Microbiologia: Micoses Subcutâneas Flashcards

1
Q

Características da esporotricose.

A
  • Causada por fungos dos gêneros Sporothrix.
  • Fungo dimórfico, saprófita do solo, isolado de palha, cascas de árvores, frutas, madeira, excretas de animais.
  • Conídios (esporos) podem se espalhar pelo ambiente: contaminação é na forma de filamento (no tecido, encontramos a forma leveduriforme).
  • Adquirida via implantação traumática.
  • Doença granulomatosa crônica subcutânea ou sistêmica.
  • Não é uma doença de notificação compulsória.
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2
Q

Transmissão da esporotricose.

A
  • Transmissão sapronótica: ocorre através da implantação traumática de fungos presentes no ambiente e entram em contato direto com humanos e animais.
  • Arranhões e mordidas de gatos (transmissão zoonótica).
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3
Q

Fatores de virulência e manifestações clínicas da esporotricose.

A
  • Proteínas de parede celular, as quais promovem adesão.
  • Quinases e proteínas de choque térmico: possibilitam o dimorfismo e termotolerância.
  • Proteinases extracelulares e intracelulares: estão envolvidas na degradação de constituintes da pele e clivagem de anticorpos.
  • Melanina: promove a neutralização de espécies reativas de oxigénio e óxido nítrico.
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4
Q

Manifestações clínicas da implantação traumática da esporotricose.

A
  • Subcutânea: doença é cutânea localizada/fixa.
  • Linfática: causa a forma linfocutânea.
  • Sanguínea/invasiva: causa a forma cutânea disseminada.
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5
Q

Forma linfocutânea/cutaneolinfática da esporotricose.

A
  • Lesão inicial no local de traumatismo prévio, que pode não ser notada pelo paciente, constituindo o cancro de inoculação.
  • O cancro é a lesão inicial.
  • Depois do cancro, a medida que o fungo acessa e se estabelece nos vasos linfáticos, ele vai se disseminando pelo corpo pelo sistema linfático.
  • Formação de uma cadeia de nódulos ao longo dos vasos linfáticos, assumindo um trajeto ascendente nos membros acometidos (aspecto esporotricóide ou cordão esporotricóide).
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6
Q

Forma Subcutânea da esporotricose.

A
  • Forma cutânea localizada/fixa.
  • Lesão única: não realiza um trajeto ascendente como a forma linfocutânea (lesão fica restrita ao local da inoculação).
  • Por não haver o aspecto esporotricoide, não há sugestão imediata da etiologia.
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7
Q

Forma sanguínea/invasiva da esporotricose.

A
  • Forma cutânea disseminada: via hematogênica, com lesões cutâneas aparecendo por todo o corpo.
  • Pode haver envolvimento sistêmico ou não.
  • A disseminação hematogênica ocorre principalmente em indivíduos imunocomprometidos, e é responsável pelas formas sistêmicas da doença.
  • Comum aparecerem lesões osteoarticulares.
  • Prevalente em indivíduos imunossuprimidos, como os HIV-soropositivos.
  • A maioria envolve órgãos internos.
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8
Q

Epidemiologia da esporotricose.

A
  • A infecção ativa pelo HIV foi associada como um fator de risco para a mortalidade por esporotricose.
  • Homens e mulheres apresentam taxa de infecção semelhante.
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9
Q

Diagnóstico da esporotricose.

A
  • Diagnóstico clínico: observação das lesões.
  • Laboratorial/microbiológico: exame direto (adiciona-se KOH 10% e observa-se a presença de leveduras) e cultura (realiza-se a cultura do espécime clínico em meio contendo Ágar Sabouraud + Cloranfenicol).
  • A partir dessa cultura, podemos fazer o subcultivo das amostras em temperaturas diferentes, justamente para observar o termodimorfismo.
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10
Q

Tratamento da esporotricose.

A
  • Leve: solução de iodeto de potássio.
  • O medicamento deve ser mantido por, pelo menos, 2 semanas após a cicatrização total das lesões, que, na maioria dos casos, se dá em torno da 6a semana.
  • Na forma moderada e grave, o tratamento costuma durar ao menos 12 meses, o que, muitas vezes, leva ao abandono pelo paciente.
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11
Q

Características da cromoblastomicose.

A
  • Infecção crônica de evolução lenta, caracterizada pela presença de nódulos ou lesões papulosas que podem ser ulceradas ou não.
  • Causada por fungos demáceos (produzem melanina naturalmente).
  • Vivem no solo ou vegetais em decomposição: fungos saprófitas.
  • Caráter ocupacional: comum em comunidades rurais negligenciadas.
  • Tipos de trauma: plantas, animais e ferramentas agrícolas.
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12
Q

Manifestações clínicas da cromoblastomicose.

