Microbiologia: Arbovírus Flashcards
1
Q
Arbovírus.
A
- Vírus que são transmitidos por artrópodes.
- Flavírus: vírus envelopado (dentro do envelope há um capsídeo que o progênie o RNA).
- Proteína E (proteína de envelope): proteína na qual o paciente mais produz anticorpos.
- Estrutura genômica: RNA monocistrônico de polaridade positiva, com tamanho em torno de 11 Kb.
- Monocistrônico: produz uma proteína grande (poliproteína) que depois é autoclivada em proteínas individuais.
2
Q
Ciclo replicativo de arbovírus.
A
- Ligante viral é a proteína E: induz uma mudança conformacional na membrana que leva à formação de um endossomo.
- Quando forma o endossomo, ocorre queda do pH, jogando o RNA do vírus no citoplasma.
- RNA segue para o ribossomo.
- Toda morfogênese (incluindo replicação do genoma) ocorre na luz do retículo endoplasmático (por isso ele prefere ribossomos ligados ao retículo plasmático).
- As proteínas do vírus são glicosiladas (maturadas) no complexo de Golgi, que irá empacotar e liberar para fora da célula
(exocitose).
3
Q
Epidemiologia de arbovírus.
A
- Áreas de clima quente e úmido: próprio para a reprodução do vetor.
- Com o aquecimento global, a projeção é que os casos de dengue aumentem muito, havendo expansão das áreas de risco.
- Problemas ambientais e emergência viral: as mudanças climáticas e desmatamento propiciam a urbanização dos mosquitos, causando mais casos.
4
Q
Dengue no Brasil.
A
- Comum ter dois picos durante o ano, por conta da época das chuvas.
- Existem 4 sorotipos virais: Dengue vírus 1 a 4 (DENV1, DENV2, DENV3 E DENV4).
- Flutuação do número de casos (ondas) é relacionada com a imunidade de rebanho, tanto que os picos são de sorotipos diferentes de dengue.
5
Q
Imunidade de rebanho na dengue.
A
- Maioria das pessoas se tornam imunizadas e dessa forma o mesmo vírus tem uma queda no número de casos.
- Quando se reduz o número de casos de um sorotipo, é muito provável que vá haver explosão no número de casos de dengue por outro sorotipo.
- Problemas do incentivo à imunidade de rebanho: muitas pessoas podem acabar morrendo e gerar sobrecarrega o sistema de saúde.
6
Q
Dengue Clássica.
A
- Picada do inseto: inoculação do vírus presente na saliva do vetor.
- Sítio de infecção primário: células dendríticas da derme.
- Sítio de infecção secundário: células da linhagem mononuclear fagocítica (monócitos, macrofagos e células dendriticas).
- Sintomatologia (doença benigna auto-limitada): febre alta, dor de cabeça, prostração severa, dor muscular (mialgia) e surgimento de manchas maculopapulares a partir do tronco.
7
Q
Dengue hemorrágica.
A
- Pode ser causada por todos os vírus da dengue.
- Infecção primária por um determinado sorotipo viral.
- Infecção secundária por um sorotipo viral
diferente do primeiro: quadro conhecido por ADE (intensificação da infecção dependente de anticorpos). - Como ele não é neutralizado, o vírus fica opsonizado, interage com o monócito via receptor FcyR, o vírus é internalizado por
endocitose e, assim, se multiplica dentro do monócito. - Produção de mais vírus, produz mais citocinas e quimiocinas, atraindo mais macrófagos e isso permite que mais vírus entrem nas células.
- Síndrome do exudamento capilar: hemorragia, aumento de vísceras e dores abdominais.
8
Q
Sinais da dengue hemorrágica (DHF).
A
- Doença se parece, inicialmente, com a forma clássica, entretanto, progride para sintomas graves após 2 a 5 dias.
- Prostração severa, irritabilidade, hiper-ventilação, pulso acelerado, cianose
periférica e hipotensão. - Hiperventilação e pulso acelerado é por conta da perda de líquido da circulação sanguínea, e esses são mecanismos de
compensação. - A irritabilidade e confusão se deve à baixa oxigenação do cérebro.
