Fisiologia: Tireoide Flashcards

1
Q

Tireoide.

A
  • Principal função: síntese e armazenamento dos hormônios tireoidianos: tiroxina (T4) e triiodotironina (T3).
  • Inervação autonômica simpática: fibras dos gânglios cervicais (Noradrenalina). Aumenta fluxo sanguíneo para tireoide.
  • Inervação autonômica Parassimpática: fibras dos nervos glossofaríngeo (IX) e vago (X), com Acetilcolina. Diminui fluxo sanguíneo para a tireoide.
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2
Q

Produção da tireoide.

A
  • 90% da produção: tiroxina ou T4.
  • O T4 é um pró-hormônio que dará origem ao T3 e rT3.
  • 10% da produção é de T3, a forma ativa.
  • 1% da produção é T3 reverso ou rT3, uma forma inativa.
  • Conversão periférica converte T4 em T3 pela ação das enzimas desiodases é essencial para garantir a biodisponibilidade do hormônio.
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3
Q

Tipos de desiodase.

A
  • Desiodase tipo 1 presente em tecidos com alto fluxo sanguíneo e rápida troca plasmática como o fígado, rins e musculatura esquelética.
  • Os níveis de desiodase tipo 1 são aumentados no hipertireoidismo e contribuem para os elevados níveis circulantes de T3 nessa doença.
  • Desiodase tipo 2 presente no cérebro e na hipófise (sensor de T4 na hipófise: papel importante para regulação por feedback negativo da produção de TSH).
  • A expressão da desiodase tipo 2 está aumentada durante o hipotireoidismo, o que auxilia a manter os níveis de T3 constantes no cérebro.
  • Desiodase tipo 3 converte o T4 numa forma inativa do hormônio (rT3).
  • Excesso de HT na circulação: aumenta desiodase tipo 3, gerando mais T3 reverso (sem efeito biológico).
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4
Q

Excesso crônico de iodo.

A
  • Ingestão crônica: acúmulo de iodo nos folículos (iodo é muito reativo), formando ROS.
  • Iodo começa a gerar lesão tecidual, inflamação (tireoidite), perda de células funcionais e entra em um quadro de hipotireoidismo.
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5
Q

Hipotireoidismo transitório: efeito de Wolff-Chaikoff.

A
  • Diminui expressão da NIS (transportador importante na captação de iodo).
  • Diminui expressão do TPO (enzima responsável pela oxidação e organificação do iodeto).
  • Diminui expressão da pendrina (canal de iodeto que permite a sua entrada no colóide).
  • Assim, após ingestão de excesso de iodo, tem-se um “bloqueio” da glândula tireóide.
  • Após certo tempo, ocorre um escape do efeito e a atividade das enzimas, por ação do TSH, volta a aumentar.
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6
Q

Incorporação do iodo pela célula folicular.

A
  • Mecanismo de concentração do iodeto pela glândula.
  • Iodeto é transportado para o citosol da célula folicular por um transportador do tipo simporte 2Na +/Iodeto (NIS) (processo ativo).
  • A expressão do gene NIS é inibida pelo iodeto e estimulada pelo TSH: uma redução na ingestão de iodeto na dieta promove depleção do iodeto circulante e aumenta enormemente a atividade da bomba de iodeto.
  • A NIS promove a entrada de iodeto contra um gradiente eletroquímico devido à maior concentração de iodo no interior da célula folicular, processo que se dá pelo co-transporte de sódio e iodeto na proporção de 2:1.
  • Uma vez dentro da célula, o iodeto alcança o colóide através do canal de iodeto (pendrina).
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7
Q

Organificação do Iodo na tireoide.

A
  • Na luz folicular, os resíduos de tirosina dentro da matriz de tireoglobulina (TG) são iodados pelo iodo (I+), formado pela oxidação do iodeto pela enzima tireoperoxidase (TPO).
  • A TPO é um complexo enzimático que atravessa a membrana apical.
  • O oxidante (aceptor de elétrons) da reação é o peróxido de hidrogênio (H2O2).
  • O mecanismo de geração do H2O2 na tireoide envolve a NADPH oxidase (ThOx), também localizada na membrana apical.
  • O iodo liga-se ao carbono 3 ou ao carbono 5 dos resíduos de tirosina da TG, em um processo conhecido como organificação do iodo.
  • Iodação de tirosinas específicas localizadas na TG produz resíduos de tirosina monoiodada (MIT, de monoiodinated tyrosine) e de tirosina diiodada (DIT, de diiodinated tyrosine), que são enzimaticamente acoplados para formar a T3 ou T4.
  • O acoplamento dos resíduos de tirosina iodada, seja como dois resíduos de diiodotirosina ou um resíduo de monoiodotirosina e um de diiodotirosina, é catalisado pela enzima TPO.
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8
Q

Secreção de HTs.