A
  • Lesões iniciais apresentam dor leve ou ausência de dor: evolução lenta e assintomática.
  • Dor e prurido intenso são mais comuns em lesões mais graves: faz com que o paciente coce o local da lesão, favorecendo o aparecimento de infecções bacterianas secundárias.
  • Fungo não fede, mas quando a lesão muda o odor pode significar que houve uma infecção secundária, por bactéria por exemplo.
  • As lesões predominam nos membros inferiores, seguindo para os superiores, face, tronco, nádegas, etc.
  • Disseminam-se regionalmente por via linfática e provavelmente hematogênica, formando conglomerados que podem se alternar com áreas de fibrose cicatricial e ocupar grandes áreas do membro afetado, causando incapacidade funcional.
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13
Q

Tipos de lesões da cromoblastomicose.

A
  • Lesão Nodular: lesões mais recentes, nódulos bastante macios, moderadamente elevados, rosa pálido ou roxo e superfície pode ser lisa, papilar ou escamosa.
  • Lesão Verrucosa: semelhantes a verrugas comuns, com hiperqueratose (espessamento da parte mais externa da epiderme).
  • Lesão Tumoral: massas tumorais muito maiores e mais salientes e papilomatosas, em geral cobertas por restos epidérmicos cinza-sujos, crostas e queratoses (aparência característica de couve-flor).
  • Lesão Placa: lesões plano-convexas de várias formas e tamanhos, de cor avermelhada a violeta e escamosas na superfície.
  • Lesão cicatricial/atrófica: crescimento periférico com cicatriz atrófica, enquanto no centro da lesão ocorre o processo de cicatrização. Normalmente são anulares, arqueadas ou rastejantes dentro da lesão.
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14
Q

Diagnóstico da cromoblastomicose.

A
  • Exame clínico: corpos escleróticos.
  • Exame direto: preparação do espécime clínico com KOH 10%.
  • Cultura: ágar Sabouraud.
  • Sorologia: cromomicina (antígeno inoculado na região subcutânea).
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15
Q

Tratamento da cromoblastomicose.

A
  • Métodos físicos: cirurgia excisional, crioterapia, termoterapia e terapia fotodinâmica.
  • Métodos químicos: antifúngicos (Itraconazol ou Terbinafina (2° linha)).
  • Métodos físicos e químicos geralmente são realizados conjuntamente.
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16
Q

Feohifomicose.

A
  • Fungos demáceos (pigmentados de marrom devido a presença de melanina em sua parede celular), onde a morfologia do tecido do organismo causador é micelial.
  • Fungos estão amplamente distribuídos: encontrados no solo e madeiras.
  • Presença de lesões nodulares, ulceradas ou não.
  • Na grande maioria das vezes, são cística, em geral única, assintomática, bem encapsulada e subcutânea.
  • A lesão pode ocorrer em qualquer localização e é devida à implantação traumática do fungo.
  • Menos frequentemente, pode aparecer como pápulas ou nódulos.
  • Observação das hifas demáceas no exame direto.
17
Q

Características da eumicetoma.

A
  • Inoculação traumática
  • Comum em jovens de regiões rurais.
  • Pode ser causado por fungos hialinos (claros) e fungos demáceos (marrons).
  • A partir da inoculação, tem-se a formação de grãos escuros (fungos demáceo) ou claros (fungos hialinos) devido à multiplicação fúngica.
  • À medida que eles se desenvolvem, tem-se a formação de fístulas drenantes, que drenam o exsudato inflamatório para fora do tecido.
  • Gera o comprometimento de fáscia, músculos, articulações e ossos.
  • Pelo caráter indolente, a dor é pequena, e a inflamação evolui com invasão do tecido subcutâneo ao longo dos meses (aumento importante do volume do membro, levando a deformidades e limitação funcional.
  • Devido à fibrose, a área é dura à palpação, com elevações e saída de secreção pelas fístulas.
18
Q

Diagnóstico da eumicetoma.

A
  • Clínico.
  • Diagnóstico microbiológico: observação de grãos eumicóticos (aglomerados de hifas) presentes no tecido, as quais podem ser demáceas ou hialinos, dependendo do fungo que causou a eumicetoma.
19
Q

Tratamento da eumicetoma.

A
  • Excisão cirúrgica é o melhor tratamento, tanto nas fases iniciais como nas tardias.
  • Antifúngicos: Itraconazol ou cetoconazol por 9 a 12 meses.
  • Métodos físicos: cirurgia excisional, crioterapia, termoterapia e terapia fotodinâmica.