Parasitologia: Nematódeos (ancilostomose e estrongiloidíase)) Flashcards

1
Q

Características dos Ancilostomídeos (Amarelão).

A
  • Necator americanus: principal causador de ancilostomíase no Brasil (68% de prevalência).
  • Ancylostoma duodenale: do Velho mundo, redominando nos países do Mediterrâneo, partes do Irã, Norte da Índia e partes do extremo Oriente (Japão).
  • Ancylostoma ceylanicum: frequente em cães e gatos na Ásia e acidentalmente em humanos.
  • Ancylostoma caninum: ancilostomídeo do cão (causa enterites eosinofílica).
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2
Q

Epidemiologia dos Ancilostomídeos.

A
  • Grave e extenso problema de saúde pública: estima-se que 438 milhões de pessoas em todo mundo estejam infectadas.
  • Pelo menos 98 milhões têm a doença com importante repercussão na saúde, especialmente crianças.
  • A ancilostomíase está intimamente associada à pobreza, abandono pelo sistema de saúde, baixo nível educacional, falta de saneamento básico e mal-nutrição.
  • Ao contrário das outras helmintoses, a carga parasitária tende a aumentar no indivíduo que habita em áreas endêmicas.
  • Possuem alta expectativa de vida e mecanismos para driblar o sistema imune.
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3
Q

Ciclo-biológico dos Ancilostomídeos.

A
  • Ovos liberados nas fezes do hospedeiro darão origem a L1 e L2, com esôfago rabditóide.
  • A larva L1 vive livre no ambiente: alimenta-se de matéria orgânica.
  • Muda para a forma infectante, com esôfago filarióide, que é a L3.
  • A infecção é adquirida por penetração de L3 na pele: produz proteases que interferem na integridade do tecido e penetram ativamente no hospedeiro, principalmente pelos folículos pilosos.
  • As larvas migram pela circulação sanguínea ou linfática até alcançar os pulmões. Em seguida, atravessam os capilares do pulmão para a luz dos alvéolos pulmonares, onde ascendem para os bronquíolos, brônquios e traqueia (ciclo de Loss).
  • Nos pulmões, estimuladas pela alta oxigenação, ocorre mudança para L4.
  • Ao atingir a laringe, as L4 podem ser expectoradas ou deglutidas.
  • Nesses casos, as larvas entram no TGI e migram até chegar no intestino delgado, onde exercem hematofagia.
  • Se houver macho e fêmea, há reprodução sexuada (ovos na luz do intestino, com eliminação junto às fezes).
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4
Q

Hipobiose ou desenvolvimento larval inibido.

A
  • Usado pelos parasitas para evitar condições climáticas adversas às suas progênies e permanecer sexualmente imaturos até que haja boas condições para seu desenvolvimento.
  • Exame parasitológico pode apresentar resultado negativo ou após um contexto de tratamento, a larva pode voltar a ser ativada e ocasionar uma reinfecção mesmo sem a penetração ativa das larvas.
  • Assim, é recomendado que se realize o exame parasitológico após o tratamento para observar se houve reinfecção por ativação de larva hipobiótica.
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5
Q

Patologia dos Ancilostomídeos.

A
  • Prurido eritematoso e edema localizado durante a penetração das larvas infectantes (L3).
  • Tosse e irritação da garganta causadas pelas L3-L4 migrando pelo pulmão, em casos raros causando pneumunite.
  • Perda crônica de sangue causada pelos vermes adultos, grudados na mucosa (anemia, anemia ferropriva e
    hipoalbuminemia).
  • Em crianças causa deficiências no aprendizado e desenvolvimento, e em adultos, letargia, baixa produtividade.
  • Casos fatais: jejunite e jejuno-ileíte, com ulcerações, graves hemorragias, necrose, gangrena e até peritonite.
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6
Q

Bicho geográfico.

A
  • Larva migrans cutânea causada pelas L3 migrando pela epiderme.
  • Causada por A. Brasiliense.
  • Pode ter infecção bacteriana secundária favorecida pela penetração da larva.
  • Não forma verme adulto: larva não encontra condições necessárias para completar seu desenvolvimento.
  • Causa coceira e incômodo.
  • Tratamento com a tiabendazol ou ivermectina.
  • Organismo elimina em 7-10 dias.
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7
Q

Diagnóstico dos Ancilostomídeos.

A
  • Diagnóstico clínico individual através da anamnese e da associação de sintomas cutâneos, pulmonares e intestinais, seguidos ou não de anemia.
  • Identificação dos ovos: testes parasitológicos: sedimentação (MIFC), flotação (Willis), Kato-Katz e método de Stoll.
  • Coprocultura: Harada-Mori para L3.
  • Testes sorológicos: ELISA (IgG4, IgE), WB.
  • Pode ser feita para antígenos específico de Strongyloides ou para detectar anticorpos contra parasito.
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8
Q

Tratamento dos Ancilostomídeos.