A
  • A secreção hormonal envolve a endocitose do colóide contendo TG (ocorre pela ligação da tireoglobulina ao receptor megalina), seguida de degradação da TG por ação de proteases, e, então, ocorre a liberação de tetraiodotironina (T4) e tri-iodotironina (T3).
  • Parte da T4 produzida é desiodada no folículo da tireoide a T3, que é então liberada na corrente sanguínea, reciclando parte do iodeto para a participação na síntese de novo hormônio.
  • Transportadores que levam os hormônios para a corrente sanguínea (passivo): MCT8 para o T3 e OACTP1 para o T4.
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9
Q

Transporte de HTs.

A
  • T3 e T4 (característica lipofílica) circulam ligados a proteínas plasmáticas: a principal é a tiroglobulina ligado de tiroxinas (TBG, tyroxine-binding globulin), a qual carrega ~70 % dos hormônios da tireóide.
  • Alterações nas concentrações plasmáticas de TBG tem grande impacto nas ações biológicas do T3 e T4.
  • O fato de estar ligado à proteína possui a vantagem de diminuir a depuração: ligação a essa proteína evita a perda desses hormônios, que têm moléculas relativamente pequenas, na urina, auxiliando na conservação do iodeto.
  • Também podem ser transportados por outras proteínas, como a albumina.
  • Há uma pequena quantidade dos hormônios tireoidianos que está livre e age nos tecidos, é metabolizado e excretado: realiza feedback negativo.
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10
Q

Mecanismos de ação dos hormônios tireoidianos.

A
  • T4 atua como pró-hormônio do T3.
  • T3 atua como fator de transcrição modulando, dessa forma, a transcrição gênica.
  • HT se liga ao receptor (receptor dentro da célula): transcrição de inúmeras proteínas ligadas a taxa metabólica basal, sistema cardiovascular e metabolismo.
  • Inibem TRH e TSH: inibe transcrição do RNA mensageiro deles e a secreção deles.
  • Ações não genômicas: se liga a proteínas de membrana e desencadeia fosforilações, modulação de citoesqueleto etc (ações muito mais rápidas do que as clássicas/genômicas).
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11
Q

Ações dos HTs no sistema cardiovascular.

A
  • Diferenciação das fibras musculares e hipertrofia cardíaca.
  • Aumenta frequência cardíaca e força de contração: aumenta débito cardíaco.
  • Aumenta velocidade de contração, reduz tempo de relaxamento.
  • Aumenta receptores beta adrenérgicos.
  • Aumenta atividade de enzimas oxidativas e mioglobina.
  • Aumenta remoção de ROS.
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12
Q

Efeitos dos HTs no metabolismo basal.

A
  • Aumentam a taxa basal.
  • Aumenta o consumo de oxigênio (ATP) e o mecanismo de produção de calor.
  • Sintomas clássicos do hipotireodismo é a diminuição da tolerância ao frio e do hipertireodismo é sudorese intensa.
  • Carboidratos: aumenta a captação de glicose, a glicólise, a gliconeogênese e a secreção insulina.
  • Proteínas: aumenta anabolismo e catabolismo e diferenciação das fibras musculares.
  • Lipídeos: aumenta a lipogênese, a lipólise e a síntese e degradação colesterol.
  • Ao estimular a secreção de GH, estimula também a produção de IGFs, o que aumenta a gliconeogênese e glicogenólise.
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13
Q

Ações dos HTs no sistema nervoso.

A
  • Período intrauterino e no recém-nascido: crescimento córtex cerebral e cerebelar, multiplicação neuronio, desenvolvimento de dendritros e axônios, formação de sinapses e mielinização.
  • Uma das manifestações clássicas do hipotireoidismo congênito é a criança chorar pouco e dormir muito.
  • Teste do pezinho: detecta hipotireoidismo congênito.
  • Período fetal: desenvolvimento e maturação alveolar.
  • Infância: T3 estimula a secreção de GH, que por sua vez estimula a produção de IGFs pelo fígado. Portanto está relacionado às ações do GH. Crescimento linear dos ossos (ossificação endocondral), maturação das epífises óssea e atividade dos condrócitos no disco epifisário.
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14
Q

Cretinismo.

