomíneo quando este estiver fazendo o repasto sanguíneo.
  • No intestino do inseto, se transformam em epimastigotas, retomando o ciclo.
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6
Q

Invasão de lisossoma dependente (células não fagocíticas) pela Chagas.

A
  • Incomodo feito pelo protozoário causa recrutamento de lisossomas da célula hospedeira no sítio de adesão das formas tripomastigotas.
  • Ocorre a fusão de lisossomas com a membrana plasmática e intenalização do parasito, com consequente formação do vacúolo parasitófaro.
  • Quando o parasita se adere à MP, ele provoca dano na MP da célula hospedeira, que desencadeia a mobilização de lisossomos para o sítio da lesão (mecanismo de reparo).
  • Lisossomos liberam enzima dependente de cálcio que estimula endocitose de parte da MB com o dano para repará-la, dando ao parasita a chance e entrar na célula.
  • O meio intravacuolar é muito ácido, o que faz com que o tripomastigota expresse uma proteína chamada TcTOX , que contribui para ruptura do vacúolo por poros.
  • No citoplasma, o parasita converte para amastigota.
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7
Q

Invasão lisossoma independente (macrófagos) pela Chagas.

A
  • Observa-se uma invaginação da membrana plasmática da célula hospedeira no local de adesão do parasito.
  • Após a intenalização do parasito, ocorre a fusão do lisossoma com o vacúolo parasitóforo.
  • Entrada de forma passiva (próprio macrófago que fagocita o parasita).
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8
Q

Mecanismos de evasão do sistema imune pela Chagas.

A
  • Localização intracelular: evita o reconhecimento pelo sistema imune (amastigotas).
  • Vacúolo parasitóforo: impede que parasita seja destruído pelas enzimas lisossomais.
  • Bloqueio da ativação da via do complemento: a proteína GP160 expressa pelas formas tripomastigotas de Trypanosoma cruzi bloqueiam o sistema do complemento.
  • A GP160 possui alta afinidade por C3b, impedindo a progressão da cascata do complemento.
  • Como as epimastigotas e amastigotas não expressam essa proteína, são destruídas pelo sistema do complemento.
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9
Q

Reservatórios da Chagas.

A
  • Mamíferos como tamanduá, gambá, rato, cachorro, tatu…
  • Aves, anfíbios e répteis são refratários.
  • Aves desempenham importante papel na alimentação do vetor, contribuindo para a sua proliferação.
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10
Q

Formas de transmissão da Chagas.

A
  • Transmissão pelo vetor : penetração de tripomastigotas metacíclicos eliminados nas fezes ou na urina de triatomíneos, durante o hematofagismo (vetorial contaminativa, e não inoculativa).
  • Transfusão sanguínea e doação de órgãos.
  • Transmissão oral: associada ao açaí ou cana (sustenta o ciclo silvestre da doença).
  • Transmissão congênita: amastigotas na placenta liberam tripomastigotas que alcançam a circulação fetal, líquido amniótico e através do contato do sangue materno com as mucosas do RN (intra-útero, durante ou após o parto).
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11
Q

Fase aguda da Chagas.

A
  • Alta parasitemia.
  • Sintomática (aparente) ou assintomática (inaparente).
  • O aparecimento dos sintomas depende do estado imunológico do hospedeiro
  • Inicia-se por manifestações locais, quando T. cruzi penetra na conjuntiva (sinal de Romã) ou na pele (chagoma de inoculação, com formação de uma tumoração cutânea, com hiperemia e ligeiro dolorimento local).
  • Sintomas pouco específicos, o que dificulta o diagnóstico.
  • Liberação do parasita e de outros componentes da célula ligada estimula a resposta imune (surge uma inflamação focal estabelecendo-se, já na segunda semana, uma imunidade).
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12
Q

Fase crônica assintomática da Chagas.

A
  • Após a fase aguda, os sobreviventes passam por um período assintomático (10 a 30 anos).
  • Fase é chamada de forma indeterminada (latente).
  • Ausência de sintomas e/ou sinais da doença.
  • Eletrocardiograma convencional normal.
  • Coração, esôfago e cólon radiologicamente normais.
  • Ao realizar exames parasitológicos pode ou não ser positivo (pois a parasitemia está reduzida), ao passo em que o imunológico sempre será positivo.
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13
Q

Fase crônica sintomática da Chagas.

A
  • Baixa parasitemia.
  • Predomina a resposta de TCD8.
  • Desenvolvimento dos megas: megaesôfago, megacólon e cardiopatia chagásica.
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14
Q

Respostas imune inata e adaptativa contra o T. Cruzi.

A
  • Fase aguda: prevalência de IgM
  • Fase crônica: prevalência de IgG
  • Hipótese da autoimunidade: reação cruzada de anticorpos gerados contra proteínas do parasito e componentes das células de mamíferos
  • Anticorpo monoclonal 1E7, que reconhece as formas epi e tripomastigotas do parasito apresenta reação cruzada com epitopos de miosina, levando à autoimunidade.
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15
Q

Diagnóstico de Chagas.

A
  • Exame de imagem para detectar os megas.
  • Exames parasitológicos.
  • Exames Sorológicos (imunológicos).
  • ELISA.
  • PCR.
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16
Q

Tratamento de Chagas.

A
  • Indicado para todos os pacientes em fase aguda, incluindo crianças, ou após reativação da doença devido à imunossupressão.
  • Não existe um tratamento específico preventivo ou curativo para a doença de Chagas crônica, sendo os medicamentos atuais úteis na fase aguda.
  • Nos megas, é indicado o transplante.
  • O sistema imune, sozinho, não consegue eliminar o parasita.
  • Nifurtimox: age contra as formas sanguíneas e parcialmente contra as formas teciduais (alta toxicidade).
  • Benzonidazol: possui efeito apenas contra as formas sanguíneas, sendo, portanto, mais efetivo na fase aguda.
  • Não pode tratar a mãe infectada, uma vez que as drogas atuais tem efeito teratogênico.
17
Q

Profilaxia de Chagas.

A
  • Melhora das habitações
  • Triagem nos bancos de sangue
  • Triagem dos doadores de órgãos.
  • Testes de diagnóstico de alta sensibilidade e especificidade
  • Controle vetorial com inseticidas