A
  • Albendazol.
  • Mebendazol.
  • Levamisol.
  • Pirantel.
  • Tratamento em larga escala da população de risco.
  • Periodicidade entre 2-6 meses.
  • Tratamento para vermes aumenta taxa de crescimento e ganho de peso de crianças em áreas endêmicas.
  • Reinfecção frequente.
  • Emergência de resistência ao anti-helmíntico.
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9
Q

Controle e profilaxia dos Ancilostomídeos.

A
  • Acesso à infraestrutura sanitária, ao atendimento básico em saúde, além de condições mínimas de alimentação, educação, hábitos de higiene.
  • Defecar em locais apropriados, uso de calçados ou equipamentos de proteção individual, que impeça o contato com solo contaminado.
  • Saneamento.
  • Tratamento de pessoas infectadas: uso de anti-helmínticos, suplementação alimentar de ferro e nutrição adequada.
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10
Q

Características do Strongyloides stercoralis.

A
  • Parasitam trato gastrointestinal de mamíferos, aves, répteis e anfíbios.
  • Alto grau de especificidade na relação parasito-hospedeiro.
  • São vermes pequenos e de grande similaridade morfológica entre as espécies.
  • Todas as espécies do gênero Strongyloides apresentam alternância de geração de livre e parasitária.
  • No hospedeiro, só tem fêmea, que se reproduz por partenogênese (propicia maior contaminação ambiental sem necessidade de novas fezes chegarem).
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11
Q

Epidemiologia do Strongyloides stercoralis.

A
  • Distribuição mundial do gênero Strongyloides, especialmente nas regiões tropicais, a maioria infectando mamíferos, entre eles cães, gatos e macacos.
  • Mortalidade infantil elevada.
  • S. Fuelleborni pode ser passada pelo leite.
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12
Q

Ciclo biológico do Strongyloides stercoralis.

A
  • Penetração ativa das larvas L3 na pele ou mucosa oral, esofágica ou gástrica do hospedeiro (secretam melanoproteases).
  • Larvas atingem a circulação venosa e linfática.
  • Seguem para o coração e pulmões (chegam aos capilares pulmonares, onde se transformam em L4, atravessam a membrana alveolar e fazem migração pela árvore brônquica, chegando à faringe (ciclo de Loss)).
  • Podem ser expelidas pela expectoração (tosse).
  • São deglutidas, atingindo o intestino delgado, onde se transformam em fêmeas partenogenéticas.
  • Nas formas graves, são encontradas da porção pilórica do estômago até o intestino grosso.
  • Os ovos são depositados na mucosa intestinal e as larvas L1 alcançam a luz intestinal.
  • Liberação das larvas L3 nas fezes.
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13
Q

Autoinfecção do Strongyloides stercoralis.

A
  • Autoinfecção interna: larvas rabditóides transformam-se em larvas filarióides, que penetram a mucosa intestinal (em casos de constipação intestinal ou de baixa imunidade: uso de drogas imunossupressoras, radioterapia, HIV, HTLV, desnutrição, alcoolismo).
  • Autoinfecção externa: larvas rabditóides presentes na região perianal de indivíduos infectados transformam-se em larvas filarióides infectantes e penetram completando o ciclo direto (crianças, idosos ou pacientes internados que defecam na fralda ou por deficiência de higiene).
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14
Q

Clínica da estrongiloidíase.

A
  • Indivíduos mantém infecção por longo tempo.
  • Maioria assintomáticos ou com poucas alterações cutâneas, pulmonares e intestinais leves.
  • Hiperinfecção: ocorre em indivíduos imunossuprimidos.
  • Pacientes com auto-infecção: presença de L1, L2, L3 em diferentes órgãos.
  • Pode causar sintomas cutâneos, pulmonares, intestinais e crônicos.
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15
Q

Diagnóstico do Strongyloides stercoralis.

A
  • Diarréia, dor abdominal e urticária são sugestivas e a eosinofilia e os achados radiográficos e sorológicos podem auxiliar na suspeita diagnóstica.
  • Exame de fezes comum não é um método eficaz, pois as fêmeas produzem apenas de 30 a 40 ovos.
  • O diagnóstico diferencial é difícil, requerendo vários métodos laboratoriais: buscar larvas nas fezes ou nos tecidos.
  • Testes imunológicos.
  • Método de Baermann-Moraes: migração ativa das larvas (baseado no termohidrotropismo positivo).
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16
Q

Tratamento do Strongyloides stercoralis.

A
  • Ivermectina.
  • Tiabendazol.
  • Albendazol.
17
Q

Profilaxia do Strongyloides stercoralis.

A
  • Higiene, utilização de calçados, educação e engenharia sanitária.
  • Melhoria da alimentação.
  • Busca de pacientes assintomáticos e de animais domésticos infectados.