A
  • Hipotireoidismo no início da infância.
  • Retardo mental.
  • Atraso no crescimento.
  • Baixa estatura.
  • Deficiência de desenvolvimento ósseo.
  • Baixa atividade metabólica.
  • Obesidade.
  • Se o tratamento for feito na infância, pode haver recuperação das funções metabólicas e retomada do crescimento normal, mas a deficiência neurológica é irreversível.
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15
Q

HTs nas gestantes.

A
  • Requerem maior quantidade de iodo, pois este é essencial para o desenvolvimento neural do feto e também para a glândula do bebê.
  • Na gestação, ocorre aumento das proteínas ligadoras de TBG (produção pelo fígado), reduzindo a fração livre dos hormônios tireoidianos: gera feedback para aumentar a produção.
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16
Q

Regulação da secreção dos hormônios tireoidianos: eixo Hipotálamo-Hipófise.

A
  • Controle da função tireoidiana.
  • Neurônio hipotalâmicos liberam o TRH no sistema porta-hipofisário.
  • Estimulação dos tireotrofo (5% de células da adeno-hipófise) pelo TRH a liberar o TSH.
17
Q

Hipotireoidismo.

A
  • Primário (tiroeide): os níveis de T3 e T4 são anormalmente baixos e o TSH é alto.
  • Secundário (hipófise) e terciário (hipotálamo): T3 e T4 e o TSH estão diminuídos.
  • Hipotireoidismo que acomete os fetos ou ocorre no início da infância leva ao Cretinismo.
18
Q

Bócio endêmico.

A
  • Insuficiência de iodo na dieta.
  • O bócio acontece pois a falta de iodo na alimentação impede a formação de T3 e T4 nos folículos tireoidianos.
  • A falta desses hormônios irá promover maior secreção de TSH pela adeno-hipófise, que irá estimular maiores secreções de colóide para o folículo.
  • Como não há iodo para formar os hormônios, não há redução da secreção de TSH, aumentando ainda mais a secreção folicular de colóide.
  • Logo, a glândula aumenta de tamanho e surge o bócio.
  • Hipotireoidismo primário.
19
Q

Bócio colóide atóxico idiopático.

A
  • O hipotireoidismo em adultos que não apresentam deficiência de iodeto pode frequentemente resultar de atrofia idiopática da glândula, precedido por uma ação inflamatória imune crônica: leva a um aumento da secreção de TSH.
  • Mais TSH fará com que as porções não inflamadas da glândula aumentem de tamanho, gerando inchaços de padrão nodular na tireoide.
20
Q

Doença de Hashimoto.

A
  • Tipo de hipotireoidismo primário.
  • Nesta forma de tireoidite linfocítica, os anticorpos produzidos podem bloquear a síntese hormonal ou o crescimento da glândula tireóide.
  • O processo autoimune da doença de Hashimoto gera destruição da tireóide pelos anticorpos, e não hiperestimulação.
  • Destruição gera inflamação, fibrose e consequente redução na capacidade secretora da glândula.
21
Q

Hipertiroidismo.

A
  • Na maioria dos pacientes com hipertireoidismo, a tireóide cresce de tamanho em decorrência da hiperplasia das células foliculares. Cada célula folicular, assim, aumenta sua captação de colóide e aumenta sua secreção de T3 e T4 na corrente sanguínea.
  • T3 e T4 elevados; TRH e TSH baixos.
22
Q

Doença de Graves.

A
  • Alteração autoimune, na qual autoanticorpos são produzidos contra o receptor de TSH, promovendo estimulação contínua da glândula.
  • Assim, a maior liberação de hormônio tireoidiano na circulação resulta em uma secreção nula de TSH, com atuação exclusiva dos anticorpos.
  • O hipertireoidismo é muitas vezes acompanhado por um bócio difuso, decorrente da hiperplasia e hipertrofia da glândula.
  • O quadro clínico primário observado na Doença de Graves é a tireotoxicose, resultante de quantidades excessivas de hormônio tireoide nos tecidos e sangue.
  • Principal sinal clínico da Doença de Graves é a exoftalmia (protrusão anormal do globo ocular devido ao aumento da massa de tecido adiposo que existe atrás dos olhos).
23
Q

Bócio Nodular (doença de Plummer).

A
  • Decorrente de neoplasia benigna.
  • Não apresenta exoftalmia.