- Vazamento capilar difuso, diminuição do volume sanguíneo, hipóxia tecidual e acidose lática.
- Formação de petéquias, equimoses, hemorragia visceral, edema retroperitoneal, hemorragia severa e choque.
- Se não tratar, 50% dos pacientes morrem por choque hipovolêmico (com tratamento em tempo hábil, a mortalidade cai para 1%).
- Lesões causadas pelo vírus não são detectadas na DHF, o que reforça a hipótese de que DHF é uma disfunção imunológica.
9
Q
Tratamento de dengue hemorrágica.
A
- Hidratação venosa e oral.
- Transfusão no caso e hemorragias.
- NUNCA administrar drogas como AAS (ácido acetilsalicílico) que aumentam a permeabilidade vascular.
10
Q
Vacina da dengue.
A
- Quadrivalente: anticorpos para os 4 sorotipos (DENV 1 a 4).
- Pode predispor à dengue hemorrágica, devido à formação de anticorpos e células T de memória específicos (além de ter cobertura total por ser menos eficiente para 2 sorotipos).
- A vacina dengue 3 e 4 não gera uma resposta imunológica muito boa.
- É mais recomendada para quem já teve dengue do que para quem não teve.
- Imunidade contra a proteína E é essencial (anticorpos neutralizantes).
- Imunidade contra a proteína NS1 é importante (resposta celular).
- QDENGA disponível e protege contra os 4 vírus de dengue.
11
Q
Chikungunya.
A
- Período de incubação: 3 dias.
- 30% assintomático; 70% dos casos evolui.
- Fase aguda: petéquias.
- Fase crônica: após 3 meses.
- Poliartrite distal, manifestações dermatológicas, dores articulares, depressão e cansaço (alto comprometimento da qualidade de vida e grande impacto em termos de morbidade e produtividade econômica).
- Fatores de risco: idade 45+, comprometimento articular anterior à infecção.
- Formas atípicas da infecção: doença Gastrointestinal, complicações oftalmológicas, neurológicas, cardiovasculares, hemorrágicas (podem evoluir a óbito).
12
Q
Zika.
A
- Diferenciação entre Zika vírus e da dengue é por PCR ou sequenciamento genômico (efeitos parecidos no corpo).
- Não se sabe por que ele causou casos de microcefalia na população brasileira.
- Vírus cruza a barreira placentária (agente teratogênico: maior risco no 1° trimestre).
- Invasão de neurônios primitivos, com necrose, bloqueio de migração e maturação das células: pode acarretar redução do perímetro cefálico e alterações estruturais do SNC.
13
Q
Ciclo da Febre amarela.
A
- Tem o ciclo urbano (envolvendo o Aedes) e o silvestre.
- No silvestre, o mosquito é: Haemagogus.
- Os macacos mantém a febre amarela na floresta.
- Homem é hospedeiro acidental.
- Urbano: o mosquito pica o homem infectado, se contamina e pica outro homem, transmitindo a doença para esse segundo homem.
- Não ocorre transmissão direta entre humanos.
- O ciclo pode acontecer em carrapatos e outros pequenos animais silvestres.
- É controlado no Brasil.
14
Q
Manifestações clínicas da Febre amarela.
A
- Somente a dor de cabeça e febre aparecem durante a viremia: todos os outros sinais aparecem depois da viremia (depois de uns 4-5 dias).
- Tem três formas, sendo que a grave tem 3 divisões.
- 50% das pessoas morrem na forma grave, por conta do colapso dos órgãos devido a tempestade de citocinas.
15
Q
Patologia da Febre amarela.
A
- Vírus tem preferência pelo fígado: infecta as células de Kupffer, levando à morte dos hepatócitos e redução dos fatores de
coagulação (disfunção plaquetária disseminada). - Vírus também pode se multiplicar em células dendríticas, nos linfonodos, levando à desregulação imunológica (cascata de citocinas).
- Essas lesões são especialmente prejudiciais ao coração, levando à degeneração das fibras cardíacas.