Microbiologia: ISTs Flashcards
1
Q
Agente etiológico da sífilis.
A
- Bactérias espiroquetas.
- Gram negativas, mas com camada interna de peptideoglicanos mais grudada na membrana plasmática.
- Apesar de serem chamadas de gram-negativas, não se coram pelo método de gram, sendo necessário realizar a microscopia de campo escuro.
- Possuem endoflagelos que ficam inseridos dentro do corpo celular da bactéria (conseguem se movimentar em ambientes mais viscosos, como o muco).
2
Q
Treponema da sífilis.
A
- Possuem três flagelos periplasmáticos em cada extremidade, o que ajuda a propulsioná-las.
- Possuem crescimento muito lento, demorando cerca de 30h para se multiplicar
- Maioria microaerófilas.
- Agente causador da sífilis em humanos: T. Pallidum (exclusiva de humanos).
- Não é um microrganismo cultivável.
3
Q
Patogênese da sífilis.
A
- Mecanismo específico desconhecido.
- Conseguem se aderir ao epitélio das mucosas (adesinas) e, com auxílio do movimento rotacional, conseguem entrar na circulação.
- Estágio de latência.
- LPS (lipopolissacarideo).
- Captação de nutrientes do hospedeiro (sinedóforas).
- Sintomas decorrentes da ativação do sistema imune e desenvolvimento da resposta inflamatória.
- Pouco resistente a antimicrobianos.
4
Q
Infecção primária da sífilis.
A
- Transmitida via contato sexual.
- Contato com lesão tem incubação 20-30 dias.
- Cancro duro: local penetração e multiplicação da bactéria (comum nas genitálias) altamente contagioso.
- Lesão ulcerosa, com bordas elevadas e não purulenta.
- Linfadenopatia regional: linfonodos locais se tornam edemaciados.
- Desaparecimento espontâneo (3-6 semanas) com disseminação hematogênica (bactérias migram para a circulação linfática).
- O paciente não apresenta sinais sistêmicos.
5
Q
Infecção secundária da sífilis.
A
- 30% dos indivíduos não desenvolvem essa fase (ocorre 1-3 meses após a invasão inicial).
- Sinais clínicos de doença disseminada, com lesões cutâneas dispersas por todo o corpo.
- Disseminação do Treponema para os tecidos através da via hematogênica e linfática (reação inflamatória).
- Febre, rouquidão, dificuldade de deglutição (feridas no palato).
- Linfadenopatia generalizada.
- Alopecia (rarefação dos fios) em clareira ou difusa.
- Lesões papulares e pustulosas.
- Manchas e erupções cutâneas sem dor (roseólas): aspecto que confirma suspeita (patognomônico).
6
Q
Infecção latente da sífilis.
A
- Sintomas da sífilis secundária desaparecem com ou sem tratamento, e a doença entra em um período latente.
- Tempo varia de 2 a 40 anos desde o início da infecção.
- Transmissibilidade bem menor: número de espiroquetas é menor e elas não estão em áreas superficiais.
- Geralmente causado pelo uso de algum antimicrobiano administrado para tratar outra doença bacteriana mais evidente.
- Pode progredir para a forma terciária.
7
Q
Infecção terciária (gomatosa) da sífilis.
A
- Tempo maior de incubação: ocorre de 2-20 anos depois.
- Visualização da bactéria é mais complexa (localizada no parênquima de diferentes órgãos).
- A detecção pode ser realizada a partir da investigação sorológica de anticorpos contra T.pallidum.
- Lesões cutâneas tardias, ósseas, neurológicas (neurossífilis) e cardiovasculares.
- Destrói neurônios e promove atrofia e lesão de nervos (II e VII par).
- Aparecimento de gomas: massas inflamatórias e destrutivas presentes nas regiões cutâneas e mucosas
8
Q
Sífilis congênita.
A
- Testagem para sífilis é obrigatória durante o pré-natal.
- Transmissão transplacentária em qualquer fase da gestação.
- Aborto espontâneo, natimorto ou morte perinatal em 40% das crianças infectadas.
- Manifestações clínicas precoces (até 2 anos de idade): mucocutâneas, ósseas e viscerais.
- Manifestações tardias na vida da criança: cegueira, surdez, paralisia e alterações nos dentes devido às alterações ósseas que ocorreram na sífilis precoce.
- Prevenção: pré-natal adequado e com qualidade, realização de teste para sífilis pelo menos no 1° e no 3° trimestre de gestação ou em situações de risco e tratamento da mãe infectada.
9
Q
Diagnóstico de sífilis.
A
- Complexo, uma vez que cada estágio da doença tem exigências especiais.
- Exame direto.
- Coleta de material das lesões, tecidos e secreções, com posterior análise no microscópio (microscopia de campo escuro).
- Mais comum na fase primária da doença, uma vez que os testes sorológicos para esse estágio não são confiáveis (levam de 1 a 4 semanas para se formarem).
- Sorologia: no estágio secundário, quando as espiroquetas já invadiram a maioria dos órgãos do corpo, os testes sorológicos são reativos.
10
Q
Testes treponêmicos.
A
- Busca por anticorpos específicos (indispensável para a confirmação da doença).
- Qualitativos: confirmam que o paciente teve a doença.
- Desvantagem: não diferencia se a pessoa esteve ou está com a doença (cicatriz sorológica).
- Possibilidade de falso-positivo.
11
Q
Testes não treponêmicos.
A
- Busca por anticorpos não-específicos, mas que geralmente estão aumentados em situações de infecção por sífilis.
- Detectam anticorpos do tipo reagina (que são IgM e IgG).
- Baseado no anticorpo cardiolipina, um lipídio presente na MB de células eucarióticas.
- Possibilidade de falso positivo, porque o aumento desses lipídios na circulação não é um fenômeno específico da sífilis.
- É quantitativo, utilizado para triagem.
- Para confirmação do diagnóstico, tanto os testes treponêmicos quanto os não treponêmicos tem que ser positivos.
12
Q
Tratamento de sífilis.
A
Uso de penicilina.
13
Q
Características da Gonorreia.
A
- Causada por Neisseria gonorrhoeae, coco gram-negativo.
- Aeróbios obrigatórios, imóveis e sem cápsula.
- Fastidioso (meios complexos + CO2) e sensível no meio ambiente.
- Localizam nas membranas mucosas da faringe, conjuntiva, ou do trato geniturinário, nasofaringe, mucosa ocular e
anal (não fazem parte da microbiota humana). - Patógeno obrigatório (humanos).
- Patogenia se deve à intensa resposta inflamatória local.
14
Q
Patogênese e fatores de virulência da gonorreia.
A
- Adesão ao epitélio: pili/fímbrias, adesinas, porinas.
- Formação de exsudato purulento.
- Variação antigênica: possibilidade de infecção por outras variantes (fator de resistencia).
- Protease IgA: cliva e inativa a IgA, comprometendo resposta imune.
- Proteínas Opa: essenciais para a ligação da bactéria às células que revestem os tratos urinário e reprodutivo dos hospedeiros.
- LPS: resposta inflamatória.
15
Q
Sintomas da gonorreia em homens.
A
- Homens tornam-se cientes da existência de uma infecção gonorreica pela dor ao urinar e pela descarga de material contendo pus pela uretra.
- Complicações decorrentes da deposição de complexos imunes: epididimite, edema peniano, balanopostite, litrite e prostatite, orquite, infertilidade e manifestações sistêmicas (artrite cardíacas, nervosas).